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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A ARTE DE SEMEAR IDÉIAS - PLÍNIO SALGADO

A Arte de Semear Idéias é uma arte difícil. Não pelo que exige em qualidades de ação, mas principalmente pelo que reclama em virtudes de resistência. Não é somente escrevendo e publicando livros, redigindo e estampando artigos nos jornais, subindo à tribuna e proferindo discursos, nem lecionando ou simplesmente conversando, que se consegue semear idéias capazes de germinar.

Tudo isso é preciso, não há dúvida, mas tudo isso nada vale, se o semeador não possui aquela indispensável energia interior com que a si mesmo vence em cada hora de desânimo, diante da incompreensão, ou da indiferença, ou da injustiça. Essa resistência, em cada minuto de sua vida, é que constitui o húmus alimentador e vivificador das idéias semeadas. Sim; essa resistência é que determina a continuidade, a permanência, a fidelidade que são os fatores operantes nos processos da germinação das idéias.

Porque o grande drama dos portadores de idéias novas consiste justamente no contraste entre estas e a realidade humana, que é o solo onde o semeador deita a sementeira.
Tudo conspira contra aquele que traz algo novo. Entre os adversários que se mobilizam, tem ele de contar com as idéias velhas, que ressuscitam pretendendo ser mais novas, mais oportunas, mais conforme o tempo transcorrente. Não encontrando no Presente nada capaz de amesquinhar ou destruir o Pensamento que se antecipa aos dias em que surge; os medíocres procuram nas sombras do Passado elementos com que opor-se aos Renovadores, aos propositores de soluções novas. Com tais elementos, proclamam que a idéia nova foi superada.

O verdadeiro Missionário de idéias percebe claramente o truque desses falsificadores e não se perturba na marcha que se propôs de um apostolado irredutível. Para isso é preciso um grande poder sobre si mesmo, pois todas as aparências trabalham contra ele. Essa força interior provém de íntima certeza, de uma convicção. Mas para haver convicção é mister que o Semeador não seja apenas o portador de idéias, mas seja, principalmente, o portador de uma crença profunda.

Os que não acreditam nas idéias que pregam não resistirão à onda das aparências enganadoras, não se conservarão firmes e inexpugnáveis em face da conjuração e dos expedientes dos medíocres. Deixar-se-ão influenciar por estes, entrando primeiro na dúvida, depois no desânimo, finalmente no ceticismo. E perderão a batalha.

Perderão, porque a batalha já estava perdida antes de ser travada. O pretendido semeador era indeciso, a sua mão tímida e trêmula, a sua palavra insegura e dubitativa.
Quando saiu a campo, não se blindou contra as influências estranhas; de sorte que, à leitura do primeiro livro de grande sucesso lançado pela mediocridade contemporânea, a sua fé em si mesmo abalou-se. Ficou à mercê da imensa fauna dos oradores oportunistas e dos artigos e notícias da imprensa quotidiana. Os falsos êxitos, os retumbantes aplausos, que coroam os vitoriosos do momento em seus efêmeros triunfos, impressionam o homem fraco, o apóstolo sem fibra, o tímido predicador sem confiança naquilo que ele chama inicialmente “a verdade” e que mais tarde chamará “a doutrina superada”.

No entanto, o contraste principal, que cria a tragédia de todos os lutadores apostolizantes, encontra-se exatamente naqueles motivos que atestam a autenticidade do “novo” em face do “velho”.
A idéia nova precisa de homens novos. Para isso, ela necessita, antes de tudo, transformar-se em sentimento. O sentimento produz os atos, ou séries de atos, em que se manifestam e se afirmam as personalidades novas.
Quando a idéia se transforma em sentimento, estabelece-se no que foi inicialmente seu “objeto” e depois se fez “sujeito” operante, a linha nítida da conduta. A manutenção dessa linha depende, entretanto, da própria força do sentimento, na sucessividade das emoções, cujo ritmo se exprime naquele constante fervor da paixão criadora.
A progressão crescente parte do termo “idéia”, ascende ao termo “sentimento”, atinge o termo “paixão”. A semente chega, então, ao ponto de desenvolvimento sem o qual não germina.

E não germina porque só a paixão da idéia, isto é, a continuidade das emoções sentimentais, traz consigo a energia seminal fecundadora. O pregador crê no que prega; a sua palavra transmite o gérmen, a centelha vital. Quando o pregador tornou-se autêntico semeador, operou em si mesmo a superação de todas as forças negativas e esterilizadoras. Conhece-se quando tal acontece, não já pelas palavras que o semeador profere, mas pelos atos que pratica.

Os atos identificadores da autenticidade do apóstolo revelam, um por um, a persistência. Mas, justamente porque o processo da transformação da idéia em sentimento e do sentimento em paixão apostolar se opera, de pessoa a pessoa, em ritmos variáveis, aquele que se fez propagador, difundidor de idéias novas sofre a grande amargura cotidiana das decepções sem número. São momentos perigosos na vida do semeador. É o choque entre todas as forças do “velho” contra a audácia do “novo”. O pioneiro do Futuro amarga a imensa dor de verificar que, entre aqueles que marcham com ele, e até mesmo entre aqueles que se dizem vanguardeiros na maravilhosa aventura, manifestam toda a espécie de fraquezas, de incapacidade para enfrentar os momentos difíceis, de impotência no sentido de viver o sonho magnífico posto na linha do horizonte desejado.

