PESQUISE AQUI!

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

São Bento de Nursia. “Ora et Labora”.


 
São Bento de Nursia. Imagem: Museu São Marcos

São Bento de Nursia, abade, viveu entre os anos 480 e 547d.C. É considerado o Patrono da Europa e Patriarca do monaquismo ocidental. Teve por lema “Ora et Labora” (Orai e Trabalhai), representado simbolicamente pelo arado e pela Cruz. 

Monge e teólogo italiano nascido em Núrsia, na Itália central, perto de Spoleto, Itália, fundador da Ordem Beneditina (531) e considerado o patriarca do monasticismo, cujos ensinamentos foram básicos para a fundação das ordens monásticas ocidentais no início da Idade Média. Descendente de uma família aristocrática, foi enviado a Roma para fazer estudos clássicos, mas onde formou o pensamento de que só se escapa do demônio com a reclusão e exercícios religiosos e se tornou eremita. 

Seguiu para Enfide, uma pequena comunidade de estudantes a cerca de 50 km de Roma, passando a morar em uma gruta, perto de Subíaco, nos montes Abruzzi, hoje chamada Dsacro Speco. Com o tempo sua aura de santidade começou a atrair outros seguidores e discípulos que queriam estudar com ele. Convidado pelos monges de Vicóvaro aceitou ser seu Abade, porém impôs regras severas. Um monge chamado Florentius tentou minar o trabalho e o acusou de subversão.

Depois de sofrer um atentado contra a sua vida, fugiu da região de Subíaco para construir um mosteiro em Monte Cassino (529-531), onde redigiu suas célebres normas hoje conhecidas como As Regras de São Benedito, que seria o guia de todas as comunidades monásticas posteriores. No mosteiro ele reuniu vários discípulos, congregando-os em 12 prédios com 12 membros cada um, com ele próprio como superior geral, fundando, assim, a ordem dos beneditinos, e que se transformou em um centro para aprendizado e espiritualidade. 

 São Bento de Nursia como Abade. Imagem: Subiaco (Itália), Gustavo H.

Morreu em 21 de março (547), quando orava no altar. Seu corpo, bem como o da Santa Escolástica, parecem que foram desenterrados durante o assalto a Monte Cassino na Segunda Guerra Mundial. Mas tem uma tradição que diz que foram trasladados para Fleury na França (703). O Papa São Gregório Magno (590-604) escreveu a sua vida e foi proclamado padroeiro da Europa (1964) pelo Papa Paulo VI (1963-1978) e é comemorado no dia 11 de Julho. 

Seu mosteiro de Monte Cassino tornou-se símbolo histórico de resistência, pois foi destruído e reconstruído várias vezes por terremotos e guerras, sendo sua última reconstrução ocorrida após um bombardeio durante a segunda guerra mundial.

Em todo o segundo livro dos Diálogos, Gregório nos ilustra como a vida de São Bento estava imersa em uma atmosfera de oração, principal fundamento de sua existência. Sem a oração não há experiência de Deus.
 
Mas a espiritualidade de Bento não era uma interioridade fora da realidade. Na inquietude e na confusão de seu tempo, ele vivia sob o olhar de Deus e justamente assim não perde mais de vista os deveres da vida cotidiana e o homem com suas necessidades concretas. Vendo Deus, entende a realidade do homem e sua missão. Na sua Regra, ele qualifica a vida monástica como “uma escola do serviço do Senhor” e pede a seus monges que “à Obra de Deus não se anteponha nada” .

Sublinha, porém, que a oração é em primeiro lugar um ato de escuta, que deve pois traduzir-se em ação concreta. “O Senhor espera que nós respondamos todo dia, com fatos, a seus santos ensinamentos”, ele afirma. Assim, a vida do monge se torna uma simbiose fecunda entre ação e contemplação, “a fim de que em tudo Deus seja glorificado”.
 
Em contraste com uma auto-realização fácil e egocêntrica, hoje mesmo exaltada, o primeiro e irrenunciável empenho do discípulo de São Bento é a sincera busca de Deus, sobre o caminho traçado por Cristo humilde e obediente, ao amor do qual ele não deve antepor qualquer coisa e justamente assim, no serviço ao outro, torna-se homem do serviço e da paz.
 
