“É de nossa convicção que o latim – aprendido como língua de cultura e através de textos com interesse atual – é indispensável para a formação de um tipo de homem empenhado em compreender-se a si e aos outros, por considerar como valores maiores os espirituais e os humanos.”
Maria Ana Almendra
O latim era a língua falada no Lácio (latium), região da Itália central, onde, em meados do século VIII a.C., foi fundada a cidade de Roma. Havia um estreito parentesco entre o latim e dois outros idiomas falados, antigamente, na Península Itálica: o osco, língua do Sâmnio (Samnium) e da Campânia (Campania), e o umbro, língua da úmbria (Umbria). A grande semelhança entre esses três idiomas fez supor a existênica de uma língua única, a qual se convencionou denominar “itálico” e que teria dado origem a eles.
Por outro lado, o confronto de raízes vocabulares existentes no latim com raízes de palavras pertencentes a algumas das antigas línguas faladas na Índia, na Pérsia, na Grécia, na Gália, na Germânia e em outras regiões, bem como certa semelhança entre as estruturas gramaticais de tais línguas, permitiram aos estudiosos formular a hipótese da existência de uma língua primitiva que teria gerado esses idiomas. Deu-se o nome de “indo-europeu” a essa hipotética língua-mãe.
Supõe-se que o indo-europeu foi falado por um povo que se dispersou, por razões até hoje desconhecidas, alguns milênios antes de Cristo, espalhando-se pela Europa e pela Ásia.
A dispersão do povo acarretou profundas modificações lingüísticas no idioma, inicialmente uno. O indo-europeu dividiu-se em numerosas línguas, cada uma das quais gerou posteriormente outros tantos idiomas. Essas línguas forma agrupadas, pela proximidade lingüística, em diversos ramos: itálico. Helênico, céltico, germânico, báltico, eslavo, indo-irânico e outros. Muitas dessas línguas acham-se extintas ou mortas. As remanescentes são faladas em grande parte do mundo e em algumas regiões do Oriente.
Regiões onde são faladas línguas de origem românicas
A origem latina da língua portuguesa
Português (galego-português até ao séc. XIV), espanhol e catalão, francês e provençal, reto-romano, italiano e sardo, romeno são línguas românicas, neolatinas ou novilatinas.
Todas elas resultaram da lenta trnasfomação do latim vulgar, ou antes, dos latins vulgares, já diferenciados porque introduzidos em épocas diferentes, falados nas várias regiões do império romano.
Em grande parte da Europa, durante séculos, os Romanos organizaram, administraram, construíram estradas e escolas, estimularam indústrias e trocas comerciais; e os mercadores, vendedores ambulantes, marinheiros, soldados, funcionários mantinham com os natruais um contato permanente. Estes acabaram por aprender a língua daqueles e também, por sua vez, a ensinaram.
Divisão do dia para os romanos
No séc. V, o império está decadente. Nas várias regiões, praticamente entregues a si próprias, e, por isso isoladas, as diferenças lingüísticas acentuam-se. Ao lado de fenômenos generalizados, surgem os fenômenos locais.
Dentro em pouco, os habitantes de regiões afastadas deixarão de usar o mesmo “código” e, portanto, de se compreender.
E assim se vão formando línguas diferentes, embora aparentadas.
É a língua falada que da origem a novas línguas
Divisão do Tempo para os romanos (clique na imagem para ampliar).A par do latim A clássico – sermo eruditus – existia a língua falada pelo povo – sermo uulgaris. Era um língua mais simples, que usava frases curtas e termos populares e que era considerada “incorreta”, mas assegurava uma comunicação mais fácil. Na passagem para as línguas românicas, acentuam-se nela tendências que já vinham de longe.
Portugal Romano. Português.
A data romana (clique na imagem para ampliar)
Na Península Ibérica, a romanização começou cedo – séc. II a.C. – e foi pr4ofunda, em virtude da importância militar e econômica de que a Hispânica se revestia.
Teve um aspecto culto, pois foram seus agentes, além dos soldados e funcionários, famílias de origem romana, que vieram estabelecer-se em centros importantes.
Em Portugal, a presença romana está assinalada de norte a sul.
Cortado de estradas que ligavam Emerita (Mérida) – capital da Lusitânia – aos centros mais importantes como Olisipo, Scallabis, Bracara, Ebora, Pax Julia, são nele inúmeros os vestígios dessa presença – mosaicos, moedas, cerâmicas, restos de uillae, sinais do que ainda está por descobrir.
Você quer saber mais?
ALMEIDA, Napoleão Mendes de . Gramática Latina, São Paulo: Ed. Saraiva, 2000.
CARDOSO, Zelia de Almeida. Iniciação ao Latim. São Paulo: Ed. Ática, 1999.
WILLIAMS, Edwin B. Williams. Do Latim ao Português. Rio de Janeiro: Ed. Tempo Brasileiro, 2001.
ALMENDRA, Maria Ana; FIGUEIREDO, José Nunes de. Compêndio de Gramática Latina. Porto: Porto Editora, 1996.
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Olá Leandro, eu sou o Renato Marchi, editor do blog História Sem Censura. Obrigado pelas palavras porém posso dizer que eu fiquei impressionado com seu blog. Conteúdo aprofundado, crítico e analítico ao mesmo tempo.
ResponderExcluirParabéns Leandro
Abraço!
Olá, Professor Renato.
ResponderExcluirQue bom gostastes do trabalho que tenho realizado no Construindo História Hoje.
Estou,amando essas informações sobre a história da lingua Latina
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