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segunda-feira, 22 de abril de 2013

25 curiosidades sobre os índios brasileiros




Chegada de Cabral as terras indígenas que futuramente seriam chamadas pelos europeus de Brasil. Imagem: Guia dos Curiosos. 

- Os povos que habitavam as Américas foram chamados pelos europeus de índios. O termo é uma invenção europeia e provém de um “erro histórico”. Ao chegar às Américas, os europeus achavam que tinham chegado nas Índias. Assim, os povos que habitavam o continente americano foram chamados de índios.

- Quando o Brasil foi conquistado, em 1500, os historiadores calculam que existiam aqui entre 3 milhões e 5 milhões de índios, divididos em 1.400 tribos. Havia três grandes áreas de concentração: litoral, bacia do Paraguai e bacia Amazônica.

- No Brasil, muitos índios foram capturados e escravizados. Os colonos diziam que os índios não eram gente, mas animais. Quando os padres jesuítas chegaram ao Brasil, começaram a reverter esse quadro. Em 1537, a bula Veritas Ipsa, editada pelo papa Paulo III, declarou que os índios eram “verdadeiros seres humanos”.

- As doenças trazidas pelos europeus causou a morte de vários habitantes da terra. Os indígenas não resistiam ao sarampo, varíola e gripe. Entre 1562 e 1563, cerca de 60 mil índios morreram por causa de duas epidemias de “peste de bexiga” (tipo de varíola).

- Atualmente, calcula-se que 400 mil índios ocupam o território brasileiro, divididos em 200 etnias e 170 línguas. Vale ressaltar que este cálculo considera apenas os indígenas que vivem em aldeias. Há estimativas de que, além destes, há entre 100 e 190 mil vivendo fora das terras indígenas.


Índios Xerente. Imagem: Guia dos Estudantes.

-  O grão de guaraná lembra muito a figura de um olho humano. Isso deu margem a uma lenda espalhada pelos índios saterê-maué. A índia Unai teria tido um filho concebido por uma serpente e morto pelas flechadas de um macaco. No local em que ele foi enterrado, teriam nascido as primeiras plantas de guaraná.

- Os índios Xerente realizam um ritual para batizar suas crianças, chamado Uaké. Nele, a molecada participa de uma dança em círculo enquanto recebe seus nomes, que depois são anunciados de porta em porta.

- Em 2004, foram realizados os Jogos Indígenas do Pará. 500 índios de 14 tribos participaram do evento, que teve competições de arco-e-flecha, cabo-de-guerra, arremesso de lança, lutas corporais, natação, canoagem, corrida de toras, maratona e atletismo.

- O Parque Nacional do Xingu é uma das maiores áreas indígenas da América Latina, com 26 mil quilômetros quadrados (quase o tamanho do Estado de Alagoas). Criado em 1961 para garantir melhores condições de vida e a posse da terra à população indígena local, abriga hoje 4 mil índios de 15 grupos diferentes.

- Os índios brasileiros adoram carne de macaco, considerada um prato muito especial. Quanto mais novo o macaco for abatido, mais macia é a carne. Os miolos são retirados e misturados a um molho ou pão. Os cérebros são ricos em gordura e proteína.


Índios do dialeto tupimanbá. Imagem: Guia dos Estudantes.

- O tupi era uma das 1.200 línguas indígenas identificadas no Brasil no ano de 1500. Até meados do século 18, tratava-se do idioma mais falado no território brasileiro. Cerca de 20 mil palavras do atual vocabulário, como amendoim, caipira, moqueca, taturana e pipoca, derivaram dele.

- Quando Cabral chegou ao Brasil, a língua era falada numa faixa de 4 mil quilômetros, do norte do Ceará ao sul de São Paulo. O que predominava era o dialeto tupinambá, um dos cinco grandes grupos tupis. Os outros eram: tupiniquins, caetés, potiguaras e tamoios.

- Os bandeirantes se comunicavam em tupi. É por isso que tantos estados, municípios e rios têm nomes de origem indígena. Neste sentido, Paraná é “mar”; Pará é “rio”; Piauí é “rio de piaus” (um tipo de peixe); Sergipe é “no rio do siri”; Curitiba é “muito pinhão”; Pernambuco é “mar com fendas”, entre outros.

- Hoje restam 177 línguas indígenas. O antigo tupi foi uma das que desapareceram completamente. Em 1758, o marquês de Pombal, interessado em acabar com o poder da Companhia de Jesus no Brasil e em aumentar o domínio da metrópole portuguesa sobre a colônia, proibiu o ensino e o uso do tupi.

- Em 1955, o presidente Café Filho obrigou todas as faculdades de letras a incluir um curso de tupi no currículo.


