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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Um terço das espécies de dinossauros nunca existiu, diz teoria

Dinossauros novamente em extinção

A teoria sugere que talvez um terço da especie de dinossauros conhecidas nunca tenha existido.

Muitos dinossauros estão enfrentando a possibilidade de um novo tipo de extinção – uma controvertida teoria sugere que até um terço das espécies conhecidas de dinossauros talvez nem mesmo tenham existido. Isso acontece porque os jovens dinossauros não se assemelham a versões miniaturizadas de seus pais, de acordo com novas análises conduzidas pelos paleontologistas Mark Goodwin, da Universidade da Califórnia em Berkeley, e Jack Horner, da Universidade Estadual de Montana.
Em lugar disso, como os pássaros e alguns outros animais ainda existentes, os exemplares jovens passavam por mudanças físicas dramáticas ao se tornarem adultos. Isso significa que muitos fósseis de dinossauros jovens, entre os quais espécimes aparentados ao tiranossauro rex, podem ter sido identificados erroneamente como exemplares de outras espécies, argumentam os pesquisadores.

Como o tiranossauro rex se tornava um terror

Um dos exemplos fortes que eles oferecem é o do Nanotyrannus. O animal, classificado como um parente de menor porte do tiranossauro rex, agora é visto por muitos especialistas como um exemplo de identificação incorreta, e representaria na verdade um tiranossauro juvenil classificado indevidamente.
Os fósseis que supostamente pertencem à espécie Nanotyrannus têm aparência semelhante à que um tiranossauro rex deveria ter em sua adolescência, apontou Horner em um novo estudo. Isso se deve ao fato de a estrutura craniana de um tiranossauro rex se alterar dramaticamente à medida que o animal crescia, segundo o pesquisador.
O crânio se alterava, de uma forma original alongada para o focinho e mandíbula curtos que nos são mais conhecidos; a mudança acontecia para quer o animal pudesse consumir maior quantidade de alimento. Mas a prova decisiva, de acordo com Horner, foi a descoberta de um dinossauro que tinha tamanho intermediário entre o de um tiranossauro rex adulto e o de um Nanotyrannus.
O Nanotyrannus -na opinião de Horner, efetivamente um jovem tiranossauro- contava com 17 dentes na mandíbula inferior, ante os 12 encontrados nas mandíbulas de tiranossauros adultos. Já o dinossauro de porte intermediário entre ambos contava com 14 dentes em sua mandíbula inferior, o que sugere que o esqueleto tenha pertencido a um tiranossauro rex jovem, que estava em meio à transição de seus dentes iniciais, menores e em formato de lâmina, para o número inferior de dentes molares que a espécie ostentava em seu estágio adulto.

A transformação do triceratope

Os paleontologistas também conseguiram amealhar uma coleção considerável de fósseis de triceratopes, representando animais que morreram em diversos estágios da vida, em um sítio do período cretáceo tardio (145,5 milhões a 65,5 milhões de anos atrás), em Hell Creek, no leste do Estado de Montana.
Os crânios dos dinossauros, cujas dimensões variavam entre as de um prato e as de um crânio humano, provinham de diversos animais. Quando os paleontologistas estudaram os crânios, constataram que os pequenos chifres retos dos animais mais jovens se transformavam, à medida que os animais envelheciam. Os chifres dos animais jovens tinham as pontas para trás, enquanto os dos adultos apontavam para frente.
O folho característico do pescoço do animal também passava por alterações: os ossos triangulares que formavam uma crista em torno do folho nos animais jovens se alongavam e achatavam, formando um escudo em forma de leque, nos exemplares mais velhos.
“Neste projeto de 10 anos, pudemos recolher uma série muito boa sobre o crescimento dos dinossauros, algo que ninguém havia visto antes, e assim acompanhamos essa transformação à medida que ocorria”, disse Goodwin. “Nós fomos capazes de documentar as mudanças extremas que ocorriam ao longo do crescimento, como por exemplo aquela que se refere à orientação dos chifres”, afirmou.

Os pássaros como paralelo

Provas quanto aos motivos dessas mudanças físicas dramáticas nos dinossauros podem ser obtidas em seus mais próximos parentes vivos, dizem os especialistas. Os búceros, por exemplo, não ostentam sua característica estrutura de penas em forma de capacete até que tenham atingido três quartos do tamanho que terão como adultos.
Da mesma maneira que os chifres em um cervo, essas penas ajudam os demais animais a discernir entre os adultos maduros e os jovens. Da mesma forma, as mudanças na aparência dos dinossauros poderiam servir para promover a comunicação visual.
Por exemplo, os chifres ou calombos de cabeça, possivelmente acoplados a variações de cores, podem ter criado identificações visuais inconfundíveis que garantiam que membros de uma espécie se reconhecessem entre eles.
Também podem ter identificado dinossauros como machos ou fêmeas, ou os marcado como animais adultos em busca de reprodução ou jovens que necessitavam de proteção.

