O colapso do socialismo. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.
Nesses dias em que grandes mudanças estarão
ocorrendo no Projeto Construindo História Hoje, e dentre elas uma
reestruturação de layout e afirmação de seus princípios com os estudos históricos,
nacionalistas e ampliando nossa visão dos eventos que movimentam a história de
nossa civilização Hoje. Lembrando que já são mais de 3 anos de caminhada do
Construindo História Hoje desde sua origem. Para darmos inicio a esse novo
começo, estarei analisando junto com os leitores o Colapso do socialismo e seus
desdobramentos. Boa leitura a todos!
Ah lembrando, não esqueçam de acompanhar o
Projeto está semana, pois uma grande novidade está por vir. Aguardo a visita de
todos os amigos e simpatizantes.
CHH
Após a morte de Stalin em 1953, os dirigentes
da URSS iniciaram o processo de desestalinização do regime. Ou seja a liberação
do regime por meio de medidas importantes, como a denúncia dos crimes de guerra
cometidos por Stalin, a revisão dos processos da época estalinista, a anistia e
libertação de presos políticos e uma busca da coexistência pacífica com os
Estados Unidos.
Paralelo a esse processo de reforma iniciado
no Partido Comunista, verificou-se que intelectuais, estudantes e operários começaram
a questionar o regime e procuraram pressionar no sentido de se ampliarem as
reformas. No entanto o Partido não estava disposto a conceder mais do que já
fora estabelecido. Desta forma, em alguns países da Europa Oriental, a situação
tornou-se crítica, caminhando para uma contestação severa ao regime e
provocando violenta repressão por parte da URSS.
Os principais movimentos de contestação ao
modelo soviético forma os ocorridos na Polônia e na Hungria, em 1956 e na
antiga Tchecoslováquia em 1968, este último conhecido como “A Primavera de
Praga”.
Mapa da ex- União Soviética (Clique na Imagem para ampliar). Imagem: Arquivo Pessoal CHH.
Na década de 1980, o nome de Mikhail
Gorbachev tornou-se extremamente conhecido em todo o mundo. Era o novo
dirigente da URSS, empossado em 1985 e que trazia um discurso diferente daquele
dos líderes anteriores. As palavras Perestroika e Glasnost ficaram associadas
ao novo líder.
Perestroika: é a
reestruturação da economia.
Glasnost: é a
designação para abertura política.
Mikhail Gorbachev: Secretário-geral do PCUS e último presidente da ex- URSS. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.
Os motivos para estas mudanças econômicas
e políticas estavam, sem dúvida, na estagnação econômica observada na URSS. O
desenvolvimento, ao longo desse século, de uma estrutura econômica dominada
pela burocracia atingia níveis insuportáveis para a sociedade. Uma ala do
Partido Comunista, percebendo que a continuidade do regime estava ameaçada pela
insatisfação social, elaborou então o projeto de mudanças que Gorbachev
procurou implementar.
No entanto, a resistências as
reformas foram muito grandes, pois muitos setores da burocracia não queriam
perder seus privilégios. Os setores militares também demonstraram sua insatisfação,
uma vez que Gorbachev havia proposto o desarmamento e a diminuição das tropas
na Europa.
Bandeira da ex- União Soviética. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.
Os resultados mais concretos dessa
luta entre os reformadores e os conservadores pôde ser visto em agosto de 1991,
com a tentativa de golpe para tirar Gorbachev do poder. O fracasso do golpe não
impediu que várias repúblicas iniciassem um processo separatista. Várias
tiveram sua independência reconhecida. O governo tentou desesperadamente,
impedir a fragmentação da URSS.
As reformas ressoam
no Leste europeu
As reformas
implantadas por Gorbachev tiveram ressonância no Leste europeu. Ali,
provavelmente as mudanças já foram maiores do que na própria URSS. O fato
marcante é, sem dúvida, a unificação da Alemanha. A parte oriental, que fazia
parte do bloco soviético desde 1945. Na Hungria e na Polônia, as reformas
trazem o pluripartidarismo e as empresas estrangeiras começam se instalar. Na
Romênia e na antiga Tchecoslováquia elege-se novos governos.
Da União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas à Comunidade dos Estados Independentes
Conforme observamos a
ascensão de Gorbatchev, em 1985, deflagrou um profundo e rápido processo de
mudanças na União Soviética, tanto no plano econômico como no plano político
(Perestroika e Glasnost). Estas intensas transformações alteraram inclusive, as
relações externas da União Soviética verificando-se uma aproximação com os
países ocidentais e, principalmente o fim da Guerra Fria.
Boris Yeltsin, primeiro presidente da Rússia pós URSS. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.
