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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Mitologia e Lendas brasileiras, Parte III. O Vaqueiro Misterioso.


O Vaqueiro Misterioso. Imagem: Consciencia.

Esta lenda é muito comum por todo o interior do Brasil, principalmente nas localidades que tem fortes tradições no Ciclo do Gado.Esta Lenda relatada por muitos vaqueiros, onde o Vaqueiro Misterioso sempre aparece para participar das competições de derrubada de boi, corrida de argolinha, entre outras competições de montaria.Ele sempre é descrito como um vaqueiro velho,mal vestido com um cavalo fraco e velho, participa e ganha todas as competições e quando alguém procura por ele para saber de onde ele veio ,ele acaba sumindo sem deixar nenhuma pista.

“...era um vaqueiro ambulante, misteriosamente aparecendo por fazendas em ocasiões de difíceis vaquejadas em que pintava proezas admiráveis. Nos sertões do norte mineiro dele se fala ainda com essa crença supersticiosa cheia de infância e desalinho, marcando datas, lugares, perigos inimagináveis, quase impossíveis, salvando gerações, vivendo de todos e por toda a parte, sempre o mesmo, inextinguível. Franzino, mulato de mediana estatura, pouco idoso, falando pouco e muito descansado, sempre vestido de perneira e gibão, cavalgando eternamente uma égua muito feia e magra ocultando a larga fronte, olhar expressivo e barba espessa e comprida sob um grande e desabado chapéu de couro — tal a figura simpática do Borges. Quase nunca era procurado porque, boêmio dos campos, sua residência certa se ignorava.” 

(Manuel Ambrósio. Brasil interior). 

Ele aparece de repente nas fazendas ou em regiões pastoris. Não se sabe ao certo de onde veio ou onde nasceu . Tem vários nomes e, algumas vezes

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Mitologia e Lendas brasileiras, Parte II, Curupira, o guerreiro da selva.


Curupira. Imagem: Fantasia Wikia.

É um mito bem antigo no Brasil, já citado por José de Anchieta em 1560. Ele protege a floresta e os animais, espantando os caçadores que não respeitam as leis da natureza, isto é, que não respeitam o período de procriação e amamentação dos animais e que também caçam além do necessário para a sua sobrevivência e lenhadores que fazem derrubada de árvores de forma predatória.

Assim como o boitatá, o Curupira também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue e mata todos que desrespeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do curupira.

Além disso, dizem que o curupira gosta de sentar nas sombras das mangueiras e se deliciar com os frutos, mas se ele sentir que está sendo vigiado ou ameaçado, logo começa a correr a uma velocidade tão grande que os olhos humanos não conseguem acompanhar.

Muitos dizem que existem curupiras que se encantam com algumas crianças e a levam embora para longe dos seus pais

Mitologia e Lendas brasileiras, Parte I, Boitatá: a Cobra de Fogo!

Boitatá. Imagem: Jangada Brasil.

As lendas são estórias contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos. Misturam fatos reais e históricos com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuraram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais.


Os mitos são narrativas que possuem um forte componente simbólico. Como os povos da antiguidade não conseguiam explicar os fenômenos da natureza, através de explicações científicas, criavam mitos com este objetivo: dar sentido as coisas do mundo. Os mitos também serviam como uma forma de passar conhecimentos e alertar as pessoas sobre perigos ou defeitos e qualidades do ser humano. Os deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar sentido à vida e ao mundo.

Representada por uma cobra de fogo que protege as matas, florestas e os animais. Possui a capacidade de perseguir e matar aqueles que desrespeitam a natureza. Acredita-se que este mito é de origem indígena e que seja um dos primeiros do folclore brasileiro. Foram encontrados relatos do Boitatá em cartas do padre José de Anchieta, em 1560. Na região Nordeste do Brasil, o boitatá é conhecido como Fogo que Corre.
Também conhecido como "fogo que corre", o boitatá, no folclore brasileiro, é uma grande cobra de fogo. Este bicho imaginário foi citado pela primeira vez em 1560, num texto do padre jesuíta José de Anchieta. Na língua indígena tupi, "mboi" significa cobra e "tata" fogo. 