No exercício da obediência transformada em ato com uma fé animada pelo amor, o monge conquista a humildade. Deste modo, o homem se torna sempre mais conforme a Cristo e alcança a verdadeira autorealização como criatura à imagem e semelhança de Deus. 

À obediência do discípulo deve corresponder a sabedoria do Abade, que no mosteiro. Sua figura, delineada como um perfil de espiritual beleza e de exigente empenho, pode ser considerada como um autoretrato de Bento, pois – como escreve Gregório Magno – “o Santo não pode de modo algum ensinar diversamente de como viveu”. 

 São Bento de Nursia. Imagem: Abadia Farfa (Itália), Daniel D.

O Abade deve ser ao mesmo tempo um tenro pai e também um severo mestre, um verdadeiro educador. Inflexível contra os vícios, é, porém, chamado sobretudo a imitar a ternura do Bom Pastor, a “ajudar muito mais que dominar”, a “acentuar mais com os fatos que com as palavras tudo o que é bom e santo” e a “ilustrar os divinos mandamentos com seu exemplo”.
 
Para estar em grau de decidir responsavelmente, o Abade também deve ser alguém que escuta “o conselho dos irmãos”, porque “mesmo Deus revela ao mais

terça-feira, 28 de agosto de 2012

A Pirâmide Perdida de Djedefre.


Reconstrução grafica da Pirâmide de Djedefre. Imagem: History

Durante uma escavação em um lugar afastado do Planalto de Gizé, uma equipe de arqueólogos encontrou evidências de uma quarta pirâmide. Construída pelo Faraó Djedefré (Dyedefra), filho e sucessor de Quéops (Keops), ficou esquecida e soterrada pelas areias do deserto por mais de 5000 anos. 

Uma equipe de arqueólogos foi responsável por descobir essa pirâmide gigante. À medida que escavam nas profundezas das câmaras da pirâmide, as provas mostram que esta é a quarta e última pirâmide de Gizé. A sua construção, há cinco mil anos, foi uma corrida contra o tempo. Em apenas sete anos, entre a sua subida ao poder e a sua morte, o envelhecido faraó Djedefré estava determinado em exceder os

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Crucificação, a mais cruel pena de morte



O texto da cruz em três linguas: hebraíco, latim e grego. Imagem: Notícias de Israel.

Quando as procissões passam pela Via Dolorosa em Jerusalém, no formato das cruzes e nas diferentes liturgias não se reconhece apenas a grande variedade da cristandade mas também a riqueza inesgotável da imaginação religiosa. Se, porém, analisarmos a consumação desse tipo de pena de morte de maneira distanciada de todas as tradições eclesiásticas, uma fria e sóbria realidade arqueológico-científica apaga a aura glorificada que estamos acostumados a ver ao redor da cruz, e ela passa a ser o que era em suas origens – a mais cruel, “mais terrível” (Cícero) e “mais miserável de todas as formas de pena de morte” (Flávio Josefo).

A crucificação como pena de morte chegou até Roma como “morte de escravo”, através da Pérsia de Zoroastro, por meio dos gregos. Para os judeus, a crucificação era desconhecida. Crimes especialmente graves eram castigados no antigo Israel com o apedrejamento ou estrangulamento do condenado, sendo o mesmo depois pendurado no “madeiro maldito”.

“Se alguém houver pecado, passível da pena de morte, e tenha sido morto, e o pendurares num madeiro, o seu cadáver não permanecerá no madeiro durante a noite, mas certamente o enterrarás no mesmo dia.”  (Deuteronômio 21:22-23)

Só pela influência dos gregos, que entraram para a História como “helenistas humanísticos”, a crucificação de pessoas ainda vivas se tornou popular. 

Antíoco Epifânio, o tirano greco-sírio (175-164 a.C), proibiu aos judeus, sob ameaça de crucificação em vida, a prática da circuncisão que lhes era obrigatória. Em 7 d.C. o romano Quintinus Varus mandou pregar na cruz 2.000 judeus revoltosos. A sentença romana soava: “Ibis ad Crucem! – Subirás à cruz!” O historiador Flávio Josefo descreve como incontável o número de judeus que foram mandados à crucifixão pelo procurador romano Félix (52-60 d.C). Segundo o costume romano, os condenados eram crucificados completamente nus.


