PESQUISE AQUI!

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Conheça o “Índice da Maldade”, do Dr. Michael Stone


Dr. Michael Stone elaborou o “Índice da Maldade”

O ser humano é uma ser capaz das maiores atrocidades e violências possíveis. A história os jornais e noticiários nos mostra o quanto o homem pode ser criativo na arte de matar. Pensado nesse fato O Dr. Michael Stone, psiquiatra-forense da Universidade de Columbia, desenvolveu uma escala para classificar assassinos, psicopatas e sociopatas, de acordo com o teor de crueldade, tortura, brutalidade envolvida em seus atos além de analisar. O objetivo desse trabalho é ajudar a entender as mentes por trás dos assassinatos,suas motivações e o que impulsiona os atos levando em conta o contesto social e traumas psicológicos do passado e até funções cerebrais.

Alguns dos assassino analisados e mensurados nessa escala como Gary Ridgway (O assassino de Green River) e John Wayne Gacy (O palhaço assassino) cometeram crimes que deixariam no Chinelo muitos diretores de cinema. O curioso é que, na sua escala, alguns dos serial killers que muitos julgam extremamente cruéis não atingem a graduação máxima da maldade enquanto outros passam da escala.

Assassinos delirantes, frios e calculistas. Mentes perversas levadas ao extremo, no limite entre o real e o imaginário.

Instigadas por convicções irracionais, atormentados por vozes. Como esses delírios se instalam? Onde se encaixam no Índice da Maldade?

Sabemos que, em certas condições, sobretudo durante a infância, um ser humano pode ser capaz das maiores atrocidades e violências possíveis.

O mundialmente conhecido psiquiatra-forense, da Universidade de Columbia, Dr. Michael Stone, desenvolveu uma escala para classificar os assassinos, psicopatas e sociopatas, de acordo com o teor de crueldade, tortura, brutalidade envolvida em seus atos doentios e macabros.

O objetivo dos estudos do Dr. Stone é ajudar a entender as mentes por trás dos assassinatos, suas motivações e o que impulsiona os atos levando em conta o contesto social e traumas psicológicos do passado e até funções cerebrais.

Estima-se que haja cerca de 69 milhões de psicopatas no mundo, o que dá 1% da população em geral. Isso significa ainda que há um psicopata em cada vinte e cinco pessoas, em média.

Veja a escala do Índice da Maldade, do Dr. Michael Stone:

1- Matam em defesa própria e não tem tendências psicopatas (pessoas normais);

2- Amantes ciumentos sem tendências psicopatas (também pessoas normais);

3- Cúmplices de assassinos: personalidade distorcida e com problemas anti-sociais;

4- Matou em auto-defesa, mas provocou a vítima de forma extrema;

5- Pessoas desesperadas com traumas que matam parentes abusivos ou outras pessoas para sustentar vícios. Sem tendências psicopatas e mostram remorso genuíno;

6- Pessoas impetuosas que matam em acessos de fúria, sem tendências psicopatas;

7- Narcisista psicótico, não-psicopata, que mata as pessoas próximas por um motivo (seja lá qual for);

8- Pessoas que matam em acessos de fúria;

9- Amantes ciumentos psicopatas;

10-Matadores de pessoas que estavam “em seu caminho” ou testemunhas. Ou seja, egocêntricos, mas não psicopatas;

11- Psicopatas assassinos de pessoas “em seu caminho”;

12- Psicopatas megalomaníacos que mataram quando ameaçados;

13- Pessoas com problemas de personalidades cheios de ódio em crise;

14- Psicopatas egoístas que montam esquemas;

15- Psicopatas à sangue frio ou assassinos múltiplos;

16- Psicopatas cometendo vários atos criminosos;

17-Assassinos sexualmente pervertidos, torturadores-matadores (o estupro é o principal motivo, não a tortura);

18-Torturadores-matadores onde o principal motivo é o assassinato;

19-Psicopatas que fazem terrorismo, subjugação de vítimas (tortura), intimidação e estupro (sem assassinato);

20-Torturadores-matadores onde a tortura é o principal motivo, mas em personalidades psicóticas;

21-Psicopatas que torturam até o limite, mas sem nunca terem cometido um assassinato;

22-Psicopatas que torturam, onde a tortura é o principal motivo (e matam).

sábado, 9 de novembro de 2013

O misterioso povo Pirarrã e o idioma mais estranho do mundo


Eles não sabem contar, não diferenciam cores, não conhecem arte ou mitos, não entendem ficção, não acreditam em nenhum deus. Vivem no agora, sem futuro, sem passado. Esses são os pirarrãs: 150 a 350 índios que vivem na selva amazônica e desafiam nosso entendimento da linguística moderna.

Os pirarrãs ou piraãs, também chamados de pirahãs ou mura-pirahãs, são um povo indígena brasileiro de caçadores-coletores, monolíngues e semi-nômades, que se destacam de outras tribos pela diferença cultural e linguística. 

Eles habitam as margens do rio Maici, afluente do rio Marmelos ou Maici, que por sua vez é um afluente do rio Madeira, um afluente do rio Amazonas. Se autodenominarem hiaitsiihi, categoria de seres humanos ou corpos que se diferenciam dos brancos e dos outros índios.

Antes mesmo de nascer, ainda no ventre materno, os pirarrãs recebem um primeiro nome, que eles acreditam ser responsável pela criação de seus corpos. Durante a vida, recebem nomes de seres que habitam camadas superiores e inferiores do cosmos, responsáveis pela criação de suas almas e destinos, e também de inimigos de guerra.

Linguagem

A língua pirarrã é um língua da família linguística mura. É a única língua do grupo mura ainda não extinta, sendo que todas as demais desapareceram nos últimos séculos. Essa língua não tem nenhuma relação com qualquer outra língua existente. Havia cerca de trezentos e cinquenta falantes em 2004, distribuídos em oito aldeias ao longo do rio Maici.

Apresenta características peculiares, não encontradas em outras formas de expressão oral. Foi identificada e teve sua gramática elaborada em 1986 pelo linguista estadunidense Daniel Everett em cerca de doze artigos. Everett viveu entre os Pirarrã por sete anos, dos anos 1970 aos 1980.