A lenda no Norte e Nordeste 
 
De acordo com a lenda, o Boitatá protege as matas e florestas das pessoas que provocam queimadas. O Boitatá vive dentro dos rios e lagos e sai de seu “habitat" para queimar as pessoas que praticam incêndios nas matas. De acordo com esta lenda, o Boitatá possui a capacidade de se transformar num tronco de fogo.
 
A lenda no Sul 
 
Numa lenda do sul do Brasil, a explicação para o surgimento da Cobra de Fogo está relacionada ao dilúvio (história bíblica que fala sobre a chuva que durou 40 dias e 40 noites). Após o dilúvio, muitos animais morreram e as cobras ficaram rindo felizes, pois havia alimento em abundância. Como castigo, a barriga delas começou a pegar fogo, iluminando todo o corpo. 

Em 1560 registrou o Padre José de Anchieta:

    "Há também outros (fantasmas), máxime nas praias, que vivem a maior parte do tempo junto do mar e dos rios, e são chamados baetatá, que quer dizer cousa de fogo, o que é o mesmo como se se dissesse o que é todo de fogo. Não se vê outra cousa senão um facho cintilante correndo para ali; acomete rapidamente os índios e mata-os, como os curupiras; o que seja isto, ainda não se sabe com certeza." (in: Cartas, Informações, Framentos Históricos, etc. do Padre José de Anchieta, Rio de Janeiro, 1933).

No folclore brasileiro, o Boitatá é uma gigantesca

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Como lidar com abusos na internet.


Imagem: Hypescience

Nos primórdios, a internet era um lugar sem malícia nem maldade, com pureza e boas maneiras. Já hoje, é um lugar em que abundam o horror  a grosseria.

O abuso hoje chega de todos os cantos, de amigos a completos desconhecidos; sempre tem alguém colocando um comentário desagradável em uma foto, mandando um insulto via twitter, etc.

O que fazer se alguém resolve te atacar online? Chorar? Sentar e aguentar? Não. Você sobrevive. Prevalece. Veja aqui as dicas para lidar com estes tipinhos:

Leve ameaças a sério

Se alguém, via internet, ameaçar e prometer te atacar fisicamente, procure a polícia. Não importa quem, ou quando.
Mas se as coisas forem menos severas, você pode…

Resolver isto offline

Se um amigo resolver ser um idiota na internet, tente resolver isto fora dela. Apesar de parecer um lugar mágico, a web não é um bom lugar para expressar sua sinceridade. As chances de um mal-entendido mútuo online são muito grandes, e podem piorar a situação. Marque um encontro face a face e enterre a machadinha da guerra lá.

Dedurar

É muito fácil insultar alguém online. E é igualmente fácil reclamar com as autoridades sobre isto. É motivo de vergonha dedurar pessoas no jardim de infância, ou na máfia. Mas não online. Dedurar é uma

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Atenas 1896: A Primeira Olimpíada da Era Moderna

Conheça a história da Primeira Olimpíada da Era Moderna. Atenas 1896, foi o marco inicial do hoje chamamos de Jogos Olímpicos.
É claro que a Grécia já conhecia um evento esportivo, digamos assim, com uma “Olimpíada Arcaica”, este evento ocorria na cidade de Olímpia, desde 8 A.C.. Mas, depois de 1.500 anos sem estes eventos esportivos, os Gregos já sentiam falta de algo para animá-los. Daí que surgiu a ideia das Olimpíadas.

Pierre de Frédy, o Barão de Coubertin

Pierre de Fredy Barão de Coubertin Atenas 1896: A Primeira Olimpíada da Era Moderna

Um cidadão chamado Pierre de Frédy, o Barão de Coubertin, foi o precursor do sonho. Em 1894, na Universidade de Sorbonne, na França. O Barão organizava o renascimento dos jogos. Para publicar os seus planos, organizou um congresso internacional em 23 de Junho de 1894 na Sorbonne em Paris. Lá. Ele propôs que fosse reinstituída a tradição de realizar um evento desportivo internacional periódico, inspirado no que se fazia na Grécia antiga. O que ele talvez não esperasse é que os representantes do congresso se interessassem tanto pelo assunto.

