Os últimos dias de março de 1815 foram azedos para os  diplomatas reunidos em Viena. Ali, representantes de Rússia, Prússia,  Áustria, Suécia, Inglaterra e várias nações e reinos menores tentavam,  havia meses, redesenhar o mapa político da Europa,  reinstaurando as monarquias e os territórios que existiam antes do  furacão napoleônico. Porém a ilusão de que o general corso estava  liquidado acabou quando souberam que ele não só havia retornado do  exílio em Elba (uma ilhota no Mediterrâneo), como no dia 20 de março  fora recebido em glória em Paris. Os aliados mal puderam acreditar.  Napoleão, dez meses antes, em 11 de abril de 1814, fora derrotado por  uma coalizão de mais de 500 mil soldados de várias nações européias, que  se sublevaram contra o domínio francês após a desastrosa campanha  napoleônica na Rússia, em 1812. Vitoriosos, os aliados colocaram Luís  XVIII no trono da França  e enviaram Bonaparte ao exílio. Agora, quando estavam prestes a dividir  o bolo, teriam de brigar novamente com seu pior pesadelo. E em etapas  longas, até a definição, na batalha conhecida como Waterloo.
 
A escalada de Napoleão começou rápida. Em 15 de julho, com 124 mil  homens, invadiu a Bélgica. "Seu único trunfo era bater separadamente os  exércitos inimigos antes que se reunissem", diz o professor Alexander  Mikaberidze, especialista em história napoleônica da Universidade de  Mississipi, nos EUA. "As tropas que estavam na área eram formadas por  prussianos e outras compostas por ingleses, belgas, holandeses e  alemães, instalados na Bélgica. Napoleão tentaria batê-los para forçar  algum armistício com as outras nações, que estavam com seus exércitos  mais distantes da França." O desafio não era fácil. O exército  anglo-batavo-alemão contava com 93 mil homens, liderados pelo duque de  Wellington. O prussiano tinha 117 mil homens, comandados por uma velha  raposa, o general Blücher. Mesmo em inferioridade numérica, Napoleão  teria de atacar. Dentro de um mês, um exército austríaco de 210 mil homens, outro russo, de 150 mil, e um terceiro grupo austro-italiano, de 75 mil, invadiriam a França pelo norte e pelo sul.
 
VITÓRIA APERTADA
 
Quando invadiu a Bélgica, as tropas anglo-batavo-alemãs ainda não haviam se juntado ao exército  prussiano. Napoleão decidiu bater primeiramente os prussianos, que  estavam a sua direita, em Ligny. E mandou o marechal Ney, com 24 mil  homens, para Quatre-Bras a fim de barrar qualquer tentativa de os  ingleses ajudarem os aliados. No dia 16 de junho de 1815, Bonaparte  encarou o velho Blücher. Sabendo que eram os franceses que tinham de  correr atrás do osso, o prussiano entrincheirou seus homens em fazendas  próximas a Ligny e esperou. A batalha durou todo o dia. No fim da tarde,  a Guarda Imperial francesa arrebentou o centro prussiano, decidindo a  batalha. Blücher evitou uma desgraça maior, liderando o contra-ataque  com a cavalaria. Os prussianos puderam recuar em ordem, na escuridão.
 
Ao término do embate, os prussianos amargavam 22 mil baixas, contra  11 mil dos franceses. "Blücher evitou a derrota. Napoleão, porém,  conseguiu o que queria: afastar os prussianos para bater os ingleses em  seguida", afirma o professor Mikaberidze. Para não deixar que os  prussianos pudessem se juntar aos ingleses na batalha seguinte, Napoleão  destacou uma tropa de 30 mil homens, entregou-a ao general Grouchy e ordenou que perseguisse os prussianos.
 
No dia seguinte, 17 de junho, Wellington se aproveitou da chuva forte que caiu sobre a região para levar o exército  a uma posição mais segura, o monte Saint Jean. Os franceses chegaram lá  ao fim do dia. O temporal continuava. Mas Napoleão não dispunha de  tempo. Mesmo sob tempestade, ele foi pessoalmente verificar as condições  do campo durante a noite. "Naquele momento, Bonaparte tinha a chance  com que tanto sonhara. Os prussianos estavam em retirada, sendo  acossados por Grouchy. A ele só restava ter um bom desempenho contra os  ingleses no dia seguinte e demonstrar à Europa que a França  ainda estava viva", comenta o professor Wayne Hanley, especialista em  história moderna da Universidade de West Chester, na Pensilvânia, EUA.
 
