1895 — Nascimento, a 22 de janeiro, na cidade paulista de São Bento do
Sapucaí, filho do farmacêutico Francisco das Chagas Esteves Salgado e da
professora dona Ana Francisca Rennó Cortez. Quando criança, juntamente com seus
irmãos, ouvia preleções de seu progenitor, chefe político do município, em
torno de Caxias e outros grandes vultos da história pátria. Lia muito,
principalmente os clássicos da língua.
1911 — Aos 16 anos, com o falecimento de seu pai, e estudando no Ginásio São
José, em Pouso Alegre (Estado de Minas), teve de voltar para São Bento do
Sapucaí a fim de cuidar de sua progenitora e dos quatro irmãos mais novos.
1913 — Aos 18 anos, cria o Partido Municipalista, juntamente com Gama
Rodrigues, Machado Coelho, Agostinho Ramos e Joaquim Cortez, "para
combater a ditadura do governo estadual" . Esta foi a primeira organização
política brasileira a se voltar para a defesa do município. Aplica-se em sua
cidade a diversas atividades, dirige um clube de futebol, um grupo teatral,
pronuncia conferências é orador oficial em todas as solenidades,é defensor de
réus quando faltavam advogados, funciona como topógrafo judicial e ocupa cargo
de inspetor escolar no município. Lança o semanário local "Correio de São
Bento".
1918 — Casa-se com a senhorita Maria Amélia Pereira, descendente de
tradicional família sãobentista, a qual veio a falecer após um ano, deixando
uma filha, Maria Amélia, com apenas 15 dias, que passou a ser zelada pela avó e
tios.
1919 — Muda-se para São Paulo onde ingressa como suplente de revisor
ascendendo logo a redator, no "Correio Paulistano", porta-voz do
governo estadual na época. Aí trava conhecimento com inúmeros intelectuais e
políticos, a muitos ligando-se por sólida e profunda amizade.
1922 — Realização da Semana de Arte Moderna, cujos principais participantes.
"apontaram novos caminhos, libertações integrais, nacionalismo
espontâneo". Leitura absorvente de Marinetti, Soffici, Apollinaire,
Cocteau,Max Jacob,Cendrars.
1924 — Indicado como Secretário da Coligação Paulista, presidida por Altino
Arantes.
1926 — Publicação de O Estrangeiro. Preocupação com problemaspolíticos,
leituras de Marx, Sorel, Lenin, Trotsky, Riazonov, Plekanov, Fuerbach.
Falecimento de sua progenitora,
1927 — Insistentemente convidado pelo Presidente Júlio Prestes candidatou -se
a deputado estadual e é eleito com grande votação.
1928 — Cria a Prefeitura Sanitária de Campos do Jordão e consegue leis
favoráveis àagricultura paulista. Funda, com Menotti dei Picchia,Cassiano
Ricardo e Motta Filho o Movimento Verde-Amarelista.
1929 — Em 31 de julho, como primeiro ocupante, toma posse da cadeira nº 6, da
Academia Paulista de Letras, sendo patrono da mesma Couto de Magalhães. Posse
conjunta de Plínio Salgado, Menotti del Picchia, Alfredo Ellis Jr., Cassiano
Ricardo, Nuto Sant'Ana e Gofredo da Silva Teles.
1930 — Viagem à Europa e Oriente, como preceptor de um jovem paulistano. Vê as
transformações políticas da Turquia, da Itália, da Alemanha, "lê uma vasta
literatura comunismo que circulava em País", examina a pequena Bélgica,
medita no Egito (sobre o imperialismo inglês), observa observa a anarquia dos
espíritos nas Espanha e a nova ordem de Portugal: "tudo me mostrava a
morte de uma civilização, o advento de uma nova etapa humana". Deflagrada
no Brasil a revolução contra Washington Luis e o sistema político que este
representava.
1931 — Fundação e direção de "A Razão". Artigos diários de
doutrinação política e análise da situação brasileira e internacional.
1932 — Revolução Constitucionalista. Incêndio de "A Razão", Fundação
da Sociedade de Estudos Políticos (SEP). Lançamento do Manifesto de Outubro,
com que se iniciaram as atividades independentes da Ação Integralista
Brasileira, antes um setor de orientação da SEP.
1935 — Intentona comunista no quartel da Praia Vermelha, ocasião em que foram
assassinados covardemente pelos comunistas, na calada da noite, quando dormiam,
indefesos oficiais do Exército Brasileiro, alguns adeptos do Integralismo. Por
telegrama ao Presidente da República é oferecida a ajuda dos Integralistas.
1936 — Casa-se em segundas núpcias com a senhorita Carmela Patti pertencente a
conceituada família radicada em Taquaritinga, Estado de São Paulo, não havendo
filhos deste consórcio.
1937 — Candidatura à Presidência da República, concorrendo com José Américo de
Almeida e Armando Salles Oliveira. Fechamento de todas as organizações
políticas. É convidado para Ministro da Educação, que recusa por não concordar
com os termos da nova constituição. É implantado o Estado Novo.
1938 — Revolta, denominada "integralista" (Dicionário de História do
Brasil, Melhoramentos, São Paulo, 1976, 4ª edição, pág. 469), objetivando a
restauração democrática no Brasil, e que
ocasionou inúmeras prisões e fuzilamentos de membros da Ação
Integralista Brasileira e exílio dos principais lideres.
1939 — Prisão na Fortaleza de Santa Cruz. Exílio para Portugal.
1939-1946 — Intensa atividade cultural e religiosa em Portugal.
1942 — Publicação da Vida de Jesus, cuja primeira edição, lançada em São
Paulo, é apreendida e logo após liberada.