Cerimônias indígenas. Imagem: Guia dos Estudantes.

- Em 1910, o Marechal Rondon criou o SPI (Serviço de Proteção ao Índio). Os indígenas passaram a ter direito à posse da terra e seus costumes eram respeitados. A entidade foi substituída pela Funai (Fundação Nacional do Índio). O órgão federal que cuida hoje das nações indígenas foi criado em 5 de dezembro de 1967.

- Existem aproximadamente 200 grupos indígenas identificados. Mas os dez mais numerosos representam 43% de todo o contingente indígena brasileiro, que reúne 325.652 indivíduos. A maior parte (89.529) mora na Amazônia.
- A Funai calcula que, além das tribos já conhecidas, há em torno de 55 grupos totalmente isolados, todos em áreas remotas da Amazônia. Em junho de 1998, na divisa do Brasil com o Peru, uma equipe da Funai vislumbrou entre a copa das árvores doze malocas de uma tribo indígena até então completamente desconhecida.

- A Amazônia é a última região do planeta onde ainda vivem grupos humanos desconhecidos. Vivem em estágio bastante primitivo, caçando, pescando e, em alguns casos, cultivando pequenas roças. Essas tribos recebem da Funai a vaga denominação de “índios isolados”.

- Pelo Código Civil, o índio não tem direito à propriedade da terra das reservas. Ele tem a posse e o direito de usar o que nela existir (água, flora, fauna e minérios).


Ritual de canibalismo. Imagem: Guia dos Estudantes.

- Canibalismo ou antropofagia consiste no ato de comer a carne de seres da mesma espécie. O termo vem da língua arawan, falada por uma tribo indígena da América do Sul. A prática, conforme afirmam estudiosos e arqueólogos, era comum em comunidades primitivas ao redor do mundo.
- Na época em que os portugueses chegaram ao Brasil, havia no país diversas tribos de índios canibais. Entre elas estavam os tupinambá, os potiguares, os caetés, os aimorés, os goitacás e os tamoios. Eles devoravam seus inimigos por vingança e acreditavam que, comendo seu corpo, adquiriam seu poder.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

As diversas faces do coronelismo e suas inter-relações.



Na foto Cel. Victor Dumoncel Filho na Revolução de 1923. Imagem: AVD/SB.

O objetivo de Claudio Pereira Elmir com esse trabalho é descrever as relações coronelistas no Rio Grande do Sul, mais especificamente no Planalto Central e na Serra. Essa descrição é feita através da leitura das correspondências privadas do Coronel Victor Dumoncel Filho, recebeu entre 1930 e 1935.

O autor procurou se ocupar em um nível menos abrangente da ação política em termos geográficos, mas que possam revelar a intensidade do exercício da autoridade pessoal do Coronel com a clientela (subordinados, dependentes e agregados).

Dentre outras o autor procura analisar as relações entre o poder local e o poder estadual. Dando contornos ao poder político como aquele que deve ser visto como um espaço alargado no qual a intervenção do historiador em pesquisa deva se posicionar no sentido de multiplicar as abordagens possíveis. Mostrando-nos que a “História Política” pode ser vista num universo mais flexível de significados mais amplos.

Vemos no decorrer do texto que o autor procura mostrar que o que efetivamente garante a legitimidade da pesquisa é o tipo de pergunta a ser feita e a resposta a ser dada e isto está relacionado com a documentação manuseada. Realizando uma leitura critica das 67 cartas, que são as fontes para uma discussão teórica que contemple minimamente os conceitos na prática coronelista em análise.

Procurando sempre levar em conta a relação entre o público e o privado o autor procura não distinguir de maneira absoluta a percepção das relações sociais em visa do poder, mas sim em quem está envolvido e que papeis assumem nesse jogo político no sentido de cidadãos, pessoas ou indivíduos? Pois, o que distingue a ação conjunta política do clientelismo?

As noções de “poder simbólico” e “capital simbólico” é uma possibilidade de compreendermos a relação de poder estabelecida entre o Coronel e seus agregados segundo Pierre Bourdieu em sua obra “O Poder Simbólico” e “Coisas Ditas”. O autor tenta elucidar esses conceitos apartir dos trabalhos de Pierre Bourdieu. Não se dispondo a resolver as questões, mas senão a fazê-las urgentes de compreensão e tangíveis de participar do debate teórico.

Vemos nas palavras do autor que não é correto analisar a relação que se estabelece entre o coronel e seus dependentes apenas como uma relação vertical de dominação. Não imputando aos agentes em questão a nossa visão de entendimento do coronelismo como iguais as dos protagonistas da experiência. Existem várias formas de percebermos o Coronel e seu papel através da leitura que seus subordinados faziam de sua vivência e relações com o Coronel, aonde não podemos reduzir à expressão “troca de favores”, pois esta uniformiza em um único termo uma grande serie de situações.