Pela manhã, o tempo melhorara. Wellington contava com 23 mil ingleses  e 44 mil soldados aliados, vindos da Bélgica, da Holanda e de pequenos  estados alemães, num total de 67 mil homens, apoiados por 160 canhões.  Os franceses contavam com 74 mil homens e 250 canhões. Wellington  posicionou suas tropas ao longo da elevação de Saint Jean. Sua ala  direita se concentrava em torno da fazenda de Hougomount. No centro,  logo abaixo da colina, outra fazenda, La Haye Sainte, estava ocupada por  unidades do exército  dos Países Baixos. À esquerda, tropas aliadas se posicionavam em torno  de uma terceira fazenda, a Papelotte. "Wellington assumiu uma postura  extremamente defensiva. Em parte porque seu exército  não era dos melhores e porque, para ele, quanto mais tempo demorasse a  batalha, maiores eram as chances de o reforço prussiano chegar", relata  Hanley.
 
CANHÕES NA FAZENDA
 
Napoleão queria começar o ataque cedo. Mas a chuva do dia anterior  havia transformado o campo de batalha num lamaçal. Ele teve de esperar  até as 11 horas da manhã, quando o solo ficou mais seco, para iniciar o  ataque contra Wellington. A idéia era chamar a atenção para esse setor e  fazer o inglês desperdiçar tropas ali e então atacar no centro. O  ataque a Hougomount, com fogo de canhões, durou meia hora. O lugar era  protegido por duas companhias inglesas, que não somavam mais de 3,5 mil  homens. Elas receberam o peso de mais de 10 mil franceses, mas não  cederam. Aos poucos, o que era para ser um blefe tragou durante todo o  dia preciosos recursos franceses. Pior, Wellington não caíra na  armadilha e mantinha as melhores tropas no centro, perto de La Haye  Sainte. Napoleão então decidiu que era a hora de atacar o centro da  linha inglesa. Por volta de 12h30, o marechal Ney, seu braço-direito,  posicionou 74 canhões contra a estratégica fazenda de La Haye Sante.  "Napoleão era militar da artilharia, e essa experiência ganhou uma  grande importância no exército. Virou a arma mais temível", explica o professor Mikaberidze.
 
Napoleão agora faria o que sempre comandava com eficiência: explodir o  centro adversário. Pressentindo o perigo, Wellington ordenou às as  tropas posicionadas no alto do monte Saint Jean que se jogassem ao chão  para diminuir os danos, mas nem todos tiveram a chance. As tropas  belgo-holandesas do general Bilandt, que permaneceram na encosta  desprotegida do monte, foram simplesmente massacradas. Mal os canhões se  calaram, foi a vez de os tambores da infantaria francesa iniciarem seu  rufar. Às 13 horas, marchando em colunas, os 17 mil homens do corpo  comandado pelo general D·Erlon atacaram. O objetivo: conquistar a  fazenda de La Haye Sainte, o ponto vital do centro inglês. Ao mesmo  tempo, outro contingente se aproximava, pressionando a ala esquerda dos  britânicos. Napoleão agora declarava as suas verdadeiras intenções e  partia para o ataque frontal. Acossadas pela infantaria francesa, as  tropas inglesas perderam Papellote e deixaram vulnerável a ala esquerda.  Ao mesmo tempo, as tropas alemãs da Legião do Rei, as responsáveis pela  guarda de La Haye Sainte, no centro, ameaçavam sucumbir.
 
Foi o momento de Wellington pensar rápido. Na ala esquerda, o  comandante inglês ordenou que o príncipe alemão Bernhardt de Saxe-Weimar  retomasse Papelotte, o que foi feito com sucesso. Para conter o ataque  da infantaria napoleônica no centro, ele acionou a 5ª Brigada, veterana  da guerra na Espanha. Fuziladas a curta distância, as tropas de Napoleão  retrocederam, não sem antes deixar morto no campo, com uma bala na  cabeça, o chefe da brigada inimiga, o general Picton. Ao ver os  franceses recuando, Wellington viu a chance de liquidar a batalha.  Acionou sua cavalaria para um contra-ataque no centro. As brigadas  Household, Union e Vivian provocaram desordem entre os franceses. Mas  por pouco tempo. Perto da linha de canhões inimiga, a cavalaria inglesa  foi surpreendida por um contragolpe mortal. A cavalaria pesada francesa,  com seus Courassiers (couraceiros), apoiados pelos Lanciers (cavalaria  leve), atacou os ingleses. O general Ponsonby, chefe da brigada Union,  morreu junto com sua unidade, aniquilada. Napoleão dava o troco e  continha os ingleses.
 
