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quinta-feira, 12 de abril de 2018

O Livro de Jasher, o justo.



O Livro de Jasher é um apócrifo que relata de forma paralela ao Pentateuco (cinco primeiros livros da Bíblia), os eventos ocorridos entre a criação do homem e os dias de Josué. Pode ser facilmente encontrado na Internet para download ou ser adquirido impresso na língua inglesa no site Amazon.com.

Em termos cronológicos, Jasher é um escrito posterior ao Êxodo, conforme relata ele próprio em seu capítulo 73 (Jasher 73:28-29): “E Balaão, o mágico, quando viu que a cidade fora tomada, abriu o portão, e ele e seus dois filhos, e oito irmãos, fugiram e retornaram ao Egito, a Faraó, rei do Egito. Estes são os feiticeiros e mágicos que são mencionados no Livro da Lei, que ficaram contra Moisés quando o Senhor trouxe as pragas ao Egito”. O Livro da Lei, neste caso, se refere ao Êxodo, onde se relatam os dez mandamentos.

Jasher é mencionado diretamente duas vezes no Antigo Testamento, a saber, em Js 10:13: “E o sol se deteve, e a lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. Isto não está escrito no livro de Jasher? O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro”; Em 2 Sm 1:18: “Dizendo ele que ensinassem aos filhos de Judá o uso do arco. Eis que está escrito no livro de Jasher”.

Há também ao menos uma referência não direta ao mesmo livro no Novo Testamento, em II Tm 3:8 que relata: “como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé”. Estes personagens não são mencionados em nenhuma passagem do Antigo Testamento, mas eram conhecidos de Paulo, que tinha, portanto, tido acesso ao Livro de Jasher, onde o assunto é detalhado no seu capítulo 79.

É bom que se mencione que Jasher merece o título de apócrifo, pois há nele, inúmeros textos que claramente indicam sua falta de inspiração, uma vez que reporta usos e costumes contrários à lei de Moisés, quando relata casos de necromancia, feitiçaria, lendas, controle sobre a mente de demônios, entre outros.

Em termos cronológicos, no entanto, quando sincronizado com os eventos datados na Bíblia, Jasher é absolutamente correto e desta forma, pedimos ao leitor licença para utilizá-lo, certo de que entenderá que não tentamos utilizar de forma tendenciosa qualquer informação nele contida, mas sim, aproveitar as informações valiosas nele contidas.

Há relatos bíblicos, por exemplo, em Gênesis, que não se encontram em Jasher e vice-versa. Quanto aos relatos coincidentes, as datas são absolutamente as mesmas. Jasher parece uma redação baseada nos escritos do Pentateuco, acrescida de relatos que possivelmente vieram da cultura oral dos hebreus, que como em qualquer outra cultura, faz agregar à história, as crendices e exageros naturais do folclore.

Não deve por isto ser desprezado, pois acaba por esclarecer ou ao menos lançar luzes sobre certos fatos pouco detalhados na Bíblia, fatos estes, que se por sua vez não forem o retrato da verdade, são no mínimo uma boa sugestão sobre o que pode realmente ter acontecido. Exemplo: Sara, depois do nascimento de Isaque pede que Abraão se livre de Agar e Ismael, no que Abraão lhe ouve, conforme relato de Gn 21.

Em Gênesis, tal relato nos dá a impressão de ser uma atitude de uma mulher ciumenta e de pouca paciência, mas Jasher esclarece o fato mostrando que Ismael tencionava matar Isaque, fato que foi presenciado por Sara, que não teve outra alternativa senão fazer o que fez.

Outro exemplo trata de um acontecimento ocorrido quando Moisés retornava ao Egito a fim de libertar o povo, conforme Gn 4:24-26: “E aconteceu no caminho, numa estalagem, que o Senhor o encontrou, e o quis matar. Então Zípora tomou uma pedra aguda, e circuncidou o prepúcio de seu filho, e lançou-o a seus pés, e disse: Certamente me és um esposo sanguinário. E desviou-se dele. Então ela disse: Esposo sanguinário, por causa da circuncisão”.

domingo, 21 de janeiro de 2018

Tehom (Abismo [nome próprio])


Sempre soube que havia maravilhas ocultas nesses pequenos dois versículos, mas quanto mais me aprofundo neles, mais maravilhas encontro. Encontramos bilhões de anos de espaço/tempo e a presença PESSOAL da escuridão abissal TEHOM, junto ao criador ELOHYM!