Coronel Antônio Soares de Barros. Segundo Intendente de Ijuí. Imagem: AVD/SB.

Neste sentido o autor nos mostra que Pierre Bourdieu afirma que os agentes se autoclassificam, se expõem a classificação que covêm a sua posição. A percepção que o dependente do Coronel faz de si próprio um elemento que contribui para a constituição da sua sujeição, ao menos no nível do discurso. Ao mesmo tempo em que o perfil do Coronel é construído pelo dependente. A diferença entre si e do outro (Coronel e dependente) não precede da própria estrutura econômico-social na qual ambos estão inseridos. O Coronel pertence à elite estancieira de modo que concorra fortemente para que o dependente se perceba como um despossuído das virtudes que distinguem o Coronel.

Vemos ainda nas palavras do autor que a ordem social não se legitima apenas pela imposição, mas também pela aprovação por meio do silêncio dos que não a contestam. Estabelecendo o Coronel relações não só objetivas, mas também simbólicas; sendo estas, muito mais fundadas no nível pessoal e imaginário dos próprios dependentes, deslocando da ênfase do plano público para o privado, como ocorria com o Coronel Victor no Conselho Municipal de Cruz Alta que se assentava em seu poder econômico de grande estancieiro da região.

Nas palavras de Pierre Bourdieu o autor destaca que primeiro lugar “O Poder Simbólico” está fundado na posse do capital simbólico, pois este poder de impor está relacionado à autoridade social adquirida nas lutas anteriores. E em segundo lugar a eficácia simbólica depende de quanto à visão proposta esta alicerçada na realidade. O “Capital Simbólico” é um crédito acumulado do estoque de autoridade legitimada que faz a ação não parecer arbitraria. Mas nas palavras de Pierre Bourdieu, segundo o autor o poder simbólico é fruto de uma crença, de um reconhecimento tácito que não exige necessariamente a consagração oficial.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Tiradentes: um herói para a República.



Martírio de Tiradentes, óleo sobre tela de Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo (1854 — 1916). Imagem: http://www.museuhistoriconacional.com.br/

A necessidade de herói para a República eram os símbolos de poder e a encarnação das ideias republicanas, pois seriam instrumentos eficazes para atingir a população e desse modo legitimar o poder político. Não há regime que não possua seu panteão cívico. Em alguns surgiu espontaneamente em outros foi necessário esforço na promoção do herói. O herói tem de ter a cara de sua nação, responder as necessidades e aspirações de seu povo, ele deve responder ao modelo coletivamente valorizado.

No Brasil houve esforço em promover as figuras do 15 de novembro, Deodoro era o mais cotado a papel de herói republicano. O velho militar doente, mal conseguindo cavalgar sua montaria posse a frente de suas tropas. Ai havia indícios de heroicidade. Mas, seu incerto republicanismo pesou contra ele. Havia também Benjamin Constant, um republicano irrepreensível, mas seu problema era a ausência do espírito heroico, pois não fora militar e nem líder popular. Outro candidato era Floriano Peixoto que adquiriu maior dimensão a partir da Revolta da Armada no Rio de Janeiro e da Revolução Federalista no Sul. Sua resistência deu inspiração ao jacobinismo republicano do Rio de Janeiro, que viu tintas populares na República. Floriano poderia ser um herói republicano para os jacobinos, mas não para a República que estava sendo construída.

A pequena densidade histórica do 15 de novembro (uma passeata militar) não fornecia terreno adequado para a germinação de mitos, pois foi quase nula a participação popular. Os únicos heróis que o povo conhecia até então eram os que lutaram na Guerra do Paraguai, como: Caxias, Osório e Tamandaré.

Diante das dificuldades encontradas pelo regime em promover os protagonistas de 15 de novembro, foi que se revelou Tiradentes capaz de atender ás exigências da mitificação. Tiradentes não era um desconhecido dos republicanos que vinham desde 1870 tentando resgatar sua memória.

Mas quais foram às razões da adoção de Tiradentes e que conteúdo teria sua figura como herói?

A pessoa histórica de Tiradentes houve e continua a haver intensa batalha historiográfica. Até hoje se discute qual seu real papel na Inconfidência Mineira, sua personalidade, convicções, aparência física em relação a construção da mitologia. Sabemos pouco sobre as memórias de Tiradentes em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. A notícia da condenação à morte de onze réus, dada em 19 de abril de 1792, abalou a cidade do Rio de Janeiro. Mas em seguida todos  foram perdoados com exceção de Tiradentes. Segundo José Antônio Marinho, a província de Minas Gerais tem a glória de haver dado os primeiros mártires à independência e liberdade do Brasil.