Para unificar as diferentes disciplinas esportivas e promover a realização dos Jogos Olímpicos Coubertin criou o Comitê Olímpico Internacional. A princípio, Paris sediaria o evento dali a seis anos, mas reuniões posteriores entre os representantes dos 14 países participantes (Estados Unidos, Grécia, Alemanha, França, Grã-Bretanha, Hungria, Áustria, Austrália, Dinamarca, Suíça, Chile, Egito, Itália e Suécia) definiram que Atenas receberia a competição, em 1896. Foi também decidido que os primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, tal como na antiguidade, seriam realizados a cada quatro anos (uma Olimpíada).

poster olimpiadas de Atenas 1896 Atenas 1896: A Primeira Olimpíada da Era Moderna

Com o projeto do primeiro evento pronto, o passo seguinte foi a viabilização dos Jogos. Sem apoio político do primeiro-ministro grego Charilos Tricoupis, a Grécia sofreu para organizar as competições. Tanto que outras cidades se oferecem

França começou a construir uma Paris falsa para confundir alemães na 1ª Guerra Mundial.

 Artigo de edição de 1920 do jornal inglês The London Illustrated News mostra plano da cidade.
 
Parece coisa de filme, mas aconteceu mesmo: durante a 1ª Guerra Mundial, a França chegou a colocar em prática o plano para a construção de uma Paris fake, longe da verdadeira, a fim de confundir aviões de bombardeio alemães. Era tudo de mentira:

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Curiosity, o explorador mais avançado da NASA; 06 de agosto de 2012 •


Primeiras imagens do solo Marciano feitas pela sonda Curiosity. Imagem: Reuters.

Maior e mais sofisticado veículo de exploração já enviado a outro planeta, o jipe-robô Curiosity (Curiosidade, em inglês), da Nasa, pousou com sucesso em Marte, às 2h31 (horário de Brasília), desta segunda-feira (6). Após uma viagem de 567 milhões de quilômetros, é o explorador móvel mais complexo enviado pela Agência Espacial Americana (Nasa) ao espaço.

Enquanto as pesquisas realizadas anteriormente em Marte com as naves Viking I e II e os robôs Spirit e Opportunity se concentraram na busca por água, o objetivo da Curiosity é buscar sinais de vida durante os próximos dois anos.

Para isso, o robô está equipado com o Laboratório Científico Marciano (MSL, na sigla em inglês), composto por uma dezena de instrumentos de análise para examinar o solo, as rochas e a atmosfera do planeta, que inclui um laser para pulverizar fragmentos de rochas que possam atrapalhar suas tarefas e um aparelho projetado para detectar compostos orgânicos.
O Curiosity foi acoplado em um robô Rover com seis rodas que mede dois metros de altura, 2,7 metros de largura e três metros de comprimento, e pesa quase uma tonelada, cinco vezes mais que seus antecessores Spirit e Opportunity.

 Primeiras imagens do solo Marciano feitas pela Curiosity. Imagem: Reuters.

Seu nome foi sugerido em 2009 por uma estudante do Kansas, Clara Ma, em um concurso realizado pela Nasa no qual recolheu as propostas de mais de nove mil crianças de todo o país.

A aproximação final do Curiosity ao Planeta Vermelho, conhecida como os "sete minutos de terror",

Curiosity: a mais completa sonda a explorar Marte.


 Sonda Curiosity, representação artistica. Imagem: Nasa.

# A Curiosity

Dimensões: 3 m de comprimento, 2,8 m de largura e 2,1 de altura (o braço tem 2,1 m e as rodas 0,5 m de diâmetro).

Peso: quase 4 t no lançamento, sendo 899 kg do robô, 2.401 do sistema de descida no planeta e 539 kg do estágio de foguete.

Fonte de energia: gerador radioisótopo termoelétrico e baterias de lítio-íon.

Foto: Nasa/Divulgação

Engenheiros James Wong e Errin Dalshaug examinam modelo do robô Curiosity no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em Pasadena, na Califórnia. Imagem: Nasa.

A sonda Curiosity será não apenas a mais moderna, mas também a mais bem equipada a já chegar a Marte. São 10 instrumentos científicos que deixam o robô 10 vezes mais pesado e com o dobro do comprimento que as sondas Spirit e Opportunity, lançadas em 2003. Ao contrário das irmãs mais velhas, a Curiosity é capaz de colher (após pulverizar, triturar e/ou "explodir" com um laser) amostras de solo e rocha e analisá-las em um "laboratório" interno - ou com suas muitas câmeras e espectrômetros (equipamento que analisa o espectro eletromagnético).

