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sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Sucessão Apostólica

O principio “colegial” da Igreja consiste em que Cristo confiou a totalidade da fé a uma comunhão de doze Apóstolos, cujos sucessores conduzem a Igreja sob a presidência do ministério petrino; na base desta dimensão colegial são imprescindíveis os concílios da Igreja. A multiplicidade dos dons espirituais a universalidade da Igreja tornam-se também fecundas outras instituições da geral, como os sínodos e os conselhos.

Como sucessor de São Pedro e cabeça do colégio dos bispos, o PAPA* é garantia da unidade da igreja. Ele possui a mais alta autoridade pastoral, quer doutrinal quer disciplinar.
Jesus concedeu a São Pedro uma singular precedência entre os Apóstolos, que fez dele a superior autoridade na Igreja primitiva (ROMA). A igreja local que São Pedro dirigia e o lugar do seu martírio o tornou-se, após a sua morte, o ponto orientador da jovem Igreja. Cada comunidade devia estar em consonância com Roma, o que se tornou a medida da fé correta, íntegra e genuína. 

Até o momento presente, cada BISPO* de Roma, tal como São Pedro, tem sido o supremo pastor da Igreja, cuja cabeça é, na verdade, Cristo; só assim o Papa é “representante de Cristo na Terra”. Como autoridade superior na pastoral e no ensino, vela pela transmissão pura da fé. Em casos necessários, deve revogar nomeações ou exonerar ministros ordenados por causa de erros graves de fé ou moral no exercício de seu ministério. A unidade da fé e da moral, garantida pelo ministério pastoral em cujo topo se encontra o Papa, produz, em parte, a capacidade de resistência e a difusão da Igreja Católica.  
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*Papa (do grego. Pappas): é o sucessor do Apóstolo São Pedro, bispo de Roma. Como São Pedro fora já o primeiro entre os Apóstolos, o Papa, seu sucessor, tem a presidência do colégio dos bispos. Como representante de Cristo, é o pastor supremo da Igreja.

*Bispo (do grego episkoperin) é um sucessor dos Apóstolos e guia uma diocese (Igreja local); como membro do colégio dos bispos, participa, sob a orientação do Papa, no cuidado da Igreja universal.

Lista histórica de sucessão papal desde Pedro

(267) 2013 - ... - Francisco (Jorge Mario Bergoglio)
(266) 2005 - 2013 - Bento XVI (Joseph Ratzinger)
(265) 1978 - 2005 - João Paulo II (Karol Woityla)
(264) 1978 - 1978 - João Paulo I (Albino Luciani)
(263) 1963 - 1978 - Paulo VI (Giovanni Battista Montini)
(262) 1958 - 1963 - João XXIII (Angelo Giuseppe Roncalli)
(261) 1939 - 1958 - Pio XII (Eugenio Pacelli)

(260) 1922 - 1939 - Pio XI (Achille Ratti)
(259) 1914 - 1922 - Bento XV (Giacomo Marchese della Chiesa)
(258) 1903 - 1914 - Pio X (Giuseppe Sarto)
(257) 1878 - 1903 - Leão XIII (Giocchino Vincenzo de Pecci)
(256) 1846 - 1878 - Pio IX (Giovanni Conte Mastai-Ferretti)
(255) 1831 - 1846 - Gregório XVI (Bartolomeo Cappellari)
(254) 1829 - 1830 - Pio VIII (Francesco Saverio Castiglioni)
(253) 1823 - 1829 - Leão XII (Annibale della Genga)
(252) 1800 -1823 - Pio VII (Luigi Barnaba Chiaramonti)
(251) 1775 - 1799 - Pio VI (Giovanni Angelo Conte Braschi)

(250) 1769 - 1774 - Clemente XIV (Lorenzo Ganganelli)
(249) 1758 - 1769 - Clemente XIII (Carlo Rezzonico)
(248) 1740 - 1758 - Bento XIV (Prospero Lambertini)
(247) 1730 - 1740 - Clemente XII (Lorenzo Corsini)
(246) 1724 - 1730 - Bento XIII (Pietro Francesco Orsini)
(245) 1721 - 1724 - Inocêncio XIII (Michelangelo Conti)
(244) 1700 - 1721 - Clemente XI (Giovanni Francesco Albani)
(243) 1691 - 1700 - Inocêncio XII (Antonio Pignatelli)
(242) 1689 - 1691 - Alexandre VIII (Pietro Ottoboni)
(241) 1676 - 1689 - Inocêncio XI (Benedetto Odescalchi)