Mesmo viva na memória popular, a Inconfidência era tema delicado para a elite culta do Segundo Reinado. Não foi por acaso que as primeiras referências à rebelião vieram de um historiador estrangeiro, Robert Southey que critica os excessos e a barbárie das leis da época. A segunda referência aos Inconfidentes foi feita no livro de Charles Ribeyrolles, Brasil pitoresco. Ribeyrolles era um republicano radical e em seus textos Tiradentes aparece com as cores próprias de um herói cívico. É o mártir que soube morrer sem traço de temor, pois “se sacrifica por uma ideia”.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Os números: uma verdadeira perspectiva em ângulos!


Existe uma lógica para os números terem essas formas?  Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

Os números que utilizamos e escrevemos atualmente são formados por algarismos (1,2,3,4, etc.) chamados de algarismos árabes, para distingui-los dos algarismos romanos (I; II; III; IV; etc.).

Os árabes popularizaram esses algarismos por todo o mundo, mas suas origens são muito mais remontas, e nos remetem aos tempos dos mercadores fenícios que os utilizavam para contar e para fazer a contabilidade comercial no seu dia-a-dia.

Alguma vez você já se perguntou, por que é que 1 é “um”, 2 é “dois” e 3 é “três”...?

Qual é a lógica que existe nos algarismos árabes que utilizamos e o motivo de serem tão popularizados?

É A QUANTIDADE DE ÂNGULOS NO ALGARISMO!

Vejamos agora como eram escritos os algarismos na sua forma primitiva pelos fenícios e constate você mesmo!


Ângulos dos números 1,2,3 e 4. Imagem: Arquivo Pessoal CHH. 


Ângulos dos números 5, 6, 7 e 8. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.


Ângulos no número 9. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Núbia (TA-SETI), a terra do arco. Parte V. Desintegração do Reino da Núbia.



Em, em 661 d.C, Assurbanipal da Assíria caí sobre o Egito, é destroí a cidade de Tebas. Os invasores assírios tinham nomeado Neco I como rei do Egito, para então posteriormente deixarem o Egito. A partir da Núbia, Tanutâmon marchou pelo Vale do Rio Nilo e conquistou todo o Egito novamente. Neco I, o representante dos assírios, foi morto na campanha de Tanutâmon. Em reação, os assírios voltaram ao Egito, e  derrotaram o exército de Tanutâmon no Delta do Nilo. Tanutamôn mudou-se para o sul para Tebas.



Depois da vitória Assíria no Egito, o último Faraó Núbio Tanutâmon vendo não haver meios de detê-los refugia se ao Sul no início do século VI a.C. Durante nove séculos, a Núbia conseguiu permanecer isolada até o século IV da era cristã, quando sua Capital Meroe, foi destruída pelos nabateus que se estabeleceram na região e, por volta do ano 540, converteram-se ao cristianismo. 


O Faraó Tanutâmon refugia-se em Nápata e começa a ignorar o Reino do Norte e passa a proteger sua influência no Sul. A Capital foi posteriormente transferida para Meroe no Sul. Com Tanutâmon vêmos fim das Dinastias Núbias no Egito. embora a autoridade Tanutâmon ainda foi reconhecida no Alto Egito até seu oitavo ano. 

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Núbia (TA-SETI), a terra do arco. Parte IV. Conquistas e Aspectos Socioculturais.



Necrópole de Mênfis. Mênfis a Cidade Sagrada foi uma das grandes conquistas Núbias pelo Faraó Piankh em suas campanhas do ano de 721 a.C . Imagem fonte: http://destinolandia.com/la-necropolis-de-menfis/

Continuando nosso estudo sobre o Reino da Núbia, analisaremos as Conquistas e os Aspectos Socioculturais que abrangem a região Núbia. Os Faraós núbios além de expandirem suas fronteiras ao Norte e ao Sul unificaram o Egito sobre uma única dinastia diante de um Reino Egípcio decadente. A cultura núbia é muito rica em diversos aspectos e está dividida em três Grupos: A,B e C. Sendo a primeira muito diversificada em todos os aspectos de sua ampla imagem e visão da realidade que os cercava. Já o Grupo B, nada mais é do que uma degeneração do Grupo A, devido as seguidas invasões egípcias na região. Distinta das duas anteriores, a Grupo C e baseada em motivos geométricos e se espalhou por toda a região núbia durante o Primeiro Período Intermediário.

Conquistas da XXV Dinastia (A Dinastia Núbia)

Formação do Reino Núbio autônomo em Nápata pelo Rei Alara (780 a.C).

