Como progredira a humanidade em cinqüenta e poucos anos! Os visitantes, a formigar na portentosa feira, viram pela primeira vez aparelhos e maquinismos reve4lando no mágico funcionamento o domínio crescente do homem sobre a natureza.
Era olhar e pasmar...O telégrafo Morse aperfeiçoado pelo transmissor automático da Siemens e melhorado com a impressão de caracteres pelo sistema de Disney; o tonômetro de Sheibler medindo o número de vibrações do som; o meteorógrafo do Padre Secchi assinalando as previsões do tempo; o espectroscópio de Bunsen e Kerchhoff descortinando a identidade da composição química do universo sensível;os faróis de Fresnel aperfeiçoados por Stevenson, garantindo segurança dos nautas; os tubos de Geisler prenunciando com suas cores de magia o sortilégio dos elétrons; a balança metalométrica de Roselem facilitando a galvanoplastia de Cristofle; o freio elétrico de Achard para conter a marcha dos comboios.
Era, na verdade, o Panteão dos novos deuses, como o antigo, também soerguido no Campo de Marte. Novos deuses: rebrilhantes no aço polido, no vidro luzente, cantando com os estríbulos ruídos e os sons mais estranhos, uma sinfonia desconhecida e bárbara marcada ao compasso das faíscas elétricas, do bater de pálpebras dos faróis e da convulsão dos êmbolos e das alavancas. Novos deuses: absurdos, ofegantes, nervosos, sugando a água do rio a alimentar os lagos, movimentando febrilmente os teares e os fusos, escrevendo nas fitas telegráficas, acendendo na noite festiva a aurora fantástica dos tubos fluorescentes...
Promissoras novidades, apareciam, para aplicações na navegação aérea, o motor de explosão, de Louvriè, com explicações sobre a intermitência de seus impulsos e dos resultados na anulação da força de gravidade.
O pequeno motor pulsava à cadência explosiva das gotas de petróleo e, se os homens pudessem prever o futuro, veriam nele o implacável coração de ferro que hoje palpita indiferente sobre as ruínas das cidades incendiadas e dos homicídios em massa das populações inermes.
As correntes filosóficas em moda tiravam partido dos progressos técnicos para negar a existência de Deus e a imortalidade da nossa alma, e muitas vezes – o que é ainda pior – aconselhavam a abstenção completa das cogitações acerca das origens e finalidades do Universo e do Homem.
Acima foto do Padre Angelo Secchi.
Surgia o agnosticismo, a mais orgulhosa das formas de negar, porquanto negar já é ao menos considerar, enquanto abster-se, numa atitude de imparcialidade displicente, é negar falando a linguagem do desprezo, idioma preferido pelos anjos rebeldes que o orgulho perdeu.
Você quer saber mais?
SALGADO, Plínio. A Aliança do Sim e do Não. São Paulo: Editora das Américas, 1957.
http://www.integralismo.org.br/?cont=781&ox=121
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Num momento em que se fala tanto em novas tecnologias. O texto é perfeito e muito interessante.
ResponderExcluirE tem mais... o grande objetivo dessas exposições universais era divulgar as novas tecnologias e produtos que surgiram no período da industrialização. Assim sendo, dezesseis dessas exposições irão ocorrer nesse momento. Entre elas a de 1867.
Esse verdadeiro "Templo das Máquinas" foi uma exigência da Revolução Industrial, que deu uma nova forma ao comércio em escala mundial e promoveu a indústria nos países organizadores. Entre eles a França.
Agradeço também a sua vista ao Saiba História. Abraços!
Olá Leandro amigo, tudo bem? Vim fazer uma visitinha pra ver a novidades e dizer que estou sentindo sua falta por lá. Andei meia ausente por isso a demora em aparecer. Espetacular seu texto. Essa maquina deve ser uma relíquia para os tempos de hoje. Metereolografo parece interessante. Será que essa máquina ainda consegue medir a meteorologia de hoje. Deixo um abraço pra ti!
ResponderExcluirSmareis
Obrigado, Leandro. Ando meio sem tempo para escrever e publicar mais.
ResponderExcluirAbs,
Mário
Oi Leandro amigo, dei uma passadinha pra te desejar uma ótima semana, cheia de muitas paz e muitas alegrias em Cristo Jesus. Abraço grande amigo!
ResponderExcluirSmareis
A Revolução Industrial colocou em prova nossos conhecimentos. E nós estamos levando adiante um programa indústrial extremamente prejudicial ao seu criador o homem.
ResponderExcluirOlá Smareis obrigado pela visita. Essas máquinas são reliquias dos pioneiros da tecnologia. Espero um dia que possamos empregar elas realmente em prol do criador: O homem!
ResponderExcluirValeu pela visitinha Smareis.
ResponderExcluirAbraços,
Leandro CHH
Valeu Mário!!!!!
ResponderExcluirUm abraço,
Leandro