A semeadura, pouco a pouco, no transcurso dos acontecimentos, tornou-se marcha. As mãos atiram a semente à terra; as pernas prosseguem, para diante, sempre para diante.
Mas há os que se cansam. Há os que param no meio do campo, a contemplar o terreno percorrido e, além deste, para trás, muito para trás, o terreno percorrido por outros, por outras gerações, segundo outro sentido de vida e de realidades. Nesse horizonte pretérito, erguem-se os vultos dos que apontam para a frente e parecem dizer aos caminhantes que não olhem para eles, pois cada geração tem o seu destino próprio; mas há também os vultos dos que viveram segundo o Presente que lhes pertenceu e não segundo o Porvir, que nos pertence, e estes, em vez de nos mandar marchar para diante, convidam-nos a regressar ou a extasiar-se na contemplação estática do que eles foram, do que eles fizeram.

E há também os que se iludem com as falsas aparências de uma realidade que não é realidade; capitulam em face dos êxitos ocasionais dos medíocres; entregam-se ao domínio dos cartazes e das frases feitas, que constituem, em última análise, as páginas dos doutrinadores de ocasião, dos mágicos de feiras, em torno de cujas palavras se conglomera a clientela bestificada dos “best-sellers” e dos auditórios dos comícios. E há, ainda, os que pretendem o absurdo que consiste em querer que a idéia nova viva efetivamente uma vida atual, esquecendo-se de que nesse caso ela deixaria de ser nova. Esses revoltam-se, porque o seu generoso pensamento, a sua nobre doutrina, o seu elevado sentimento só encontra possibilidade de vida em poucos, em alguns, e não na maioria dos próprios companheiros de ideal. Tornam-se céticos, mordendo-lhes o coração o íntimo desejo de abandonar a luta. E muitos a abandonam, dizendo: são muito poucos aqueles que realmente me compreendem.

Incorrem dessa forma, no maior dos erros, que é desconsiderar o valor das idéias que outrora foram novas e que, tendo-se transformado em fatos sociais, persistem, pela lei da inércia, e persistirão longo tempo, utilizando-se de todos os expedientes do “falso novo” para a manutenção do velho. Não raciocinam para concluir que justamente por ser nova, a nova idéia terá que colocar o seu objetivo no Futuro. Não percebem que toda idéia nova é uma batalha contra o Presente. Do Pretérito, ou da Atualidade, ela toma unicamente os valores eternos, que pertencem também ao Futuro. Mas os “valores eternos” não são os “valores visíveis”, ou o cortejo das aparências e as estruturas de superfície. No meio de todas as confusões, de todos os fracos e desorientados, sofrendo a injustiça dos adversários e a injustiça dos seus próprios colaboradores, o Semeador terá de continuar. Impassivelmente. Serenamente. Irredutivelmente.

E deverá ter em vista que o verdadeiro missionário de idéias não é aquele que apenas escreve livros no conforto dos gabinetes, ou redige artigos de imprensa sobre os fatos do dia, ou lavra pareceres, ou compõe ensaios, prefácios ou conferências, mediante temas de ocasião, ou vai discursar na praça pública somente quando chega o tempo das campanhas eleitorais ou das campanhas relacionadas com acontecimentos ou problemas que ocorrem periodicamente. O verdadeiro missionário de idéias não conhece a pausa das férias parlamentares, os intervalos das propagandas à boca das urnas, a intercadência feliz dos repousos reconfortantes. Mas, ao contrário, prega constantemente, em todos os dias da sua vida; anda de cidade em cidade, sem pausa nem descanso; escreve para jornais e escreve livros; procura dar concatenação lógica às idéias, estruturando um corpo de doutrina; e – o que é mais importante – sacrifica-se anos após anos, em continuidade efetiva, resistindo não apenas às injustiças adversárias, que são explicáveis e plenamente justificáveis, por exprimirem a natural reação das idéias velhas. Mas também às injustiças daqueles mesmos que julgam segui-lo, ou que sabem, no íntimo, que não o seguem, fingindo apenas segui-lo.

Essa resistência, essa capacidade para compreender e perdoar, essa energia na manutenção dos propósitos, esta linha imperturbável de marcha, tudo isso consiste a grande arte de semear idéias. A arte de semear idéias é sem dúvida, uma arte difícil. Mas, por isso mesmo, é bela. Que a juventude da nossa Pátria saiba praticá-la. E poderemos ter confiança no Futuro.

(Plínio Salgado, “Reconstrução do Homem” – 3ª edição – São Paulo – Voz do Oeste – 1983 – 180 págs; transcrito integralmente da pág. 51 até 56)

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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A escravidão psicológica

Vamos começar esta lição estudando o seguinte texto, retirado do livro “A Revolução da Dialética”:

“A escravidão psicológica destrói a convivência. Depender psicologicamente de alguém é escravidão.
Se nossa maneira de pensar, sentir e obrar depende da maneira de pensar, sentir e obrar daquelas pessoas que convivem conosco, então estamos escravizados.

Constantemente, recebemos cartas de muita gente desejosa de dissolver o eu, porém queixam-se da mulher, dos filhos, do irmão, da família, do marido, do patrão, etc. Essas pessoas exigem condições para dissolver o eu.
Querem comodidades para aniquilar o Ego, reclamam magnífica conduta daqueles que com eles convivem.
O mais gracioso de tudo isto é que essas pobres pessoas buscam as mais variadas evasivas: querem fugir, abandonar o lar, o trabalho, etc. - dizem que - para se realizarem a fundo.

