Marc Léopold Benjamim Bloch. Imagem: http://www.strath.ac.uk/Departments/History/s_adams/annales.htm
A teoria marxista da
História compreende teses a
teoria da História Materialista, (materialismo histórico), que foi uma
proposição efetuada por Marx e que institui uma abordagem economicista para a história da Humanidade.
A historiografia marxista não
tenha conseguido perceber as massas populares como integrantes ativos na
construção da história, embora dominados ou alienados, não empregou um olhar
que ia muito além das balizas teóricas e ideológicas pertinentes ao que se
tinha como quase dogma entre os inspirados seguidores de Marx.
A Escola dos Annales
A
chamada escola dos Annales é um movimento historiográfico que se constitui em
torno do periódico acadêmico francês Annales d'histoire
économique et sociale, tendo se destacado por incorporar métodos
das Ciências Sociais à História; há que referir que o seu nascimento é também
um reflexo da conjunta: estava-mos em 1929,
ano da Grande Crise econômica que assolou os Estados Unidos, bem como a
Europa.
Lucien Febvre. Imagem: http://www.strath.ac.uk/Departments/History/s_adams/annales.htm
A Historiografia Marxista demonstrou ter seus limites. Por causa do grande
enfoque dado nas relações econômicas, os historiadores perceberam que não seria
possível explicar todos os aspectos da vida social. Muitas facetas importantes
para as relações do cotidiano na humanidade não eram abordadas. Hoje se
entende que a História é feita em diversas circunstâncias da vida humana e esta
muito em foco as proposições feitas pela quarta geração da Escola dos Annales
que enfatiza as implicações da cultura na explicação das sociedades.
No entanto, a ênfase
econômica dos estudos realizados pelos historiadores marxistas não abarcou
todos os aspectos da vida das sociedades ao longo da história. O fato é que
aspectos também importantes da vida cotidiana das sociedades na história não
estavam dentro do foco marxista e uma nova história passou a ser escrita.
Atualmente, com novos e ousados métodos de estudo, os aspectos ordinários,
culturais, e não apenas os singulares também interessaram aos novos
historiadores e aos historiadores pós-modernos.
Atualmente há uma tendência produtiva de se partir para o desprezo a
qualquer coisa que “pareça” marxista desde o “fim” da esperança do socialismo
real.
Georges Duby. Imagem: http://www.strath.ac.uk/Departments/History/s_adams/annales.htm
A chamada escola dos Annales é um movimento historiográfico que se
constitui em torno do periódico acadêmico francês Annales d'histoire économique et sociale, tendo se destacado por
incorporar métodos das Ciências Sociais à História; há que referir que o seu
nascimento é também um reflexo da conjunta: estávamos em 1929, ano da Grande
Crise econômica que assolou os Estados Unidos, bem como a Europa: Alemanha e
França, em maior escala: os Annales visam ser como um retrato do espectro de '29, uma
época de mutações, que iria ser como que a catapulta essencial para um novo
tipo de história, a econômica, a social...e empreender um corte na história
política, na história individual, mas, sem a arredar de cena, como a vertente
mais social vinha sendo vitima (era um pouco ostracizada, colocada num patamar
secundário, bem no fundo da história política ou militar...).
Pierre Chaunu. Imagem: http://www.strath.ac.uk/Departments/History/s_adams/annales.htm
Fundada por Lucien Febvre e
Marc Bloch em 1929, propunha-se a ir além da visão
positivista da história como crônica de acontecimentos (histoire événementielle),
substituindo o tempo breve da história dos acontecimentos pelos processos de longa duração,
com o objetivo de tornar inteligíveis a civilização e as
"mentalidades".
A escola des Annales renovou e ampliou o quadro das pesquisas históricas
ao abrir o campo da História para o estudo de atividades humanas até então
pouco investigadas, rompendo com a compartimentação das Ciências Sociais
(História, Sociologia, Psicologia, Economia, Geografia humana e assim por
diante) e privilegiando os métodos pluridisciplinares.1
Em geral, divide-se a trajetória da escola em quatro fases:
Primeira geração - liderada por Marc Bloch e Lucien Febvre.
Segunda geração - dirigida por Fernand Braudel.
Terceira geração - vários pesquisadores tornaram-se diretores, destacando-se a liderança
de Jacques Le Goff e Pierre Nora, além de Philippe Ariès e Michel Vovelle; na
arqueologia, destaca-se Jean-Marie Pesez.
Quarta
geração - a
partir de 1989.
Muitos
colaboradores da Escola de Annales eram conhecidos em Estrasburgo, para
produzir uma análise que rejeitava a ênfase predominante em política,
diplomacia e guerras, característica de muitos historiadores dos séculos XIX
XX, liderados pelos sorbonnistas - designação dada por Febvre.
Os
historiadores dos Annales foram os pioneiros na abordagem do estudo de
estruturas históricas de longa duração ("la longue durée") para
explicar eventos e transformações políticas. Geografia, cultura material e o
que posteriormente os annalistas chamaram mentalidades (ou a psicologia da
época) também eram áreas características de estudo.
Um eminente membro desta escola,
Georges Duby, no prefácio de seu livro "O domingo de Bouvines",
escreveu que a História que ele ensina:
"Rejeitada na fronteira do sensacionalismo, era relutante à
simples enumeração dos eventos, esforçando-se, ao contrário, por expor e
resolver problemas e, negligenciando as trepidações da superfície, procurava
situar no longo e médio prazos a evolução da economia, da sociedade e da
civilização."
Georges
Duby
O estudo da história
usando por base as teorias marxistas tem que ser analisado com bastante
cuidado, principalmente na historiografia atual, devido a descoberta pela historiografia da grande importância da História culturalista
implementado pela 4ª geração da escola dos Annales. Mas é bom lembrar que a economia é produto da
sociedade, e esta é estruturada (genericamente podemos usar o termo formada)
pela cultura (formal ou não). Ou seja, todos os costumes de um homem são
produto de sua cultura, que é produto de sua sociedade.
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