O Rei Kashta (760 a.C) sucede seu irmão Alara no Trono de Nápata e com um exercito eficiente expande o Reino além de Tebas.

Em 751 a.C Piankhi filho de Kashta conquista a cidade de Mênfis e Saís e todo o Delta do Nilo e torna-se o primeiro Faraó da XXV Dinastia, a Dinastia Núbia.

O Faraó Sciabaka irmão de Piankhi reconquista Saís, após a revolta de Bocoris, seguidor da XXIV dinastia egípcia e do “Faraó” Osorkon IV.

Sobe ao trono o Faraó Taharka (689 a.C), filho de Piankhi. Ele realiza construções em Mênfis (681 a.C).

Em 664 a.C Tanutâmon neto de Taharka torna-se Faraó e da continuidade aos trabalhos de construção e reformas nas cidades. Projeta sua influência ao Sul e transfere sua Capital para Meroe.


Ruínas de parte da cidade de Saís. Foi conquistada por Piankh em 721 a.C. Imagem fonte:http://www.dur.ac.uk/penelope.wilson/gallery2.html

Aspectos Socioculturais

Seu modo de vida era voltado para caça, pesca e e criação animal que estavam associados a uma forma de agricultura rudimentar. Era uma Núbia pastoral e talvez seminômade, embora não destituída de habilidade agrícola. Os núbios possuíam uma Cultura Oral bem comum aos membros das distintas tribos. Não adotaram a escrita que conheceram através do contato com o Egito porque eram estruturados em pequenas unidades sociopolíticas aonde não havia pressão/necessidade da presença da escrita para as atividades cotidianas. A cultura da Núbia Antiga é dividida em Grupo A, B e Grupo C.

Cultura Núbia Grupo A

A Cultura do Grupo A desenvolveu-se contemporaneamente à I Dinastia Egípcia. Seus vestígios arqueológicos foram encontrados na Núbia entre a primeira catarata à Batn-el-Haggar ao Sul. Fisicamente apresentavam semelhanças com os egípcios pré-dinásticos. Viviam em pequenos acampamentos pastoreando ovelhas, cabras e alguns bovinos.


Cerâmica Núbia do Antigo Império (3.100 a 2.200 a.C). Imagem fonte: http://historia-da-ceramica.blogspot.com.br/2009/11/ceramica-nubia.html

Eram seminômades, orientados pelas necessidades de novas pastagens. A cerâmica constitui uma das marcas características desse grupo cultural, pois revela um artesanato engenhoso e uma decoração artística.

Cultura Núbia Grupo B

No fim da II Dinastia Egípcia e é considerada um empobrecimento da Cultura do Grupo A. Esse período de decadência cultural coincide com o inicio da III Dinastia Egípcia e vai até o inicio da VI Dinastia e teria sido causado pelas repetidas investidas egípcias contra a Núbia.


Cerâmica Núbia do Médio Império. (2.000 a 1.600 a.C.). Imagem fonte: http://historia-da-ceramica.blogspot.com.br/2009/11/ceramica-nubia.html

terça-feira, 2 de abril de 2013

Núbia (TA-SETI), a terra do arco. Parte III. Principais Monarquias.




A partir da XXIII Dinastia o Egito começa a se fragmentar em pequenos reinos independentes. A XXV Dinastia foi a chance dos núbios. A Núbia era a única região que prosperava. Aos poucos foi se desligando do Egito encontrando saídas comerciais e prósperas ao Sul. Assim se formou um Reino autônomo, cuja capital Nápata se encontrava próxima à Quarta Catarata. Na época do Faraó Sesonki, um grupo de sacerdotes de Amon transferiu-se para lá, fundando outro Estado Teocrático tendo Tebas como modelo. Era o único recanto do Nilo no qual existia um poder central, um exercito eficiente e uma economia prospera. O primeiro soberano foi Kashta, ampliou seu poder até Tebas. Lembrando que Kashta era um Rei Núbio e não um Faraó da XXV Dinastia.

XXV Dinastia (Núbia) Faraó Piankhi (751-716 a.C)


Parte superior da Estela do Faraó Piankhi. Imagem:Estela encontrada em Elefantina contendo o nome do Faraó Núbio Piankhi. Imagem: http://www.touregypt.net/featurestories/piye.htm

Filho do Rei Núbio Kashta, ajudou o povo de Heracleópolis contra Tefnakht que governava o Delta do Nilo. Conquistou também a cidade de Mênfis. Impressionados com a queda da cidade Santa de Mênfis, os príncipes do Delta abandonaram Tefnakht e se submeteram em massa ao conquistador, entre eles estava o Faraó Osorkon IV que não passava de um príncipe como os demais. Quando Piankhi se dirige à cidade de Saís, Tefnakht sozinho resolve se submeter. Quando os principes de Fayum e de Afroditopolis se rendem sem lutar, o Faraó Núbio Piankhi, julgou concluído a sua missão. O Egito estava novamente unido, desde o Delta até a Quarta Catarata, sob um único cetro. Piankh, constrói um templo a Amon em sua Capital Nápata.