Ramo de espinhos do "atad". Imagem: Notícias de Israel.

O condenado à morte na cruz era conduzido ao local da execução fora da cidade. Durante o trajeto, ele tinha que carregar a trave horizontal; em seu pescoço era pendurada uma placa com seu nome, sua origem e o crime de que era culpado. A viga vertical já se encontrava, deitado no chão, tinha então suas mãos pregados na trave horizontal que gavia trazido.

Os cravos de 20 cm de comprimento e de 2-3 cm de espessura eram pregados nos pulsos para que o corpo esmorecido não se desprendesse da cruz posteriormente. Depois, a trave horizontal com a pessoa pregada era levantada e encaixada em um entalhe da viga, e os pés da pessoa eram pregados. Os romanos deixavam os crucificados como alimento para as aves. Só os judeus conseguiram o direito especial de tirar os crucificados da cruz. Quando os romanos estavam de bom humor, permitiam que se desse de beber aos infratores uma bebida alucinógena – a fim de amenizar a dor – uma mistura de mirra e vinagre ou vinho. Em troca, entretanto, os romanos zombavam antes dos condenados e os coroavam como reis, colocando em suas cabeças coroas de espinhos, trançadas com ramos novos do “atad” (Zizipus lotus), cujos espinhos alcançam 12 cm de comprimento e são terrivelmente dolorosos.


Foto de osso dos pés com cravo de crucificação encontrado em Jerusalém. Imagem: Notícias de Israel.

Devido à variedade de idiomas falados pela população que vivia em Jerusalém, uma placa era confeccionada em três línguas, em

domingo, 26 de agosto de 2012

Educadores Multiplicadores



É com grande satisfação que venho anunciar o ingresso do blogue Construindo História Hoje à Rede de Blogues Educadores Multiplicadores.

Por meio dos Educadores Multiplicadores será possível compartilhar e trocar experiências com outros educadores e assim beneficiando a cultura e os blogues participantes. Tornando-se melhores mecanismos de auxilio na Educação.

Se você também possui um blogue e deseja fazer parte dos Educadores Multiplicadores, acesse: http://www.educadoresmultiplicadores.com.br, e informe-se como participar.

Agradecimentos ao Professor Gilberto Cantu que indicou o Construindo História Hoje aos Educadores Multiplicadores.

Leandro Claudir

Você quer saber mais?




sábado, 25 de agosto de 2012

Permanência do Fenômeno Revolucionário. PARTE II.


Permanência do Fenômeno Revolucionário. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

Matéria e espírito – O critério a que subordino minha crítica, não exclui, pois, a necessidade e permanência das Revoluções. Mas essa necessidade não é biológica e essa permanência não obedece ao determinismo materialista; pelo contrário: uma e outra se explicam segundo os impositivos do Espírito Humano, mundo a parte, perpetuamente criador e modificador, agindo paralelamente ao desenvolvimento das forças materiais das sociedades, contendo em si mesmo a sua própria dialética, exprimindo-se segundo o seu próprio sentido.

De um lado, perpetuando a evolução das Espécies, determinando o crescimento social, multiplicando os fatos objetivos da história, as energias cegas da Matéria e da Força, conjugando-se em renovados efeitos; de outro lado, prolongando indefinidamente o rumo da Civilização no que esta tem de ético, especulativo, artístico ou religioso, as energias poderosas do Espírito, exprimindo-se em Afirmação e em Negação, criando as dúvidas fecundas e as certezas triunfais.

Os dois planos da História – A Humanidade caminha segundo esses dois planos: o primeiro coletivo, global, movimento de massa, rumos inconscientes de povos; o segundo, individual, singular, atitude isolada do Homem, desferindo impulsos modificadores.

Esses impulsos, porém não podem ser anacrônicos ou antecipados, a menos que se  conferisse um poder absoluto à faculdade criadora do Homem. Neste caso, teríamos de aceitar, não dois mundos autônomos, e sim dois mundos isolados, gravitando segundo centros próprios de equilíbrios originados de essências diversas. Não teríamos uma concepção útil e bela, modificadora de uma “verdade provisória” (para usarmos a Expressão fantasista de Vahinger), mas uma verdade opondo-se a outra verdade.