Eram 15 horas e a batalha permanecia num impasse. Na ala direita de  Wellington, a luta prosseguia sem um resultado decisivo em Hougomount.  No centro e na esquerda, os ingleses e os aliados batavos e alemães  haviam a muito custo mantido La Haye Sainte e Papilotte. Foi nessa hora,  entretanto, que Bonaparte recebeu uma notícia que o alarmou. Cerca de  40 mil homens se aproximavam do lado direito do exército  francês, nas imediações de Papilotte. De início, chegou a pensar que  fosse o general Grouchy - que havia sido encarregado de afastar os  prussianos - chegando. Logo suas esperanças se desfizeram. Grouchy  falhara. Aquele corpo de exército era simplesmente a vanguarda do exército  prussiano, que chegava para socorrer o aliado inglês. Napoleão teve que  improvisar. Sua ala direita, comandada pelo general Lobau, se realinhou  de modo defensivo para segurar a chegada dos prussianos e dar ao  imperador algumas horas para agir.
 
FIM TRÁGICO
 
Enquanto isso, ele ordenou ao marechal Ney que, de uma vez por todas,  tomas-se La Haye Sainte e rompesse o centro inglês, assegurando a  vitória. Ney, com dois batalhões de infantaria, atacou a fazenda. Nesse  momento, cometeu um erro fatal de julgamento. "Em meio à fumaça dos  canhões e à loucura da batalha, Ney supôs que o exército  inglês estava recuando. Ele então ordenou que sua cavalaria partisse  para cima do inimigo. Napoleão achou o movimento precipitado, mas, uma  vez que Ney era quem estava encabeçando o ataque, enviou mais cavaleiros  para sustentar a carga", comenta o professor Hanley.
 
A tremenda carga dos Courassiers terminou de forma trágica. A  infantaria inglesa não estava recuando, como Ney imaginava. Eles se  agruparam em quadrados e passaram a fuzilar os cavaleiros franceses, que  não conseguiam romper as formações defensivas. Nas duas horas  seguintes, Ney lideraria ao menos 12 cargas de cavalaria contra o centro  inglês, com mais de 5 mil cavaleiros. Às 17 horas, La Haye Sainte  finalmente caiu em mãos francesas, mas os ingleses ainda mantinham seu  centro coeso no alto do monte Saint Jean. Às 17h30, a cavalaria francesa  lançou o assalto final e foi novamente batida. Os ingleses não estavam  em melhor estado e suas linhas estavam  a ponto de romper. Ney, dessa  vez corretamente, identificou a oportunidade de vencer e implorou a  Napoleão por mais tropas. "De onde você espera que eu tire mais tropas?  Quer que eu invente algumas agora?", respondeu Napoleão, irritado.
 
"Nesse momento, Bonaparte viu a vitória escapar. Mais um esforço e  Wellington teria sido derrotado. A essa altura, os prussianos estavam  esmigalhando a direita de seu exército  e ele teve que priorizar esse setor para ganhar mais fôlego. Na  verdade, talvez ele esperasse ver surgir, a qualquer momento, as tropas  de Grouchy. Com 30 mil homens a mais, ele poderia ter vencido a  batalha", pondera o professor Mikaberidze. A luta com os prussianos ia  de mal a pior. Dez batalhões da Jovem Guarda, após um combate feroz  contra o dobro de inimigos, haviam perdido 80% de seus homens e  começavam a recuar.
 
