Cientistas da Universidade do Novo México, Estados
Unidos, concluíram, depois de estudar a composição de dois meteoritos
provenientes de Marte (um encontrado na Índia em 1865 e outra na Antártida, em
1994), que sob a superfície marciana há um enorme reservatório de água.
Estima-se que o manto – camada sob a crosta– do planeta vermelho tenha entre 70
e 300 partes por milhão (ppm) de água, uma porcentagem semelhante à que existe
na Terra. Esta descoberta confirma que Marte é o candidato mais forte, dentro
do Sistema Solar, para se encontrar água e, portanto, alguma forma de vida. O
artigo foi publicado pela revista Geology.
A busca por água em nosso sistema solar é uma das forças principais de condução para
a exploração planetária, porque a água desempenha
um papel importante em muitos processos
geológicos e é necessária para os
processos biológicos como entendemos atualmente. Excluindo a Terra, Marte é o destino mais promissor no interior do sistema solar para encontrar água, como como aparentemente foi responsável
por moldar muitas características
geomorfológicas observadas na superfície de Marte atualmente, no
entanto, o teor de água no interior
de Marte ainda é incerto. Grande parte
da nossa informação sobre o interior
de Marte é proveniente de estudos
dos meteoritos basálticos marcianos (shergottites). Neste estudo foram examinados os teores de água de apatitas magmáticas
a partir de um shergottite geoquimicamente enriquecido (o
meteorito Shergotty) e um shergottite
geoquimicamente empobrecido (meteorito 94201).
A partir destes dados, determinou-se que houve pouca diferença nos teores de água entre
os magmas geoquimicamente empobrecido e enriquecido shergottite. Os teores
de água do apatita implica que os
magmas mães da shergottite
continham 730-2870 ppm H2O antes da
desgaseificação. Além disso, o
manto marciano contém 73-290 ppm H2O e sofreu fusão hidratada
como recentemente foi observado, em 327
Ma. Na ausência de placas tectônicas, a presença de água no
interior de Marte requer diferenciação
planetária sob condições da presença de água. Esta é a primeira evidência