 Concepção artistica da Sonda Curiosity. Imagem: Nasa.

Segundo o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês), da Nasa, o robô é capaz de passar por obstáculos de até 65 cm de altura e percorrer até 200 m por dia no terreno marciano. Um gerador radioativo, alimentado por plutônio-238, vai produzir energia suficiente para um ano marciano (687 dias da Terra), tempo previsto para a missão.
E qual é o objetivo da Curiosity? Bem, o local onde a sonda vai pousar não foi escolhido ao acaso. A cratera Gale seria um dos locais potencias para a existência de vida em Marte. Contudo, a sonda não foi projetada para determinar se existe - ou existiu - vida no planeta, já que não carrega instrumentos para registrar processos biológicos nem registrar imagens microscópicas. A ideia é preparar o terreno para futuras missões

domingo, 5 de agosto de 2012

Coiotes em Uruguaiana: imigrantes ilegais são aliciados para atividades clandestinas.


Imagem: Zero Hora. (Clique na imagem para ampliar).

Coiotes em Uruguaiana: imigrantes ilegais são aliciados para atividades clandestinas entre Buenos Aires e SP. Máfias distintas estariam no comando: uma exploraria a prostituição, e, a outra, usaria africanos como mulas para o tráfico de drogas.

A mais importante ligação econômica do Mercosul, na fronteira oeste gaúcha, virou corredor do crime organizado sob o controle de quadrilhas internacionais de tráfico de pessoas. 

Saiba como os "coiotes" atuam na fronteira do Brasil com a Argentina. 

Indícios apontam que imigrantes ilegais vindos do outro lado do mundo para tentar a sorte no Brasil e na Argentina e que passam por Uruguaiana e Paso de los Libres estão sendo aliciados para atividades clandestinas em algum ponto entre Buenos Aires e São Paulo. Nas duas cidades estariam os comandos dessas quadrilhas.

Essa seria uma das razões para a surpreendente invasão de forasteiros nas duas cidades da fronteira, fazendo prosperar redes de coiotes, responsáveis pela travessia ilegal dos estrangeiros de um país a outro, sobre a ponte internacional ou pelas águas do Rio Uruguai.
Embora a maioria das respostas para esse fenômeno ainda seja desconhecida, suspeitas levam a acreditar que o movimento de estrangeiros ilegais na fronteira é coordenado por duas máfias distintas. Uma exploraria a prostituição de jovens asiáticas e outra usaria africanos como mulas para o tráfico de cocaína e para o contrabando. Parte deles se faz passar por vendedores de bijuterias. 

Desde março, quando o movimento migratório irregular se intensificou, em média 10 estrangeiros por mês são impedidos de ingressar ou mandados embora do Brasil pela Polícia Federal (PF) em Uruguaiana. Mas o número de imigrantes ilegais pode ser bem maior.

— A gente vê que são uns 10, 12 por dia, indo e voltando da Argentina — diz um taxista de Uruguaiana, que não se identificou.

Nos últimos cinco meses, em Paso de los Libres, a Gendarmeria (responsável pelo controle de fronteiras da Argentina) já flagrou 80 imigrantes ilegais vindo do Quênia, do Senegal, da Nigéria, de Burkina Faso, de Marrocos e da China. Há suspeitas de que fariam tráfico de pedras preciosas e diamantes introduzidos no corpo.

— Já escutamos isso, mas nada foi comprovado. É um dilema para nós. Alegam que vendem semijoias, mas isso não rende muito e andam com boas quantias de dinheiro — afirma o comissário-inspetor Ricardo Barboza, chefe regional da polícia na cidade.
No mês passado, um nigeriano teve roubados US$ 10 mil (cerca de RS 20.230). Na sexta-feira, dois senegaleses, com documentação em dia, foram vítimas de assaltante e perderam R$ 2,5 mil em pesos (cerca de R$ 1.250).

