quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Alice no país das maravilhas: Muito além da toca de coelho. Livro revela detalhes sobre a Inglaterra do século XIX.



Ilustração de Jessie Willcox Smith (1923)

Quando publicou seu romance Alice’s Adventures in Wonderland, em 1865, o reverendo e escritor Charles Lutwidge optou por usar o pseudônimo de Lewis Carroll. Deve ter se arrependido do anonimato, porque, rapidamente, o livro tornou-se um estrondoso sucesso. Foi lido pela rainha Vitória (1819-1901) e inspirou o jovem escritor Oscar Wilde (1854-1900). Tudo havia começado três anos antes, durante um inocente passeio de barco pelo rio Tâmisa, em Londres, com o reverendo Robinson Duckworth e três crianças - uma delas Alice Liddell, de 10 anos. Mas a obra não se resumia a um conto infantil. Em Alice no País das Maravilhas, o autor revelou hábitos e conceitos de sua época. Seu trabalho era tão baseado em fatos reais que muitos de seus personagens foram inspirados em pessoas que Carroll conheceu enquanto lecionou matemática na Universidade de Oxford.


A obra logo chegaria ao cinema. Foi lançada pela primeira vez como um curta-metragem em 1903 e teve inúmeras versões, como a animação lançada pelos estúdios Walt Disney em 1951. Dirigida por Tim Burton, a mais recente adaptação deve chegar às telas brasileiras em abril. O roteiro mostra Alice dez anos depois, retornando a Wonderland. O próprio Charles Lutwidge fez algo parecido em Através do Espelho e o que Alice Encontrou por Lá, de 1871 (ele morreria em 1898). Quem ler o livro ou for ao cinema vai comprovar: seu legado permanece.

O lado real do país surreal

A obra é cheia de referências ao mundo de Lewis Carroll

Violência

"Cortem-lhe a cabeça", diz a Rainha de Copas. O trecho revela que os leitores vitorianos não se chocavam com cenas de violência, mesmo se descritas para crianças. "Não se deveria permitir que livros como Alice no País das Maravilhas circulassem entre adultos que estão se submetendo à análise", afirmou o crítico Martin Gardner.

Crítica aos colegas

O reinado da rainha Vitória viu surgir uma nova geração de poetas, como Lewis Carroll e Edward Lear (1812-1888), que trouxeram humor e absurdo ao tradicional formato do poema clássico. Em Alice, Carroll ridiculariza diversos autores famosos na época, como Robert Southey (1774-1843) e Mary Howitt (1799-1888).

Amadurecimento

As transformações corporais sofridas por Alice são uma metáfora para o crescimento de meninas com a chegada da puberdade, oportunidade para inúmeras interpretações psicanalíticas. Carroll, aliás, nunca escapou de analogias (à pedofilia, por exemplo) e críticas a seu carinho por meninas de 8 a 12 anos, entre elas a Alice original.

Existencialismo

"Lagarta para Alice: ‘Quem é Você?’. Alice responde: ‘Eu... nem eu mesma sei, Sir... pelo menos sei quem eu era quando me levantei esta manhã, mas acho que já passei por várias mudanças desde então’." Para muitos críticos, tais indagações antecipam a filosofia existencialista de Jean-Paul Sartre (1905-1980).

Matemática aplicada

Autor de estudos de lógica, Carroll era fascinado por charadas. No capítulo 9, o Grifo (animal mitológico com cabeça de águia e corpo de leão) diz quantas horas por dia estudava: "Dez horas no primeiro dia, nove no seguinte, e assim por diante". Alice responde: "Nesse caso, no décimo-primeiro dia era feriado?" Ela está certa.

Autor: Eduardo Lucena

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