XXV Dinastia (Núbia) Faraó Sciabaka(716-695 a.C)



O Faraó Sciabaka é irmão de seu antecessor no trono Piankhi. Seu reinado já começa conturbado devido a Tefnakht que havia se rendido a Piankhi, mas decide mudar que ideia com o advento de um novo Faraó e tenta restaurar em 730 a.C a XXIV Dinastia Egípcia e consegue um poder temporário no Delta do Nilo. Tefnakht falece em 721 d.C e seu irmão Bocoris sob ao trono, mas é destituído pelos núbios de Nápata sob ordens do Faraó Sciabaka a pedido dos nobres. Sciabaka vai a guerra durante seu reinado para conquistar novamente a cidade de Saís para os Núbios.

XXV Dinastia (Núbia) Faraó Sciabataka(695-690 a.C)


Busto do Faraó Sciabataka. Imagem: Museu da Núbia. Fonte:http://pt.goldenmap.com/Shabataka

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Núbia (TA-SETI), a terra do arco. Parte II: Aspectos Defensivos e econômicos dos Povos Núbios.



Resto da fortaleza em Buhen, na Núbia, mandada erigir por Senusret III. Imagem: http://www.touregypt.net/

Desde cedo o Vale do Nilo estimulou o contato do Egito com a Núbia pela sua posição geográfica. Sob o Médio Império, ocupada pelos egípcios por razões econômicas e defensivas. Nossos conhecimentos a respeito da Núbia e do país de Punt baseiam-se unicamente em material arqueológico e epigráfico (desenhos murais em particular), não se tendo encontrado fontes escritas até o presente momento.

Aspectos Defensivos: Proteger a fronteira meridional contra os povos do deserto, a leste. Foram construídas fortalezas sob a XII Dinastia. A ocupação da Núbia foi concluída pelo Faraó Amósis da XVIII Dinastia. Ainda na XVIII Dinastia Tutmés III, ampliou seu domínio até a Quinta Catarata e colocou a região sob a autoridade de um Vice-Rei, “O Filho Real de Cux”. 

No Novo Império Ramsés II da XIX Dinastia inicia intensa atividade construtiva na Núbia. Constrói o Templo de Abu-Símbel.... Fortalece o sistema de Vice-Reino que agora está organizada segundo os padrões egípcios. Montou-se um sistema administrativo egípcio com escribas, sacerdotes, soldados e artesãos. Essa nova ordem resultou na completa egipcianização do país.


Ruínas das Muralhas de Buhen na Núbia. Imagem: http://www.touregypt.net/

Aspectos Econômicos: Garantir a importação dos produtos do Sul (penas de avestruz, peles de leopardo, marfim, ébano [madeira preta e resistente] e a exploração das riquezas minerais da Núbia como o ouro e outros metais preciosos. Ainda em relação aos aspectos econômicos a Núbia e o Egito demonstravam laços estreitos de intercâmbio de produtos. Um exemplo é a Argila Fóssil Amarela Núbia que os egípcios transformavam em Cerâmica Qena.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Núbia (TA-SETI), a terra do arco. Parte I: Civilização e mitologia.


Localização da Núbia. Imagem: MOKHTAR, Gamal (Org.). História Geral da África. Vol. II: A África Antiga. São Paulo: Ática/Unesco, 1983.

A Núbia, era e é uma terra de negros. Os egípcios sempre retrataram os habitantes da Núbia com uma pele muito mais escura do que a sua. Os gregos, e posteriormente os romanos chamavam-nos de “Etíopes”, isto é “Os que possuem a Pele Queimada”. A Núbia possui uma longa história que vai de 7000 a.C à 700 d.C aproximadamente. Apartir de 7000 a.C no Período Úmido do final do Neolítico, a Núbia aparece como palco de uma cultura material comum a todo o seu território. 

Apenas por volta de 3000 a.C é que se pode perceber uma clara diferença entre a civilização do Baixo vale do Nilo egípcio, e o Alto Vale Núbio Antes do III milênio a.C, o Egito já enviava expedições à Núbia. Durante o reinado do Faraó Djer (2.900 a.C) os egipicíos já haviam atingido a Segunda Catarata do Nilo.

Localização

A Núbia por sua posição geográfica é uma encruzilhada onde se encontram elementos de diversas civilizações.A região Núbia faz parte da Bacia do Nilo que se estende da fronteira oeste-noroeste na atual Etiópia até o Egito.