Cocaína lançada na Argentina é repassada depois ao Brasil

Outros dois homens vindos do Senegal e da Nigéria foram presos recentemente em Passo de los Libres carregando, cada um, cerca de três quilos de cocaína. Um outro africano abandonou uma mochila com documentos e quatro quilos de cocaína ao ser parado na ponte.
— Eles não têm trabalho, não têm profissão, não sabem ler e como têm dinheiro para contratar advogados? — espanta-se Maria Eugenia Esquivel, secretária da Justiça Federal na cidade.

Desde a entrada em vigor no Brasil da Lei do Abate, em 2004, que permite a derrubada a tiros de aviões que transportam drogas sobre o espaço aéreo brasileiro, fardos de cocaína costumam ser arremessados no lado argentino da fronteira para depois chegarem ao Brasil.
Entrevista: "Do nada, pessoas não caem em Uruguaiana"

O combate aos crimes envolvendo imigrantes ilegais na Fronteira Oeste levou para Uruguaiana a delegada Paula Dora. Atual chefe da Divisão de Cooperação Jurídica Internacional da corporação em Brasília, Paula está à frente da investigação para identificar e capturar grupos de coiotes e quem alicia imigrantes clandestinos para cometer crimes.

Zero Hora — O que está acontecendo em Uruguaiana?

Paula Dora — Uruguaiana vive um movimento migratório entre Brasil e Argentina que reflete a crise mundial. Estrangeiros procurando oportunidades de trabalho em outros países, que, às vezes, por questões imigratórias, não têm documentação regular, e acham mais fácil pagar um coiote. 

ZH — Em média são de 10 a 12 estrangeiros por dia cruzando a fronteira?

Paula — É possível. A Argentina está se fechando para certas nacionalidades que estão dando problemas, muitos apresentavam documentos falsos.

ZH — Os coiotes estão se aproveitando disso?

Paula — Claro. Quando a pessoa tem dificuldade de ingressar em um país, por causa de barreira imigratória, a primeira coisa que ela pensa é usar o coiote. São duas figuras diferentes: o que só atravessa a fronteira por meio de um pagamento de R$ 30 e tchau. E os que integram organizações criminosas que utilizam essa população flutuante, não documentada, para cometer delitos. 

ZH — Quantos grupos agem em Uruguaiana?

Paula — Ainda não sabemos. O assunto está chamando a atenção, recebendo muitas denúncias. No mês passado foram mais de 10, contra pessoas que estariam envolvidas em várias atividades. E a partir delas, estamos investigando para ver se chegamos a organizações dos dois tipos.

ZH— Quais tipos? 

Paula — Os coiotes e os que exploram o trabalho dos imigrantes.

Ofensiva na Fronteira: Rede de coiotes sofre novo golpe.



Imagem: Zero Hora.

Grupo que introduzia ilegalmente ou ocultava estrangeiros de diversas nacionalidades no país foi capturado em Uruguaiana.

Entre a noite de quinta-feira e o amanhecer de ontem, a Polícia Federal (PF) capturou, em Uruguaiana, cinco pessoas envolvidas com travessia de imigrantes ilegais na fronteira entre o Brasil e a Argentina. Estrangeiros estão chegando em massa à região sob o argumento de que são vendedores de bijuterias, pedras preciosas e roupas, mas há casos de envolvimento com o tráfico internacional de drogas e de exploração sexual.

Aregião vive uma inusitada movimentação de estrangeiros, em especial, africanos e asiáticos, sem visto para circular pelos dois países, o que tem fomentado a ação de coiotes. Na terça-feira, dois deles, um argentino e um brasileiro, já haviam sido capturados com um camaronês.

As capturas são frutos de uma ofensiva especial da PF para combater crimes ao longo da fronteira em todo o país, a Operação Sentinela, e, em Uruguaiana, em razão das movimentações clandestinas de estrangeiros, o trabalho ganhou um subgrupo, chamado de Operação Coiote.

A primeira das recentes prisões foi no final da noite de quinta-feira em uma pousada no centro de Uruguaiana, onde estavam chegando para se hospedar oito asiáticos. Por meio de uma informação anônima, a PF prendeu um chinês de 42 anos, morador de São Paulo, que segundo a PF, era o responsável pelo grupo – dois homens e cinco mulheres entre 21 e 30 anos.

Vestidas com elegância, maquiadas, de unhas pintas e com cabelos bem arrumados, as mulheres não conduziam bagagem, mas sim malas