Amelia Earhart com seu avião. Imagem: Hypescience.
Amelia Earhart, a primeira mulher a cruzar o oceano Atlântico sozinha em um avião, estaria hoje fazendo 115 anos. Amelia estabeleceu muitos recordes além deste, escreveu seu
best-seller sobre suas experiências e foi uma figura crucial para a
formação do The Ninety-Nines, uma organização para mulheres pilotas.
Amelia Earhart também foi interpretada no filme Amelia por Hilary Swank em 2009. Seu interesse pela aviação surgiu aos 20 anos de idade quando,
juntamente com uma amiga, assistia a um piloto que realizava acrobacias
com seu avião em um local isolado. Quando o piloto as viu ele fez um voo
rasante sobre elas. “Tenho certeza que ele disse para si mesmo ‘Veja
como as faço correr’”, ela disse. Mas ela se manteve firme no lugar
quando a aeronave passava rente por cima de sua cabeça e algo despertou
nela. Ela então fez um passeio com o piloto em seu avião e logo que
alcançou as alturas “Eu sabia que teria que voar”.
Muitos obstáculos como preconceito e dificuldades financeiras a aguardavam o que não era muito novo para ela que guardava para si um caderno com recortes de jornais sobre mulheres de sucesso em papéis predominantemente masculinos. Quando garota ela também matava ratazanas com suas espingarda e escalava árvores.
Trabalhou como enfermeira voluntária no Canadá durante a Primeira
Guerra Mundial e tornou-se assistente social. Começou suas aulas de
piloto em 1921 e em seis meses havia economizado o suficiente para
comprar seu primeiro avião, um biplano Kinner Airster de segunda mão.
Como era amarelo vivo ela o chamou de Canário e com ele alcançou seu
primeiro recorde alcançando os 14 mil pés de altitude (cerca de 4,2 km).
Em 1928 ela quase desligou o telefone na cara de um homem que em
seguida lhe disse “O que você acha de tornar-se a primeira mulher de
voar pelo Atlântico?”. Ela completou o voo juntamente com outro piloto e
um mecânico em 21 horas chegando em Wales, na Inglaterra. Ela fez
história e apareceu nos jornais já que três mulheres haviam morrido ao
tentar a façanha no último ano. Ao retornar ela e sua equipe foram
recebidos pelo presidente dos EUA.
Ela casou-se com seu editor George P. Putnam em 1931 e se referia ao
relacionamento como uma “parceria” com “controle duplo”, para manter sua
independência.
Junto com seu marido traçou planos secretos para tornar-se a segunda
pessoa e a primeira mulher a atravessar o Atlântico a voo sozinha. Em
1932 ela decolou e depois de muitas dificuldades como ventos fortes e
problemas mecânicos ela pousou “no quintal de um lavrador (…) assustando
a maioria das vacas das redondezas”. De volta em casa, o presidente dos
EUA a agraciou com a medalha de ouro da National Geographic Society.
Para Amelia ela havia provado que as mulheres eram iguais em “trabalhos
que requerem inteligência, coordenação, velocidade, frieza e força de
vontade”.
Ela continuou quebrando recordes nos anos que se seguiram até que em
1937, próxima de seus 40 anos, estava pronta para o maior dos desafios:
ser a primeira mulher ao voar ao redor do globo. Em março daquele ano
fez uma tentativa frustrada que danificou sua aeronave em um pouso
forçado e necessitou que o motor fosse refeito.
Ela disse “Eu sinto que só consigo realizar mais um bom voo e espero
que seja esta viagem”. No dia primeiro de junho do mesmo ano ela e seu
navegador decolaram para o voo de 47 mil km de distância. Os mapas
imprecisos freqüentemente tornavam a navegação complicada para Fred
Noonan, que a acompanhava. O maior desafio estava por vir quando
decolaram de Nova Guiné em direção à pequena ilha Howland que tem apenas
cerca de 3km de comprimento e 800m de largura. Um navio da Guarda
Costeira dos EUA seria seu contato de rádio e outros dois navios
acenderam todas as suas luzes para funcionarem como marcadores de rota.
“[A ilha de] Howland é um ponto tão pequeno no Pacífico que toda ajuda
em localizá-la deve estar disponível”, Amelia disse.
Eles partiram 2 de julho, mas as chuvas os surpreenderam e
dificultaram o método principal de navegação de Noonan que usava o céu.
Amelia pediu apoio por rádio e o navio lhe enviou constantemente uma
seqüência de transmissões, mas ela não conseguia ouví-las. O navio então
recebeu o audio de Amelia “Devemos estar próximos de vocês, mas não
conseguimos vê-los. O combustível está acabando. Não estou conseguindo
contato por rádio”. O navio tentou responder mas Amelia não ouvia.
Depois de as comunicações cessarem uma imediata tentativa de resgate
foi efetuada e permanece até os dias de hoje a busca naval mais ampla já
realizada. Em 19 de julho as buscas cessaram. Hoje há diversas escolas,
ruas aeroportos e monumentos com o seu nome.
O mundo sempre recordará Amelia Earhart por suas visão, coragem e
conquistas para as mulheres e para no campo da aviação. Em uma carta que
deixou para seu marido caso algo acontecesse ela escreveu “Saiba que
estou certa dos riscos. (…) Eu quero fazer porque quero fazer. As
mulheres devem tentar fazer as coisas que os homens tentaram. Quando
falhamos o erro deve ser um desafio para outras.”
Você quer saber mais?
http://hypescience.com/amelia-earhart/
http://hypescience.com/santos-dumont/
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