Conclusão exagerada?


Hans-Dieter Sues, paleontologista do Museu Nacional de História Natural dos Estados Unidos, em Washington, diz que os cientistas descobriram nos anos 70 que algumas espécies de dinossauros dotados de bicos na verdade representavam formas diferentes de animais em estágios de maturidade distintos, e que portanto o número de espécies identificadas era menor que o originalmente calculado.
Sues, que não participou da nova pesquisa, concorda em que algumas espécies de dinossauros do cretáceo tardio podem na verdade ser exemplares juvenis de outras espécies. “Muitos dinossauros – da mesma forma que muitos vertebrados atuais – mudavam muito de aparência ao crescer”, ele disse.
Mas “algumas dessas conclusões são controversas”, ele acautelou, acrescentando que a ideia de que até um terço das espécies precise de reclassificação representa um exagero. Ele acredita que uma segunda extinção “científica- de dinossauros seja improvável” a não ser que os caçadores de fósseis descubram novos exemplares que provem a teoria. “Testar hipóteses como essa é difícil”, disse, porque “isso requer mais material fóssil do que dispomos atualmente”.

Você quer saber mais?

http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4045451-EI8147,00.html

Brasileiros exibem fóssil com pterossauro de 130 milhões de anos

Jeholopterus ningchengensis

O fóssil do Jeholopterus ningchengensis foi apresentado na UFRJ.

Pesquisadores brasileiros apresentaram nesta quarta-feira, em entrevista coletiva no auditório da Biblioteca do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio (UFRJ), o fóssil com 130 milhões de anos de um pterossauro (réptil voador pré-histórico). Conforme os cientistas, o achado prova que estes dinossauros tinham um “controle de voo absoluto”, o que dá uma nova direção às investigações sobre a espécie.

O esqueleto pré-histórico do Jeholopterus ningchengensis foi encontrado na região da Mongólia interior (China) e apresentado hoje pelo paleontólogo brasileiro Alexander Kellner, que participou do descobrimento ao lado de colegas britânicos, chineses e alemães.

Para Kellner, a importância do achado reside na existência de estruturas nas asas que supõem uma mudança nas teorias que se tinham até o momento sobre o animal e a capacidade de voar. As novas estruturas – conhecidas como picnofibras e actinofibras – foram descobertas graças ao trabalho com raios ultravioleta realizado pelo paleontólogo alemão Helmut Tischlinger.

As picnofibras, semelhantes aos pelos de alguns mamíferos, permitiram aos especialistas, em primeiro lugar, concluir que os pterossauros eram animais endotérmicos – capazes de controlar a temperatura do próprio corpo.

Também graças aos raios ultravioleta os especialistas souberam que as actinofibras, que já eram conhecidas, se estruturam em uma rede de várias camadas, ao contrário do que se achava até o momento. Isso concederia uma maior resistência às asas destes animais, assim como a capacidade para esticá-las e retraí-las à vontade, o que permite um voo estável e com alto controle. As membranas encontradas no pterossauro seriam inclusive mais resistentes que as que apresentam alguns animais voadores atuais, como o morcego.

Para Kellner, a descoberta “elimina os modelos de estudos anteriores”, que indicavam que as asas dos pterossauros só serviriam para planar. O paleontólogo explicou que a descoberta “abre toda uma gama de possibilidades para desencadear novas investigações” em torno destes animais, que não são considerados aves nem dinossauros, apesar de terem coexistido.

O cientista explicou que agora se abre um novo desafio para os pesquisadores, que deverão concluir a composição exata destas estruturas. Até agora, eles trabalharam com a hipótese de que se tratasse de colágeno ou fibras musculares.

Kellner destacou o valor da região da Mongólia Interior, no nordeste da China, onde foi encontrado o fóssil apresentado hoje, e assegurou que no futuro deve chegar muita informação dali, porque a quantidade de fósseis existentes no local é “tremenda”. O paleontólogo também ressaltou a importância da colaboração brasileira para realizar as investigações, já que, segundo o professor, no país se encontram alguns dos melhores exemplares de fósseis de pterossauros.