Incluindo o Vale do Nilo, partes do Nilo Branco e Azul e incluía todos os seus tributários ao norte do 12° paralelo. A Núbia sempre foi um elo entre a África Central – a dos Grandes Lagos - e da Bacia do Congo – e o Mundo Mediterrâneo, devido a isso é também conhecida como “Corredor Núbio”, aonde o Nilo corre em sua direção.

Os egípcios a denominavam TA-SETI que significa “Terra do Arco”.

Crenças dos povos da Núbia

Sua vida religiosa era essencialmente local, pois cada grupo venerava o deus de seu povoado. Suas divindades eram representações de animais, plantas ou objetos. Divinizavam as forças da natureza e os elementos (animados ou não). 

Suas crenças religiosas e rituais fúnebres, testemunham um forte parentesco entre várias regiões do Nilo. Apartir da XIX Dinastia Egípcia começa um processo de completa egipcianização do país Núbio. Os nativos adotaram a religião egípcia e passaram a adorar as divindades egípcias. Os velhos costumes funerários foram substituídos por rituais egípcios.


Sebiumeker é a divindade núbia da criação. Ele usava uma coroa dupla e tinha orelhas grandes, uma característica de grandeza. Além disso, ele possuía uma barba divina. Imagem fonte: http://www.ancientsudan.org/religion_08_sebiumeker.html

quarta-feira, 27 de março de 2013

Manual Tallinn para leis de Ciberguerra, que justifica matar civis hackers!




Uma cópia do manual de Tallinn, um livro de regras sobre ciberguerra, é realizada em uma fotografia colocada em Londres, terça-feira 19 de março, 2013. 
Mesmo a ciberguerra tem regras, e um grupo de peritos publicaram um manual para provar isso.
 .O manual deverá ser publicado ainda esta semana aplica o venerável prática do direito internacional para o mundo da guerra eletrônica, em um esforço para mostrar como hospitais, civis, e nações neutras podem ser protegidos em uma luta  da era da informação. (AP Photo / Matt Dunham). 


A pedido da OTAN, mais de 20 especialistas - em conjunto com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha e o Cyber-comando sobre um conjunto de regras que devem ser executadas em caso de uma cyber-guerra ser estabelecida.

O Manual de leis internacionais de Guerra cibernética analisa as leis convencionais da guerra e como elas devem ser aplicadas a ciberataques patrocinados pelos governos.

Como era de se esperar, o manual adverte que os ataques devem evitar bancos, hospitais, barragens e centrais nucleares para minimizar possíveis vítimas civis (ou anônimos é o frio apelido dado ao 'dano colateral').


Ciberguerra. Imagem: Diálogos do Sul. 

No entanto, o manual também diz que é aceitável para um Estado responder com armas tradicionais os ciberataques patrocinados por outro Estado, se puder demonstrar que o ciberataque causou a morte de cidadãos ou graves danos à propriedade, como também assegura que os hackers que perpetraram os ataques são tratados como legítimos combatentes, mesmo se eles forem civis.

Nota-se que apesar de ter sido solicitado pela OTAN, o manual não é uma política, nem um documento oficial, mas sim um manual com recomendações que não são necessariamente obrigados a cumprir como países membros da OTAN.

Os especialistas em tecnologia e ataques virtuais  que publicou o manual sobre a ciberguerra, determinando regras e normas de conduta para ataques cibernéticos. O livro visa esclarecer algumas leis do direito internacional que se encaixam para a prática de ataques virtuais e de que forma algumas instituições como hospitais e nações neutras devem ficar protegidas em período de guerra da informação. A notícia saiu na Associated Press.

"Todo mundo está vendo a internet como o 'Oeste selvagem'", afirmou Michael Schmitt, professor da Escola Naval de Guerra dos Estados Unidos e editor do manual. "O que eles esquecem é que o direito internacional se aplica a armas cibernéticas como a qualquer outro tipo de arma".


Michael Schmitt é Presidente do Departamento de Direito Internacional da Escola Naval de Guerra dos Estados Unidos. Imagem: U.S Naval War College.

O Manual Tallinn, que recebeu este nome em homenagem à capital da Estônia, onde foi compilado, foi desenvolvido a pedido do Centro de Excelência em Defesa Cibernética Colaborativa da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e aplica regras de comportamento em campos de batalha reais à internet. O professor de direito internacional da Universidade de Westminster em Londres, Inglaterra, Marco Roscini, afirma que o manual é o primeiro do tipo que visa demonstrar como as leis de guerra, algumas datadas do século XIX, são flexíveis o suficiente para acomodar as novas realidades do conflito digital.

sábado, 23 de março de 2013

Janus, deus romano do passado e do futuro.