Pobre gente... seus adorados tormentos são seus amos. Naturalmente, essas pessoas não aprenderam a ser livres, sua conduta depende da conduta alheia.

Se quisermos seguir a senda da castidade e aspiramos a que primeiro a mulher seja casta, então estamos fracassados.
Se queremos deixar de ser bêbados, porem nos afligimos quando nos oferecem o copo, por causa daquilo que dirão ou porque a recusa possa incomodar nossos amigos, então jamais deixaremos de ser bêbados.
Se queremos deixar de ser coléricos, irascíveis, iracundos, furiosos, porém como primeira condição exigimos que aqueles que convivem conosco sejam amáveis e serenos e que nada façam que nos irrite, estamos bem fracassados, sim, porque eles não são santos e a qualquer momento acabarão com as nossas boas intenções.

Se queremos dissolver o eu, precisamos ser livres.
Quem depender da conduta alheia não poderá dissolver o eu.
Temos de ter nossa própria conduta e não depender de ninguém.

Nossos pensamentos, sentimentos e ações devem fluir independentemente de dentro para fora.
As piores dificuldades nos oferecem as melhores oportunidades.

No passado, existiram sábios rodeados de todo tipo de comodidade; sem dificuldades de espécie alguma.
Esses sábios querendo aniquilar o eu, tiveram de criar situações difíceis para si mesmos.
Nas situações difíceis, temos oportunidades formidáveis para estudar nossos impulsos internos e externos, nossos pensamentos, sentimentos, ações, nossas reações, volições, etc.

A convivência é um espelho de corpo inteiro onde nos podemos ver tal como somos e não como aparentemente somos.
A convivência é uma maravilha. Se estivermos bem atentos, poderemos descobrir a cada instante nossos defeitos mais secretos. Eles afloram, saltam fora, quando menos esperamos.

Conhecemos muitas pessoas que diziam: Eu não tenho mais ira... e à menor provocação trovejavam e faiscavam.
Outros dizem: Eu não sinto mais ciúmes - porém basta um sorriso do cônjuge a qualquer vizinho ou vizinha para os seus rostos se tornarem verdes de ciúmes.
As pessoas protestam contra as dificuldades que a convivência lhes oferece. Não querem se dar conta de que essas dificuldades, precisamente elas, estão lhe brindando todas as oportunidades necessárias para a dissolução do eu.
A convivência é uma escola formidável. O livro dessa escola tem muitos tomos, o livro dessa escola é o eu.

Necessitamos ser livres de verdade se é que realmente queremos dissolver o eu. Não é livre quem depende da conduta alheia.
Só aquele que se faz livre de verdade sabe o que é o amor. O escravo não sabe o que é o verdadeiro amor.
Se somos escravos do pensar, do sentir e do fazer dos demais, nunca saberemos o que é o amor.
O amor nasce em nós quando acabamos com a escravidão psicológica.
Temos de compreender profundamente e em todos os terrenos da mente esse complicado mecanismo da escravidão psicológica.

Existem muitas formas de escravidão psicológica. É necessário estudar-se todas elas se é que realmente queremos dissolver o eu.
Existe escravidão psicológica não só no interno como também no externo. Existe a escravidão íntima, a secreta, a oculta, da qual não suspeitamos sequer remotamente.
O escravo pensa que ama quando na verdade só está temendo. O escravo não sabe o que é o verdadeiro amor.

A mulher que teme a seu marido pensa que o adora quando na verdade só o está temendo.
O marido que teme a sua mulher pensa que a ama quando na realidade o que acontece é que a teme.
Pode ser que tema que se vá com outro, que seu caráter se torne azedo, que o recuse sexualmente, etc.
O trabalhador que teme ao patrão pensa que o ama, que o respeita, que vela por seus interesses, etc.
Nenhum escravo psicológico sabe o que é amor; a escravidão psicológica é incompatível com o amor.

Existem duas espécies de conduta: a primeira é a que vem de fora para dentro e a segunda é a que sai de dentro para fora.
A primeira é o resultado da escravidão psicológica e se origina por reação. Nos pegam e pegamos, nos insultam e respondemos com grosserias.
O segundo tipo de conduta é melhor, é o tipo de conduta daquele que já não é escravo, daquele que nada mais tem que ver com o pensar, o sentir e o fazer dos demais.
Tal tipo de conduta é independente, é conduta reta e justa.
Se nos pegam, respondemos abençoando. Se nos insultam, guardamos silêncio.
Se querem nos embriagar, não bebemos ainda que nossos amigos se aborreçam, etc.

Agora, nossos leitores compreenderão porque a liberdade psicológica traz isso que se chama amor.”


Este texto nos fala sobre algumas dificuldades que nós mesmos colocamos em nosso caminho, e que são um sério obstáculo para a mudança interior:


  • Ter um comportamento que depende da vontade dos outros e não de nossos próprios princípios.
    Ora, se queremos mudar temos que seguir nossos princípios, fazer o que achamos ser o correto.
    Porém é muito comum que algumas pessoas que vivem ao nosso redor e que não estão interessadas em mudar a si mesmas, incomodem-se quando nós deixamos de ser o que éramos, querem que não mudemos também, que continuemos a ser os mesmos de antes, que voltemos a fazer as mesmas coisas.
    A nós, como sempre, nos resta escolher entre as duas conhecidas opções: Ser ou não Ser?