O estudo foi feito por pesquisadores do Setor de Paleovertebrados do Departamento de Geologia e Paleontologia do Museu Nacional, do Departamento Nacional da Produção Mineral, do Museu Jurássico de Eichstaedt, na Alemanha, e do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia de Pequim, na China.

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http://www.faperj.br/boletim_interna.phtml?obj_id=5679

Túnel misterioso foi descoberto em ruínas mexicanas

Túnel revelador

Um longo túnel selado foi encontrado sob as ruínas de Teotihuacan, no México, e as câmaras que parecem se ramificar podem conter os túmulos de alguns dos primeiros governantes da antiga cidade.



Teotihuacan

Especialistas dizem que uma tumba descoberta seria significativa, porque a estrutura social de Teotihuacan permanece um mistério após quase 100 anos de exploração arqueológica no local, que é mais conhecido pelas Pirâmides da Lua e do Sol.

Nenhuma representação de um governante ou o túmulo de um monarca foi encontrada na cidade, o que diferencia a metrópole das outras culturas pré-hispânicas que divinizaram os seus governantes.

Os arqueólogos tinham suspeitado que houvesse um túnel escondido lá depois de uma tempestade em 2003 que fez a terra afundar-se ao pé do Templo de Quetzacoatl, na área central das ruínas ao norte da Cidade do México.

Desde o ano passado eles começaram a cavar e, após oito meses de escavações, atingiram o teto do túnel 12 metros abaixo da superfície. Eles baixaram uma pequena câmara no corredor de 4 metros de largura, que havia sido esculpido na rocha no início da história de Teotihuacan, e tiveram a primeira visão do espaço que eles dizem ter sido intencionalmente fechado entre 200 e 250 D.C.

Os arqueólogos acreditam que o túnel era o elemento central em torno do qual o resto do cerimonial foi construído. Provavelmente era o lugar mais sagrado. A câmera mostrou que o túnel parece se estender cerca de 37 metros antes de ser bloqueado por uma parede ou um monte.

Imagens scanner mostraram que o túnel se estende para além do bloqueio e termina em uma grande câmara que mede 10 metros de cada lado, encontrando-se quase diretamente abaixo do templo.
Todos os sinais apontam para que seja a tumba de um governante, incluindo as ofertas dos ricos atiradas no túnel no momento em que foi fechado: quase 50 mil objetos de jade, pedra, conchas e cerâmica, incluindo taças de cerâmica de um tipo nunca encontrado antes no local.

O complexo de pirâmides, praças, templos e avenidas já foi o centro de uma cidade de mais de 100.000 habitantes, que pode ter sido a maior e mais influente cidade pré-hispânica da América do Norte na época.

Quase 2.500 anos depois que a cidade foi fundada, e cerca de 2.100 anos após a cultura Teotihuacan começar a florescer, a identidade de seus governantes permanece um mistério. A cidade foi construída por uma cultura relativamente pouco conhecida, que alcançou seu apogeu entre 100 A.C. e 750 D.C. Ela foi abandonada quando os astecas chegaram à região em 1300 e lhe deram o nome de Teotihuacan, que significa “lugar onde os homens se tornam deuses”.

Como não há imagens, nomes ou outras referências aos governantes nos ricos murais e esculturas em pedra de Teotihuacan, alguns especialistas sugerem que a cidade pode ter tido uma liderança compartilhada, com governantes alternando entre seus quatro distritos.

Até o presente momento, os arqueólogos não encontraram nada, mas a possibilidade não é descartada. É necessário pelo menos mais dois meses de escavação antes que os arqueólogos possam realmente entrar no túnel.

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http://www.msnbc.msn.com/id/38579850/ns/technology_and_science-science/

Quebrado o Recorde Mundial de fóssil mais antigo

A esponja mais velha do mundo


Você sabe qual é o fóssil mais antigo de que se tem registro no mundo? A resposta pode te surpreender, mas não se trata de um dinossauro. O título pertence a um caracol chamado Kimberella, que viveu há 555 milhões em áreas onde hoje se localizam Austrália e Rússia (os primeiros dinossauros, bem mais jovens, datam de apenas 230 milhões de anos atrás). O nosso amigo Kimberella, contudo, pode deixar de ostentar o recorde de antiguidade.
Pesquisadores da Universidade de Princeton (New Jersey, EUA) descobriram o fóssil de uma esponja que parece ser um pouco mais velhinho: 635 milhões de anos.
Os pesquisadores descobriram fósseis de múltiplos depósitos glaciais (que possivelmente foram geleiras em algum dia no passado), no sul da Austrália, que pareciam ser pedaços de um mesmo organismo. Trabalhando em conjunto com um estúdio de design, eles reconstruíram o tal organismo digitalmente.
Com a tecnologia, conseguiram reconstituir mais ou menos como funcionava a nossa esponja: não diferia muito das atuais. Um sistema de entrada e saída de água, que é a base para respiração e alimentação do organismo. A diferença é que esta esponja teria uma dura casca de cálcio a revestindo, ao contrário das esponjas de nosso tempo.
Mas os fósseis são a primeira evidência física demonstrando que os animais existiam antes de um evento conhecido como “Snowball Earth” (Terra Bola de Neve), no final do período Criogeniano – entre 850 milhões e 630 milhões de anos atrás -, um determinado tempo onde a Terra seria constituída essencialmente de gelo. Assim, a teoria da Evolução abre-se para ainda mais perguntas, que continuam esperando respostas.