(240) 1670 - 1676 - Clemente X (Emilio Altieri)
(239) 1667 - 1669 - Clemente IX (Giulio Rospigliosi)
(238) 1655 - 1667 - Alexandre VII (Fabio Chigi)
(237) 1644 - 1655 - Inocêncio X (Giambattista Pamphili)
(236) 1623 - 1644 - Urbano VIII (Maffeo Barberini)
(235) 1621 - 1623 - Gregório XV (Alessandro Ludovisi)
(234) 1605 - 1621 - Paulo V (Camillo Borghesi)
(233) 1605 - Leão XI (Alessandro Ottaviano de Medici)
(232) 1592 - 1605 - Clemente VIII (Ippolito Aldobrandini)
(231) 1591 - Inocêncio IX (Giovanni Antonio Facchinetti)

(230) 1590 - 1591 - Gregório XIV (Niccolo Sfondrati)
(229) 1590 - Urbano VII (Giambattista Castagna)
(228) 1585 - 1590 - Sisto V (Felici Peretti)
(227) 1572 - 1585 - Gregório XIII (Ugo Boncompagni)
(226) 1566 – 1572 - Pio V (Michele Ghislieri)
(225) 1559 - 1565 - Pio IV (Giovanni Angelo de Medici)
(224) 1555 - 1559 - Paulo IV (Gianpetro Caraffa)
(223) 1555 - Marcelo II (Marcelo Cervini)
(222) 1550 - 1555 - Júlio III (Giovanni Maria del Monte)
(221) 1534 - 1549 - Paulo III (Alessandro Farnese)

(220) 1523 - 1534 - Clemente VII (Giulio de Medici)
(219) 1522 - 1523 - Adriano VI (Adriano de Utrecht)
(218) 1513 - 1521 - Leão X (Giovani de Medici)
(217) 1503 - 1513 - Júlio II (Giuliano della Rovere)
(216) 1503 - Pio III (Francesco Todeschini-Piccolomini)
(215) 1492 - 1503 - Alexandre VI (Rodrigo de Bórgia
(215) 1484 - 1492 - Inocêncio VIII (Giovanni Battista Cibo)
(214) 1471 - 1484 - Sisto IV (Francesco della Rovere)
(213) 1464 - 1471 - Paulo II (Pietro Barbo)
(212) 1458 - 1464 - Pio II (Enea Silvio de Piccolomini)

(211) 1455 - 1458 Calisto III (Alfonso de Bórgia)
(210) 1447 - 1455 Nicolau V (Tomaso Parentucelli)
(209) 1431 - 1447 Eugênio IV (Gabriel Condulmer)
(208) 1417 - 1431 Martinho V (Odo Colonna)
(207) 1406 - 1417 Gregório XII (Angelo Correr)
(206) 1404 - 1406 Inocêncio VII (Cosma de Migliorati)
(205) 1389 - 1404 Bonifácio IX (Pietro Tomacelli)
(204) 1378 - 1389 Urbano VI (Bartolomeo Prignano)
(203) 1370 - 1378 Gregório XI (Pedro Rogerii)
(202) 1362 - 1370 Urbano V (Guillaume de Grimoard)

(201) 1352 - 1362 - Inocêncio VI (Etienne Aubert)
(200) 1342 - 1352 - Clemente VI (Pierre Roger de Beaufort)
(199) 1334 - 1342 - Bento XII (Jacques Fournier)
(198) 1316 - 1334 - João XXII (Jacques Duèse)
(197) 1305 - 1314 - Clemente V (Bertrand de Got)
(196) 1303 - 1304 - Bento XI (Nicolau Boccasini)
(195) 1294 - 1303 - Bonifácio VIII (Bento Gaetani)
(194) 1294 - Celestino V (Pietro del Murrone)
(193) 1288 - 1292 - Nicolau IV (Girolamo Masei de Ascoli)
(192) 1285 - 1287 - Honório IV (Giacomo Savelli)

