CAÇAS ARGENTINOS SOBREVOAM AS MALVINAS EM 1983.
Mas ele não contava que a Grã-Bretanha reagisse prontamente à invasão, enviando às Malvinas uma força-tarefa com 28 mil combatentes - quase três vezes o tamanho da tropa rival. E, ao contrário do que supunham os generais argentinos, os Estados Unidos não se mantiveram neutros, mas resolveram apoiar os britânicos, seus aliados na poderosa aliança militar da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Fornecendo armas, os americanos deram uma forcinha decisiva aos súditos de Elizabeth II. Turbinados pelo apoio ianque, os britânicos bateram os argentinos em pouco mais de dois meses. Aos nossos vizinhos, restou voltar para casa e resolver os problemas internos. Com o fiasco nas Malvinas, o regime militar argentino afundou e foi substituído por um governo civil. Do outro lado do Atlântico, a primeira-ministra britânica Margaret Thacher aproveitou os louros da reconquista para conduzir seu Partido Conservador à vitória nas eleições daquele ano.
Derrota no conflito selou o fim da ditadura no país
CONFRONTO AÉREO1. A guerra das Malvinas começa para valer em 2 de abril de 1982, quando as forças navais argentinas tomam Stanley, a capital das ilhas. Em resposta à invasão, aGrã-Bretanha envia à região uma força-tarefa em meados de abril, cruzando 13 mil quilômetros pelo oceano Atlântico
2. No dia 25 de abril, uma unidade britânica desembarca em uma ilha próxima, a Geórgia do Sul, que também estava nas mãos dos argentinos. Depois de breves combates, a Grã- Bretanha retoma o controle da ilha e começa a preparar o contra-ataque, adaptando equipamentos para receber armas da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), a aliança militar da qual o país faz parte
3. Ao mesmo tempo, os argentinos se preparam para interceptar as forças britânicas. No final de abril, eles posicionam a noroeste das Malvinas o porta-aviões Veinticinco de Mayo, levando oito caças-bombardeiros, seis aviões a hélice e quatro helicópteros, todos a postos para o combate
4. A maior baixa argentina acontece no dia 2 de maio: longe da zona de conflito, o cruzador General Belgrano é torpedeado por um submarino britânico de propulsão atômica e afunda, matando 368 homens. Enquanto isso, nas imediações das Malvinas, os dois exércitos travam intensas batalhas no ar
5. Dois dias depois, a resistência aérea argentina consegue uma vitória a oeste dasMalvinas ao atingir o destróier Sheffield, matando 20 homens. Nos dias seguintes, ataques argentinos afundam mais quatro navios. Mas as baixas não conseguem impedir o avanço da moderna esquadra britânica, que se aproxima cada vez mais das ilhas Malvinas.
6. O avanço britânico se consolida em 21 de maio, com um desembarque anfíbio na costa norte da ilha Malvina Oriental. Enfrentando tropas mal preparadas e com armas antiquadas, os britânicos capturam povoados menores, como Goose Green, até cercarem a capital, Stanley. Em 14 de junho, os argentinos se rendem e a guerra acaba
Argentina x Grã-Betanha
ARGENTINA
10 mil soldados
750 mortos
NO AR: A frota era numerosa mas antiga, composta principalmente por aviões Skyhawk da década de 60
NO MAR: Inferiorizados, os argentinos só tinham um porta-aviões e submarinos a diesel, que possuem pouca autonomia embaixo d’água
EM TERRA: A maioria dos 10 mil soldados não tinha experiência militar. Mal armadas e sem proteção contra o frio da região, as tropas protagonizaram rendições em massa para o Exército britânico
GRÃ-BRETANHA
28 mil soldados
256 mortos
NO AR: Os modernos caças-bombardeiros a jato Harrier e Sea Harrier eram poucos, mas rivalizaram com a numerosa frota argentina.
NO MAR: Além dos dois porta-aviões, o grande destaque da esquadra eram três submarinos de propulsão nuclear, que podiam ficar embaixo d’água por meses
EM TERRA: Além de a tropa ter quase três vezes mais combatentes que a rival, os soldados britânicos eram todos profissionais e contavam com o moderno armamento da Otan.
Brasil defende soberania argentina das Malvinas
AS MALVINAS PERTENCEM A ARGENTINA."Seguramente os países sairão daqui com uma posição de apoio firme às Malvinas, embora não saiba em que termos", comentou Marco Aurélio Garcia. Segundo ele, "esta é uma questão de alta sensibilidade para toda a região" e, "diferentemente do passado, hoje há uma posição consensual na América Latina de apoio às reivindicações da Argentina no que diz respeito a soberania das Malvinas".
Ele lembrou que, quando houve a Guerra das Malvinas, "a situação era diferente". Naquela época, observou, houve países que apoiaram os ingleses, além do fato de que a Argentina "vivia um regime cruel, militar e tudo isso poderia tornar mais turva a situação". Mas, mesmo naquele momento e naquelas circunstância, salientou, a posição da diplomacia brasileira foi de apoio à Argentina.
Os líderes reunidos em Cancún para a cúpula da unidade dos países latino-americanos vão apoiar "a soberania argentina" das Ilhas Malvinas e condenar a iniciativa da Grã-Bretanha de explorar petróleo na costa das ilhas. No comunicado negociado pelos ministros das Relações Exteriores dos 32 países, haverá um repúdio à exploração de petróleo pelos britânicos na costa das Malvinas.
"Os chefes de Estado da América Latina reafirmam seu respaldo aos legítimos direitos da República Argentina em sua disputa de soberania (nas Ilhas Malvinas) com a Grã-Bretanha", diz o documento negociado, que deve ser divulgado amanhã, após as plenárias dos presidentes. Os países latino-americanos dizem que as nações devem evitar "ações unilaterais", como a prospecção de petróleo empreendida pela Grã-Bretanha na costa das Malvinas.
A presidente Cristina Kirchner, que chegou sábado a Cancún, solicitou ajuda aos países latino-americanos para pressionar a Grã-Bretanha a sentar e discutir a soberania das Ilhas Malvinas. Seu apelo coincidirá com o início dos trabalhos de perfuração da plataforma petrolífera na área marítima ao norte do arquipélago.
Independência
O governo argentino pretende evitar as perfurações, temendo que as Malvinas tornem-se um novo centro petrolífero regional. Buenos Aires avalia que a bonança aumentaria o risco de os kelpers (como são chamados os habitantes das ilhas) buscarem a independência, fato que minaria as reivindicações territoriais argentinas. As estimativas sobre as reservas nas ilhas variam desde os mais céticos 8 bilhões de barris, até os otimistas 60 bilhões que os kelpers alegam existir.
VOCÊ QUER SABER MAIS?
www.militarypower.com.br/frame4-warMalvinas.htm
www.naval.com.br/.../falklandsmalvinas/guerra-das-malvinas-o-confronto-aeronaval-em-graficos/ -
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