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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Não importa em qual ordem as letras de uma palavra estão, a única coisa importante é que a primeira e última letras estejam no lugar certo
Terra e Lua podem ser muito mais jovens do que se pensava
Bactéria sobrevive 553 dias no espaço.
Cientistas britânicos revelaram que um tipo de bactéria que foi deixada durante 553 dias em pleno espaço, sujeita a condições hostis à vida, conseguiu sobreviver.
No experimento, as bactérias foram colocadas no exterior da Estação Espacial Internacional (EEI), onde ficaram expostas a raios cósmicos, forte radiação ultravioleta e mudanças significativas de temperatura. Além disso, toda a água presente na pedra desapareceu no vácuo espacial.
A experiência é parte de uma missão para encontrar micróbios que poderiam ser úteis a futuros astronautas em viagens de exploração espacial.
Agora, cientistas da Open University, responsáveis pela pesquisa, estão investigando como as bactérias conseguiram sobreviver às provações.
Parece celular
Já se sabe que esporos de bactérias são capazes de sobreviver vários anos em órbita, mas este é o maior período de sobrevivência registrado por cianobactérias (microorganismos que fazem fotossíntese) no espaço.
Os micróbios foram retirados de penhascos na cidade de Beer, na costa sul da Inglaterra. Quando expostos ao espaço, eles ainda estavam em pequenos pedaços de rocha extraídos do penhasco.
Elas possuem uma parede celular espessa e esta pode ser uma razão de sobreviverem tanto tempo no espaço.
Quando a equipe da Open University enviou as rochas para o espaço, tudo o que sabia é que o material continha comunidades de bactérias diferentes. Os cientistas não sabiam quais delas, se é que alguma, voltariam à Terra com vida.
“Tudo morreu naquelas rochas, menos aquele tipo particular de micróbio”, disse o professor da Open University Charles Cockell, que participa do Estudo, à BBC.
“Acreditamos que este micróbio pode ser usado em sistemas de suporte vital, para manter pessoas na Lua ou em Marte, onde não há oxigênio”, afirmou.
Segundo a pesquisadora Karen Olsson-Francis, também da Open University, "também existe um conceito de que se nós tivéssemos de desenvolver bases na Lua ou em Marte, poderíamos usar bactérias para biomineração, ou seja, para extrair minerais importantes das rochas".
A pesquisa alimentou uma teoria popular segundo a qual microorganismos podem, de alguma forma, ser transportados de um planeta a outro viajando em rochas - meteoritos - para semear vida onde ela não existe.
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Estudo reavalia indícios de sonda e diz que pode haver vida em Marte
A noção de que o planeta vermelho seria estéril tinha sido reforçada após a missão da sonda Viking, que coletou e examinou amostras do solo de Marte, sem encontrar evidências da existência de moléculas ricas em carbono ou de vida no planeta.
Mas os cientistas da Universidade Nacional Autônoma do México, da Cidade do México, afirmam que as substâncias que poderiam comprovar a chance de que poderia haver vida no planeta tinham sido destruídas no local da coleta quando a sonda pousou no planeta.
Reavaliação
Os cientistas resolveram reavaliar a questão sobre presença de moléculas orgânicas ricas em carbono em Marte após o envio de outra sonda ao planeta, em 2008.
A sonda Phoenix Mars Lander registrou a presença da substância química perclorato, que contém cloro, na região "ártica" do planeta.
Por causa dessa descoberta, os cientistas resolveram fazer uma experiência para reproduzir as condições do pouso da sonda Viking em Marte com o conhecimento de que haveria perclorato no solo.
A equipe de cientistas foi ao deserto de Atacama, no Chile, onde as circunstâncias seriam similares às de Marte.
Após adicionar perclorato ao solo e aquecê-lo, os cientistas descobriram que os gases produzidos eram dióxido de carbono e traços de clorometano e diclorometano - os mesmos gases liberados por reações químicas após as sondas Viking terem aquecido o solo de Marte mais de três décadas atrás.