"No Princípio criou ELOHYM (Deus) os céus e a terra. E a terra era SEM FORMA E VAZIA ([TOHU VAVOHU], TOHU, aparentada do babilônico TIAMAT/TEHOM) e havia trevas (VECHOSHEKH [figurativo]) sobre a face de TEHOM (ABISMO [nome próprio]); e o Espírito de ELOHYM (Deus) se movia sobre a face das águas."

Bereshit 1:1-2 (Bíblia hebraíca Sttugartensia).


Heylel Ben-Shachar (Lúcifer)


O nome próprio e o "título" de um querubim que todos deveriam conhecer. Se as pessoas soubessem a diferença que esses detalhes no texto original fazem, dariam mais valor as palavras e conheceriam o seus verdadeiros significados!
"Como caíste do céu HEYLEL BEN-SHACHAR (Estrela da Manhã [Lúcifer], Filho da Alva)! Como fostes lançado por terra, tu que debilitavas as nações!"
Yeshaiahú [Isaías] 14:12 (Bíblia hebraica Sttugartensia).

Coral de um 1/3 dos anjos regidos por Heylel?


"(...)a obra dos teus tambores (TAPEYKHA [toph]) e dos teus pífaros (UNËQÅVEYKHA [u·gháv]) estava em ti; no dia em que foste criado, foram preparados."
Ezequiel 28:13.




Se pararmos para pensar veremos que a música foi criada quando Heylel (Lúcifer) foi criado, Deus havia preparado tudo para o dia que Heylel fosse criado. Por isso diz “Em ti se faziam os teus tambores e pífaros” (Ez. 28:13), muitos estudiosos dizem que a música brotava de dentro dele, a musica foi criada quando ele foi criado, por isso não podemos descartar nunca a possibilidade de ele ser o Ministro de Louvor no Céu, até mesmo porque ele tinha muita influência entre os anjos, e ele era respeitado abaixo de Deus. E as palavras pífaros e tambores estão no plural, ou seja, eram muitos instrumentos musicais. É obvio que ele não tocava esses pífaros e tambores sozinho! Ele tocava com o seu coral que são os anjos que caíram com ele. E para que serve um instrumento se não para ser tocado. Porque será que no céu Deus criou os instrumentos e depois criou Heylel? É claro que foi para ele tocar os instrumentos para Deus ouvir, isso é algo muito interessante que eu tenho que destacar de novo, para ficar na sua mente porque a Bíblia diz “Pifaros e Tambores” no plural, ou seja vários pífaros e vários tambores, talvez seja para Heylel e essa terça parte dos anjos que com ele caiu (Ap. 12:4), tocarem louvores para Deus, eram o seu coral, os mais ligados e ele e obedientes ao seu regente Heylel!

Traduttore/Traditore (Tradutor/Traidor


Em relação aos textos bíblicos originais, em hebraico e grego koine: SEMPRE O TRADUTOR É UM TRAIDOR, pois a tradução destrói o texto original e com o passar do tempo isso se torna mais claro, pois quanto mais recentes versões dos textos bíblicos eu leio mais vejo o quanto estão MODIFICADOS E ADAPTADOS para as pessoas de atuais momentos da história, como vemos agora. Posteriormente criarei uma postagem na qual mostrarei os absurdos realizados em traduções dos textos bíblicos para versões modernas dos mesmos!


Texto hebraico, Tanah (Equivalente ao Antigo Testamento).


Texto em grego Koine (Equivalente ao Novo Testamento).

