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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Introdução - Parte I.

A Primeira Guerra Mundial foi conhecida como "a guerra que acabaria com todas as guerras". Imagem: Só História.
 Vários problemas atingiam as principais nações européias no início do século XX. O século anterior havia deixado feridas difíceis de curar. Alguns países estavam extremamente descontentes com a partilha da Ásia e da África, ocorrida no final do século XIX. Alemanha e Itália, por exemplo, haviam ficado de fora no processo neocolonial. Enquanto isso, França e Inglaterra podiam explorar diversas colônias, ricas em matérias-primas e com um grande mercado consumidor. A insatisfação da Itália e da Alemanha, neste contexto, pode ser considerada uma das causas da Grande Guerra. 
         
Vale lembrar também que no início do século XX havia uma forte concorrência comercial entre os países europeus, principalmente na disputa pelos mercados consumidores. Esta concorrência gerou vários conflitos de interesses entre as nações. Ao mesmo tempo, os países estavam empenhados numa rápida corrida armamentista, já como uma maneira de se protegerem, ou atacarem, no futuro próximo. Esta corrida bélica gerava um clima de apreensão e medo entre os países, onde um tentava se armar mais do que o outro.
Existia também, entre duas nações poderosas da época, uma rivalidade muito grande. A França havia perdido, no final do século XIX, a região da Alsácia-Lorena para a Alemanha, durante a Guerra Franco Prussiana. O revanchismo francês estava no ar, e os franceses esperando uma oportunidade para retomar a rica região perdida.

O pan-germanismo e o pan-eslavismo também influenciou e aumentou o estado de alerta na Europa. Havia uma forte vontade nacionalista dos germânicos em unir, em apenas uma nação, todos os países de origem germânica. O mesmo acontecia com os países eslavos.
 O início da Grande Guerra
O estopim deste conflito foi o assassinato de Francisco Ferdinando, príncipe do império austro-húngaro, durante sua visita a Saravejo (Bósnia-Herzegovina). As investigações levaram ao criminoso, um jovem integrante de um grupo Sérvio chamado mão-negra, contrário a influência da Áustria-Hungria na região dos Balcãs. O império austro-húngaro não aceitou as medidas tomadas pela Sérvia com relação ao crime e, no dia 28 de julho de 1914, declarou guerra à Servia.

Política de Alianças

Veja a história do tenor que fez Hitler chorar



Adolf  Hitler, era fã de Richard Wagner e já tinha assistido a mais de 30 óperas antes de completar 30 anos.  Imagem: Guia do Estudante Abril.

Max Lorenz, tenor que virou uma sensação na década de 1930 na Alemanha, encantou o ditador nazista, grande fã de óperas.

No começo da década de 1930, quando o tenor Max Lorenz chegava ao auge da carreira, aos 32 anos, suas apresentações como Siegfried, o mítico herói das óperas de Richard Wagner, só não eram tão populares quanto o jovem e destemido veterano da Primeira Guerra, que vinha cativando multidões com sua voz potente e verve instigante.

Dez anos mais velho que Lorenz e diferente dele, que tinha um corpanzil elegantemente sustentado por bons vinhos e carne vermelha, o ex-militar era miúdo, moderado em seus hábitos e vibrante em sua oratória. E grande admirador de óperas, sobretudo as de Wagner. Adolf Hitler era fã das suas composições e já tinha assistido a mais de 30 óperas antes de completar 30 anos. Como diria em anos depois, foi ouvindo uma delas - Rienzi, o Último dos Tribunos, finalizada em 1840 - que teve a inspiração para escrever Mein Kampf (Minha Luta, a bíblia nazista). A paixão de Hitler por essa ópera em particular era tamanha que ninguém estranhou quando o manuscrito original que havia se perdido na guerra foi encontrado, anos mais tarde, em sua biblioteca particular.

Segundo o autor de As Mulheres de Hitler, François Delpla, o ditador teria assistido à peça mais de 40 vezes ao longo de sua vida.

"A razão de tamanha adoração parece ser o enredo, que narra o retorno à vida de um herói popular da Itália medieval - Cola di Rienzi -, que enfrenta os nobres para liderar a revolta de seu povo e conduzi-lo a um destino melhor"

Diz o historiador, para quem as bandeiras do Partido Nazista foram inspiradas com base nos modelos da ópera.

Os destinos de Hitler e Lorenz se cruzariam em 1933, quando o primeiro usou a máquina de propaganda nazista para dar proporções épicas ao Festival de Bayreuth. Na pequena cidade da Baviera, Richard Wagner estreara sua obra-prima - O Anel dos Nibelungos - e lá passara seus últimos dias de vida. Desde então, todos os verões, descendentes tentavam reviver sua glória com apresentações do festival. Hitler ordenou que o ministro Joseph Goebbels não economizasse na organização. Wagner era um símbolo da supremacia germânica.