Entre suas peculiaridades, destacam-se:

Uma das menores quantidades de fonemas entre os idiomas existentes. Identificam-se os sons de apenas três vogais (A, I e O) e seis consoantes: G, H, S, T, P e B;

A pronúncia de muitos fonemas depende do sexo de quem fala;

Apresenta dois ou três tons, quantidade discutida entre estudiosos;

O falar pirarrã pode ser expresso por música, assobios ou zumbidos (como “M” com lábios fechados);

Apenas alguns dos homens, nunca mulheres, conseguem se expressar em nheengatu ou em português;

Sentenças muito limitadas, sendo o único idioma sem orações subordinadas;

Não tem numerais, apenas a noção do unitário (significando também “pequeno”) e de muito. Sua cultura e seu modo de vida, como caçadores e coletores, não exige conhecimento de numerais (um trabalho recente de Everett indica que a língua não trata nem mesmo de “um” e “dois”; não usam números, mas quantidades relativas);

Não há palavras para definir cores, exceto “claro” e “escuro”, embora isso seja discutido entre diversos autores;

Tudo é falado no presente, não há o tempo futuro, nem o passado. Trata-se de um povo, portanto, sem mitos da criação;

Não tem termos que identifiquem parentesco, descendência. A palavra para Pai e Mãe é uma única;

Os pronomes pessoais parecem ter-se originado na língua nheengatu, uma língua franca de origem tupi.

Entre as coisas que separam os homens dos outros animais, estão as sutilezas da linguagem. Os animais até são capazes de transmitir mensagens simples – em geral relacionadas a comida, sexo ou disputa de território –, porém não conseguem encaixar uma mensagem dentro de outra.

Por exemplo, um golfinho treinado pode transmitir a mensagem “A bola está na piscina” ou “Pegue a bola”, mas não é capaz de juntar as duas expressões dizendo “pegue a bola que está na piscina”. Esse é um atributo exclusivamente humano que os linguistas chamam de recursividade – que, salvo casos de deficiência mental, é considerado um denominador comum a todos os indivíduos da nossa espécie.

O que aconteceria se um grupo humano não dominasse isso? Essas pessoas seriam menos humanas que outras?

Os índios não são recursivos pelo “Princípio da Experiência Imediata”. O nome é mais complicado do que a coisa em si: os pirarrãs só vivem e falam do aqui-agora. Fazem apenas sentenças relacionadas ao momento em que estão falando, aos fatos vistos por eles. “As sentenças dos pirarrãs contêm somente situações vividas pelo falante ou testemunhadas por alguém vivo durante a vida do falante”. Por isso eles têm problema com as abstrações e tudo o que resulta delas: cores, números, mitos, ficção e a bendita recursividade. Também é isso que faz com que os pirarrãs, ao contrário de todas as outras comunidades linguísticas já estudadas, não aprendam a contar em outro idioma. “Eles não querem saber de nada que esteja fora do seu mundo”.

Outros linguistas rebatem: “A contagem ‘1, 2, bastante’, por exemplo, é típica de vários outros indígenas”, afirma Maria Filomena Sândalo, linguista da UNICAMP (Campinas, Brasil) que fez sua dissertação de mestrado sobre a tribo. “Isso não quer dizer que eles não reconheçam quantidades. Eles simplesmente fazem recortes diferentes da realidade, como qualquer outra língua”.

A professora argumenta que, enquanto esteve com os pirarrãs, encontrou uma linguagem tão complexa e recursiva como qualquer outra. Ela interessou-se pela questão pirarrã e, junto com dois outros pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA) e da Universidade Harvard (EUA), analisou os dados colhidos por Everett. Em 2007, o grupo publicou um artigo concluindo que a língua é normal. “Ela não é inexplicável ou especial. É tão interessante quanto uma língua de qualquer outro lugar do mundo. Não tem essa história de experiência imediata ou falta de recursividade”, diz a professora.

O linguista e filósofo estadunidense Avram Noam Chomsky, um dos maiores ícones dessa ciência, argumenta que os pirarrãs não são um “contra-exemplo” à gramática universal (termo usado no último século para a teoria do componente genético que habilita os humanos a se comunicar). Como os pirarrãs não são diferentes geneticamente do resto da humanidade, não há nada de extraordinário aí.

Cultura e crença

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Psicopatia e a mentira


Texto: Sergio Senna

Quando ministro aulas sobre a mentira, muitas pessoas me perguntam sobre os psicopatas e suas artimanhas para enganar.

Nesse artigo, apresentarei algumas características da psicopatia e introduzirei aspectos sobre a mentira que ocorrem nesse contexto. Em outra postagem veremos a mentira com mais detalhes.

Veremos, ainda, alguns aspectos sobre a psicopatia que podem nos interessar no que diz respeito à mentira e à análise do comportamento não verbal. 


Não estranhe os nomes utilizados na psicologia. Alguns deles têm mais de 150 anos e, àquela época, era muito comum tratar aspectos técnicos com palavras do senso comum. Então, certos conceitos psicológicos, ainda hoje, possuem significados complexos para as mesmas palavras que você conhece e usa na linguagem cotidiana. Trocando em miúdos – alguns nomes são horrorosos.


Se você tem interesse nesses assuntos, procure verificar o significado psicológico dos termos, pois eles, não necessariamente, coincidem com aqueles que as pessoas usam na Língua Portuguesa do dia a dia.

Percebo, ainda, que a preocupação excessiva das pessoas com a psicopatia e com a mentira está relacionada à repercussão das barbaridades cometidas por serial killers. Entretanto, estudos mostram que, na população em geral, as taxas dos transtornos de personalidade podem variar de 0,5% a 3% (APA, 2000; Assadi et al., 2006; Dembo et al., 2007; Elonheimo et al., 2007), lembrando que nem todos os assim chamados sociopatas matam pessoas ou trazem grandes prejuízos para os que os cercam. 


Como se define a psicopatia?

Psicopatia ou sociopatia é a forma popular para denominar o Transtorno de Personalidade Dissocial.

É um transtorno de personalidade descrito no DSM-IV-TR, caracterizado pelo comportamento impulsivo do indivíduo afetado, desprezo por normas sociais, e indiferença aos direitos e sentimentos dos outros.

Na Classificação Internacional de Doenças, recebe a denominação de Transtorno de Personalidade Dissocial (Código: F60.2).  