  • Fugir das situações difíceis que ocorrem em nossa vida, e que são importantes para o autoconhecimento e a mudança interior.
    Este provavelmente seja um dos maiores obstáculos para a mudança interior.
    Evidentemente ninguém gosta de passar por situações desagradáveis, no entanto são nestas situações em que descobrimos nossos maiores defeitos, os defeitos que precisamos eliminar com maior urgência para elevarmos nosso nível do Ser.

Se nos habituamos a fugir das situações difíceis seremos sempre escravos psicológicos, e não poderemos provocar em nós mesmos uma verdadeira mudança.
Ante as situações desagradáveis teremos que escolher entre enfrentar a nós mesmos ou simplesmente fugir de nós mesmos.
Mais uma vez existem apenas duas opções: Ser ou não Ser.

Por isso escreveu Nietzsche: “O pior inimigo que você poderá encontrar será sempre você mesmo”.

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http://www.divinaciencia.com/

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Índios Ticunas criam milícias nas tribos, Parte II.

Paramilitares que não confiam no Exército nem na Polícia Federal assumem o controle de uma região isolada do país.

Em uma região isolada do país, nas fronteiras com o Peru e a Colômbia, drogas, alcoolismo, estupros nas comunidades indígenas. As imagens deprimentes e os problemas sérios das drogas e do álcool levaram os índios a formar sua própria polícia, uma verdadeira milícia paramilitar.

Um índio cantor aparece embriagado, como acontece todos os dias na terra dos tikunas, terra que fica no extremo oeste da Amazônia. Estamos a mais de mil quilômetros de Manaus, em uma região conhecida como Alto Solimões. A fronteira entre Tabatinga, no Brasil, e Letícia, na Colômbia, é rota do tráfico de drogas e armas.
Às margens estão as aldeias Tikuna. São mais de 20 vilas. É a mais numerosa nação indígena do Brasil. São índios que, próximos dos brancos, adotam práticas perigosas.

Segundo eles, a bebida vem das cidades, mas eles que trazem. Na tribo também é vendida. Isso já foi comprovado várias vezes.

Em um dos locais onde vende bebida dentro da comunidade indígena, a equipe de reportagem do Fantástico bate. Eles não saem, porque sabem que estão errados. Pela lei, é proibido vender qualquer tipo de bebida alcoólica em região indígena.

Um índio não consegue nem responder. É menor de idade. Muitos deles não encontram o caminho de volta e saem sem equilíbrio, entrando no mato até cair no igarapé.

Em cada comunidade, contingentes de 100, 150 e até 300 milicianos. Todos índios, com treinamento militar. Cada tropa tem o seu delegado e os instrutores. Um deles serviu ao Exército em Tabatinga como soldado. Lá ele é comandante.

Repórter: No Exército, você usava arma.
Comandante: Usava arma. Aqui não. Porque aqui é proibido.
Repórter: Quais as armas que vocês usam?
Comandante: Só o cassetete, aqui. Para defender o nosso povo.

Na polícia indígena, prevalece a lei dos caciques. “É que nas comunidades acontecem muitas coisas que não agrada à comunidade. Como criminalidade, estupro, invasão da terra. Quando a gente denuncia para a Polícia Federal, eles só fazem escrever. Eles não vêm”, afirma o cacique Odácio Sosana Bastos.

O antropólogo João Pacheco de Oliveira, do Museu Nacional no Rio de Janeiro, estudou o comportamento dos tikunas.“De certo modo apareceram grupos paramilitares em várias outras cidades tikunas e começaram a atuar de um modo talvez um pouco radical em relação às iniciativas da comunidade”, explica o antropólogo.

Operação Pantera é o nome da cadeia, com um metro e meio de altura, da polícia indígena, que fica na comunidade de Belém dos Solimões. Na porta, algumas tábuas quebradas, porque os presos ficam chutando pela parte interna.

“Quando está muito alterado, nós amarramos e jogamos aqui dentro. Quando ele não está alterado, soltamos e deixamos ele para outro dia. No outro dia, a gente tira o preso, leva para ali, chama o cacique, chama o pastor, chama o chefe do posto. Fazemos uma reunião, um julgamento. Faz mais ou menos uns três meses que não prendo ninguém. É que mandaram parar. O Ministério Público mandou parar, porque teve uma revolta”.

Mas os caciques insistem que a polícia indígena precisa ter armas de fogo para ser respeitada.

“Nosso povo é igual ao povo civilizado. Tem revólver, tem pistola, tem machado, e ataca com essas armas em cima de nós. E nós só com cassetete?”, indaga o cacique tikuna, Odácio Sosana Bastos.

“Arma de fogo, não. Arma de fogo é proibido, a Legislação não permite. Os abusos que violem os direitos humanos, por exemplo, a aplicação de penas cruéis, de tortura e de morte. Isso o Ministério Público não pode permitir. A Constituição não permite” afirma Gisele Dias Bleggi, do Ministério Público.

No flagrante de uma dessas prisões, o índio mais velho foi preso por embriaguez e desacato ao policial. Além de ficarem presos, a tradição de castigos físicos é muito forte.

“Isso aqui é para aqueles que estão muito alterados. Usam a palmatória como castigo e para que a pessoa se acalme”.

