COMUNIDADE GLOBAL
Esse logo é fictício mas expressa um medo real.
A ONU é uma organização criada em 1945, logo após a 2ª Guerra Mundial, como entidade que evitaria que conflitos dessa magnitude voltassem a acontecer. O que realmente parece ter funcionado, mas não muito pelo intermédio da entidade, mas pelo aprendizado do horror que foram aqueles conflitos. De qualquer maneira, a ONU surgiu e com a adesão de 51 países é a maior organização mundial que existe. Essa organização tem moldes suficientes para ser precursora de um governo mundial. E se alguns dizem que isso é mito, essa realidade está em andamento há mais de um século.
Nesse último século que se passou, uma mudança na mentalidade mundial se processou, de forma que hoje os direitos humanos são tão bem vistos que se sobrepõem à idéia de soberania nacional. E se cada vez temos uma adesão em massa à idéia de que se os países não fazem suas mudanças internas, o senso comum baseado nas idéias de direitos humanos é capaz de operar milagres.
No artigo de Shirlei Amaro podemos ver coisas como: "Neste momento, ao invés de atitudes de descaso e medidas de teor político-ideológico extremado, é necessária uma força conjunta, de todas as nações da Terra, para encontrar uma forma de minimizar os efeitos do caos climático sobre o mundo e conseguir donativos através de campanhas globais para apoiar o Programa Mundial de Alimentos da ONU." É exatamente a esse tipo de pensamento a que me refiro.
Há nessa forma de pensar algo de muito assustador, já que a ONU, como organização mundial mediadora de crises, fica com a imagem santa de protetora e salvadora quando tudo mais vai mal. E assim a responsabilidade é puxada para si quando os países, além de lutarem por melhoras internas, são vistos como incompetentes e atrasados. Mas não deixemos de lembrar que a catástrofe em Nova Orleans aconteceu no dito país mais importante, rico e eficiente do mundo. Mesmo assim, a ajuda demorou praticamente uma semana para chegar. A população sem água, comida e da mesma maneira os corpos estavam pelas ruas, o caso era igual e saques comuns.
A dor e o sofrimento humanos, comuns e eternamente presentes na nossa civilização, são utilizados como armas ideológicas justamente por aqueles que defendem que devemos passar por cima de todos os teores político-ideológicos. Dor sempre vai existir, estamos falando de seres humanos, mas o que acontece é que essa idéia é hoje uma ferramenta extremamente eficaz quando utilizada para dizer que os países não sabem lidar com os problemas e as intervenções devem acontecer para remediar as falhas dos governos.
Em tempo: os governos não podem mais aprender a lidar com seus problemas, populações sofrem, de descaso ou não, a soberania deveria ser respeitada, caso contrário estamos no caminho certo para uma extinção das fronteiras e um estabelecimento de um governo mundial.
Nossas relações econômicas já são em grande parte intermediadas por órgãos internacionais, o famoso "risco" de cada país para investimentos é dado por órgão mundial. Os países perdem cada vez mais autonomia quando ingressam em blocos como a União Européia, as sanções são cada vez mais universais. A estrutura interna da ONU é transformada em prol de um governo único e isso se passa despercebido por muitos, e a ideologia para que isso aconteça é fomentada diariamente, agora sim, em cima de sofrimento e dor humanas.
Repentinamente nos veremos apoiando a extinção dos países para que o órgão mundial possa gerir melhor e mais eficientemente nosso dia-a-dia. Intervenções em todos os lugares do mundo serão freqüentes, e as forças militares (aí reside o maior problema) serão mundializadas. Mas, se uma coisa aprendemos com toda a história da nossa civilização, é que o poder em um único ponto causa deformidades, leva inexoravelmente ao abuso, ao descontrole. E se a democracia se baseia em um principio que é a da luta de interesses por blocos de pessoas através da busca do entendimento mútuo, essa tendência que sofremos é justamente a contra mão disso tudo.
E se o apelo da Shirlei, ao dizer "Está na hora de nos unirmos se quisermos que a Humanidade tenha um futuro sobre a Terra. Está na hora de pormos de lado nossas diferenças ideológicas e políticas em prol da nossa própria sobrevivência.", deixa claro que essa realidade já está em pensamento nas pessoas. A humanidade se veste de discurso para um passo que vai contra o próprio princípio da humanidade.
Quem não vê que terminar o sofrimento humano é ilusão, que findar a dor do ser humano é tarefa impossível não pode deixar de olhar com suspeita para um discurso que ganha força e acaba, pela nobreza que carrega às escondidas, se transformando no discurso ideológico mais eficaz, assim como àquelas pessoas que participam do Big Brother que dizem não jogar e assim jogando da melhor maneira. A desculpa do sofrimento humano é a melhor desculpa para transformar o mundo em um único governo detentor de todas as forças militares, e uma vez colocado isso em prática, não haverá força de povo ou discurso ideológico que consiga vencer a ditadura implantada pelo sentimento bondoso da maioria.
Temos que abrir nossos olhos para esse tipo de discurso, sempre presente, mas falacioso em sua base. Ajuda humanitária, quando se transforma em discurso ideológico, é um problema, pois aqueles detentores da ideologia podem manipular à vontade todos que apoiem suas causas. E se uma coisa que o século XX nos ensinou foi justamente que ideologias trazem dor e sofrimento, coisa estranha apoiar ideologicamente a dor e o sofrimento para acabar com os mesmos.