Todas essas questões provocaram, em
linhas gerais, as seguintes consequências
1) Reações
dos setores conservadores internos tais como os burocratas do Partido Comunista
que tinham o controle do aparelho de Estado e que formavam a chamada Nomenklatura;
a linha dura das Forças Armadas, inconformada com a nova política de
aproximação com o Ocidente e temerosa dos anseios nacionalistas das várias
repúblicas.
3) A tendência desintegradora da URSS, uma vez
que a enorme diversidade étnica e cultural dos povos que compunham o império
soviético começou a manifestar-se com ímpetos separatistas. Esta nova situação
verificou-se, primeiramente, em relação às repúblicas bálticas (Lituânia,
Letônia e Estônia) que haviam sido integradas a força em 1940 à URSS.
4) Separação
das repúblicas bálticas e reconhecimento de sua autonomia e independência por
parte dos países ocidentais (1991), apesar de uma reação inicial de Gorbachev,
pressionado pela chamada “linha dura” do Partido e das Forças Armadas.
5) O
golpe contra Gorbachev, em agosto de 1991, foi apresentado e justificado pelos
golpistas (a já comentada “linha dura” do Partido) como resultado do
afastamento de Gorbachev devido a uma misteriosa doença que este teria
contraído. A resistência popular foi intensa e, o presidente da Rússia (Bóris
Yeltsin) capitalizou a seu favor a frustrada tentativa golpista, liderando a
resistência e convocando uma greve geral. Não contando com apoio internacional
e, devido a resistência de militares de civis e de várias divisões militares
que se opuseram ao golpe, este não se concretizou. Neste momento, as forças
democráticas foram mais fortes.
Bandeira da Comunidade dos Estados Independentes (CEI). Imagem: Arquivo Pessoal CHH.
As consequências
do frustrado golpe se manifestaram de imediato:
*Crescente perda de poder por parte de
Gorbachev;
*Dissolução
do PCUS (Partido Comunista da União Soviética);
*Renúncia
do próprio Gorbachev ao cargo de secretário-geral do PCUS, já extinto e
colocado na ilegalidade;
*Contenção
da onda separatista que tomou conta de várias repúblicas;
*Fortalecimento da posição de Bóris
Yeltsin.
Em 8 de dezembro de 1991 a Rússia, a Ucrânia
e a Bielorússia assinaram o Acordo de Minsk, proclamando a formação da COMUNIDADE DOS ESTADOS INDEPENDENTES (CEI).
Esta proclamação, na prática, significava o fim da URSS, que surgira em 1922 logo após a Revolução de 1917,
substituída, de fato, pela CEI.
A partir de então, cabe ao comando militar da CEI o controle dos códigos
secretos que acionam os mísseis nucleares. É importante lembrar que o arsenal
atômico da ex-URSS encontra-se em apenas quatro repúblicas: Rússia,
Cazaquistão, Ucrânia e Belarus (ex-Bielorússia).
Ao longo de 1992 e 1993 o que se assistiu foi
a difícil travessia rumo à economia de mercado que, se por um lado deu origem a
um grupo de novos ricos, por outro empobreceu terrivelmente a maior parte da
população das repúblicas. Liberação de preços, fim de controles por parte do
Estado, eliminação de subsídios estatais que contribuíam para que determinados
preços se mantivessem baixos e estáveis (alugueis, combustíveis, transportes e
alimentos) acabaram gerando uma perigosa e crescente onda de insatisfação
popular. Evidentemente, todas estas questões colocam em riscos a própria
democracia e a transição para uma economia de mercado.
Conforme podemos observar através do estudo
do texto, nos anos de 1980 o mundo dito socialista passou por grandes
transformações. Especialmente a partir de 1985, com a ascensão de Gorbachev ao
poder na ex- União Soviética, a decomposição da antiga ordem acelerou-se. A
modernização empreendida pelo então líder soviético acabou produzindo
desdobramentos inimagináveis, culminando com a extinção da própria URSS e o
nascimento da precária Comunidade dos Estados Independentes (CEI), uma
autêntica colcha de retalhos formada por 11 das ex- repúblicas soviéticas. Ao
mesmo tempo, o quadro econômico deteriorou-se rapidamente, enquanto as
condições de vida da esmagadora maioria da população desciam a níveis
alarmantes. Percebeu-se, então, que a transição para uma economia de mercado,
baseada na propriedade privada dos meios de produção, na livre concorrência e
na livre iniciativa, não traria a felicidade desejada e, pelo menos de
imediato, não levaria ao “paraíso capitalista”.
CHH
10/08/2013
Leandro Claudir é criador
e administrador do Projeto Construindo História Hoje e Acadêmico de História
pela Universidade Luterana do Brasil.
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