É um transtorno de personalidade caracterizado por um desprezo das obrigações sociais, falta de empatia para com os outros. Há um desvio considerável entre o comportamento e as normas sociais estabelecidas.

Existe uma baixa tolerância à frustração e um baixo limiar de descarga da agressividade, inclusive da violência. Existe uma tendência a culpar os outros ou a fornecer racionalizações plausíveis (usando ou não a mentira)  para explicar um comportamento que leva o sujeito a entrar em conflito com a sociedade. 


Nos casos extremos, o Transtorno de Personalidade Dissocial é caracterizado principalmente pela ausência de empatia com outros seres vivos, resultando em descaso com o bem estar do outro e sérios prejuízos aos que convivem com eles.

São comuns os relatos de sociopatas que dão conta de uma infância difícil ou de testemunhas que observaram comportamentos excessivamente agressivos e mentira patológica na adolescência. É igualmente comum que essas pessoas não tenham recebido o adequado cuidado familiar, geralmente repetindo os comportamentos violentos e abusivos a que foram submetidos. Com a passagem do tempo, o transtorno tende a se cronificar e pode causar grandes prejuízos à vida do próprio indivíduo e especialmente de quem convive com ele (Kaplan, Sadock & Grebb, 1997). 


Como se chega à conclusão de que alguém é um psicopata?

Pela descrição das características do Transtorno de Personalidade Dissocial, é possível notar a dificuldade de identificar tal transtorno, pois existem muitas situações que são “socialmente” aceitas e que se assemelham ao padrão de comportamento em que há quebra de normas sociais ou algum nível de violência. Além disso, existem outros critérios a considerar como a idade, comorbidades, entre outros que fogem ao propósito informativo desse artigo.

O instrumento auxiliar mais utilizado como guia para um diagnóstico foi desenvolvido por Robert Hare (2003). Vem sendo utilizado no Brasil e foi classificado como teste psicológico (mas, caracteriza-se como uma escala), em 2005, pelo Conselho Federal de Psicologia. Seus critérios diagnósticos abrangem aspectos afetivos, interpessoais e comportamentais em relação ao estilo de vida e às ações antissociais. Cada item é avaliado em uma nota de zero (ausente ou leve), um (moderada) ou dois (grave).  Essa avaliação é realizada por um especialista (não é um questionário respondido pelo próprio sujeito) e se baseia em entrevistas e no histórico disponível sobre a pessoa. A soma total determina o grau de psicopatia de uma pessoa.

Veja alguns dos critérios da escala Hare (PCL-R): Narcisismo agressivo, sedutor ou charme superficial; Grandioso senso de auto-estima; Mentira patológica; Esperteza e Manipulação; Falta de remorso ou culpa; Superficialidade emocional; Insensibilidade / Falta de empatia; Falha em aceitar a responsabilidade por ações próprias; Agressão a animais; Impulsividade; Irresponsabilidade.


Existem “níveis” de psicopatia?

Muitos especialistas sustentam que existem graus de psicopatia. Sob esse ponto de vista, mesmo quando alguém não haja cometido algum crime bárbaro, elementos que caracterizam esse transtorno podem estar presentes. É nesses casos que a identificação da mentira mais nos interessa.

Veja algumas obras que tratam desse tema:

Snakes in Suits - Robert Hare;

Psychopaths of everyday life – Martin Kantor;

Bad boys, bad men – Donald Black;

Mask of Sanity - Hervey Cleckly 


Diversas vezes, em meus 30 anos no mundo do trabalho, me deparei com pessoas assim. Eu percebia que esses indivíduos sentiam um prazer disfarçado no sofrimento alheio. Às vezes, eu não entendia o porquê de estar ocorrendo determinada situação que me oprimia sem nenhuma necessidade. Mentira, manipulação de informações e redução desnecessária de prazos: observava isso com certa frequência.

Então percebi que a razão para esses “ataques” era me colocar em sofrimento, o que servia de contexto de alegria para essas aberrações humanas que viviam para verem os seus semelhantes sofrerem.


Normalmente, as perversidades e a mentira eram “encobertas” por regras, cumprimento de ordens e de determinações superiores, motivo pelo qual não era possível reagir objetivamente.

Aprendi então que a melhor forma de lidar com esses indivíduos doentes era não demonstrar sofrimento. Inicialmente, as maldades aumentavam (o que era esperado). Entretanto, depois de algum tempo eles “largavam do pé” e procuravam outra vítima mais responsiva que satisfizesse mais facilmente os seus desejos em observar o sofrimento.

Em que o Transtorno de Personalidade Dissocial interessa à análise da mentira e do comportamento não verbal?


Um dos principais aspectos que pode interessar a quem estuda a análise do comportamento não verbal é que o sociopata não apresenta o padrão de ansiedade e depressão, que costuma estar presente nos demais indivíduos quando do cometimento de atitudes violentas e da utilização da mentira para enganar ou esconder seus atos socialmente reprováveis.

É importante ressaltar que os indivíduos que desenvolvem esse transtorno não apresentam um déficit em termos de processamento das informações sociais, conseguindo entender e manipular os estados mentais de outras pessoas (e seus comportamentos), ainda que se mostrem indiferentes às emoções que percebem nos outros.

Eles aprendem e desenvolvem técnicas sofisticadas para realizar manipulações voltadas à obtenção de vantagens exclusivamente pessoais e não raras vezes perversas. 


O Cérebro do Psicopata


A psicopatia ou transtorno de personalidade antissocial é um dos transtornos mais devastadores que existem. Seu prejuízo se direciona, sobretudo, aos que estão próximos e que são alvos do psicopata. Seu comportamento caracteriza-se principalmente por uma propensão à desinibição, comportamento impulsivo somado à insensibilidade emocional e não percepção das consequências de seu comportamento sobre outros indivíduos (Checkley, 1941).

Estudos recentes, como os de Leistico (2008) e Walters (2003), revelam que esses indivíduos são altamente reincidentes em seus crimes, comparando com indivíduos sem o transtorno. E isso se reproduz em diversas faixas etárias, inclusive em jovens (Gretton, 2001).


Uma conclusão um tanto pessimista a qual vários estudos vem chegado é que o quadro não é revertido nem atenuado através do engajamento em terapia. Muitas vezes, ainda, os psicopatas podem se valer do discurso aprendido com o terapeuta para incrementar ainda mais suas mentiras e engodos (Garrido, 1995; Seto, 1999).