Napoleão decidiu então utilizar sua última e preciosa reserva: a  Velha Guarda, a elite de seus veteranos. Ele enviou dois batalhões  contra os prussianos - e mais uma vez eles fizeram valer sua fama.  "Quando a Velha Guarda entrava em campo, os inimigos tremiam. Até então,  ela nunca havia sido derrotada em batalha", relembra o professor  Hanley. "Os dois batalhões varreram, sozinhos, 14 batalhões prussianos,  estabilizaram a ala direita e deram ao imperador a chance de lutar  novamente contra Wellington no centro", comenta. Napoleão então jogou a  última cartada. Às 19 horas, enviou contra o centro inglês os últimos  quatro batalhões da Velha Guarda. "Wellington, nesse meio tempo, embora  quase tenha dado o toque de retirada, foi beneficiado pela intensa  pressão dos prussianos, que diminuíram seu front e lhes livraram algumas  unidades", aponta Hanley. Em desespero, o general inglês reuniu tudo o  que tinha e esperou o ataque final entrincheirado no alto do Saint Jean.  Enquanto subia o monte, a Velha Guarda foi assaltada pelas unidades  inglesas, alemãs e holandesas. Uma a uma, foram repelidas, enquanto os  veteranos de Napoleão continuavam seu avanço.
 
"A 5ª Brigada inglesa, do general Hallket, tentou pará-los, mas logo  seus homens fugiram assustados diante do avanço francês. Apesar de  sofrer baixas horríveis e lutar na proporção de 1 para 3, simplesmente  ninguém conseguia parar a Velha Guarda", afirma Hanley. Wellington, por  ironia, foi salvo não por suas próprias tropas, mas por um general belga  que durante anos lutou ao lado de Napoleão - quando a Bélgica era um  domínio francês. O general Chassé, à testa de seis batalhões holandeses e  belgas, se lançou numa carga feroz de baioneta contra os franceses. O  ataque foi demais, até mesmo para a Velha Guarda. Sem apoio e em menor  número, pela primeira vez os veteranos de Napoleão recuaram.
 
Logo, os gritos de "la Garde recule!" (a Guarda recua) ecoaram pelo  campo. O centro inglês havia resistido a despeito de todos os esforços.  Pelo lado direito, os 40 mil prussianos finalmente esmagavam os 20 mil  franceses que lhes haviam obstruído durante horas. Em um último ato de  coragem, três batalhões da Velha Guarda permaneceram lutando para dar ao  imperador a chance de fugir. Lutariam até o fim. Cercados por  prussianos, receberam ordem de rendição. O general Cambonne, o líder,  teria então afirmado: "A Guarda morre, mas não se rende". Em outro  ponto, o marechal Ney, apelidado por Napoleão como "o bravo dos bravos",  ao ver tudo perdido, reuniu um grupo de soldados fiéis e liderou uma  última carga de cavalaria, gritando: "Assim morre um marechal da França!" Capturado, foi fuzilado depois pelo governo monarquista francês por alta traição.
 
Napoleão, agarrado por auxiliares, foi retirado à força do campo de  batalha. Seria posteriormente posto sob custódia inglesa e enviado à  distante ilha de Santa Helena,  no Atlântico Sul, onde morreria em 1821. A batalha custara a ingleses,  belgas, holandeses e alemães 15 mil baixas. Os prussianos deixaram no  campo 7 mil homens. Os franceses amargaram 25 mil mortos e feridos, além  de 8 mil prisioneiros.
 
Foi só às 21 horas que Wellington finalmente se encontrou com Blücher  para o aperto de mãos. A ameaça napoleônica fora vencida de vez.  Blücher queria chamar a batalha de Belle Aliance - nome da fazenda que  fora o quartel - general de Napoleão durante a batalha. Wellington,  porém, teve outra idéia. É que ele tinha suas manias. Uma delas era  batizar combates com o nome do lugar onde ele dormira na noite anterior.  Uma vila a alguns quilômetros dali, conhecida por Waterloo, deu então o  nome à histórica batalha.
 
 
Grouchy, o traidor de Napoleão?
 
