Benito Mussolini, 1922.
Imagem: A Itália Fascista
de Martin Blinkhorn.
A
3 de janeiro de 1925, Mussolini
executou o movimento que finalmente transformaria seu regime numa autêntica ditadura. Num discurso proferido na Câmara, num tom desafiador, declarou que
assumia total responsabilidade por tudo o que acontecera até então: “Se o fascismo tem sido uma associação de delinquentes, então
eu sou o chefe dos delinquentes!” Chegara o momento de acabar
com todas as restrições e através da força conseguir resolver uma dura batalha
entre “dois elementos irredutíveis”.
Os
atos seguiram-se imediatamente a essas palavras: dissolução
das organizações “subversivas”; fechamento dos clubes de
oposição; buscas e prisões; o progressivo cerceamento
da liberdade de imprensa; aumento das verbas destinadas à
repressão pela polícia e às atividades da milícia fascista. Em seguida, em
novembro de 1926, a liberdade recebeu seu golpe de misericórdia. Usando como
pretexto um atentado contra a vida de Mussolini, cujas circunstâncias
permaneceram envoltas em mistério, o governo adotou uma série de medidas que
assinalaram o fim de qualquer atividade política independente que ainda
existisse na Itália. Todos os partidos e
associações que desenvolviam atividades consideradas contrárias ao regime foram
dissolvidos. Os poucos jornais que ainda não se tinham aliado ao
governo fora fechados. Os deputados “aventinos” foram expulsos do Parlamento.
Instituiu-se a pena de morte para as violações políticas consideradas
graves. Criou-se um tribunal especial composto por
oficiais do Exército e da milícia que ficariam encarregados de julgar – por
métodos sumários – os delitos políticos considerados de menor gravidade.
Assim, toda e qualquer forma de oposição ou de crítica ao regime
ficava confinada à clandestinidade.
O
regime policial então criado era brutal, ainda que menos
desumano e sanguinário do que, por exemplo, o nazismo alemão. As
sentenças de morte promulgadas pelo tribunal especial em tempo de paz – isto é,
até o fim de 1940 – não passaram de dez, cinco das quais aplicadas
a nacionalistas eslavos acusados de atos de terrorismo.
Houve 4 mil sentenças de prisão,
algumas delas por longo período, enquanto aos membros da oposição considerados
menos perigosos aplicavam-se penas de banimento temporário
em áreas remotas como as ilhas do Mediterrâneo, sob vigilância
da polícia. Na
realidade, nunca houve verdadeiramente campos de concentração ou campos de
trabalhos forçados na Itália fascista de Mussolini.
Leandro Claudir
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Você quer saber mais?
AQUARONE. A. A Itália de
Mussolini. História do século XX. São Paulo: Editora Abril, 1974. V. III.
BLINKHORN, Martin. A Itália
Fascista. Lisboa: Editora Gradiva, 1984.
SASSOON, Donald.
Mussolini e a ascensão do fascismo. Rio de Janeiro: Editora Agir, 2012.
Muito bom seu texto sobre Mussolini!
ResponderExcluirRecentemente soube que o corpo dele e o de sua mulher Clara Petacci ficaram expostos à execração pública durante vários dias, pendurados pelos pés, na Piazza Loreto em Milão, em 29 de abril de 1945. Geralmente esse tem sido o destino de muitos ditadores.
Saudações fraternas,
Adinalzir Pereira
Olá Multiplicador Leandro, recebi o "Prêmio Blogger Versátil" e estou oferecendo-o a você. Sinta-se à vontade para aceitá-lo ou não.
ResponderExcluirO seu blog está entre os agraciados por oferecer aos leitores rico conteúdo educacional.
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Abraços, fiquemos na Paz de Deus até breve.
Irivan