Necrópole de Mênfis. Mênfis a Cidade Sagrada foi uma das grandes conquistas Núbias pelo
Faraó Piankh em suas campanhas do ano de 721 a.C . Imagem fonte: http://destinolandia.com/la-necropolis-de-menfis/
Continuando nosso estudo
sobre o Reino da Núbia, analisaremos as Conquistas e os Aspectos Socioculturais
que abrangem a região Núbia. Os Faraós núbios além de expandirem suas
fronteiras ao Norte e ao Sul unificaram o Egito sobre uma única dinastia diante
de um Reino Egípcio decadente. A cultura núbia é muito rica em diversos
aspectos e está dividida em três Grupos: A,B e C. Sendo a primeira muito diversificada
em todos os aspectos de sua ampla imagem e visão da realidade que os cercava.
Já o Grupo B, nada mais é do que uma degeneração do Grupo A, devido as seguidas
invasões egípcias na região. Distinta das duas anteriores, a Grupo C e baseada
em motivos geométricos e se espalhou por toda a região núbia durante o Primeiro
Período Intermediário.
Conquistas da XXV Dinastia (A Dinastia Núbia)
Formação do Reino Núbio
autônomo em Nápata pelo Rei Alara (780 a.C).
O Rei Kashta (760 a.C)
sucede seu irmão Alara no Trono de Nápata e com um exercito eficiente expande o
Reino além de Tebas.
Em 751 a.C Piankhi filho de
Kashta conquista a cidade de Mênfis e Saís e todo o Delta do Nilo e torna-se o
primeiro Faraó da XXV Dinastia, a Dinastia Núbia.
O Faraó Sciabaka irmão de
Piankhi reconquista Saís, após a revolta de Bocoris, seguidor da XXIV dinastia
egípcia e do “Faraó” Osorkon IV.
Sobe ao trono o Faraó
Taharka (689 a.C), filho de Piankhi. Ele realiza construções em Mênfis (681
a.C).
Em 664 a.C Tanutâmon neto de
Taharka torna-se Faraó e da continuidade aos trabalhos de construção e reformas
nas cidades. Projeta sua influência ao Sul e transfere sua Capital para Meroe.
Ruínas
de parte da cidade de Saís. Foi conquistada por Piankh em 721 a.C. Imagem
fonte:http://www.dur.ac.uk/penelope.wilson/gallery2.html
Aspectos Socioculturais
Seu modo de vida era voltado
para caça, pesca e e criação animal que estavam associados a uma forma de
agricultura rudimentar. Era uma Núbia pastoral e talvez seminômade, embora não
destituída de habilidade agrícola. Os núbios possuíam uma Cultura Oral bem
comum aos membros das distintas tribos. Não adotaram a escrita que conheceram
através do contato com o Egito porque eram estruturados em pequenas unidades
sociopolíticas aonde não havia pressão/necessidade da presença da escrita para
as atividades cotidianas. A cultura da Núbia Antiga é dividida em Grupo A, B e Grupo C.
Cultura Núbia Grupo A
A Cultura do Grupo A
desenvolveu-se contemporaneamente à I Dinastia Egípcia. Seus vestígios
arqueológicos foram encontrados na Núbia entre a primeira catarata à
Batn-el-Haggar ao Sul. Fisicamente apresentavam semelhanças com os egípcios
pré-dinásticos. Viviam em pequenos acampamentos pastoreando ovelhas, cabras e
alguns bovinos.
Cerâmica
Núbia do Antigo Império (3.100 a 2.200 a.C). Imagem fonte: http://historia-da-ceramica.blogspot.com.br/2009/11/ceramica-nubia.html
Eram seminômades, orientados
pelas necessidades de novas pastagens. A cerâmica constitui uma das marcas
características desse grupo cultural, pois revela um artesanato engenhoso e uma
decoração artística.
Cultura Núbia Grupo B
No fim da II Dinastia
Egípcia e é considerada um empobrecimento da Cultura do Grupo A. Esse período
de decadência cultural coincide com o inicio da III Dinastia Egípcia e vai até
o inicio da VI Dinastia e teria sido causado pelas repetidas investidas egípcias
contra a Núbia.
Cerâmica
Núbia do Médio Império. (2.000 a 1.600 a.C.). Imagem fonte: http://historia-da-ceramica.blogspot.com.br/2009/11/ceramica-nubia.html
A Núbia era economicamente
importante para o Egito pelas suas riquezas em ouro, incenso, marfim, ébano,
óleo, pedras preciosas, dentro outros itens.
Cultura Núbia Grupo C
Durante o primeiro Período
Intermediário na História do Antigo Egito surge na Baixa Núbia outra Cultura,
com características distintas da Cultura do Grupo A. Sua origem ainda é
controversa. Para uns seria produto de uma migração, para outros apenas uma
evolução cultural. Suas populações eram pastoris e viviam em acampamentos ou
povoados.
Prato
de cerâmica decorado com caçador, lebre, cão, leopardo e peixe. VI Dinastia
Egípcia. Imagem fonte: http://historia-da-ceramica.blogspot.com.br/2009/11/ceramica-nubia.html
Sua característica mais
marcante é a Cerâmica feita à Mão e geralmente em forma de Vasos muito
decorados com motivos Geométricos por impressão ou incisão. Uma característica que viria a marca o Grupo C, como a mais bem elabora parte da cultura núbia do durante a Quarta Dinastia Egípcia.
Na próxima postagem teremos a última parte de nossa análise sobre o Reino Núbio aonde veremos as crenças e os deuses que permeavam a civilização núbia bem como seus significados e origens.
03/04/2013
Leandro Claudir é Acadêmico de História pela Universidade
Luterana do Brasil, Técnico em Informática pela QI Escolas e Faculdades.
Habilitado em Liderança de Círculos de Controle de Qualidade Empresarial pelo
Sesi. Criador e Administrador do Projeto Construindo História Hoje. IBSN-
7837-12-38-10.
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MELLA, Federico
A. Arborio. O Egito dos Faraós: história, civilização e cultura. São Paulo:
Editora Hemus, 1981. pp. 218-219, 263, 270-271, 299, 411, 417, 442.
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