(191) 1281 - 1285 - Martinho IV (Simão de Brion)
(190) 1277 - 1280 - Nicolau III (Giovanni Gaetano Orsini)
(189) 1276 - 1277 - João XXI (Pedro Juliani)
(188) 1276 - Adriano V (Ottobono Fieschi)
(187) 1276 - Inocêncio V (Pedro de Tarantasia)
(186) 1271 - 1276 - Gregório X (Teobaldo Visconti)
(185) 1265 - 1268 - Clemente IV (Guido Fulcodi)
(184) 1261 - 1264 - Urbano IV (Jacques Pantaleon de Troyes)
(183) 1254 - 1261 - Alexandre IV (Reinaldo, conde de Segni)
(182) 1243 - 1254 - Inocêncio IV (Sinibaldo Fieschi)

(181) 1241 - Celestino IV (Gaufredo Castiglione)
(180) 1227 - 1241 - Gregório IX (Hugo, conde de Segni)
(179) 1216 - 1227 - Honório III (Censio Savelli)
(178) 1198 - 1216 - Inocêncio III (Lotário, conde de Segni)
(177) 1191 - 1198 - Celestino III (Jacinto Borboni-Orsini)
(176) 1187 - 1191 - Clemente III (Paulo Scolari)
(175) 1187 - Gregório VIII (Alberto de Morra)
(174) 1185 - 1187 - Urbano III (Humberto Crivelli)
(173) 1181 - 1185 - Lúcio III (Ubaldo Allucingoli)
(172) 1159 - 1180 - Alexandre III (Rolando Bandinelli de Siena)

(171) 1154 - 1159 - Adriano IV (Nicolau Breakspeare)
(170) 1153 - 1154 - Anastácio IV (Conrado, Bispo de Sabina)
(169) 1145 - 1153 - Eugênio III (Bernardo Paganelli de Montemagno)
(168) 1144 - 1145 - Lúcio II (Gherardo de Caccianemici)
(167) 1143 - 1144 - Celestino II (Guido di Castello)
(166) 1130 - 1143 - Inocêncio II (Gregorio de Papareschi)
(165) 1124 - 1130 - Honório II (Lamberto dei Fagnani)
(164) 1119 - 1124 - Calisto II (Guido de Borgonha, Arcebispo de Viena)
(163) 1118 - 1119 - Gelásio II (João de Gaeta)
(162) 1099 - 1118 - Pascoal II (Rainério, monge de Cluny)

(161) 1088 - 1099 - Urbano II (Odo, Cardeal-Bispo de Óstia)
(160) 1086 - 1087 - Vítor III (Desidério, abade de Monte Cassino)
(159) 1073 - 1085 - Gregório VII (Hildebrando, monge)
(158) 1061 - 1073 - Alexandre II (Anselmo de Baggio)
(157) 1059 - 1061 - Nicolau II (Geraldo de Borgonha, Bispo de Florença)
(156) 1057 - 1058 - Estevão X (Frederico, abade de Monte Cassino)
(155) 1054 - 1057 - Vitor II (Geraldo de Borgonha, Bispo de Florença)
(154) 1049 - 1054 - Leão IX (Bruno, conde de Egisheim-Dagsburg)
(153) 1048 - Dâmaso II (Poppo, conde de Brixen)
(152) 1047 - 1048 - (Teofilato de Túsculo) - 3º Pontificado

(152) 1046 - 1047 - Clemente II (Suidgero de Morsleben)
(151) 1045 - 1046 - Gregório VI (João Graciano Pierleone)
(150) 1045 - Bento IX (Teofilato de Túsculo) - 2º Pontificado
(149) 1045 - Silvestre III, romano
(148) 1033 - 1045 - Bento IX (Teofilato de Túsculo) - 1º Pontificado
(147) 1024 - 1032 - João XIX (conde de Túsculo)
(146) 1012 - 1024 - Bento VIII (conde de Túsculo)
(145) 1009 - 1012 - Sérgio IV (Pietro Buccaporci)
(143) 1003 - 1009 - João XVIII (João Fasano de Roma)
(142) 1003 - João XVII (Giovanni Sicco)

(141) 999 - 1003 - Silvestre II (Gerberto de Aurillac)
(140) 996 - 999 - Gregório V (Bruno de Carínthia)
(139) 985 - 996 - João XV
(138) 983 - 984 - João XIV (Pedro Canipanova)
(137) 974 – 983 - Bento VII
(136) 972 – 974 - Bento VI
(135) 965 - 972 - João XIII (João de Nardi)
(134) 964 - Bento V
(133) 963 - 965 - Leão VIII
(132) 955 - 964 - João XII