Eles também descobriram que as reações químicas destruíram todos os componentes orgânicos no solo.
"Nossos resultados indicam que não apenas (substâncias) orgânicas, mas também perclorato, podem ter estado presentes no solo nos dois locais onde as (sondas) Viking pousaram", diz o autor principal do estudo, Rafael Navarro-González.
Cedo para comemorar
Apesar de animados pela descoberta, os pesquisadores afirmam que é muito cedo para concluir que tenha existido vida em Marte.
"Isso nada diz em relação à questão da existência ou não de vida em Marte, mas pode fazer uma grande diferença em como procuramos evidências para responder a essa pergunta", diz Chris McKay, do Ames Research Center da Nasa, na Califórnia.
McKay explicou que substâncias orgânicas podem vir de fontes biológicas ou não biológicas - muitos meteoritos que caíram na Terra possuem matéria orgânica.
O perclorato, um íon de cloro e oxigênio, pode ter estado presente em Marte por bilhões de anos e ter se manifestado apenas quando aquecido, destruindo todas as substâncias orgânicas presentes no solo.
Quando cientistas examinaram originalmente as informações das sondas Viking, eles interpretaram os compostos orgânicos que continham cloro como contaminantes dos fluidos de limpeza levados na nave.
Ainda não está claro se as moléculas orgânicas são naturais de Marte ou se chegaram ao planeta por meio de meteoritos.
Descobrir isto é um dos objetivos das próximas missões para Marte. A Nasa planeja dar início em 2011 à sua missão Mars Science Laboratory (MSL), com o veículo espacial Curiosity projetado para procurar material orgânico no planeta.
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Estudo liga uso de maconha a câncer de testículo
O uso frequente ou em longo prazo de maconha pode dobrar os riscos de um usuário desenvolver câncer de testículo, segundo um estudo do Fred Hutchinson Cancer Research Center, nos Estados Unidos.
O estudo, publicado na revista especializada Cancer, entrevistou 369 pacientes de câncer de testículo e concluiu que o uso frequente da droga dobrava o risco de desenvolver a doença em comparação com os homens que nunca fumaram maconha.
Os resultados sugerem ainda que a maconha pode estar associada à forma mais agressiva deste câncer.
Esse é o primeiro estudo a analisar, especificamente, a relação entre o uso de maconha e câncer de testículo.
Tipo raro
O câncer de testículo corresponde a 5% dos casos de tumores malignos entre os homens, segundo o Instituto Nacional do Câncer, e afeta entre 3 a 5 indivíduos a cada 100 mil.
Ele é mais comum entre homens com idades entre 15 e 50 anos e tem alto índice de cura, principalmente se for diagnosticado no estágio inicial.
A incidência na Europa e na América do Norte é bem mais alta do que em outras regiões do mundo, e vêm aumentando sem nenhuma razão aparente.
Os fatores conhecidos da doença incluem ferimentos nos testículos, histórico familiar, ou a criptorquidia (testículo que não desce para a bolsa escrotal durante a infância).
No estudo, foram entrevistados 369 homens, com idade entre 18 e 44 anos, que haviam sido diagnosticados com câncer de testículo. Eles responderam perguntas sobre seus hábitos de fumar maconha.
Suas respostas foram comparadas às de cerca mil homens, aparentemente saudáveis.
Mesmo depois de ajustar os números levando em consideração outros fatores, o uso da maconha permaneceu como um claro fator de risco para o câncer de testículo.
O estudo indicou que fumar maconha aumenta em 70% o risco e que fumar maconha com frequência ou fumar desde a adolescência aumenta o risco em 100% em comparação com os que nunca fumaram.
Também foi encontrada uma relação do uso da droga com o não-seminoma, um tipo mais agressivo de câncer testicular, que corresponde a cerca de 40% dos casos e tende a atingir os mais jovens.
Puberdade
Segundo Janet Daling, uma das autoras do estudo, na puberdade os homens estariam mais vulneráveis a fatores ambientais, como a ação de substâncias químicas encontradas na maconha, por exemplo.
