O desrespeito do Governo Federal com o Ensino Público no Brasil. Imagem: Virtual Udesc.
por Fábio Oliveira Inácio
O ensino brasileiro vive um
momento preocupante, diversas crianças e adolescentes completam o Ensino Fundamental sem saber ler nem escrever, a qualidade do
ensino público está péssima e
proliferam no país universidades particulares que são verdadeiras fábricas de diploma.
O problema dos alunos que
não sabem ler e nem escrever no Brasil é gravíssimo, técnicos do Ministério da Educação afirmam que em certas regiões 75% dos alunos da quarta série não leem e nem escrevem. O sistema de avaliação do Ensino Básico (SAEB) mostrou que no ano de 1999 apenas 10% dos alunos
da quarta série aprendem matemática satisfatoriamente. Com relação à língua
portuguesa apenas 42% dos estudantes têm um desempenho considerado regular.
O reflexo da precariedade do
ensino foi mostrado no PISA – Programa Internacional
de Avaliação de Alunos – onde os estudantes brasileiros
ficaram na última colocação na prova de leitura. Além disso, as escolas públicas também obtiveram a última colocação nas áreas de matemática e Ciências. As escolas particulares conseguiram um resultado um pouco melhor ficando na vigésima quinta e vigésima quarta colocação em matemática e ciências.
Outra prova de que a qualidade do ensino público vai mal foi o exame nacional do ensino médio - o ENEM.O ano de 2001 apresentou o pior resultado da história do exame, motivo: as inscrições gratuitas que foram oferecidas neste ano para os alunos das escolas públicas. Na parte objetiva da prova 67,6% dos alunos foram classificados entre insuficiente e regular, enquanto que apenas 23% dos alunos das escolas particulares, obtiveram essa mesma classificação. Entre os melhores (conceito de bom a excelente) apenas 1,7% pertencia a escola pública, enquanto que 16,2% eram das escolas particulares. Na redação os alunos das escolas públicas também tiveram um péssimo desempenho – apenas 7,3% dos alunos obtiveram o conceito de bom
a excelente.
O
exame também provou que quanto mais baixa a renda dos candidatos pior o seu desempenho. Os alunos na faixa de renda de um a
cinco salários mínimos tiveram os piores resultados. Isso demonstra que a pobreza tem uma
forte correlação com a questão do aprendizado. Portanto, além de mudanças no sistema
educacional é necessário combater a grande desigualdade social que existe no Brasil.
Os problemas na educação
brasileira não ficam restritos apenas ao ensino fundamental e médio, recentemente a Rede Globo apresentou uma reportagem no Fantástico
onde um analfabeto (inscrito no vestibular pela produção do programa) passou em nono lugar para Direito na Universidade Estácio de Sá a segunda maior instituição do País. Outra situação é que embora
a maioria dos professores do ensino público se dediquem com amor a sua profissão estes encontram precárias condições de trabalho: salas lotadas, prédios mal conservados, falta de material pedagógico, bibliotecas e ainda baixos salários. Alguns professores
para terem uma melhor remuneração trabalham manhã, tarde e noite, ficando desgastados e muitas vezes até doentes. Como
vamos conquistar uma educação de qualidade se não cuidamos dos nossos mestres?
Escolas públicas que não conseguem passar os conhecimentos básicos,
professores sem condições de trabalho, universidade privadas que são
verdadeiras fábricas de diplomas, esse é o retrato da educação brasileira.
Medidas como a progressão continuada (fim da repetência) e outras reformas no ensino precisam ser amplamente discutidas com os professores e todos os responsáveis pelo sistema educacional, não adianta empurrar programas e projetos de cima para baixo, pois como demonstram os resultados à tendência é o fracasso.
Medidas como a progressão continuada (fim da repetência) e outras reformas no ensino precisam ser amplamente discutidas com os professores e todos os responsáveis pelo sistema educacional, não adianta empurrar programas e projetos de cima para baixo, pois como demonstram os resultados à tendência é o fracasso.
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