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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Mitologia egípcia e o conhecimento através dos números. Parte I.



Rá-Atum enfrentando a Serpente Apófis. Imagem: Enciclopédia Larousse.

De acordo com Schwaller de Lubicz, os antigos egípcios usavam deliberadamente a proporção harmônica em sua arte e arquitetura, com base no sistema numérico de pensamento. Era uma visão de mundo abrangente, que incluía a filosofia, a matemática, o misticismo e a teologia.

John Anthony West, um simbolista contemporâneo nos mesmos moldes de Schwaller de Lubicz, acredita que o que atualmente é conhecido como misticismo numérico pitagórico é, na verdade, de origem egípcia, e antecede até mesmo o Egito Antigo.

 Rá-Atum ou Atum. Imagem: Enciclopédia Larousse.

Quando o misticismo numérico é aplicado aos mitos egípcios, torna-se claro que as histórias e a mitologia egípcias são baseadas na compreensão dos números e não no animismo. É uma filosofia, mas não no nosso sentido do termo. Não existem textos explicativos. Mesmo assim, é sistemático, autoconsciente e organizado em princípios que podem ser expressos de maneira filosófica.

Por exemplo, na mitologia egípcia Atum (ou Tum) representa a causa transcendente, o absoluto ou o tudo, o Um, o primeiro e verdadeiro deus e criador que fez o mundo e tudo que nele há. Dentro dele estava o potencial para toda a vida. O nome Atum vem de uma
palavra que significa “completude” ou “totalidade”. Ao considerar a si próprio, ele criou Shu (macho, o neter do ar) e Tefnut (fêmea, o neter da água).

Rá-Atum, aparece usando as coroas do Alto e Baixo Egito. Imagem: Enciclopédia Larousse.

Os antigos egípcios acreditavam que a própria vida manifestava grandes ciclos de existência. No início e no fim de cada ciclo, Atum tomava a forma de cobra ou enguia nas águas primordiais. Alguns egiptólogos interpretaram Atum e a serpente Apófis como as forças positiva e negativa do caos – o estado de desordem da matéria não formada e da consciência infinita que existia antes do universo ordenado.

O deus Shu e a deusa Tefnut, filhos de Atum. Imagem: Construindo História Hoje.

Em mitos posteriores, Ra-Atum e sua filha guerreira Tefnut, enfrentaram uma grande batalha contra as forças do caos para matar a Serpente Apófis debaixo da Árvore Ished, que era uma árvore sagrada em Heliópolis conectada com o destino de todos os seres. Acreditava-se que os nomes dos reis eram escritos nessa árvore ao serem coroados para lhes assegurar que suas vidas seriam perpetuadas. Durante a guerra contras as forças do caos Ra-Atum geralmente assumia a forma de um gato, mangusto ou outro predador de cobras.

Atum na forma de um felino enfrentando a Serpente Apófis. Imagem: Enciclopédia Larousse.

A oposição fundamental, a dualidade ou a polaridade da vida, é descrita no mito que conta o conflito entre Seth e Hórus, resumidamente. Essa alegoria ilustra a natureza do homem propensa ao conflito, e também simboliza o conceito filosófico dos egípcios sobre o número dois.

O conflito entre o deus Hórus e o deus Seth. Imagem: Enciclopédia Larousse.

Leandro Claudir

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 Você quer saber mais? 

MALKOWSKI, Edward F. O Egito Antes dos Faraós: e suas misteriosas origens Pré-históricas. São Paulo: Cultrix, 2010.









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