Saudações
mentes ávidas do amanhã, dando continuidade hoje ao nosso estudo da mente de
uns dos maiores carrascos da humanidade, um homem que traiu tudo que significa
ser humano, pois mesmo que se humanidade significasse um principio filosófico ao
qual nós Homo sapiens sapiens nos apegamos ao longo de milhares de anos para
nos tornarmos uma espécie melhor, Hitler seria o perfeito estereotipo de
traidor desse princípios.
Göring,
comandante-chefe Luftwaffe era o perfeito estereótipo dos pensamentos de
Hitler, os opositores não eram portadores de ideias divergentes, as mas
inimigos a serem abatidos. Vejam o que ele teve a coragem de dizer pouco mais de um mês após Hitler
assumir o poder:
“Toda
bala que sair agora do cano de um revólver é um projétil meu. Se chamam isso de
assassinato, então sou eu que assassino; eu ordenei tudo e assumo a
responsabilidade”.
A pergunta que fica é: pessoas como Göring corromperão
seus princípios humanos devido ao contato com a mente perniciosa de Hitler ou a
mesma simplesmente trazia a tona o que há de pior dentro de cada pessoa? Deixo
essa pergunta para os amigos da história responderem!
Toda pessoa ou regime autoritário precisa ter ou inventar
inimigos para continuar exercendo seu autoritarismo. Ainda que tenha havido
fatores sociais estressantes, parece que foi menos a sociedade caótica do
pós-Primeira-Guerra que criou o monstro Hitler e mais o monstro Hitler que
moldou a sociedade para ser destrutiva. Ele aflorou e cultivou os instintos
agressivos que estão em qualquer ser humano, raça ou cultura. São deles as
palavras escritas em Mein Kampf: “ Na guerra eterna, a humanidade se torna
grande, na paz eterna, a humanidade se arruína”.
Hitler nunca foi patriota, nunca serviu a Alemanha, mas
as suas próprias ambições, era um mestre da manipulação da emoção,
provavelmente seduziria qualquer povo que não abordasse suas mensagens quando
elas ainda estivessem no nascedouro.
Seduzidos
Muitos religiosos,
pessoas do mais alto nível e com as melhores intenções humanitárias apoiaram
Hitler naqueles áridos tempos. Se nós tivéssemos vivido na Alemanha nazista e dispuséssemos
de informações reduzidas sobre as atrocidades que Hitler cometia, resistiríamos
ao poder de sua influência? Os líderes religiosos viam nele o homem que salvou e
manteria à salvo, o mundo livre do perigo comunista.
Não somente os religiosos, mas o povo em geral eram
seduzidos por suas palavras e sua falsa libertação dos males do mundo. Sua popularidade
só cresceu desde 1933 com sua entrada na Chancelaria, até 1934 ele recebia em
torno de 12 mil cartas por ano.
Aliás, Hitler, Göring e Himmler, os principais dirigentes
do partido, eram envolvidos em praticas místicas ocultistas e visões religiosas,
mesmo Bormam (finanças), Goebbels (propaganda) e Rosenberg (ministro do Reich
nos territórios ocupados) tinham uma queda pelo ocultismo, Goebbels em especial
apresentava Hitler como “o Messias da Alemanha”, o grande timoneiro da Europa.
Era a religião a serviço do Estado. Exemplo disso é a declaração do prefeito de
Hamburgo que declarou: “Podemos nos comunicar com Deus por meio de Adolf Hitler”.
O Führer esperto como era, não ia exteriormente contra a
Igreja seja Católica ou Protestante, mas nos bastidores ele a minava
sorrateiramente. Penetrou no inconsciente coletivo da sociedade alemã com uma
refinada propaganda pseudoafetiva de massa jamais vista na história.