(131) 946 - 955 - Agapito II
(130) 942 - 946 - Marino II (ou Martinho III)
(129) 939 - 942 - Estevão IX
(128) 936 - 939 - Leão VII
(127) 931 - 935 - João XI
(126) 928 - 931 - Estevão VIII
(125) 928 - Leão VI
(124) 914 - 928 - João X (João de Tossignano, Arcebispo de Ravena)
(123) 913 - 914 - Lando
(122) 911 - 913 - Anastácio III

(121) 904 - 911 - Sérgio III
(120) 903 - Leão V
(119) 900 - 903 - Bento IV
(118) 898 - 900 - João IX
(117) 897 - Teodoro II
(116) 897 - Romano
(115) 896 - 897 - Estevão VII
(114) 896 - Bonifácio VI
(113) 891 - 896 - Formoso
(112) 885 - 891 - Estevão VI

(111) 884 - 885 - Adriano III
(110) 882 - 884 - Marino I (ou Martinho II)
(109) 872 - 882 - João VIII
(108) 867 - 872 - Adriano II
(107) 858 - 867 - Nicolau I
(106) 855 - 858 - Bento III
(105) 847 - 855 - Leão IV
(104) 844 - 847 - Sérgio II
(103) 827 - 844 - Gregório IV
(102) 827 - Valentim

(101) 824 - 827 - Eugênio II
(100) 817 – 824 - Pascoal I
(99) 816 – 817 - Estevão V
(98) 795 – 816 - Leão III
(97) 772 – 795 - Adriano I
(96) 768 – 772 - Estevão IV
(95) 757 – 767 - Paulo I
(94) 752 – 757 - Estevão III
(93) 752 - Estevão [II] (pontificado de apenas 4 dias)
(92) 741 – 752 - Zacarias

(90) 731 – 741 - Gregório III
(89) 715 – 731 - Gregório II
(88) 708 – 715 - Constantino
(87) 708 - Sisínio
(86) 705 – 707 - João VII
(85) 701 – 705 - João VI
(84) 687 – 701 - Sérgio I
(83) 686 – 687 - Cônon
(82) 685 – 686 - João V
(81) 683 – 685 - Bento II

(80) 682 – 683 - Leão II
(79) 678 – 681 - Agatão
(78) 676 – 678 - Dono
(77) 672 – 676 - Adeodato II (ou Deusdedite II)
(76) 657 – 672 - Vitaliano
(75) 654 – 657 - Eugênio I
(74) 649 – 655 - Martinho I
(73) 642 – 649 - Teodoro I
(72) 640 – 642 - João IV
(71) 638 – 640 - Severino

(70) 625 – 638 - Honório I
(69) 619 – 625 - Bonifácio V
(68) 615 – 618 - Adeodato I (ou Deusdedite I)
(67) 608 – 615 - Bonifácio IV
(66) 606 – 607 - Bonifácio III
(65) 604 – 606 - Sabiniano
(64) 590 – 604 - Gregório I Magno
(63) 579 – 590 - Pelágio II
(62) 575 – 579 - Bento I
(61) 561 – 574 - João III

(60) 556 – 561 - Pelágio I
(59) 537 – 555 - Vigílio
(58) 536 – 537 - Silvério
(57) 535 – 536 - Agapito I (ou Agapeto)
(56) 533 – 535 - João II
(55) 530 – 532 - Bonifácio II
(54) 526 – 530 - Félix III
(53) 523 – 526 - João I
(52) 514 – 523 - Hormisdas
(51) 498 – 514 - Símaco

(50) 496 - 498 - Anastácio II
(49) 492 - 496 - Gelásio I
(48) 483 - 492 - Félix II
(47) 468 - 483 - Simplício
(46) 461 - 468 - Hilário (ou Hilaro)
(45) 440 - 461 - Leão I Magno
(44) 432 - 440 - Sisto III
(43) 422 - 432 - Celestino I
(42) 418 - 422 - Bonifácio I
(41) 417 - 418 - Zózimo

(40) 402 - 417 - Inocêncio I
(39) 399 - 402 - Anastácio I
(38) 384 - 399 - Sirício
(37) 366 - 384 - Dâmaso I
(36) 352 - 366 - Libério
(35) 337 - 352 - Júlio I
(34) 336 - Marcos
(33) 314 - 335 - Silvestre I
(32) 310 - 314 - Melcíades
(31) 309 - 310 - Eusébio