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http://www.nytimes.com/2010/08/24/science/24obfossil.html?partner=rss&emc=rss

Flauta pré-histórica é mais antigo instrumento musical

Uma flauta de 35 mil anos!

Flauta de osso de passaro, possívelmente com 35 mil anos foi descoberta em caverna de Hohle Fels.

Arqueólogos descobriram em uma caverna na Alemanha um artefato pré-histórico que eles consideraram como o mais antigo instrumento musical artesanal já feito: uma flauta de osso de pássaro. Os pesquisadores acreditam que o objeto, datado de 35 mil anos atrás, fortalece a hipótese de que as primeiras populações humanas da Europa tinham uma cultura complexa e criativa. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira pela agência AP.
O achado foi publicado na edição desta semana da revista científica Nature. Conforme o arqueólogo Nicholas Conard, da Universidade de Tuebingen, responsável pelas escavações, a flauta foi montada a partir de 12 fragmentos de osso de abutre que estavam espalhados no interior da caverna de Hohle Fels, no sul do país.
Juntas, as peças dão forma a um instrumento de 22 cm e cinco furos. “É certamente o mais antigo instrumento do mundo”, afirmou o especialista à AP. Outros arqueólogos concordaram com as avaliações feitas por Nicholas Conard.

A flauta foi montada apartir de 12 fragmentos de osso de abutre que estavam espalhados no interior da caverna.

April Nowell, pesquisadora especializada no período paleolítico da Universidade de Victoria, Canadá, disse que a data da flauta antecede a outros instrumentos descobertos, mas não em um período que chegue a surpreender. Nowell não participou da investigação realizada por Conard.
A flauta de Hohle Fels é mais completa e parece ser mais velha do que os fragmentos de osso e marfim de outras sete flautas desenterradas também no sul da Alemanha e documentadas por Conard nos últimos anos. Entre elas está um instrumento de 19 mil anos descoberto na Áustria e um conjunto de 22 flautas de 30 mil anos encontrado nos Pirineus franceses.
A flauta sugere que seres humanos modernos haviam estabelecido uma cultura avançada na Europa há 35 mil anos, disse o arqueólogo Wil Roebroeks, da Universidade de Leiden, na Holanda, e que também não integrou os estudos de Conard. Apesar disso, ele afirma ser difícil saber qual o grau de inteligência ou desenvolvimento social do povo em questão.
Neandertais também viviam na Europa na época em que a flauta foi feita e frequentaram a caverna de Hohle Fels. Tanto Conard quanto Roebroeks acreditam que os vestígios deixados pelas espécies indicam que os artefatos foram criados por humanos.

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http://hypescience.com/flauta-da-era-das-cavernas-e-encontrada-ouca-sua-musica/

Nova teoria afirma que Amazônia pré-colombiana foi populosa

Amazônia Populosa

Gravura do século XVIII, mostra as diferentes tribos que habitavam o continente americano.

Estima-se que a população amazônica pode ter chegado a 20 milhões de pessoas no período antes do descobrimento.
Esqueça a ideia de índios nômades percorrendo uma floresta praticamente inabitada. A
Amazônia pré-colombiana era amplamente habitada, com aldeias muitas vezes mais populosas que as europeias. Havia enorme diversidade cultural e grandes redes de relações entre aldeias próximas aos rios Tapajós, Madeira, Solimões, por exemplo.
Este é o cenário – muito diferente do que foi pintado nos livros de história – que um grupo de arqueólogos de diversos países está conseguindo comprovar a partir de evidências em escavações e estudos na região. Fala-se em mais de 20 milhões de índios habitando a Amazônia antes da chegada de portugueses e espanhóis, (atualmente a população indígena do país é 460 mil pessoas) e que descarta a ideia tradicional de que se tratava de uma região virgem e inabitada.
Também era algo muito diferente do mito do Eldorado com suas cidades feitas de ouro que atraiam o descobridor ibérico. “Este era o modo de entender do colonizador. O que estamos fazendo é contar a história a partir da ótica do índio”, disse a pesquisadora da Universidade Estadual do Amazonas, Helena Lima. “O que sabemos é que estas populações eram muito mais complexas e numerosas e usavam técnicas de manejo bem sofisticadas”, completa.

