Primeiras imagens do solo Marciano feitas pela sonda Curiosity. Imagem: Reuters.
Maior e mais sofisticado veículo de
exploração já enviado a outro planeta, o jipe-robô Curiosity (Curiosidade, em
inglês), da Nasa, pousou com sucesso em Marte, às 2h31 (horário de Brasília),
desta segunda-feira (6). Após uma viagem de 567 milhões de quilômetros, é o explorador
móvel mais complexo enviado pela Agência Espacial Americana (Nasa) ao espaço.
Enquanto as pesquisas realizadas
anteriormente em Marte com as naves Viking I e II e os robôs Spirit e
Opportunity se concentraram na busca por água, o objetivo da Curiosity é buscar
sinais de vida durante os próximos dois anos.
Para isso, o robô está equipado com
o Laboratório Científico Marciano (MSL, na sigla em inglês), composto por uma
dezena de instrumentos de análise para examinar o solo, as rochas e a atmosfera
do planeta, que inclui um laser para pulverizar fragmentos de rochas que possam
atrapalhar suas tarefas e um aparelho projetado para detectar compostos
orgânicos.
O Curiosity foi acoplado em um robô
Rover com seis rodas que mede dois metros de altura, 2,7 metros de largura e
três metros de comprimento, e pesa quase uma tonelada, cinco vezes mais que
seus antecessores Spirit e Opportunity.
Primeiras imagens do solo Marciano feitas pela Curiosity. Imagem: Reuters.
Seu nome foi sugerido em 2009 por
uma estudante do Kansas, Clara Ma, em um concurso realizado pela Nasa no qual
recolheu as propostas de mais de nove mil crianças de todo o país.
A aproximação final do Curiosity ao
Planeta Vermelho, conhecida como os "sete minutos de terror",
era a missão robótica mais complicada jamais tentada pela Nasa, devido às características do explorador.
era a missão robótica mais complicada jamais tentada pela Nasa, devido às características do explorador.
Primeiras imagens da Curiosity. Imagem: Reuters.
Como um "transformer",
desde que entrou na atmosfera marciana a 21,5 mil km/h a cápsula passou em 420
segundos de ser um cone envolvido em temperaturas de quase 900 graus
centígrados a se transformar em uma grua flutuante sobre oito foguetes e a algo
parecido a uma aranha mecânica quando pousou suavemente na cratera Gale de
Marte.
O Curiosity pousou ao pé do monte
Sharp, que se eleva sobre 5,5 mil metros no centro da cratera Gale, aberta há
três bilhões de anos pelo impacto de um meteorito e que, acredita-se, abrigou
um lago.
O estudo das diferentes camadas
geológicas do monte Sharp, autêntica testemunha da história de Marte, é um dos
principais objetivos da missão.
Imagens feitas pela Curiosity, após chegar em Marte. Mais ou menos 2h31m de Brasilia. Imagem: Reuters.
O explorador tem uma fonte nuclear
de energia que lhe permitirá seguir operando por todo um ano marciano,
equivalente a 23 meses da Terra.
O Curiosity iniciou sua travessia
rumo a Marte no dia 26 de novembro de 2011 na Base de Cabo Canaveral (Flórida),
quando um foguete Atlas V propulsou a cápsula em cujo interior se encontrava o
robô a mais de 24 mil km/h. O custo da missão é de cerca de US$ 2,5 bilhões.
A prospecção no solo de Marte
começou em 1997 com a missão Pathfinder, que levou ao solo marciano o veículo
Sojourner, do qual a humanidade recebeu as primeiras imagens em detalhe desse
planeta.
"Curiosity" vai começar a fazer cartografia do sistema solar para que o Homem possa "um dia" habitar outros planetas, explica cientista.
Concepção artística mostra como foi a chegada à Marte da nave Mars Science Laboratory, que transporta o robô Curiosity, cuja missão é passar 2 anos no planeta em busca de vida.
A sonda "Curiosity", que hoje aterrou em Marte, tem como missão começar a fazer a cartografia do sistema solar para que o Homem possa "um dia" habitar outros planetas, explicou à agência Lusa o cientista Carvalho Rodrigues.
O cientista, que ficou conhecido como "o pai" do primeiro satélite português, destaca que esta sonda é mais "uma extensão" do Homem, como são os computadores ou os telefones, que, neste caso, foi enviada para Marte.
A sonda "Curiosity", que hoje aterrou em Marte, tem como missão começar a fazer a cartografia do sistema solar para que o Homem possa "um dia" habitar outros planetas, explicou à agência Lusa o cientista Carvalho Rodrigues.
O cientista, que ficou conhecido como "o pai" do primeiro satélite português, destaca que esta sonda é mais "uma extensão" do Homem, como são os computadores ou os telefones, que, neste caso, foi enviada para Marte.
"Esta extensão de nós está a fazer as primeiras cartas, a cartografia, os mapas. Era como os primeiros exploradores portugueses, que faziam os mapas que permitiram ir ao longo de África, ao longo das Américas, ao longo da Ásia, e fazer com que o planeta todo se unisse, porque os portugueses fizeram a descoberta de que havia só um oceano. Ao mandarmos estas sondas para outros planetas estamos a fazer a cartografia do sistema solar, para um dia habitar nele", disse Carvalho Rodrigues.
O
cientista sublinhou que a missão da sonda "Curiosity" "é um de
vários passos" para a elaboração da cartografia de Marte, de outros
planetas e do sistema solar.
"É
um pouco como quando os portugueses iam ao longo da costa de África e um
chegava ao cabo Bojador e depois outro dava a volta ao cabo da Boa
Esperança e depois outro foi à Índia e outro ao Brasil e depois outro deu
a volta ao mundo... É passo a passo conhecer o nosso sistema solar e por
onde é que havemos de ir para o habitarmos um dia", voltou a
ilustrar.
Carvalho
Rodrigues desconhece se houve, em concreto, alguma participação ou
contributo portugueses para esta missão, mas diz ter a "certeza
absoluta de que há", porque os portugueses estão "em todo o
lado".
"Nós
estamos em todo o lado e há muitos anos. E por uma razão simples: fomos
nós que fizemos a descoberta de que só há um oceano e é possível ligar
todas as raças do mundo pelas estradas do mar (...) De modo que há um
português de certeza que fez qualquer coisa para dentro dessa nave ou que
está a fazer a sua navegação ou que fez o seu software... Ou um descendente
de um português. De certeza absoluta", afirmou.
O
robô "Curiosity" aterrou hoje em Marte, pouco depois das 05:31
TMG (06:31 em Lisboa), anunciaram as equipas da agência espacial
norte-americana, a NASA, em Pasadena,Califórnia, EUA.
O
"Curiosity" deverá levar a cabo uma missão de dois anos em Marte.
Alimentado por um gerador nuclear, tentará descobrir se o ambiente marciano
foi propício ao desenvolvimento da vida microbiana.
Para
tal, o robô possui numerosas ferramentas, entre as quais um mastro com
câmaras de alta definição e um laser para estudar alvos até sete metros.
Outros
instrumentos procurarão moléculas de metano, um gás frequentemente ligado
à presença de vida, já detetada em Marte em várias ocasiões por uma sonda
norte-americana em órbita. O robô poderá também furar o solo para fazer
recolha de amostras e analisá-las.
A
missão do "Curiosity" foi definida como "absolutamente
crucial" para determinar se os terrestres estão sozinhos no
universo, como Marte se transformou em planeta árido e preparar o
eventual envio de seres humanos para o planeta vermelho.
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