O
mistério em torno da identidade de Jack, o Estripador, ultrapassou a barreira
do tempo. Hoje, mais de 115 anos após os assassinatos que alarmaram o bairro
londrino de Whitechapell, o fascínio diante dos crimes ainda persiste. Jack é
considerado o primeiro serial killer do mundo moderno e seu caso é tido como o
maior enigma da história criminal. As mortes tinham características em comum:
todas as vítimas estavam bêbadas ou haviam bebido, eram prostitutas e tinham o
ventre dilacerado e os órgãos extirpados. Não há evidências de que as mulheres
se conheciam.
As vítimas
Não
é certo o número de mulheres assassinadas pelo Estripador. O número mais aceito
é o de cinco vítimas, mas há versões que apontam de quatro a sete mortes. O primeiro
crime atribuído a ele ocorreu no dia 31 de agosto de 1888, na viela Buck’s Row.
Um homem a caminho do trabalho encontrou o corpo de Mary Anne Nichols,
conhecida como Polly, na calçada. A garganta estava cortada de uma orelha a
outra e a lâmina penetrou até a coluna vertebral. O crime foi atribuído a uma
gangue de exploradores de prostitutas.
O
segundo assassinato ocorreu dias depois, em 8 de setembro do mesmo ano. O corpo
de Annie Chapman foi encontrado por um morador de uma pensão, a cinco metros de
Buck’s Row. A cabeça estava praticamente separada do corpo e seus anéis e
dinheiro estavam intactos. No local, a polícia descobriu apenas provas
insignificantes. A investigação policial não chegou a nenhuma pista importante,
exceto a de que o punhal usado no crime correspondia ao do assassinato de Polly
Nichols. A lâmina media entre 15 e 25 cm e tinha 2,5 cm de largura. O relatório
concluiu, pelas características dos crimes, que o assassino possuía
conhecimentos de anatomia.
Vinte
e dois dias depois do assassinato de Chapman, no dia 30 de setembro, o corpo de
Elizabeth Stride foi encontrado na rua, banhado por quase dois litros de
sangue. Outra morte foi cometida naquela mesma noite. O cadáver de Catherine
Eddowes foi encontrado mais tarde, virado de costas, quase irreconhecível. A garganta
estava cortada e um outro corte seguia do reto ao esterno. O corpo estava sem
uma parte da orelha direita, e a extremidade do nariz também havia sido
cortada.
Em
9 de novembro, um cobrador de aluguel bate à porta de uma das pensões em qual
tinha inquilinos. Na ausência de respostas, olha pelo vidro da janela e avista
um corpo na cama e uma poça de sangue no chão. Era Mary Lane Kelly, a última
vítima de Jack, o Estripador. A cabeça estava praticamente separada do resto do
corpo e o rosto, irreconhecível.
As
investigações prosseguem, mas pouco evolui.
Inúmeras
cartas anônimas denunciando possíveis assassinos são levadas as centrais de polícia,
mas apenas algumas são levadas a sério. A mais importante está assinada por
Jack, o Estripador onde daí origina-se a alcunha do assassino. Escrita com
tinta vermelha, anuncia o envio das orelhas de uma das vítimas à polícia. Era a
orelha de Catherine Eddowes, mas a informação da orelha decepada havia sido
mantida em sigilo pela polícia. Outra carta, que se acredita ser do assassino
não está assinada por Jack, o Estripador, mas vem com as palavras “do inferno”,
acompanhada por um rim humano. Também o rim que faltava no corpo de Eddowes.
Durante
o curso dos assassinatos, a polícia e os jornais receberam centenas de cartas
sobre o caso. Algumas eram de pessoas bem-intencionadas oferecendo informações
para a captura do criminoso; a maioria delas, entretanto, foram consideradas
inúteis, e posteriormente ignoradas.
Talvez
o mais interessante foram as diversas mensagens que conclamavam terem sido
escritas pelo assassino (o apelido “Jack, o Estripador” foi cunhado a partir de
uma dessas mensagens); a grande maioria não passava de falsificações. Muitos
especialistas afirmam que nenhuma delas era verdadeira, mas entre as
citadas como provavelmente genuínas, tanto por autoridades da época quanto
atuais, três em particular se destacam:
A
carta ao “Caro Chefe”
O
cartão-postal do “Insolente Jack”
A
carta “Do Inferno”
Continua na próxima postagem: Os Suspeitos
– Seweryn Klosowski, Montgue Druitt, Aaron Kosminski, Michael Ostrog, John Pizer, Dr. Francis Tumblety, William Bury, Dr. Thomas Cream, Frederick Deeming, Carl Feigenbaum e Robert Stephenson.
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SCHMIDT, Paulo. Jack, o Estripador: A verdadeira História, 120 anos depois. São Paulo: Geração Editorial, 2008.
ROLAND,Paul. Os Crimes de Jack, o Estripador. São Paulo: Editora Madras,
2010.
CORNWELL, Patrícia. Retrato de Um Assassino – Jack , o Estripador. Lisboa:
Editorial Presença, 2003.
HARRINSON, Shirley. O Diário de Jack, o Estripador, Lisboa: Editorial
Presença, 1999.
Excelente, só isso que tenho a te dizer meu caro companheiro de hidromel! Que os Grandes Valar de Arda te guiem em sua jornada!
ResponderExcluirObrigado Sauro, bebamos à nossa vitória!
ResponderExcluirLeandro CHH
Ola Leandro meu amigo, tudo bem?
ResponderExcluirDesculpa-me pela demora em aparecer, estive ausente e só hoje atualizando o blogue.Obrigada pelo carinho de sempre.
Gostei imenso da postagem. Não sabia muito a respeito dessa história de Jack, o Estripador. Muito louco esse caso. Esse assassino deveria gostar de ver sangue jorrar das vítimas. Quanta maldade ele praticava.
Sera que as carta não são verdadeiras?
Aguardo a continuação.
Grande abraço meu amigo!