Segundo
Garcilaso de La Veja, de todos os homens entre 25 e 50 anos, era cobrado o
tributo em forma de trabalho, conhecido algumas vezes como mita. Essa prática também é anterior aos incas só que o
tributo, que anteriormente deveria ser estabelecido e pago ao Kuraka (Chefe do ayllu (Célula
primaria de sua organização política
social e econômica))e à divindade local, passou a ser devido ao Inca e ao
deus Sol. Por meio desse recurso, a administração inca podia empregar massiva mão
de obra, fosse para abrir grandes canais irrigação, fosse para construir uma
estrada, um templo, armazéns ou um palácio para os imperadores. Além disso,
havia o serviço militar, cobrado pelo Estado, que convocava guerreiros dos
quatro cantos do império para compor o poderoso exército incaico.
O
império dispunha para seu uso e distribuição de uma enorme variedade e
quantidade de produtos; para isso, utilizou antiquíssimos padrões e técnicas,
muitas vezes herdados de povos conquistados, aplicando-os em diferentes
ecossistemas: desde a desde desértica costa do Pacífico, passando pelas altas
montanhas da cordilheira, até os Andes amazônicos, que se constituíram na
principal fonte de produtos.
A
diversidade de mercadorias do império era enriquecida por produtos de regiões
além das fronteiras do Tawantinsuyo. Rotas comerciais possibilitavam trocas com
povos de outros lugares do continente; é o caso da estrada conhecida como Peabiru, que ligava o sul do Brasil à
região de Chuquisaca, na atual Bolívia. Essa trilha foi percorrida
no século XVI pelo aventureiro português Aleixo
Garcia, que obteve um grande saque em objetos preciosos de origem andina;
seu trajeto total é calculado em cerca de 3 mil quilômetros, e seu nome, de
origem tupi-guarani, significa “caminho forrado” ou “caminho batido”.
Guerreiro Inca. Imagem: Construindo História Hoje.
Guerreiro Inca. Imagem: Construindo História Hoje.
O conhecimento das técnicas
para aumentar a produção agrícola e de alimentos foi
sistematizado dentro de um universo mágico-religioso e expressou-se mediante
uma ciência de caráter sagrado que, em vez de fragmentária e
especializada com a ciência ocidental, se apresentava como integradora e
holística, coerente com a visão xamânica na qual
o universo assemelha-se a uma gigantesca teia de aranha e o agitar das asas de
uma mosca faz sacudi-la toda.