Aceitamos a gravitação harmoniosa dos contrários. Um mundo de fatos históricos girando em torno da ideia suscitadora de novas expressões. A ideia marcha como o sol, em torno de outros sóis; por isso, como os planetas sem luz própria e subordinados a um sistema, jamais os fatos históricos se repetem nas mesmas circunstâncias.

A comparação na História – Nada mais inseguro do que a comparação histórica. Na matéria dos acontecimentos há apenas a considerar a sua substância e esta é a lição sintética que nos deixou a ciência de Maquiavel.

Porque as circunstâncias de espaço, de tempo, de volume, de massas e de energia desenvolvida desfiguram os episódios de cada ciclo considerado. E também a força da ideia e a capacidade e possibilidade de ação, a localização das incidências das energias revolucionárias variam em cada momento histórico.

Essa variabilidade demonstra o valor consciente da Idéia-Força em relação ao valor inconsciente do Fato Histórico.

Realmente. Cada Revolução, objetivando restabelecer um equilíbrio perdido, desloca certa soma de força que:

1°) ou não chega a corresponder a um quantum matemàticamente preciso;
2°) ou leva um superávit de energia;
3°) ou não se distribui proporcionalmente.

Revolução e Espírito – O inconsciente não erra. Não que lhe repugne o erro; mas pelo fato da nenhuma significação para ele, da verdade ou do erro. Em qualquer sentido que se desenvolva, o inconsciente está certo, ou melhor, está conforme a sua natureza, que não é certa nem errada,  segundo o interesse do Homem.

A Ideia Revolucionária – A ideia é, pois, pelo fato de poder manifestar-se errada ou certa, o resultado das elaborações do Espírito fora dos impositivos da matéria inconsciente. A Ideia Revolucionária, portanto, transcende ao materialismo histórico e ao determinismo evolucionista.

A Ideia é autônoma, justamente porque

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Permanência do Fenômeno Revolucionário. PARTE I.


A Revolução Espiritual. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

Revolução e Espírito – Antes de procurar traçar o  perfil psicológico da Revolução Brasileira, desejo por em evidência os valores reais da Revolução Universal. E quando digo valores, não me refiro a méritos, muito menos a pessoas, e sim aos fenômenos que me parecem mais expressivos nos acontecimentos históricos.

Não condeno nem louvo as revoluções. Aceito-as, considerando-as uma necessidade tão permanente nos povos como todos os movimentos na natureza.

Não se invectiva uma tempestade ou um terremoto.

O progresso do Espírito Humano realiza-se ao ritmo das revoluções. Esta  afirmativa não exclui a concepção finalista da Sociedade e do Estado: toma entretanto, as civilizações como fisionomias em perpétua mobilidade.

Considero o fenômeno histórico necessário, pelo simples motivo de se ter verificado. Todo acontecimento social realizado torna-se imediatamente um ponto de partida, estabelecendo uma intransponível barreira a qualquer tentativa de regresso.

Os fatos e experiências anteriores ao último sucesso histórico servem apenas como fontes subsidiárias de contribuição ao novos rumos.

A História -  A História é a crônica do desenvolvimento e da transformação do Espírito dos Povos lnuma aspiração de perfectibilidade.

A consideração, entretanto, do fato histórico segundo o critério da necessidade não deve implicar na aceitação do fatalismo cego a que se reduz, em última análise, a concepção determinista.

É aqui que devemos reivindicar à ação da Idéia a sua capacidade de interferência transformadora.

O critério evolucionista da História aprecia o homem segundo o impositivo da seleção natural da Espécie;  o hegeliano segundo a dinâmica dos contrários do movimento social;  o individualista estampa nas figuras de  Carlyle o poema solitário dos heróis.

Nenhum desses critérios aprecia a jornada ininterrupta do  Espírito e ela me parece tão evidente como a transformação das Espécies.

É preciso visionar a Humanidade em conjunto, nos lineamentos gerais de suas expressões, para se verificar que todos os movimentos revolucionários forma úteis e parece terem obedecido a leis imprescritíveis.

Essas leis dizem respeito, evidentemente, à capacidade modificadora do Espírito Humano.

Os heróis -  O “heróis” de Carlyle, como o Super-Homem de Nietzsche, não é mais do que o intérprete oportuno na hora de ruptura de um equilíbrio social anterior, determinando a angústia da procura de