Isso indica que a necessidade de estudos na área é grande, já que a elucidação do funcionamento e das causas da psicopatia ainda não estão claros o bastante. Nesse panorama, pensando em outros transtornos também, os estudos neurológicos possibilitados pela atual tecnologia vem acrescentando muito ao corpo teórico de psicólogos e psiquiatras.

A biologia do psicopata

Esses estudos vem sugerindo que a psicopatia, de fato, possui um substrato neural caraterístico (Blair, 2006; Kiehl, 2006) e também um forte componente hereditário (Larsson, 2006).

Os estudos do cérebro desses sujeitos antissociais acrescentam muito aos modelos teóricos que explicam o transtorno, mas mesmo com essas evidências, a complexidade delas acaba guiando os estudos a várias conclusões diferentes – e complementares em muitos casos – sobre a sua causa. Entre as inúmeras teorias, destacarei as dos já citados Blair e Kiehl (Para ter um panorama geral dos outros modelos, ver Anderson & Kiehl, 2012).

A participação da amígdala

Blair enfatiza bastante a participação da amígdala no comportamento. Esta é uma estrutura que se localiza no sistema límbico do cérebro, área mais antiga evolutivamente falando e que se relaciona com respostas bem primitivas do organismo, no que tange à sobrevivência.

Como já foi mencionado em outros artigos no Ibralc, o medo é uma emoção intimamente ligada à essa região, relacionando-se às respostas do organismo frente a estímulos ambientais ameaçadores. Também está relacionada à expressão de outras emoções.


Imagem: Amígdalas em vermelho.

Exames de ressonância magnética funcional (fMRI, na sigla em inglês) vêm mostrando que realmente há um funcionamento anormal na hemodinâmica da amígdala (Kiehl, 2001). Ao que tudo indica, a estrutura no cérebro dos psicopatas funciona diferente numa série de situações.

Foi relatado, por exemplo, num estudo, que a amígdala possui uma ativação muito inferior ao nível normal quando esses indivíduos visualizam imagens que indicam violação de regras morais (Harenski, 2010) ou mesmo de imagens chocantes, como amputações (Harenski, 2009).

No que concerne às expressões faciais, o mesmo ocorre. Num estudo de 2009, por exemplo, Dolan demonstrou que, através da fMRI, indivíduos que se encaixam no critério para a psicopatia revelam uma expressão amigdalítica muito mais baixa que a do grupo controle ao observar expressões faciais de medo.

Boccardi (2011) ano passado teve um estudo publicado, no qual encontrou indícios de que essa baixa expressão da estrutura estaria relacionada à reduzidos níveis de massa cinzenta no local; em outras palavras, a região basolateral da estrutura teria um tamanho significativamente diminuído nos indivíduos estudados, o que resultava em déficits em seu funcionamento.

O curioso – e coerente com outros estudos na área – é que o núcleo basolateral é exatamente a área que mantém conexões com o córtex orbitofrontal, no córtex pré-frontal. Estima-se, atualmente, que a interação entre as duas áreas esteja relacionada à “atualização” do reforço de certos comportamentos relacionados à detecção de ameaças (Phelps & LeDoux, 2005).


Imagem: O córtex pré-frontal – O que nos torna humanos.

Outra área que tem destaque na condição da psicopatia é o córtex pré-frontal. Essa região localiza-se bem atrás da nossa testa e olhos, e está relacionada à uma diversidade de comportamentos tipicamente humanos: tomada de decisão, controle de impulsos (e emoções), racionalidade (apesar de não ser somente essa região ativadas nesses momentos) e etc.

Antes de ferramentas de alta tecnologia serem disponibilizadas para experimentos científicos, já cogitava-se fortemente a hipótese de esse local estar relacionado aos comportamentos dos psicopatas pelo fato de lesões resultarem em comportamentos impulsivos semelhantes aos desses indivíduos (Anderson et al, 2000).

Um caso clássico na literatura médica é o do mineiro Phineas Gage, que ao socar uma barra de ferro contra um buraco cheio de pedras e pólvora – era assim que se abriam minas para se explorar metais preciosos e carvão, no século XIX –  teve a ferramenta arremessada contra seu rosto, perfurando um dos olhos e o córtex pre-frontal, consequentemente.


Córtex pré-frontal destacado

A partir desse dia, Gage nunca mais foi o mesmo. De trabalhador exemplar em comportamento, disciplina e eficiência, passou a ser preguiçoso, relaxado, desbocado e desrespeitoso. Na vida conjugal, de marido fiel e atencioso, virou um relapso parceiro, que traía a esposa e dava em cima de todas as mulheres que via.

Podemos dizer com alto grau de certeza que a lesão prejudicou a capacidade de inibir impulso, tornando o homem alguém totalmente diferente do que era antes. E é exatamente esse o comportamento típico dos psicopatas, apesar de haver um espectro nos níveis de falta de controle sobre os impulsos, claro.

De forma muito interessante, um estudo Koenigs e seus colegas, em 2007, revelou que uma área específica do córtex pré-frontal está especialmente afetada no transtorno: a porção ventromedial. Essa região, segundo o estudo, está relacionada com as decisões morais utilitaristas (Bentham, 2004).  

De forma simplificada, essa filosofia moral baseia-se na princípio de que qualquer ato moral deve ser definido como tal baseado na consequência do mesmo, isto é, sacrificando um em nome de dois, por exemplo. E essa moralidade fria e calculista está bem presente na mentalidade dos psicopatas, bem mais racionais que “emotivos”, digamos assim.

A psicopatia e a dissociação entre as realidades


Como BTK conseguiu durantetanto tempo ficar incognito na sociedade? Simples: o mesmo não passava, aparentemente, de mais um morador, pai de família, religioso e socialmente agradável, entretanto, como alguém aparentemente sem empatia pelo próximo, consegue criar este tipo de estrutura social? Talvez esta estrutura fizesse parte de sua “camuflagem”.

Segundo Ilana Casoy, “para parecer um ser humano normal e misturar-se às outras pessoas, o serial killer desenvolve uma personalidade para consumo externo, ou seja, um fino verniz de personalidade completamente dissociado do seu comportamento violento e criminoso. A dissociação não é anormal, todos nós temos um comportamento social mais “controlado” do que aquele que temos com nossos familiares mais íntimos.”