Propaganda
Aldolf Hitler, sob a
sombra de seu ministro de Propaganda,
Goebbels, inaugurou o marketing político assistencialista. Uma dessas táticas de
propaganda era o apadrinhamento do sétimo filho de todas as famílias alemãs no
ritual de batismo cristão. Numa única peça de marketing e sem gastar novamente
nenhum dinheiro do Estado, ele atingiu três fascinantes objetivos:
1)
Exaltou a religiosidade por valorizar o ritual
de batismo cristão.
2)
Estimulou a multiplicação da raça ariana ao
valorizar famílias numerosas
3)
Assumiu a “paternidade social” para conduzir
a Alemanha ao seu “destino” histórico.
Hitler
juntamente com o gênio Goebbels, foram os grandes inventores do marketing da
emoção de massas.
Apêndice:
O
que é o Terceiro Reich?
O III Reich é o nome do Terceiro Império
alemão. Alfred Rosenberg, ideólogo e papa do paganismo, propôs esse nome para o
governo nacional-socialista, embora não tenha sido ele o inventor da expressão.
Seu aturo foi o escriba, Moeller van
den Bruch, conhecido como excelente tradutor da obra completa de
Dostoiévski. “A ideia do III Reich é uma concepção história que se eleva acima da
realidade...”, disse Moeller. Ele queria que todos os nacionalistas alemães
participassem da sua construção, Rosenberg retomou, promoveu e expandiu as
ideias de Moeller. O III Reich era, segundo Rosenberg, o autêntico Império
Alemão, que respondia a todo anseio e expectativa dos alemães, o seu fundamento
seria a raça alemã, foi lançado nesse império algo assombroso, a política da supremacia racial. A raça afirmava o
filósofo nazista era a alma vista de fora, e a alma é a raça vista de dentro.
Os primeiros Reich’s foram segundo Moeller:
I Reich: foi o
Santo Império Romano-Germânico (926-1826)
II Reich: foi
o dos imperadores alemães após a unificação do país (1871-1918), que só se
manteve pelo brilhantismo de Bismarck.
O Führer do fogo
Albert Speer, arquiteto pessoal de Hitler e ministro dos
armamentos, que ficou preso na prisão aliada de Spandau em Berlim por 20 anos,
reflete sobre se a personalidade das pessoas fossem relacionadas aos elementos
da natureza a de Hitler seria o fogo, abaixo cito as reflexões de Speer sobre o
Führer.
Se as
personalidades das pessoas se relacionam aos elementos da natureza e isto
for verdade, não hesitaria em dizer que o fogo era o elemento adequado para
Hitler – se bem que o que ele precisava no fogo não fosse o seu aspecto criador
Promético, mas sua força destrutiva. Dizer que ele incendiou o mundo e fez o
continente sentir o poder do fogo e da espada talvez seja uma figura forte demais.
Mas no sentido mais literal do termo, o fogo sempre o afetou profundamente. Lembro-me
dele mandar passar na chancelaria filmes mostrando Londres em chamas, o
incêndio gigantesco que consumia Varsóvia, comboios explodindo – e o seu verdadeiro
êxtase ao assistir tais cenas. Jamais o vi tão excitado como na ocasião em que,
já no fim da guerra e quase num delírio, ele pintou verbalmente para si mesmo e
para nós, o quadro de Nova Iorque sendo destruída por um furacão de fogo.
Descreveu os arranha-céus se transformando em tochas monumentais, tombando uns
sobre os outros e as chamas gigantescas a iluminar o céu escuro. Em seguida
como se a loucura o levasse de volta à realidade, afirmou que Saur deveria
tomar providências imediatas afim de que o bombardeiro a jato quadrimotor e de
longo alcance que Messerschmitt planejaria fosse fabricado prontamente. Com um
avião de alcance faríamos os americanos pagarem mil vezes pela destruição de
nossas cidades.
Continua
na próxima postagem.....
Você quer saber mais?
CURY, Augusto. O colecionador de lágrimas. São Paulo:
Editora Planeta, 2012.
SPEER, Albert. Spandau: o diário secreto. Rio de
Janeiro: Arte Nova, 1977,pg. 97.
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