"Isso é consistente com a conclusão do estudo de maior risco do tipo de câncer testicular não-seminoma estar particularmente associado ao uso de maconha antes dos 18 anos", disse ela.
Segundo Stephen Schwartz, que também participou do estudo, "o que os jovens devem saber é que, primeiro, sabemos pouco sobre as consequências do uso da maconha para a saúde a longo prazo, especialmente, do uso frequente, e segundo, nosso estudo traz alguma evidência de que o câncer de testículo pode ser uma dessas consequências".
O próximo passo, diz ele, seria estudar mais a fundo as células nos testículos para verificar se alguma delas têm receptores para as substâncias encontradas na maconha.
Segundo Henry Scowcroft do instituto Cancer Research UK, para que seja alcançada qualquer conclusão firme sobre a relação entre causa e efeito nos casos de câncer de testículo é preciso um estudo envolvendo um número muito maior de pacientes.
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Sonda descobre depósitos de gelo no polo norte da Lua
Outros compostos, como hidrocarbonetos, estão misturados ao gelo lunar, segundo os resultados de uma missão da Nasa ao satélite chamada LCROSS.
As crateras contendo gelo têm diâmetro entre 2 km e 15 km, mas a quantidade de gelo em cada uma delas varia.
A Nasa, no entanto, afirma que as camadas de gelo devem ter pelo menos dois metros de espessura para terem sido identificadas pelo radar Mini-Sar, da agência americana, a bordo da sonda indiana.
O cientista Paul Spudis, do Instituto Lunar e Planetário de Houston, estimou que haja pelo menos 600 milhões de toneladas de gelo nessas crateras.
Na sombra
Em comum, as crateras têm grandes áreas onde a luz do sol nunca chega. Em algumas delas, a temperatura pode chegar a 25 Kelvin (248ºC negativos) – mais frio do que a superfície de Plutão – permitindo que o gelo permaneça estável.
“Na sua maioria, é puro gelo”, disse Spudis, que “pode estar sob alguns centímetros de regolito (camada de material solto que cobrem a superfície) lunar seco”.
Esta camada protetora de solo poderia evitar que blocos de puro gelo evaporassem, mesmo em áreas expostas à luz do sol, explicou ele.
Em fevereiro, o presidente americano Barack Obama cancelou o programa criado para levar os americanos de volta à Lua até 2020.
Mas, segundo Spudis, “agora podemos dizer com alguma confiança que uma presença humana sustentável na Lua é possível. É possível usando os recursos que encontramos lá”.
“Os resultados dessas missões, que vimos nos últimos meses, estão revolucionando totalmente nossa visão da Lua.”
Sondas não tripuladas
A Chandrayaan-1 foi a primeira contribuição da Índia para a frota de sondas não tripuladas lançadas à Lua nos últimos anos. O Japão, a Europa, a China e os Estados Unidos também enviaram missões com equipamentos para explorar o satélite em detalhes sem precedentes.
Os cientistas também descobriram que o gelo encontrado na Lua tem procedências e características variadas.
Um dos meios mais importantes de formação de água na Lua é pela interação com o vento solar, o fluxo de partículas que se move rápida e constantemente para fora do Sol.
A radiação espacial detona uma reação química na qual átomos de oxigênio já encontrados no solo adquirem núcleos de hidrogênio, formando moléculas de água e a molécula mais simples de hidrogênio e oxigênio (HO). Esta água “adsorvida” pode estar presente em finas camadas cobrindo o solo lunar.
A missão da LCROSS ainda identificou a presença, no solo lunar, de hidrocarbonetos, como etilenos.
Segundo o cientista chefe da missão, Anthony Colaprete, do Centro de Pesquisas Ames, da Nasa, os hidrocarbonetos podem ter chegado à superfície lunar trazido por cometas e asteroides – outra fonte vital de água lunar.
Mas, ele acrescentou, algumas dessas formações poderiam ter surgido através de reações químicas entre grãos de poeira inter-estelar acumulados na Lua.
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