Entretanto, para os psicopatas, esta dissociação entre a realidade e suas fantasias é bem mais ampla. Interessante trazer uma narrativa encontrada no livro “Meu vizinho é um psicopata”, da Martha  Stout, Ph.D., em seu capítulo 4, onde a mesma narra a história de uma psicóloga, de 34 anos, bonita, bem vestida e que dirigia uma BMW, e que era extremamente querida no hospital em que trabalhava, mas que escondia uma outra faceta: menosprezava seus colegas de trabalho e manipulava todos ao seu favor.

Como se isto não bastasse, a mesma sabotou o trabalho de uma colega psicóloga, que após um longo tratamento de um paciente paranoico ( o qual pensamentos aterradores o assaltavam ), teve uma brusca recaída após ser informado que sua psicologa de confiança o deixaria, e que o mesmo seria tratado por outro profissional. Toda esta movimentação foi feita apenas para sabotar o trabalho de sucesso da “colega”, pois o paciente era filho de alguém influente dentro do hospital, e que com certeza, um bom tratamento traria frutos para o hospital, bem como para a psicóloga.

Após inúmeras “sabotagens”, descobriram que a tal psicologa não tinha registro e muito menos diploma de doutorado como alegava, apenas o fato de que aos 22 anos formou-se em psicologia em sua cidade natal. Observem então que nem todos os casos de psicopatia estão associados à crimes em série, mas à satisfação por menorizar o próximo, efetuar crimes financeiros – vide caso Bernard Madoff  e sua pirâmide financeira – e torna-se usurpador da vida alheia, tudo isto apenas por puro prazer.

Como os psicopatas estão presentes no nosso cotidiado?

Déborah Pimentel, em seu artigo “A psicopatia da vida cotidiana”, nos informa que “nem sempre os psicopatas são identificados, depende muito do grau de psicopatia, se baixa, moderada ou grave. Muitas vezes, convive-se com eles no cotidiano, pois nem todos se transformam em marginais ou assassinos, e levam uma vida aparentemente normal, exercendo seu grande poder de sedução, manipulando, traindo, tirando vantagens e fragilizando os mais vulneráveis, em relacionamentos predatórios com quem cruzam pelo caminho e que podem tornar-se presas fáceis do seu gozo perverso”.

Interessante a colocação de Renato Sabbatini e Silvia Helena Cardoso, em seu artigo “Sociopatas: Predadores Humanos”, os quais dizem que: “Os sociopatas tem problemas legais e criminais, frequentemente manipulam os outros em proveito próprio, dificilmente mantém um emprego ou um casamento por muito tempo, eles têm inteligência normal ou acima do normal e, em geral, não tem nenhuma ansiedade, depressão, alucinações ou outros sintomas e sinais indicativos de neurose, pensamento irracional ou doença mental.”

Enfim, os psicopatas estão aí, sabem o que estão fazendo, mas não sentem nenhum tipo de culpa, mesmo distinguindo o que é certo e errado.

 Inimigo intimo.

Psicopatia e o Caso BTK


Em 1974 Dennis Rader, um tranquilo funcionário público municipal, iniciava uma carreira assustadora de assassinatos em série. Auto-intitulado BTK (Bind-Torture-Kill) que quer dizer “Subjulgar-Torturar-Matar”, o assassino desafiava as autoridades policiais com pistas e cartas endereçadas à mídia, além de reivindicar autorias de crimes e criar uma atmosfera de terror e medo na pequena Winchita, criando um jogo (termo muitas vezes descrito pelos próprios investigadores, conforme vídeo a seguir) de gato e rato com a polícia. 


Mais velho de todos os irmãos e filho de William Elvin Rader e Dorothea Mae Cook. Quando criança, costumava torturar animais. Em 1957, foi confirmado como membro – e lider – da Igreja Lutherana. Casou-se com Paula Dietz e teve dois filhos. Se graduou como Bacharel em Administração.

Pode ter matado pelo menos 10 pessoas e fazia de seus crimes verdadeiras alegorias de crueldade e loucura. Ele mandava muitas cartas à policia e meios de comunicação pública, dizendo como eram seus crimes e como os fazia, descrevendo-os friamente: demonstrando uma estrutura extremamente narcisista e seu prazer pelo “jogo” com as autoridades policiais.

Pausa temporária nos crimes.

Depois de 1991 seus crimes cessaram, não se sabe a razão de Rader ter parado de matar a partir desta data, ele começou a trabalhar como “Homem da Carrocinha” e usava armas com tranquilizantes para pegar os cachorros das ruas, inclusive se envolvendo em alguns problemas com donos de alguns cachorros que sumiram de certas residências. Dennis Rader foi preso em 26 de fevereiro de 2005, pelo Chefe de Polícia de Winchita, Norman Willians, quando, friamente e sem arrependimentos, assumiu ser BTK.

Previna-se contra psicopatas


Seria possível anteciparmos a ameaça de um psicopata? Isto é, poderíamos saber que se trata de um desses predadores sociais antes que eles mostrem suas garras?

Os filmes e a literatura sobre o assunto nos mostram que os indivíduos portadores de traços de personalidade antissocial costumam ser muito sedutores à primeira vista. Rapidamente eles atraem a atenção e engambelam os outros em seus planos que só visam beneficiar a si mesmos.

O sofrimento resultante disso, claro, é muito grande, tanto pelo fato de suas vítimas descobrirem a enganação quanto pelos próprios danos diretamente causados, que podem ser relacionados a falsificações, roubos ou até mesmo morte.

Por isso, técnicas que possibilitassem a todos terem noções básicas e eficientes de como identificar um psicopata antes que ele causasse danos irreparáveis teriam enorme valor. Desse modo, resolvi buscar em pelo menos uma base de dados (diretórios onde podemos pesquisar por artigos científicos) sobre a existência de estudos relacionados a esse tema.

Achei apenas um, do ano passado (2011), feito por Nicholas S. Holtzman, da Washington University. O pesquisador trabalhou não só com psicopatia, mas com dois outros tipos de personalidade: narcisista e maquiavélica.

Tentativas de prevenção

A pergunta feita no início do texto não é muito original, pois vários estudos parecem ter empreendido esforços nessa direção (Back et al. 2010; Fowler, Lilienfeld & Patrick, 2009). Todavia, o ponto fraco desses estudos é que todos se focaram na vestimenta dos indivíduos testados.