Eduardo Neves, do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP e coordenador do projeto Amazônia Central, faz uma estimativa mais modesta: cerca de 5,5 milhões de pessoas vivendo na Amazônia pré-colombiana. “Antigamente falava-se em Amazônia como uma coisa só, mas o que vemos aqui é uma variabilidade cultural incrível, tanto de língua quanto de organização política e das aldeias”

Vista aérea de aldeia no Pará. Região pode ter sido muito mais populosa do que se imaginava anteriormente.

Atualmente a densidade demográfica na região amazônica é de uma a duas pessoas por quilômetros quadrados, sendo concentrada em poucas cidades como Iquitos (Peru), Manaus e Belém. O pesquisador colombiano Augusto Oyuela-Caycedo, professor da Universidade da Flórida, diz que antes da chegada dos europeus “provavelmente a população era de três a cinco pessoas por quilômetros quadrado, com povoados com não mais que cinco mil pessoas cada”.
Michael Heckenberger, também do departamento de Antropologia da Universidade da Florida, pesquisou áreas do Alto Xingu e fez uma estimativa de que viviam 50 mil índios em uma área de 20 mil quilômetros quadrados. “Isto consiste em uma população maior que de países da Europa de hoje”, disse.
De acordo com os estudos, as vilas do Alto Xingu eram 10 ou 15 vezes maiores do que as que existem hoje na região. A organização das vilas era composta por uma praça central e circular rodeada por tabas. “As casas formavam um anel perfeito ao longo da periferia da praça e eram cercadas por valetas com 2 quilômetros de comprimento”. De acordo com Heckenberger, no Alto Xingu, onde hoje há uma aldeia, existiam 12.
Em outras regiões do amazonas a configurações das aldeias eram diferentes, com aldeias lineares, voltadas para os rios. “Em relação à organização, elas não eram tribos, mas sociedades em estado incipiente, as evidências arqueológicas indicam um estado expansionista”, disse Oyuela.
Manejo da terra
Uma das provas destas grandes aglomerações e do desenvolvimento da civilização é a terra preta – mudanças na estrutura do solo que permitiam o cultivo. Os estudos mostraram que as plantações eram feitas em pequenas quantidades de terra, cercadas por grandes extensões de florestas. Helena explica que já naquela época se adicionava matéria orgânica e carvão queimado a altas temperaturas para melhorar a qualidade do solo amazônico.
Ela afirma que as grandes populações estavam concentradas na foz dos grandes rios. “Embora sejam exatamente estas as áreas que são mais estudadas”, diz. Nestas regiões observou-se a ocorrência da terra preta.
“Por muitos anos se pensou que a terra preta era resultado de fenômenos naturais como cinzas vulcânicas. A resistência à idéia de que a terra preta foi causada por seres humanos vêm de uma teoria de que a Amazônia era largamente inóspita para o desenvolvimento das sociedades humanas complexas com grandes aldeias”, diz Oyuela, que encontrou terra preta no Alto do Solimões, em 2005, próximo a cidade de Iquitos. A região chamada de Quistococha foi uma grande aldeia que ocupava até 20 hectares até o ano 900 a.D.
Helena afirma que mais de 90% das áreas habitadas hoje na região amazônica, está sobre sítios arqueológicos e as datações são de pelo menos 2 mil anos atrás. Segundo a pesquisadora, em regiões como o alto madeira há datações de terra preta de quatro mil anos atrás, no Médio Amazonas foram encontradas cerâmica e evidências de ocupações agrícola de mais dois mil anos e indícios de cultura nômade de oito mil anos atrás.

Práticas ambientais

Os pesquisadores concordam que os estudos da Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, Europa e EUA, mostram a importância da aprendizagem das práticas do passado dos povos indígenas na gestão da floresta para a produção de alimentos, remédios, madeira.“Os povos indígena têm sido bem sucedidos na administração da floresta e criou a maravilha que chamamos de Amazônia. É por isso que é importante aprender e aplicar as lições positivas destas civilizações, que foram negadas pela história ocidental.

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http://www.amazonia.org.br/

http://www.amazonialegal.com.br/