Nascido em 1901, em Dusseldorf, filho de um açougueiro, o garoto Max Lorenz começou a cantar no coro da igreja e, como logo se destacasse, foi mandado a Berlim para estudar numa das melhores escolas do país. Em 1920, já era a estrela do coro da Ópera Estatal da cidade e ascendia numa carreira internacional, com apresentações na Metropolitan Opera de Nova York e na Royal Opera de Viena.

 "Ele era uma escolha óbvia para a nova fase do Festival de Bayreuth".

Diz o historiador Eckart Conze, professor da Universidade de Marburg, na Alemanha.

Só havia um problema. Ou dois. Lorenz era homossexual assumido - tanto quanto possível para a época. Ele já havia sido fichado pelas autoridades alemãs. E os administradores da Ópera de Berlim, onde era contratado, já haviam sido repreendidos por sua conduta "abominável e antigermânica". Ele chegou a ser processado por manter um caso com outro jovem músico e teve de comparecer a um tribunal. Lorenz apresentou em sua defesa o depoimento de sua esposa, Charlotte Appel, revelando, para surpresa geral, que não só era casado como também sua esposa pertencia a uma proeminente família judia de Dresden. "Eles eram amigos desde a juventude e, aparentemente, haviam se casado para proteger a homossexualidade de Lorenz", diz Conze. "No final, ele é que a protegeu da perseguição nazista."
Os destinos de Hitler e Lorenz se cruzariam em 1933, quando o primeiro usou a máquina de propaganda nazista para dar proporções épicas ao Festival de Bayreuth. Imagem: Guia do Estudante Abril.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Verdades da Profissão de Professor

Imagem: Montana.edu

Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.

É um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.

Paulo Freire

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Você quer saber mais? 







domingo, 14 de outubro de 2012

Corrupção: A dimensão do problema!



Infelizmente hoje em dia muitas pessoas prejudicam seu próximo de proposito. Imagem: W.T.

Você já foi afetado pela corrupção? Com toda certeza e até  já sofreu os efeitos de alguma forma de corrupção.

Segundo o Índice de Percepção da Corrupção de 2011, elaborado pela organização Transparência Internacional, “a grande maioria dos 183 países e territórios avaliados teve uma nota abaixo de 5 numa escala de 0 (muito corrupto) a 10 (muito confiável)”. Essa organização declarou que seu relatório de 2009 já expunha o enorme alcance da corrupção: “Fica claro que nenhuma região do mundo está imune aos perigos da corrupção.”

Em alguns casos, as consequências da corrupção são desastrosas. Por exemplo, a revista Time disse que a “corrupção e a negligência” foram, pelo menos em parte, responsáveis pela enorme quantidade de mortes no grande terremoto que assolou o Haiti em 2010. E acrescentou: “Prédios são construídos com pouco ou nenhum parecer técnico de engenheiros, e sim com muito suborno dado aos chamados inspetores do governo.”


A nossa natureza humana é corrupta e desobediente, mas isso não é justificativa para não muda-lá. Imagem: W.T.

Há alguma solução definitiva para a praga da corrupção? Para responder a essa pergunta, precisamos entender suas causas básicas. Vamos analisá-las no próximo artigo.

sábado, 13 de outubro de 2012

Saiba mais sobre a Cruz Vermelha e as Convenções de Genebra e de Haia



Soldado britânico durante a Primeira Guerra Mundial, munido de máscara de gás e uma baioneta na ponta do rifle. Imagem: Aventuras na História.

A partir de 1864, as Convenções de Genebra e de Haia tentaram impor um pouco de humanidade ao inferno da guerra. Os resultados apareceram, mas bem abaixo do desejado.

"As Armas passam sobre os mortos e feridos, estendidos sobre o solo. Cérebros vazam sob as rodas, membros são quebrados e arrancados, corpos mutilados ao ponto de se tornarem irreconhecíveis - o solo está pantanoso com o sangue." 
Henri Dunant, fundador da Cruz Vermelha

Se o texto acima parece chocante, é porque ainda cumpre seu propósito. Lançado em 1862, o breve livro Un Souvenir de Solferino (Lembrança de Solferino), do empresário suíço Henri Dunant, foi uma dessas obras que mudaram o mundo. Logo no começo, há outra passagem, com soldados invadindo uma capela para matar a pedradas um oficial inimigo sendo socorrido, seguida por enfermeiras sendo alvejadas em campo enquanto tentavam levar cantis a soldados agonizantes. O livro é um relato da Batalha de Solferino (1859), na qual aliados franceses e italianos enfrentaram austríacos, no total de 267 mil combatentes. A derrota austríaca garantiu a unificação da Itália sob o rei Vítor Emanuel II. A batalha em si ocupa só 1/4 das 39 páginas do livro. O que importa é o que vem depois, descrito em detalhes igualmente explícitos: o sofrimento imenso dos feridos e as condições precárias de seu socorro.