A tropa de índios é composta tanto por homens quanto por mulheres. Acompanhamos a soldado Saldanha até sua casa. O marido dela também é miliciano. Ela concilia as tarefas de dona de casa com as rondas policiais. Mas tem problema de alcoolismo na própria família.

Repórter: São quantos filhos?
Saldanha: Cinco.
Repórter: Eles passaram a beber também? Seu filhos?
Saldanha: Agora que a polícia está cuidando e ele não sai muito mais, não. Eu choro muito.

Pelo serviço de policiamento, os índios querem receber do Estado. “Queremos que o Governo Federal nos reconheça com salário”, defende o cacique.

“Um salarinho aí para cada policial. Porque todo policial tem filho”, destaca um deles.

“A Polícia Federal não reconhece essa formação de polícia. A Polícia Federal tem como um grupo verdadeiramente de milícia, com raízes até paramilitar”, afirma Gustavo Henrique Pivoto João, delegado da Polícia Federal.

Procurada pelo fantástico, a Fundação Nacional do Índio (Funai), órgão responsável pela política nacional em relação aos índios, se manifestou por meio de uma nota. Para a Funai, a criação da "polícia indígena" é ilegal. Quando verificada a ocorrência de crimes, a Funai aciona as forças policiais.

“O problema da segurança nessas aldeias, dentro de uma região de fronteira ameaçada por narcotráfico, por corrupção, por muitas coisas dessa ordem”, aponta o antropólogo José Pacheco de Oliveira.

Você quer saber mais?

http://fantastico.globo.com/

Índios Ticunas criam milícias nas tribos.

Alcoolismo, drogas, magia negra, estupros e suicídios cada vez mais fazem parte da rotina de comunidades indígenas localizadas em uma região isolada do país, nas fronteiras com o Peru e a Colômbia. Na terra dos tikunas, no extremo oeste da Amazônia, não há controle na venda de álcool e drogas

Por isso, os índios da região formaram sua própria polícia, uma espécie de milícia paramilitar. A fronteira entre Tabatinga, no Brasil, e Letícia, na Colômbia, é rota do tráfico de drogas e de armas. O Rio Solimões é a principal estrada da região. As aldeias Tikuna ficam justamente neste entorno e são mais de 20 vilas.

Da Redação:EXEMPLO QUE OS INDIOS DE AMAMBAI DEVERIAM COPIAR...

Os tikunas formam a mais numerosa nação indígena do Brasil. A proximidade com os brancos tem feito os índios adotarem práticas perigosas, como o alcoolismo. O índios alegam que a bebida vêm das cidades e são vendidas nas tribos. Pela lei, é proibido vender qualquer tipo de bebida alcoólica em região indígena.

Muitos jovens e até crianças com idades entre 10, 11 e 12 anos de idade já estão envolvidos com álcool. É possível ver jovens bebendo na porta de casa, sem o menor controle dos pais. Embriagados, muitos perdem o equilíbrio e chegam a cair no igarapé.

Lei dos caciques

Em cada comunidade há um contingente que pode variar de 100 a 300 milicianos. Todos os índios têm treinamento militar e todas as tropas têm seu delegado e os instrutores. Um deles serviu ao Exército em Tabatinga como soldado. Na aldeia, ele atua como comandante. “Aqui é meus ‘polícia’. Eles me indicaram para o cargo”, diz.

O tempo que passou no Exército, onde atuava com armas, trouxe a experiência para treinar. “Sim, senhor. Com isso hoje existe a polícia indígena. (...) Sim. Aqui eu não. Porque proíbe. Aqui só cassetete para defender nosso povo”, afirma o índio.

Na polícia indígena, prevalece a lei dos caciques. “É que nas comunidades acontecem muitas coisas. É como criminalidade, estupro, invasão da terra, invasão da caça de mata ou dos lagos. Quando a gente denuncia para a Polícia Federal, eles só fazem escrever. Eles não vêm, não tomam a providência. É por causa disso que a polícia indígena foi criada”, afirma o cacique ticuna, Odácio Sosana Bastos.

“Antes de a gente começar o nosso trabalho, havia muitas drogas: cocaína, brilho, heroína, pasta. Tudo entrando pela fronteira. Mas quando a gente começou o trabalho, nós reduzimos em 85% o problema que tinha na comunidade”, garante o cacique.

Nos últimos anos, foram 85 casos de suicídio só em uma aldeia dos tikunas. “Quando consomem, eles chegam em casa com a cabeça já com álcool. O pai conversa com o filho e aconselha. Depois o filho fica revoltado. Aí o filho pega uma corda dessas e consegue se enforcar por causa do alcoolismo”, conta João Inácio Irineu Vitorino, ‘delegado’ da polícia indígena.

O antropólogo João Pacheco de Oliveira, do Museu Nacional no Rio de Janeiro, estudou o comportamento dos tikunas.“De certo modo apareceram grupos paramilitares em várias outras cidades ticunas e começaram a atuar de um modo talvez um pouco radical em relação às iniciativas da comunidade”, diz o antropólogo.

Operação Pantera

A cadeia da polícia indígena, com um metro e meio de altura, fica na comunidade de Belém dos Solimões. Na porta, algumas tábuas estão quebradas, porque os presos chutaram a parte interna.