 As roupas, por serem um traço estilístico muito manipulável e mutável, acabam não sendo um indicador tão eficiente dos traços de personalidade. Assim, o ideal seria ter algum que fosse mais difícil de ser burlado. E, como você já deve estar desconfiando, um dos melhores que podemos pensar são as expressões faciais.

 Um melhor indicador

O artigo se refere, mais especificamente, à estrutura craniofacial, que pode trazer preciosas informações sobre esses três tipos de personalidade. E essa tríade possui algumas características fundamentais em comum, que podem ser medidas, como o hábito de manipular os outros e usá-los com fins exploradores.

 Distinções-chave também ocorrem: maquiavélicos são mais introvertidos e causadores de intrigas, narcisistas costumam ser mais egoístas e psicopatas são mais imprudentes e exibem tendências a cometer crimes. Apesar desses elementos, as semelhanças torna coerente a abordagem dessa tríade de forma unida no estudo.


Metodologia

Resumidamente, a metodologia usou dois tipos de abordagem. A primeira foi o uso de diversos questionários para avaliar os traços desses três tipos de personalidade. O segundo – o que também foi apontado como uma inovação desse estudo – foi o relatório por pares (peer-report), em que os voluntários da primeira amostra, eram incumbidos de recrutarem por e-mail outras pessoas para o experimento. Os indivíduos recrutados também respondiam a uma série de perguntas que tinham o mesmo fim das da primeira fase (para mais detalhes, consulte o artigo como na referência no fim do texto).

 Várias fotos eram tiradas desses voluntários, que apresentavam face neutra. A partir daí, elas eram separadas de acordo com o estereótipo de face atribuído a cada personalidade em estudo anterior (Penton-Voak, Pound, Little & Perrettm 2006). Não ficou claro no artigo se as fotos eram manipuladas de alguma forma para que a estrutura craniofacial ficasse mais perto do que era desejado em cada caso.

Um resgate do século XIX?
Pode ser que o leitor possa ter feito alguma relação com antigas disciplinas do século XIX e início do XX, como a Frenologia e com os estudos do italiano Cesare Lombroso.

Resumidamente, na abordagem da frenologia acreditava-se que cada área cerebral seria responsável por uma característica da personalidade. E isso levou à crença de que era possível avaliar mesmo realizar um teste e montar um perfil do indivíduo, baseando-se nas ondulações do crânio. Essa relação era possível para alguns estudiosos da época porque acreditava-se que quanto mais de determinada característica uma pessoa tivesse, mais aquela área cerebral crescia. E esse crescimento do tecido cerebral empurraria o crânio, produzindo os “calombos”. Tal abordagem foi muito criticada na época mesmo, pois muitos neurologistas não viam como um tecido tão frágil como o cerebral poderia empurrar um osso tão resistente quanto o crânio. Mas mesmo assim, por razões mais socio-culturais do que científicas mesmo, a idéia ficou bem famosa.

Outro elemento poderoso foi a abordagem de Lombroso. O italiano acreditava que através da anatomia poderíamos conhecer a personalidade das pessoas. Assim, popularizou-se a anatomia do assassino, por exemplo, em que supercilhos grandes, face angulosa e queixo pronunciado, por exemplo, era sinal de agressividade.

Tais conhecimentos hoje se provaram incorretos, então, caso o leitor faça alguma relação entre esses estudos antigos e o usado como base deste texto, saiba que não é o caso. O presente estudo é pioneiro e no próprio artigo é dito que para que ele seja levado mais à sério pela comunidade científica, é preciso que ele seja replicado por outros pesquisadores e etc.

E a Fisiognomia?
Em relação à essa técnica, não existe muitos comentários a serem acrescentados. Um dos principais aspectos que distinguem-na do estudo de Nicholas S. Holtzman é que essa disciplina não é uma ciência. A ausência da aplicação desse método faz com que ela seja relacionada Muitas vezes à astrologia e outras atividades sem o crivo científico. E, de fato, ela guarda algumas semelhanças, como sua origem milenar e tentativa de observação holística do ser humano. O holismo ttenta analisar o ser humano em seu aspecto global, sem que haja o reducionismo tipicamente científico. Porém, esse reducionismo é necessário ao se querer analisar um fenômeno e elaborar meios para testar as conclusões de tal estudo. Sem isso, temos resultados indesejáveis numa pesquisa, como o seguimento de determinada interpretação com base em argumentos de autoridade como o de “é uma técnica milenar” ou “ah isso foi dito por tal pessoa importante”.

Muitas vezes – e isso vale para fisiognomia, astrologia, grafologia, tarô e até mesmo, dizem alguns, para algumas técnicas projetivas e expressivas da psicologia – um mesmo elemento é interpretado de modos diferentes por dois especialistas. Links sobre a fisiognomia: Entrevista no Programa do Jô   e um site sobre o assunto.

Recomendo a leitura do artigo O estudo da linguagem corporal é uma ciência? para quem se interessar mais por essa história de se alguma coisa é ciência ou não.

O resultado e além

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

NARCOTRÁFICO: A Nova Guerra do Ópio ou George Soros e o Império Britânico pela legalização das drogas.


O aparato internacional em prol da legalização das drogas, patrocinado e financiado por George Soros, acelerou a marcha para impor à América Latina a política do império britânico de descriminalização e legalização das drogas, alegando que "fracassou" a guerra contra o narcotráfico, e que se necessita de um novo "paradigma contra a proibição".
(EIR) - Já no México, o Conselho de Coordenação Política da Câmara de Deputados aprovou com unanimidade a proposta do deputado Fernando Belaunzarán do PRD, para levar adiante um "debate nacional" sobre a legalização da maconha. Entre os meses de maio e agosto de 2013, a Câmara de Deputados realizará audiências sobre esse tema e convidará a participar um grande número de "especialistas" de todas as partes do país.

De modo mais amplo, a IV Conferência Latino-americana de Política sobre as Drogas, sediada em Bogotá, Colômbia, de 5 a 6 de dezembro, teve como principal patrocinador a Open Society Institute de George Soros, e trouxe organizações não-governamentais (ONGs) e as organizações da "sociedade civil" de diversos lugares do hemisfério para que promovam a legalização das drogas. O homem de Tony Blair na Colômbia, o presidente Juan Manuel Santos, animou aos participantes do evento lançando a ideia de que é necessário um paradigma "anti-proibição", supostamente para reduzir as mortes e a violência causada, segundo ele, pela guerra contra o narcotráfico.