Você quer saber mais?
http://www.onu-brasil.org.br/
A ONU é uma organização criada em 1945, logo após a 2ª Guerra Mundial, como entidade que evitaria que conflitos dessa magnitude voltassem a acontecer. O que realmente parece ter funcionado, mas não muito pelo intermédio da entidade, mas pelo aprendizado do horror que foram aqueles conflitos. De qualquer maneira, a ONU surgiu e com a adesão de 51 países é a maior organização mundial que existe. Essa organização tem moldes suficientes para ser precursora de um governo mundial. E se alguns dizem que isso é mito, essa realidade está em andamento há mais de um século.
Nesse último século que se passou, uma mudança na mentalidade mundial se processou, de forma que hoje os direitos humanos são tão bem vistos que se sobrepõem à idéia de soberania nacional. E se cada vez temos uma adesão em massa à idéia de que se os países não fazem suas mudanças internas, o senso comum baseado nas idéias de direitos humanos é capaz de operar milagres.
No artigo de Shirlei Amaro podemos ver coisas como: "Neste momento, ao invés de atitudes de descaso e medidas de teor político-ideológico extremado, é necessária uma força conjunta, de todas as nações da Terra, para encontrar uma forma de minimizar os efeitos do caos climático sobre o mundo e conseguir donativos através de campanhas globais para apoiar o Programa Mundial de Alimentos da ONU." É exatamente a esse tipo de pensamento a que me refiro.
" A dor e o sofrimento humanos são utilizados como armas ideológicas justamente por aqueles que defendem que devemos passar por cima de todos os teores político-ideológicos "
Há nessa forma de pensar algo de muito assustador, já que a ONU, como organização mundial mediadora de crises, fica com a imagem santa de protetora e salvadora quando tudo mais vai mal. E assim a responsabilidade é puxada para si quando os países, além de lutarem por melhoras internas, são vistos como incompetentes e atrasados. Mas não deixemos de lembrar que a catástrofe em Nova Orleans aconteceu no dito país mais importante, rico e eficiente do mundo. Mesmo assim, a ajuda demorou praticamente uma semana para chegar. A população sem água, comida e da mesma maneira os corpos estavam pelas ruas, o caso era igual e saques comuns.
A dor e o sofrimento humanos, comuns e eternamente presentes na nossa civilização, são utilizados como armas ideológicas justamente por aqueles que defendem que devemos passar por cima de todos os teores político-ideológicos. Dor sempre vai existir, estamos falando de seres humanos, mas o que acontece é que essa idéia é hoje uma ferramenta extremamente eficaz quando utilizada para dizer que os países não sabem lidar com os problemas e as intervenções devem acontecer para remediar as falhas dos governos.
Em tempo: os governos não podem mais aprender a lidar com seus problemas, populações sofrem, de descaso ou não, a soberania deveria ser respeitada, caso contrário estamos no caminho certo para uma extinção das fronteiras e um estabelecimento de um governo mundial.
Nossas relações econômicas já são em grande parte intermediadas por órgãos internacionais, o famoso "risco" de cada país para investimentos é dado por órgão mundial. Os países perdem cada vez mais autonomia quando ingressam em blocos como a União Européia, as sanções são cada vez mais universais. A estrutura interna da ONU é transformada em prol de um governo único e isso se passa despercebido por muitos, e a ideologia para que isso aconteça é fomentada diariamente, agora sim, em cima de sofrimento e dor humanas.
" Repentinamente nos veremos apoiando a extinção dos países para que o órgão mundial possa gerir melhor e mais eficientemente nosso dia-a-dia "
Repentinamente nos veremos apoiando a extinção dos países para que o órgão mundial possa gerir melhor e mais eficientemente nosso dia-a-dia. Intervenções em todos os lugares do mundo serão freqüentes, e as forças militares (aí reside o maior problema) serão mundializadas. Mas, se uma coisa aprendemos com toda a história da nossa civilização, é que o poder em um único ponto causa deformidades, leva inexoravelmente ao abuso, ao descontrole. E se a democracia se baseia em um principio que é a da luta de interesses por blocos de pessoas através da busca do entendimento mútuo, essa tendência que sofremos é justamente a contra mão disso tudo.
E se o apelo da Shirlei, ao dizer "Está na hora de nos unirmos se quisermos que a Humanidade tenha um futuro sobre a Terra. Está na hora de pormos de lado nossas diferenças ideológicas e políticas em prol da nossa própria sobrevivência.", deixa claro que essa realidade já está em pensamento nas pessoas. A humanidade se veste de discurso para um passo que vai contra o próprio princípio da humanidade.
Quem não vê que terminar o sofrimento humano é ilusão, que findar a dor do ser humano é tarefa impossível não pode deixar de olhar com suspeita para um discurso que ganha força e acaba, pela nobreza que carrega às escondidas, se transformando no discurso ideológico mais eficaz, assim como àquelas pessoas que participam do Big Brother que dizem não jogar e assim jogando da melhor maneira. A desculpa do sofrimento humano é a melhor desculpa para transformar o mundo em um único governo detentor de todas as forças militares, e uma vez colocado isso em prática, não haverá força de povo ou discurso ideológico que consiga vencer a ditadura implantada pelo sentimento bondoso da maioria.
Temos que abrir nossos olhos para esse tipo de discurso, sempre presente, mas falacioso em sua base. Ajuda humanitária, quando se transforma em discurso ideológico, é um problema, pois aqueles detentores da ideologia podem manipular à vontade todos que apoiem suas causas. E se uma coisa que o século XX nos ensinou foi justamente que ideologias trazem dor e sofrimento, coisa estranha apoiar ideologicamente a dor e o sofrimento para acabar com os mesmos.
Você quer saber mais?
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