“Quando está muito alterado, nós amarramos e jogamos aqui dentro. No outro dia, a gente tira o preso, leva para ali, chama o cacique ou chama o pastor. Fazemos uma reunião, um julgamento. Pergunta se a pessoa vai fazer de novo ou não. Aí a pessoa vai dizer que não vai fazer mais. Mas muitos repetem, muitos não cumprem”, conta

“Faz mais ou menos uns três meses que não prendo ninguém, é que mandaram parar. O Ministério Público mandou parar, porque teve uma revolta com o pessoal aqui quando nós começamos a trabalhar para acabar com esse negócio da bebida.”

Mas os caciques insistem que a polícia indígena precisa ter armas de fogo para ser respeitada. “O Ministério Público diz que nós, como índio, não precisamos usar a arma. Por quê? Nosso povo é igual ao povo civilizado. Tem revólver, tem pistola, tem machado, e ataca com essas armas em cima de nós. E nós só com cassetete?”, questiona Sosana Bastos.

Ministério Público

A procuradora da República Gisele Dias Bleggi lembra que a legislação não permite o uso de arma de fogo. "O que eles alegam para instituir a polícia indígena é a questão que eles acham que o Estado está sendo muito omisso, o Estado não está dando a proteção que tem que dar para poder garantir a segurança dos membros das próprias comunidades. Arma de fogo, não, arma deles pode. Arma de fogo é proibido, a legislação não permite", diz.

Ela também fala a respeito a aplicação do que chama de "penas cruéis". "Os abusos que violem os direitos humanos, por exemplo, a aplicação de penas cruéis, de tortura e de morte - isso o Ministério Público não pode permitir. A Constituição não permite. O Ministério Público não pode virar as costas, mas o Ministério Público não pode apoiar que os indígenas formem uma organização militarizada”, diz a procuradora Gisele.

A tradição de castigos físicos é muito forte. “Isso aqui é para aqueles que estão muito alterados. Usam a palmatória como castigo e para que a pessoa se acalme”, diz Santo Mestâncio Alexandre, cacique da comunidade indígena Umariaçu 2.

Os índios querem receber do Estado por este serviço de policiamento. “Queremos que o governo federal nos reconheça com salário e queremos que o Congresso nacional reconheça com leis nossa segurança”, diz.

Polícia Militar

O delegado da Polícia Federal Gustavo Henrique Pivoto João diz que não se pode reconhecer este tipo de formação policial. “A Polícia Federal tem como um grupo verdadeiramente de milícia, com raízes até paramilitar. Caso isso venha evoluir para uma situação que eles tenham, por exemplo, armamento, a polícia não concorda. A Polícia Federal não apoia. A Polícia Federal reprime qualquer ação que vá de encontro ao estado democrático de direito, contra os direitos humanos”, afirma.

Para cuidar da área, a polícia conta com três delegados e 34 agentes.

Por meio de nota, a Fundação Nacional do Índio (Funai), órgão responsável pela política nacional em relação aos índios, diz que a criação da "polícia indígena" é ilegal. Quando verifica a ocorrência de crimes, a Funai aciona as forças policiais.

“Há o temor de que esses índios acabem vindo a ser cooptados pelo tráfico de drogas, pelas organizações paramilitares de traficantes”, alerta o delegado da Polícia Federal, Pivoto João.

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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Mensagem de Natal e Ano-Novo

Adoração dos Pastores de Gerrit van Honthorst , 1622, Óleo sobre tela, 164 x 190 cm. Museu Wallraf-Richartz.

Uma vez mais nos cabe a honra e a satisfação de vos falar no umbral de um novo Natal e de um Ano Novo, ano este que estamos certos de que será, a exemplo do ano que ora termina, de grande progresso para o nosso Movimento, a despeito, é claro, das vicissitudes inerentes à marcha de qualquer Movimento que afirme o Primado do Espírito em uma época dominada pelo mais avassalador materialismo; que sustente que o Estado, a Economia, o Direito e a Política ajam conforme a Moral e a Ética e sejam transcendidos por elas em um tempo em que tudo está divorciado dos princípios morais e éticos; que encarne o Espírito da Nobreza em uma era que vive sob o signo do Espírito Burguês e que defenda a Tradição em um Mundo governado pelas forças da antitradição.

Desejamos a todos um feliz e santo Natal e um igualmente feliz e santo Ano Novo. E esperamos que vos lembreis, não somente no dia de Natal, mas em todos os dias de vossas vidas a partir de hoje, de Cristo, de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei e Soberano do Universo, princípio e fim de todas as coisas e Mestre de todos nós.

É por Cristo que nos levantamos neste grande, nobre e belo Movimento em defesa do Brasil Profundo e de suas mais lídimas tradições, sob o lema, elevado como nenhum outro, “Deus, Pátria e Família”. É por Cristo que nos irmanamos em torno da bandeira azul e branca do Sigma, Sigma que é, com efeito, o símbolo pelo qual os primeiros cristãos gregos identificavam SOTEROS, o Salvador, que não é senão, como bem sabeis, o Nosso Senhor Jesus Cristo. É por Cristo, ainda, que pugnamos pelo Solidarismo Cristão, pregando e praticando a Caridade, a Solidariedade, a Harmonia e a Cooperação entre as Pessoas das diferentes classes sociais, bem como a Justiça Social e o fim do iníquo sistema que separou a Economia da Ética e transformou o Trabalho e a Propriedade em simples mercadorias regidas pela lei da oferta e da procura e o Mundo em um vasto mercado governado pelo dinheiro e pelo nefando poder deste e onde os Homens valem por aquilo que têm e não por aquilo que são. É por Cristo, ademais, que queremos instaurar uma Sociedade Orgânica e um Estado movido pela Ética e pela Ética transcendido. É por Cristo, enfim, que nos fazemos soldados, bandeirantes da Tradição e da verdadeira e autêntica Revolução, isto é, da Revolução entendida no mais rigoroso e próprio sentido do termo, isto é, compreendida como uma transmutação integral de valores no sentido de recondução do Homem e da Sociedade ao seu princípio, como reedificação do Homem e da Sociedade autênticos.