Todo esse debate vai direto ao núcleo da política de genocídio e despovoamento da rainha britânica: destruindo a mente humana - especialmente as mentes dos jovens - argumentando que as sociedades "democráticas" só podem desenvolver-se quando "se respeita" o direito de pessoas de destruir o seu potencial criativo como se fosse uma questão de "direitos humanos". Como levantou o líder de uma organização não-governamental colombiana, "é impossível conceber um mundo sem drogas" e, portanto, o Estado deve garantir que o seu consumo "seja o menos prejudicial possível." A abstinência não é uma opção, somente a "redução de danos" é a opção.

Entre aqueles que "convocaram" esta reunião há todo um rebanho de instituições financiadas por Soros: a Aliança para a Política de Drogas, o Escritório de Washington sobre a América Latina (que é favorável às drogas) e do Instituto Transnacional. Mas a conferência também arrastou grupos, tais como a instituição de caridade católica Caritas Alemanha, a Federação Internacional das Universidades Católicas (FIUC sua sigla em Inglês), e da Organização Pan-Americana da Saúde, entre outros. O bem conhecido grupo de choque de Soros, a Associação Cívica de Intercâmbios da Argentina, foi um dos principais organizadores.

Uma das estrelas do evento foi o ministro das Relações Exteriores da Guatemala, Edgar Gutiérrez Girón, que agora é o enviado especial para a política de drogas da Organização dos Estados Americanos (OEA), e que está promovendo a política para legalizar o tráfico de drogas que propõe seu presidente, Otto Perez Molina. Cabe ressaltar que o carro-chefe da monarquia britânica, da Fundação Beckley, escolheu Guatemala como a única sede estrangeira baseado de sua fundação fora da Inglaterra, obviamente, para melhor coordenar a política de legalização das drogas de Otto Perez Molina. Seus escritórios na Guatemala começaram a operar no verão de 2012.

Victor Ivanov: bancos globais precisam mais de drogas do que os carteis de drogas.

17 de dezembro de 2012 - O chefe da Agência Federal de Controle de drogas da Rússia, Victor Ivanov, que se realizou na semana passada uma visita de três dias a Boston, Massachusetts, durante a 7 ª Sessão do Grupo de Trabalho sobre Controle de Drogas ilegais, que opera sob a comissão presidencial bilateral EUA-Rússia. Em um discurso público que deu após a reunião e, em resposta a uma pergunta de EIR, Ivanov apresentou seu argumento devastador apontando que o "beneficiário final" do narcotráfico que mata milhões de pessoas todos os anos é o sistema bancário internacional, que busca voraz por liquidez.

A reunião do Grupo de Trabalho foi realizada na Biblioteca Presidencial John F. Kennedy, e foi presidida pelo Ivanov, e seu colega dos EUA, o diretor do Instituto Nacional de Controle de Drogas, Gil Kerlikowske. De acordo com o portal eletrônico AFCD, entre autoridades russas que participaram do evento esteve o primeiro vice-diretor do Rosfinmonitoring, a agência russa responsável por monitorar transações financeiras. O programa da reunião incluiu o narcotráfico como tal, as medidas para reduzir a demanda, o combate à lavagem de dinheiro de drogas e a promoção virtual de entorpecentes. A onda recente de medidas a favor da legalização nos EUA não foi contemplada oficialmente no programa, embora Ivanov falasse sobre a influência de "novos modelos de quase-cultura de drogas." Ivanov citou várias operações conjuntas bem sucedidas entre a AFCD e a Agência Antidrogas dos EUA (DEA, por sua sigla em Inglês) com as forças anti-drogas no Afeganistão entre 2010 e 2012 como exemplos da importância da cooperação internacional no combate ao narcotráfico.

Na quarta-feira dia 12, Ivanov e Kerlikowske lideraram uma reunião pública com o tema "Drogas e Segurança", realizada no Centro Belfer da Universidade de Harvard.

Em seu discurso, Ivanov disse que "o mundo inteiro está coberto de rotas de tráfico de drogas e de infra-estrutura logística para a transferência e venda". A matéria-prima da droga é produzida em alguns países, mas no tráfego de várias há dezenas de países envolvidos. No mundo de hoje, disse ele, "qualquer processo social pode ser visto longe do fluxo de drogas, nem os políticos, militares e até mesmo os culturais, porque estão sendo constantemente desenvolvidos modelos quase-culturais a favor das drogas".

Ivanov mencionou casos mais escandalosos de lavagem de narco-dinheiro, do banco Wachovia e HSBC, e mostrou a sua agora famosa apresentação de slides sobre a enorme bolha financeira que está esmagando a economia real. Aqui enfatizou que os bancos internacionais necessitam dos fluxos criminais do dinheiro do narcotráfico mais que os carteis necessitam dos bancos.

Victor Ivanov explicou esta idéia, em resposta a uma pergunta de Myles Robinson e a Executive Intelligence Review, sobre o tráfico de drogas como a realização do sistema financeiro. Ivanov disse:

"Se vemos o componente financeiro dos crimes do tráfico de drogas, há, de fato, diversas áreas. Considere um país produtor, Afeganistão. Produz heroína vendida em mercados estrangeiros estimados em cerca de US$ 100 bilhões por ano. Não mais que cerca de US$ 4 bi permanece no Afeganistão, enquanto o resto representa vendas externas. Agricultores no Afeganistão recebem cerca de US$ 1,5 bilhões. O Talibã leva cerca de US$ 150 milhões. Todo o resto é vendido nos países de distribuição ou nos países de trânsito, mas o resultado é que o beneficiário final é o sistema bancário global. Todo esse dinheiro não fica dormindo debaixo do travesseiro de alguém, ele vai para o sistema bancário.”

"Se vemos uma pirâmide que mostra a distribuição do fluxo de narcóticos, podemos ver que no nível da distribuição têm uma vasta camada, em seguida, o trânsito regional envolvendo os cartéis de drogas, e acima são os fluxos globais de drogas. Considerando a distribuição de dinheiro envolvido, temos exatamente as proporcionalidades para ao contrário. A pirâmide se volta de ponta cabeça. Aqui você pode ver que a menor parte do dinheiro permanece no Afeganistão e então acima estão se multiplicando esse dinheiro de origem criminosa."

