As
Alianças de Deus com os Homens. Imagem: Adv.
na Mira da Verdade.
Ao ler as Escrituras
Sagradas notei que havia uma falta de informações sobre o Período Interbíblico
que vai de Malaquias a Mateus, encontramos um silêncio divino
de quatro séculos. Nesse período, chamado “Interbíblico”, por se localizar
entre os dois Testamentos,
Deus esteve preparando o mundo para o nascimento do Seu filho, para o advento
do Cristianismo. Então creio que este tema será esclarecedor para os meus
amigos leitores.
Deus preparou o mundo em
vários aspectos para a vinda de Jesus; cada povo, no seu tempo, pela
providência divina, criou as condições da sociedade em que o cristianismo
apareceu realizando as suas primeiras conquistas.
Os babilônicos [1], [2]
levaram o povo de Deus para o cativeiro e deram-lhe lições jamais
esquecidas. Os persas [1], [2]
fizeram-lhe retornar à Jerusalém, edificando o templo e restaurando o
ensino da lei. Os gregos [1], [2]
influenciaram intelectualmente o mundo, contribuindo ainda com um idioma
universal, o “Koinê”. Os romanos [1], [2]
contribuíram com a paz universal e o intercâmbio entre os povos unificados
sob seu domínio. Os judeus [1], [2] contribuíram com a preservação do Antigo Testamento e a esperança
messiânica que inocularam nos países por onde andaram, principalmente depois do
cativeiro.
Deus, nesses 400 anos não
falou por meio de profetas nem pela palavra escrita (nenhum livro inspirado
apareceu nesse período), mas podemos dizer que com Sua mão poderosa, dirigiu os
povos preparando o mundo para o nascimento de Jesus
Cristo [1] [2].
Relato
-
Descrito profeticamente em Daniel 11 à 12.2.
Duração
-
De 430 a 5 aC (425 anos) --- De Malaquias ao advento.
Local
-
Palestina.
Fatos importantes:
Para facilitar o estudo,
dividiremos o período interbíblico nos seguintes assuntos:
1-
O período Medo-Persa
2-
O período Greco macedônio
3-
O período Romano
4-
A literatura apócrifa
1- O período Medo-Persa
Após Neemias
e Malaquias,
a Palestina continuou sob os persas por mais quase 100 anos, até 330, quando a
Grécia venceu a Pérsia. O centro do império Persa ficava onde hoje é o Irã.
Suas capitais foram Babilônia e depois Susa, construída por Cambises ( Neemias
1.1; Ester 1.1; Daniel 8.2). Embora em cativeiro, o povo de Deus obteve os
seguintes sucessos [1]:
1-
Influência espiritual dobre Nabucodonosor e os
babilônios.
2-
Idolatria destruída.
3-
A lei de Moises
respeitada.
4-
Inauguração do culto público.
5-
Reverdecimento da esperança messiânica.
6-
Nacionalismo pronunciado.
No período interbíblico, os
persas só dominaram no mundo por cerca de 100 anos. Em 330, Dario
Condomano (Dario III) foi derrotado por Alexandre
“O Grande” da Grécia na famosa batalha de Arbela. Não confundir
esse Dario com o Dario
II ( Nothus) de Neemias 12.22. O “Jadua” aí, também não é o mesmo sumo-sacerdote
que recebeu Alexandre em Jerusalém, conforme descrição de Josefo em
“Antiguidades”.
2- O período Greco macedônio
Busto de Alexandre o
Grande Imperador da Macedônia (356-323 a.C.).
Alexandre “O Grande”, 336 a.C,
com a idade de 20 anos assumiu o comando do exército grego e, à maneira de
meteoro, investiu para o oriente, sobre as terras que estiveram sob o domínio
do Egito, Assíria, Babilônia e Pérsia. Em 331 a.C, o mundo inteiro jazia aos
seus pés. Invadindo a Palestina em 332 a.C, mostrou muita consideração pelos
judeus, poupando Jerusalém e oferecendo-lhes imunidades para se estabelecerem
em Alexandria. Esse período durou de 331 a 167 a.C [2].
Em 323 Alexandre “O Grande”
morre na Babilônia aos 33 anos de idade. Após sua morte, seu império foi
dividido entre quatro dos seus famosos generais, da seguinte maneira:
Seleuco
I, Nicator -
Ficou com a Síria, Ásia Menor e Babilônia. Capital, Antioquia da Síria.
Ptolomeu
I, Sóter I, Ptolomeu Lagos
- Aparece na História com esses nomes. Ficou com o Egito, capital Alexandria.
Cassandro
-
Ficou com a Macedônia e Grécia. Capitais Pella e Atenas.
Lisímaco
-
Ficou com a Trácia, atual Romênia.
Durante a época dos
Ptolomeus e Selêucidas, a língua grega foi implantada na Palestina. O poder
civil passou a ser exercido pelo sumo-sacerdote, que exercia também o
religioso. A divisão política da Palestina contava com 5 províncias ou
distritos: Judéia, Samaria, Galileia, Traconites e Peréia. Nessa fase surgiram
as seguintes seitas religiosas:
Os fariseus: (heb. “separados”). Inicialmente primavam pela pureza religiosa,
depois tornaram se secos, ritualistas e hipócritas. Eram nacionalistas [1].
Os saduceus: (heb. “justos”). Eram os aristocratas da época. Eram adeptos do que
chamamos hoje racionalismo. Confira Atos 5.17; 23.8. Eram Helenistas
(partidários dos gregos) [1].
Os essênios: Uma ordem monástica que
praticava o ascetismo. A raiz que deriva a palavra “essênio significa
“piedoso” [2].