Nossa Revolução não é senão a Revolução proposta pelo Servo de Deus Fulton Sheen, isto é, “a verdadeira revolução”, “revolução de dentro para fora”, “revolução que mude os corações”, “revolução semelhante à que descreve o Magnificat, que foi mil vezes mais revolucionário do que o manifesto de Karl Marx, em 1848” [1]. Aliás, o Manifesto do Partido Comunista, de 1848, plágio descarado do Manifesto da democracia no século XIX, de Victor Considérant, nada tem de revolucionário no sentido tradicional do vocábulo, posto que não rompe com as ideias dominantes em seu tempo, tais como o materialismo, o economicismo e o mito do progresso ilimitado do Homem e da Sociedade. Com efeito, o marxismo é, no plano filosófico, um produto da denominada “esquerda hegeliana”; no campo econômico, filho, antes de tudo, do liberalismo inglês de Adam Smith e David Ricardo; no campo político, filho de Rousseau e dos socialistas franceses. Donde a afirmação, reconhecida por diversos marxistas, de que o pensamento de Marx deriva da filosofia alemã, da economia inglesa e da política francesa dominantes em sua época.

Em sua magnífica apresentação à conferência O Rei dos reis, de Plínio Salgado, o historiador e pensador tradicionalista português João Ameal recorda que, “no mais aceso do combate, uma voz poderosa” (a de Plínio Salgado) soara e “um aliado de vulto” (Plínio Salgado) “ocupara, entre nós, o seu posto de primeira linha” e que, ao ser publicada a Vida de Jesus, logo saudara ele “em Plínio Salgado um desses portadores de Verdade que, na hora própria, a Providência suscita”. Pouco adiante afirma o autor de No limiar da Idade-Nova que, na Vida de Jesus, “no fervor e no calor da sua evocação, Plínio Salgado parecia um contemporâneo de Cristo”, e não apenas parecia, mas o era de fato, pois “para ele, como para nós, Cristo está fora e acima do tempo” [2]. Em seguida, evocando a conferência de Plínio Salgado intitulada A aliança do sim e do não, assim aduz o mestre tradicionalista da História de Portugal e de Europa e seus fantasmas:

“’As verdadeiras revoluções’ – escreveu um dia Péguy – ‘consistem essencialmente em mergulharmos nas inesgotáveis fontes da vida interior. Não são os homens superficiais que podem pôr em marcha tais revoluções – mas os homens capazes de ver e de falar em profundidade’. Porque Plínio Salgado é desses homens capazes de ver e de falar em profundidade, porque não se queda nas aparências transitórias e vai direto ao essencial (só o essencial, aliás, o interessa) – respirava-se, à saída da sua conferência, por entre a banal algazarra da noite citadina, uma atmosfera que se poderia chamar, de fato, revolucionária, no sentido mais exato do termo revolução, que significava volta ao ponto de partida. Exortara-nos o orador a voltar ao ponto de partida, ao Senhor e Criador que está na origem de tudo e a quem devemos regressar com humilde e incondicional adesão se queremos merecer que nos ensine o Caminho, a Verdade e a Vida.

“Revolução prodigiosa. Revolução decisiva – a única decisiva! Como poderemos deixar de ser gratos ao grande camarada de armas que veio dar-lhe tão considerável impulso?” [3].

Estamos certos de que os elogios de Ameal a Plínio Salgado – que, aliás, estão presentes em outros trabalhos de sua lavra, a exemplo da conferência São Tomás e a Idade Nova [4] e do livro A Verdade é só uma [5] – chocarão muitos pseudo-tradicionalistas e mesmo alguns tradicionalistas sinceros, que, jamais havendo lido a obra de Plínio Salgado, a julgam ser praticamente o contrário daquilo que realmente é. Com efeito, Plínio Salgado, defensor do Syllabus e adversário do modernismo religioso [6], é um verdadeiro bandeirante da Fé e da Tradição, como foi amplamente reconhecido por grandes pensadores tradicionalistas e autoridades da Igreja d’aquém e d’além mar, de Hipólito Raposo a D. Manuel Gonçalves Cerejeira, Cardeal-Patriarca de Lisboa, de Fernando de Aguiar ao Padre Leonel Franca, de Alberto de Monsaraz ao Padre Moreira das Neves, do próprio João Ameal a D. Manuel Trindade Salgueiro, que entregou sua alma a Deus no cargo de Arcebispo de Évora, de Francisco Elías de Tejada ao Padre Domenico Mondrone...