Busto de Janus no Museu do Vaticano. Imagem: Museu do Vaticano.

Segundo a mitologia romana, mas também etrusca, Jano (do latim Janus ou Ianus) era o porteiro celestial, sendo representado com duas cabeças, simbolizando os términos e os começos, o passado e o futuro, o dualismo relativo de todas as coisas, sendo absoluto somente a Divindade. Em seu templo, as portas principais ficavam abertas em tempos de guerra e eram fechadas em tempos de paz. Jano preside tudo o que se abre, é o deus tutelar de todos os começos; rege ainda tudo aquilo que regressa ou que se fecha, sendo patrono de todos os finais. Jano foi a inspiração do nome do primeiro mês do ano (janeiro, do latim januarius), o qual foi acrescentado ao calendário por Numa Pompílio (715-672 a.C.), sucessor de Rômulo, personagem histórico-mítico que, segundo Plutarco, teria fundado Roma em 21 de março.

Jano também é um dos mais antigos deuses do panteão romano, filho de Creusa e Apolo. Sua representação de caras opostas, uma olha para frente e outra olha para trás, pode ser entendida como se examinasse as questões por todos os seus aspectos. Orador eloqüente, a ponto de freqüentar o foro, é o deus das portas, dos começos e dos finais. Suas lendas são exclusivamente romanas e estão ligadas as origens da cidade.  Segundo alguns estudiosos, Jano era uma divindade indígena e em outros tempos havia reinado com Cameses, um rei místico a quem se conhece apenas o nome.

É normalmente retratado com uma coroa e um cetro, pois os romanos o consideravam o 'rei da Época de Ouro' de Roma, por tudo que representou ao povo. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

Para outros, Jano era estrangeiro exilado em Roma. Jano teria então erguido uma cidade em cima de uma colina que teria sido chamada de Janículo, levando o nome do deus.  Reinou apenas em Lácio e acolheu Saturno, que foi expulso da Grécia por seu filho Júpiter. Enquanto Jano se ocupada de Janículo, Saturno reinava em Saturnia. Durante o reinado de Jano foi atribuída a perfeita honestidade entre os seres humanos, a abundância e a mais completa paz. Teria sido o inventor da moeda. Jano civilizou os nativos de Lácio, dando-lhes cidades, leis e ensinando-os o cultivo do solo. A ele é atribuído o milagre de salvar Roma da conquista Sabina fazendo aparecer na frente dos assaltantes um dispensador de água quente, por isso em tempos de guerra sempre se deixa a porta do templo aberta para Jano. Acredita-se também que havia casado com a ninfa Yuturna, com quem teria tido como filho deus Fons, deus das fontes.


Busto de Janus em uma moeda romano. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

São encontrados em cavernas pré-históricas desenhos elaborados por crianças de até 3 anos



 Desenhos Pré-históricos de crianças de 3 anos. Imagem: BBC.

Segundo uma nova pesquisa, gravuras pré-históricas encontradas em uma caverna na França são o trabalho de crianças a partir dos três anos de idade.

Os desenhos foram descobertos na Caverna dos Cem Mamutes em Rouffignac, ao lado de arte rupestre que data de cerca de 13.000 anos.

Pesquisadores da Universidade de Cambridge desenvolveram recentemente um método de identificar o sexo e a idade dos artistas. Acredita-se que o mais produtivo deles mais era uma menina de cinco anos.

“Marcas feitas por crianças aparecem em todas as câmaras ao longo das cavernas”, disse a arqueóloga Jess Cooney. “Nós encontramos marcas de crianças com idades entre três e sete anos, e temos sido capazes de identificar quatro crianças individuais, combinando as suas marcas”, completou.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Cerâmica Mochica. PARTE III.



Exemplo de Cerâmica Mochica. Imagem: Discovery Brasil Uol.

O legado cultural mais conhecido dos Mochicas é a sua cerâmica, geralmente depositada como oferenda para os mortos. Homens, divindades, animais, plantas e cenas completas foram representadas por seus artistas devido a forma de imagens esculturais ou vasilhas decoradas com pincel.

Os Mochicas desenvolveram em sua cerâmica duas grandes vertentes: pintura e escultura, que se distinguem por seu realismo e por sua habilidade no desenho. O ceramista Mochica tinha um amplo conhecimento e domínio do uso de pasta fina, assim como o controle de oxidação no processo da queima. 

Modelava as paredes de suas vasilhas cerimoniais fazendo com que fossem finas, modelando formas esculturais diversas: animais, seres mitológicos e cenas da vida cotidiana. Empregava duas cores, pintando figuras de cor parda avermelhada com um pincel muito fino sobre uma capa de cor marfim.