"Assim, o produtor, que recebe uma quantidade relativamente pequena de dinheiro, organiza essencialmente instabilidade do processo de exportação, o dinheiro do crime e crescimento do próprio crime organizado. Se a comunidade global está preocupada com o que acontece, mas não concentra seus esforços aqui no ponto da pirâmide, mas aqui [onde é global], então nós temos que ver que isso representa uma enorme sombra projetada em uma grande região do mundo, e é claro que é extremamente difícil eliminar este problema. Mas, se desde o início, focamos nossos esforços em direção ao centro da questão [apontando para a área de produção], em ovos de pato Koshchey o imortal [um monstro de histórias infantis russas que só pode ser morto entrando em sua "morte", que reside em uma agulha no ovo de um pato] e agarrá-lo e esmagá-lo, então nos libertaremos por completo do dinheiro do crime."

"No entanto, estamos trabalhando em todas as áreas ao mesmo tempo. E, no mesmo sentido, há também a questão de interceptar os fluxos de dinheiro e capturar os criminosos seguindo o rastro do dinheiro através do sistema bancário, que circula e se lava. Mas esta é uma tarefa trabalhosa, porque o nível de capturas não é superior a 1% do dinheiro que é lavado. Isso tem a ver tanto com o sigilo bancário e da forma como está organizada em torno do sistema financeiro. Assim estamos trabalhando muito estreitamente com os nossos parceiros americanos, o que nos permite compreender aspectos específicos das fases de lavagem de dinheiro, e tentar perseguir de forma mais eficaz".

Os britânicos lançam uma nova onda de propaganda a favor das drogas

08 de dezembro de 2012 - A Condessa de Wemyss e March (Amanda Feilding), George Soros, e o não tão virgem bilionário Sir Richard Branson - patrocinaram um filme intitulado "Quebrando o Tabu", que Branson espera que fará pela legalização da drogas em geral que o aquecimento global pelo filme de Al Gore, "Uma Verdade Inconveniente", ou seja, atrelar a opinião popular por trás de uma mentira que leva à morte da massa espécie humana. (NdT: os articuladores da NOM parecem interessados em pseudo-soluções ao problema de aquecimento, o que acaba levando muitos a aceitar a hipótese negacionista, outra ala da mesma propaganda).

O filme de uma hora, produzida pelo filho de Branson para distribuir  no Youtube, com um site e uma petição em favor da legalização das drogas patrocinada pela Fundação Beckley - a senhora do "trepanação" Feilding, o consumidora LSD - se apresentou pela primeira vez em Londres em 05 de dezembro, e na noite seguinte se apresentaou na sede do Google em Nova York. Sua intenção manifesta e forçar os governos em todo o mundo a parar a guerra às drogas, e em vez disso se tornem parte do tráfico de drogas no Império Britânico, sob o nome sofista de "regulação" da produção, do tráfico e no consumo de drogas.

O filme é apoiado por polidas retóricas de agentes britânicos nas guerras culturais ao longo de décadas, e foi construído em torno de impacto tão incrível e esmagador que um "grupo de líderes mundiais" está pedindo publicamente aos governos para acabar com a guerra às drogas e, para participar do programa do Império Britânico. Esse "grupo" consiste simplesmente dos presidentes e outros "notáveis" que formaram a comissão para a reforma da política de drogas, financiado e dirigido pelo britânico traficante especulador George Soros. Dois presidentes, por sua vez se juntaram a eles, em primeiro lugar, o Presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, um discípulo orgulhoso de seu bom amigo e conselheiro de Tony Blair, e o presidente da Guatemala Otto Perez Molina, controlado pela condessa Feilding.

A propaganda da Beckley Foundation destaca que o presidente Bill Clinton também se juntou a esta campanha. Em uma entrevista para o filme, Clinton renegou uma decisão importante que ele tomou como presidente, de rechaçar o acordo de Wall Street para legalizar o cartel de drogas das FARC - que foi negociado em junho de 1999 por Richard Grasso, presidente da Bolsa de Valores em Nova York, com o apoio de Madeleine Albright no Departamento de Estado - e em vez do governo proporcionar ao governo da Colômbia o apoio necessário para recuperar o controle soberano de seu país, que estava nas mãos de traficantes de drogas. O "Plano Colômbia", adotado por Clinton, que agora ele afirma que não funcionou, salvou a desintegração iminente que Colômbia a enfrentava.

Rússia, e em particular, Victor Ivanov, diretor anti-drogas, observou no filme como a mosca na sopa da debandada global de drogas, por causa da pressão que se faz para os Estados Unidos e outras potências ocidentais adotem uma posição dura sobre a política de drogas como a chave para ajudar o Afeganistão. Ivanov disse em uma entrevista que está incluída no filme, as potências ocidentais, juntamente com a Rússia, devem emular o programa de sucesso do Plano Colômbia. Esta pressão da Rússia, que foi tomada com apreço por sectores-chave dentro das Forças Armadas dos EUA, enfurece os produtores do filme, em que oficiais do Exército britânico tinham sido enviados ao Afeganistão, denunciam irritados a mera menção em atacar o comércio de ópio.

A condessa britânica é a promotora de drogas para a rainha

A edição de domingo do jornal londrino The Observer publicou em 25/11/2012 uma generosa reportagem para promover a condessa britânica, Amanda Feilding, que lidera a campanha mundial para a legalização das drogas, sobre os ombros de outros agentes da coroa como George Soros. Feilding, condessa de Wemyss e march, é o fundador da Fundação Beckley, uma instituição britânica de "caridade" (sic) dedicada à legalização das drogas, cujo papel na campanha da monarquia britânica foi lançado na edição da revista EIR de 05 de setembro de 2008, " British Oligarchs Run Soros Addiction Drive" (Oligarcas britânicos dirigem a campanha de Soros pelo vício) e novamente identificado na EIR edição de 16 de novembro de 2012, no artigo intitulado "British Empire's Policy: Obama Victory Sweeps In Drug Legalization” (Política do Império Britânico: A vitória de Obama abraça a legalização das drogas).