Antioco Epifânio
Antíoco,
o Grande, reconquistou a Palestina em 198 aC, que
voltou para os reis da Síria, chamados “Selêucidas”. De 175-163 aC, foi
violentamente rancoroso com os judeus; fez um esforço titânico e decidiu por
exterminá-los e à sua religião. Devastou Jerusalém, em 168 aC; profanou o
templo, em cujo altar ofereceu um porco; erigiu um alta à Júpiter; proibiu o
culto no templo; impediu circuncisão sob pena de morte; destruiu todas as
cópias das Escrituras que foram encontradas, matando a todos quantos foram
achados de posse das mesmas; vendeu milhares de famílias judias para o
cativeiro e recorreu a toda espécie imaginável de tortura para forçar os judeus
a renunciar sua religião. Isso deu ocasião à revolta dos Macabeus, uma das mais
heróicas façanhas da história [2].
O Perído Macabeu ou Hasmoneano.
Matatias,
sacerdote, de intenso patriotismo e imensa coragem, furioso com a tentativa de
Antíoco Epifânio, reuniu um bando de leais compatriotas e desfraldou a bandeira
da revolta. Tinha cinco filhos heróis e guerreiros: Judas, Jônatas ,Simão, João
e Eleazar. Matatias faleceu em 166 aC. Seu manto caiu sobre seu filho Judas,
guerreiro de admirável gênio militar. Ganhou batalha após batalha em condições
de inferioridade incríveis e impossíveis. Reconquistou Jerusalém em 165 aC,
purificou e reedificou o Templo. Foi esta a origem da Festa da Dedicação (João
10.22-23). Judas uniu em si a autoridade sacerdotal e civil e assim estabeleceu
a linguagem dos sacerdotes-governadores Hasmoneanos, que pelos seguintes 100 anos
governaram uma Judéia independente [2]. Foram eles:
Matatias
–
167-166 aC.
Judas
–
166- 161 aC.
Jônatas
–
161- 143 aC.
Simão
–
143- 135 aC.
João
Hircano I –
135-104 (filho de Jônatas).
Aristóbulo
e filhos –
104-63 (indignos do nome do Macabeus).
Um período que iniciou por
causa da crueldade, termina com a crueldade dentro do próprio povo. Aristóbulo,
filho de João Hircano, entre outras coisas, mandou prender sua genitora, à qual
Hircano teria deixado o reino, conservando-a presa até morrer de forme no cárcere,
Seu reinado foi curto (morreu em 105 aC) e seus filhos tão cruéis quanto ele.
Não merecem serem chamados descendentes de Hasmon [2].
3- O Período Romano
No ano de 63 aC, a Palestina
foi conquistada pelos romanos sob as ordens de Pompeu. Anipator,
edomita (descendente de Esaú) foi designado governador da Judéia.
Sucedeu-lhe seu filho Herodes, o Grande, que foi rei da Judéia, 37-4 aC, data
na qual Jesus já era nascido. Para obter o favor dos judeus, Herodes o Grande
derrubou o velho templo depois de ter preparado o material para construção do
novo, que edificou, talvez com maior magnificência do que o de Salomão. Este é
conhecido como o templo de Herodes e o que existia quando Jesus esteve na
terra [1], [2].
4- A Literatura Apócrifa
Chamamos de Apócrifos
(ocultos sem autenticidade), os escritos produzidos no Período Interbíblico. No
silêncio da voz divina, multiplicaram-se as palavras humanas. Outros escritos
espúrios relacionados com o AT ou NT são chamados Pseudo-epigráficos,
ex.: Enoque, Os 12 Patriarcas, Moisés, Apocalipse de Paulo, etc.
A denominação “apócrifos” se
dá comumente ao 14 escritos contidos em algumas Bíblias entre os dois
Testamentos e na Bíblia de edição Romana, misturados entre os livros do AT.
Informações sobre os 14 apócrifos [2].
1-
Foram escritos depois de haver cessado a inspiração divina.
2-
Os judeus
nunca os reconheceram como Escrituras
Hebraicas.
3-
A Igreja primitiva nunca os reconheceu.
4-
Foram inseridos na Bíblia quando se fez a tradução para o grego chamada Septuaginta.
5-
Da septuaginta os apócrifos foram levados para a tradução latina e daí para a Vulgata
Latina.
6-
Jerônimo,
o tradutor da “Vulgata” não concordou em inseri-los na sua tradução; o fez
obrigado.
A Igreja
Romana, em 18 de abril de 1546, para combater os protestantes,
declarou “canônicos” 11 (Os livros de: Tobias,
Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, I Macabeus, II Macabeus. Os
acréscimos em Ester 10.4 a 16.24, Cântico dos três santos filhos em Daniel 3.23
a 90, História de Suzana em Daniel cap. 13, Bel e o Dragão em Daniel cap. 14)
dos 14 apócrifos.
01/03/2013
Leandro Claudir é
Acadêmico de História pela Universidade Luterana do Brasil, Técnico em
Informática pela QI Escolas e Faculdades. Habilitado em Liderança de Círculos
de Controle de Qualidade Empresarial pelo Sesi. Criador e Administrador do
Projeto Construindo História Hoje. IBSN- 7837-12-38-10.
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Você quer saber mais?
[1] BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada: nova tradução na linguagem
de hoje. Tradução: SBB. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2001.
[2] CABRAL.
J. Introdução Bíblica: conhecimentos indispensáveis a seminaristas, pastores e
todos quantos se interessam em conhecer o Livro de Deus. Rio de Janeiro:
Editora UP, 1986.
Olá Multiplicador Leandro, boa tarde! Felicidades pra sua família!
ResponderExcluirParabéns, seu blog e você são destaques no Educadores Multiplicadores por ter contribuído à educação. Link abaixo:
http://www.educadoresmultiplicadores.com.br/2013/03/educadores-multiplicadores-do-mes-de.html
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Irivan