(30) 307 - 309 - Marcelo I
(29) 296 - 304 - Marcelino
(28) 282 - 296 - Caio
(27) 274 - 282 - Eutiquiano
(26) 268 - 274 - Félix I
(25) 260 - 268 - Dionísio
(24) 257 - 258 - Sisto II
(23) 254 - 257 - Estevão I
(22) 253 - 254 - Lúcio I
(21) 251 - 253 - Cornélio

(20) 236 - 250 - Fabiano
(19) 235 - 236 - Antero
(18) 230 - 235 - Ponciano
(17) 222 - 230 - Urbano I
(16) 217 - 222 - Calisto I
(15) 199 - 217 - Zeferino
(14) 189 - 199 - Vítor I
(13) 174 - 189 - Eleutério
(12) 166 - 174 - Sotero
(11) 154 - 165 - Aniceto

(10) 143 - 154 - Pio I
(9) 138 - 142 - Higino
(8) 125 - 138 - Telésforo
(7) 116 - 125 - Sisto I
(6) 107 - 116 - Alexandre I
(5) 101 - 107 - Evaristo
(4) 90 - 101 - Clemente I
(3) 79 - 90 - Anacleto (ou Cleto)
(2) 64 - 79 - Lino
(1) 33-64 - Apóstolo Pedro

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Apresentação do Ritual de Exorcismo Romano e outras Súplicas



Cristo enviou os apóstolos para pregar a proximidade do Reino com esta instrução: “Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios” (Mt 10,8). Numa outra oportunidade, contestando seus adversários, apresenta sua vitória sobre o demônio como sinal da presença do Reino (cf. Lc 11,20). Segundo o Novo Testamento, anúncio da chegada do Reino de Deus e expulsão do demônio se confundem. Uma é efeito imediato e argumento irrefutável do outro (cf. Mt 12,22-32).

Inspirada na prática e mandamento de seu Fundador, a Igreja, desde os primórdios, fez orações em favor dos fiéis, visando protegê-los contra a influência do maligno e subtraí-los de seu domínio (Hipólito de Roma, Tradição Apostólica, 42).

A ciência, no entanto, tem demonstrado que , dos casos tidos como possessão diabólica, no passado, apenas 3% podem ser levados a sério. Daí a cautela da Igreja, nos últimos tempos, com relação à prática do exorcismo. O Catecismo da Igreja Católica lembra que é necessário proceder com prudência, assegurando-se, antes de celebrá-lo, se de fato se trata da presença do maligno ou de uma doença (CIC 1673).

O Ritual de Exorcismo e outras súplicas (...) é fruto de quinze anos de estudos e trabalhos. Na esteira de toda a reforma preconizada pelo concilio do Vaticano II, apresenta o exorcismo como celebração litúrgica, com participação ativa e consciente dos fiéis. Pede que seja celebrado de tal forma que “manifeste a fé da Igreja e ninguém possa considera-lo uma ação mágica e supersticiosa”. Atento aos avanços da teologia que coloca as verdades dentro de uma hierarquia, o ritual põe em primeiro plano a ação do Espírito Santo e celebra a vitória de Cristo sobre as potências do mal. Alertado pelas conquistas ciência, pede circunspecção por parte de quem vai exercer o ministério de exorcista, orienta para transformar a celebração em espetáculo, proíbe a divulgação através dos meios de comunicação e exorta a consultar “peritos em ciência médica e psiquiátrica, que tenham senso das coisas espirituais”.

Do uso criterioso do* Ritual espera-se, portanto, a superação de duas tendências opostas, ambas errôneas e muito frequentes entre nossos fiéis.

A primeira consiste num certo satanismo que vê presença do maligno em toda parte, submetendo as pessoas à psicose do medo irracional do demônio.

A segunda tende a considerar o Diabo como personificação simbólica do mal e não como indivíduo, agente pessoal e responsável por grande parte deste mesmo mal.

O Espírito Santo de Deus nos ajude a compreender cada vez melhor que toda ação litúrgica da Igreja é celebração do mistério pascal da paixão, morte e ressurreição de Cristo, expressão máxima da vitória sobre o demônio e desmoronamento de todo o seu poder.

Brasília, 17 de novembro de 2004

Dom Manoel João Francisco
Bispo de Chapecó
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia, da CNBB



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