Feito este breve parêntese, voltemos a tratar da verdadeira Revolução. Esta tem como objetivo a restauração do Homem e da Sociedade em Cristo e, por conseguinte, a restauração da Civilização Cristã e da realeza de Cristo. Assim, fazemos nossas as palavras de Plínio Salgado, quando este nobre Homem de pensamento e de ação, o primeiro, na opinião de Francisco Elías de Tejada, a efetivamente compreender a Tradição Brasileira [7], afirma, no encerramento de sua conferência Primeiro, Cristo!:

“Seja, pois, a exaltação da realeza de Cristo, o coroamento destas palavras. Eu a proclamo, do fundo da minha pequenez, com o ardor de um soldado. E como soldado vos convido ó homens do meu tempo, a aclamarmos o Cristo-Rei, por cujo Reino devemos ir à luta, uma luta diferente, porque não seremos portadores de morte, mas de vida; nem de aflições, mas de consolações, nem de crueza, mas de bondade” [8].

Do mesmo modo, afirmamos, também com o egrégio autor de A Tua Cruz, Senhor, que “a ordem humana só pode repousar na ordem divina” [9], cujos fundamentos “estão na Doutrina Revelada” [10] e que “as soluções para todos os problemas econômicos e políticos, morais e estéticos, derivam, luminosas e puras, dos Evangelhos” [11]. E, já nos havendo nos estendido por demais, finalizamos, ainda com palavras do Mestre da Vida de Jesus e de Psicologia da Revolução:

“Um filósofo francês [Charles Maurras] (...) lançou um slogan famoso: ‘politique d’abord’. Eis que chegado é o momento em que nós, católicos, devemos lançar outro, mais avançado e corajoso, dizendo: ‘Christ d’abord’. Sim; Jesus antes de tudo: o mais virá por acréscimo” [12].

Por Cristo e pelo Brasil!

Victor Emanuel Vilela Barbuy, Presidente Nacional da Frente Integralista Brasileira. São Paulo do Campo de Piratininga, 19 de dezembro de 2010.

Notas:

[1] SHEEN, Fulton J. Filosofias em luta. Trad. De Cypriano Amoroso Costa. Rio de Janeiro: Livraria Agir Editora, 1946, p. 18.

[2] AMEAL, João. Apresentação. In SALGADO, Plínio. O Rei dos Reis. 5ª ed. (em verdade 6ª). In Idem. Primeiro Cristo!. 4ª ed. (em verdade 5ª). São Paulo/Brasília: Editora Voz do Oeste/Instituto Nacional do Livro, 1979, p. 93.

[3] Idem, p. 94.

[4] Idem. São Tomás e a Idade Nova. In Idem. São Tomás de Aquino: iniciação ao estudo de sua figura e de sua obra. 3ª ed., rev. e acresc. com novos apêndices e um quadro biobliográfico. Porto: Livraria Tavares Martins, 1947, pp. 512-513.

[5] Idem. A Verdade é só uma.Porto: Livraria Tavares Martins, 1960, pp. 41-53.

[6] As críticas de Plínio Salgado ao modernismo religioso e sua defesa do Syllabus põem ser encontradas na obra A aliança do sim e do não (SALGADO, Plínio. A aliança do sim e do não. 4ª ed. In Idem. Obras completas. 2ª ed., vol. 6º. São Paulo: Editora das Américas, 1957, pp. 7-105) e em Pio IX e seu tempo (Idem. Pio IX e seu tempo (Prefácio à obra de Villefranche – Pio IX – publicada em 1948 pela Cia. Editora Panorama – S. Paulo). In Idem. Obras Completas. 2ª ed., vol. 11. São Paulo: Editora das Américas, 1957, pp. 359-477).

[7] TEJADA, Francisco Elías de. Plínio Salgado na Tradição do Brasil. Trad. De Gerardo Dantas Barreto. In VÁRIOS. Plínio Salgado, “in memoriam” (volume II – autores estrangeiros). São Paulo: Voz do Oeste/Casa de Plínio Salgado, 1986, p. 70.

[8] SALGADO, Plínio. Primeiro, Cristo!. 4ª ed. (em verdade 5ª). São Paulo/Brasília: Editora Voz do Oeste/Instituto Nacional do Livro, 1979, pp. 26-27.

[9] Idem. O dia do Papa. In Idem. Primeiro, Cristo!, cit., p. 57.

[10] Idem, p. 65.

[11] Idem. Princípios cristãos para o estudo da Sociologia. In Idem. Obras completas. 2ª ed., vol. 19. São Paulo: Editora das Américas, 1957, p. 349.

[12] Idem. Primeiro, Cristo!, cit., pp. 16-17.

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Federação Luterana Mundial - Genebra/Suíça

Lutheran World Federation (Federação Luterana Mundial)

A Federação Luterana Mundial (FLM) é uma comunhão global de igrejas cristãs oriundas da tradição luterana. Fundada em 1947, em Lund, Suécia, a FLM conta hoje com 140 igrejas-membro de 78 países representando cerca de 66,7 milhões de cristãos.

A FLM confessa as Escrituras Sagradas do Antigo e Novo Testamentos como sendo a única fonte e norma de sua doutrina, vida e serviço. A FLM vê, nos três Credos Ecumênicos e nas Confissões da Igreja Luterana, especialmente na Confissão de Augsburgo e no Catecismo Menor de Martin Lutero, a pura exposição da Palavra de Deus.


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A mais alta instância decisória da FLM é a Assembléia, que reúne-se a cada seis anos. Entre uma Assembléia e outra, a FLM é governada pelo seu Conselho, que reúne-se entre cada 12 e 18 meses, e pelo seu Comitê Executivo, que também funciona como diretoria e comitê de pessoal da Federação. O Conselho da FLM compreende o Presidente, o tesoureiro e 48 membros eleitos pela última Assembléia.

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