Quase dois séculos depois, ainda permanece a dúvida sobre o marechal  Grouchy Ter ou não passado Napoleão para trás. "Grouchy é visto como o  culpado pela derrota de Bonaparte por não ter evitado que os prussianos  se unissem aos ingleses e por não ter acorrido à Waterloo, com seus 30  mil homens, quando ouviu a canhonaria da batalha", aponta o professor  William Flayhart, professor de história moderna da Delaware State  University, nos EUA. "Os bonapartistas mais exaltados viram aí sinal de  traição. Na época, especulava-se que Grouchy fora subornado. Ele virou  bode expiatório." Emmanuel Grouchy passaria o resto da vida tentando  provar a inocência. Seu passado ao lado da causa napoleônica era o maior  argumento. Ele se juntara ao exército  em 1781. As habilidades como comandante foram notadas nas batalhas de  Eylau (1807), Friedland (1807) e Borondino, contra os russos - uma  atuação muito elogiada. "Talvez tenha faltado a Grouchy presença de  espírito. Mesmo quando seu subordinado, o general Gerárd, lhe implorou  para que dirigisse as tropas a Waterloo, Grouchy preferiu seguir as  ordens à risca, ou seja, dar caça aos prussianos", completa o professor  Flayhart. Grouchy combateu os prussianos em Wavre, em 18 de junho, dia  em que Napoleão foi derrotado em Waterloo. Blücher deixara sua  retaguarda como isca - e o marechal francês interpretou que esse fosse o  grosso do exército  inimigo. Grouchy venceu o embate para no dia seguinte receber a notícia  da chegada de mais soldados inimigos. Ele ainda recuou para Paris com  seus homens. Escorraçado por seus pares e pela opinião pública, só foi  reaver seu bastão de marechal em 1830. "As cargas desordenadas de Ney e o  medíocre dispositivo de batalha de Napoleão pesaram muito mais na  derrota do que a ausência de Grouchy, que ficou com a maior culpa", diz  Alfred Fierro, ex-diretor da Biblioteca Histórica de Paris.
 
Os maiores erros
 
IMPRUDÊNCIA
 
"Napoleão deveria ter preservado seu exército,  como escreveu seu general Kellerman: ·Não poderíamos vencer os  britânicos naquele dia. Com calma, evitaríamos o pior·." Steven Englund,  historiador americano.
 
ATAQUE INFRUTÍFERO A HOUGOMOUNT
 
"Napoleão foi pretensioso em seu ataque à ala direita de Wellington.  Só desperdiçou recursos que seriam vitais em outras áreas. No fim,  Bonaparte provou que seus homens estavam fatigados. As manobras foram  inócuas diante de inimigos." Wayne Hanley, da Universidade de West  Chester, nos EUA.
 
AUXILIARES FRACOS
 
"Seu melhor general, Davout, estava em Paris, para a segurança da  capital. Outra opção infeliz foi Soult, inadequado para a função  logística. Pior foi ter dado ao inexperiente Grouchy o comando da ala  esquerda, o que se provou fatal." Alexander Mikaberidze, da Universidade  de Mississipi (EUA).
 
ATAQUES DESESPERADOS
 "Ney era provavelmente o mais corajoso e leal de todos os oficiais a  serviço de Bonaparte. Foi o último francês a sair da Rússia, em 1812, e  Napoleão o chamava de ·o bravo dos bravos·. Mas seu ataque em Waterloo,  com a cavalaria, foi puro desespero, um verdadeiro suicídio. Napoleão  deveria ter abortado essa ação impensada de seu general." Alfred Fierro,  ex-diretor da Biblioteca Histórica de Paris.
 
A morte de Napoleão
 
Depois de dois meses de viagem, em 17 de outubro de 1815, o ex-imperador da França chegou à longínqua ilha de Santa Helena,  uma possessão inglesa encravada no Atlântico Sul, distante 1,9 mil km  da África e 2,9 mil km do Brasil. A seu lado, apenas alguns poucos  servos e amigos. Mas o pior ainda estava por vir. Em 14 de abril de  1816, chegou o novo governador da ilha,  sir Hudson Lowe. Esse não tinha nenhuma qualidade excepcional, exceto  seu fanático amor ao dever. Durante os anos de seu mandato, ele submeteu  Bonaparte a toda sorte de mesquinharias. Em 1819, Napoleão caiu doente,  mas ainda escreveria, em 1820: "Eu ainda estou suficientemente forte. O  desejo de viver me sufoca". Na prática, porém, não foi bem assim. Ele  morreria às 17h51, em 5 de maio de 1821, depois de sofrer fortes dores  no estômago por meses. Ironicamente, mesmo após sua morte ele ainda  levantaria controvérsias. Para muitos, o ex-imperador dos franceses fora  lentamente envenenado com arsênico pelos ingleses. Pesquisas recentes  descartam a hipótese, conforme registra Steven Englund em seu livro  Napoleão - Uma Biografia Política. Porém a última glória os ingleses não  puderam lhe roubar. Em 1840, seu corpo foi retirado da ilha e levado de volta à França. Durante dias, Paris parou para saudar a volta de seu imperador, em um desfile fúnebre grandioso.
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