Dunant estava numa viagem de negócios na Itália quando acabou em Solferino, no dia 24 de junho de 1859. Ele chegou ao fim do dia, quando os austríacos se retiravam, deixando 40 mil mortos e feridos agonizantes no campo. Os franceses organizaram um esforço médico para tratar feridos de ambos os lados, e Dunant, mesmo não sendo médico, coordenou um intenso esforço civil para salvar os soldados. Daí vem a principal ideia do livro: organizar uma entidade internacional de médicos voluntários, que atendesse feridos independente do lado, e estabelecer regras internacionais para o tratamento de feridos e combatentes.

Dunant retornou à Genebra e lançou a primeira edição pagando do próprio bolso em 1862. As 1,6 mil cópias foram enviadas a figuras políticas e militares da Europa. E o empresário passou a viajar pelo continente para pregar suas ideias. Em 9 de fevereiro de 1863, com 4 outras figuras importantes de Genebra, Dunand fundou o Comitê Internacional de Socorro aos Militares Feridos, que mudaria seu nome para o atual - Comitê Internacional da Cruz Vermelha - em 1876. Com o apoio do governo da Suíça, o comitê organizou encontros diplomáticos, que resultaram na 1ª Convenção de Genebra, documento assinado em 22 de agosto de 1864.
 
"Os artigos estabeleciam o respeito e a proteção das equipes e instalações sanitárias, assim como reconheciam o princípio essencial de que os militares feridos ou enfermos devem ser protegidos e receber cuidados seja qual for sua nacionalidade", diz Gabriel Valladares, da delegação regional da Cruz Vermelha para Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. A 1ª Convenção de Genebra previu também a criação de sociedades nacionais filiadas ao Comitê Internacional e adoção da cruz vermelha como símbolo.

A trajetória das Convenções de Genebra 

1859 Henri Dunant presencia a Batalha de solferino
1862 Dunant lança seu livro e inicia a militância.
1864 Primeira Convenção de Genebra, com a criação da Cruz Vermelha.

1899 Primeira Convenção de Haia proíbe armas químicas, ataques aéreos de balão e balas dum-dum.

1906 Segunda Convenção de Genebra define regras para hospitais navais.
 
1907 Segunda Convenção de Haia, sobre regras de combate e bombardeio naval.
 
1925 Protocolo de Genebra, proibindo armas químicas.

1929 Terceira Convenção de Genebra, com detalhes sobre o tratamento de prisioneiros de Guerra. Não é assinada por união soviética e Japão.

1949 Quarta Convenção de Genebra, sobre os direitos dos civis nas guerra. É a que vale hoje em dia.

1977 Protocolos I e II, detalhando o que constitui violações dos direitos dos civis em conflitos internacionais e nacionais. Não são ratificados por Estados Unidos, Israel, Irã, Paquistão e Turquia.

2005 protocolo III, adotando o "cristal vermelho" como símbolo alternativo.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O dilúvio andino. Unu Pachacuti “água que transforma o mundo”



Unu Pachacuti, o dilúvio segundo a tradição andina. Imagem: Os Incas. Mitos e Lendas.

O grande dilúvio andino foi chamado Unu Pachacuti, que significa “água que transforma o mundo”.  O primeiro animal a aparecer após o Unu Pachacuti foi um guanaco. Esse sobrevivente do dilúvio era conhecido como Napa ou Catachillay e identificado na constelação de Lira chamada Urcuchilllay.

Após o dilúvio, a Terra voltou a der povoada por aqueles que sobreviveram ou, segundo algumas versões, foram criados novos homens para repovoá-la.

Guaman Poma de Ayala conta que, após o dilúvio, o deus-pai-de-todas-as-coisas criou os Huari-Viracocha-Runa, ou primitivos homens de Viracocha, que, apesar do nome, não corresponderam devidamente à divindade que os transformou em pedra.

 O deus Viracocha. Imagem: A Ciência Sagrada dos Incas.

O outro povo criado por Viracocha depois do dilúvio foi o Huari-Runa, o “povo primitivo” que se cobria com peles e que seriam, por sua vez, substituídos pelos Purun-Runa (bárbaros, selvagens) na terceira idade, e pelos Auca-Runa, ou “gente de guerra”, dominaram a quarta idade até chegarem os Incas.

Herdeiros da rica e secular tradição cultural andina, os incas revelam – em seus detalhes e mensagens – os valores e símbolos de uma tradição atemporal que identifica e traz de volta o homem à natureza e ao cosmos.

Manco Capac e sua esposa, Mama Ocllo. Imagem: Las Civilizaciones Prehispánicas de América.

Segundo a lenda após as sucessivas tentativas, sucessos e fracassos de Viracocha em criar um povo seu. O antepassado mais antigo dos incas é Manco Capac e sua esposa, Mama Ocllo. Ambos foram enviados de forma divina, saindo lago Titicaca.