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

A figura de Satã no judaísmo


Como no cristianismo e no islamismo, o judaísmo possuí várias vertentes de pensamentos e doutrinas distintas, ainda que em sua maioria das ideias convirjam ao mesmo ponto. Estas variáveis geram linhas de pensamentos dentro das grandes religiões monoteístas e não seria diferente no judaísmo. Aqui trago um tema delicado, mas que existe uma grande unicidade do judaísmo sobre ele. O fato de Satã ser um anjo de Deus e como tal estar a serviço das ordens do Criador. O texto que segue, pode ser avaliado tanto pelo ponto de vista cético, com o objetivo de entender as crenças. Como do ponto de vista religioso para aqueles que assim desejam entender melhor a religião matriz do monoteísmo, mas aqui é expressar unicamente a visão base sobre Satán (שטן) segundo as crenças judaicas!

********Saliento que este texto não é ocultista e muito mesmo visa criar uma interpretação errônea, ou desabonar qualquer crença, mas sim expor a luz da inteligência o conhecimento e as crenças de outras culturas. Deste modo entendendo melhor a origem de nossa própria cultura.

Não é algo muito bem aceito no judaísmo a ideia de que um anjo de Deus tentou e seduziu outros anjos a desobedecer ao próprio Deus (mas não estou dizendo que não exista ramos do judaísmo místico e outras vertentes que aceitam algo semelhante sobre uma identidade do mal). Considerando essa ideia completamente contrária a tudo o que o Judaísmo ensina! Os estudiosos das Escrituras Hebraicas rejeitam esta teoria ou a aceitam de forma mágica/oculta/espiritualista.

O que é que, então, o Judaísmo explica com relação ao Satã?

***Traduzido do texto em Inglês por Alberto Bentzion. Escrito por Mordechai Housman

Para começar, a palavra hebraica שטן “Satán” significa literalmente “Inibidor/ Evitador/ Impossibilitador”. Inibir quer dizer, tentar impedir alguém de realizar algo. Disso aprendemos que Deus foi quem criou as diversas dificuldades, obstáculos da vida; os quais temos que enfrentar neste mundo, exatamente para nos conduzir a auto superação, e para nos levar ao progresso. Satán (escrito como transliterado do hebraico) é o responsável por tornar as coisas difíceis, por desafiar e assim colaborar para que tenhamos a chance de vencer a nós mesmos; para passarmos no teste. Satán é um Malách (por hora, entenderemos como Anjo) cujo propósito é especificado por Deus.

Existem dentro nós, por intermédio dos dois instintos que Deus mesmo criou no homem, tanto o inclinando ao bem como ao mal. O mais importante, é que somente esta habilidade de escolha absoluta torna possível que façamos o bem e o mal, com total e absoluta decisão pessoal. Temos a plena capacidade de recusar fazer o mal. Esta é a noção exata de que temos o direito que escolher tanto o bem como o mal.

A habilidade de escolher entre o bem e o mal é o que nos garante a noção de livre arbítrio. Portanto, para nos induzir a escolher o bem é que HaShem (HaShem (do hebraico השם), significando O Nome. É uma forma para designar Deus dentro do judaísmo, fora do contexto da reza ou da leitura pública do texto bíblico) nos oferece o bem no mundo vindouro, e para que mereçamos isso, é preciso que algo nos iniba, algo que tente nos impedir e que tenhamos que superar. Satán (שטן), portanto é nossa inclinação ao mal (Ietzer Hará). E a inclinação ao mal tenta nos impedir de fazer o bem, pois HaShem tem ordenado a ela fazer exatamente isso. Porquê? Para nos garantir livre arbítrio. Para que nossa escolha pelo bem seja sempre voluntária. Cada um de nós, todos os dias lutam contra seu mau instinto.

Para o judaísmo Satán (שטן) não é um anjo rebelde. Segundo os judeus, tal coisa é simplesmente impossível. Pois segundo ensinam, os anjos são seres de matéria elevada e sagrada porque foram criados desta forma, assim como os animais são animais porque foram criados desta maneira; os anjos estão constantemente contemplando a irradiação de HaShem (É uma forma para designar Deus dentro do judaísmo, fora do contexto da reza) por toda parte. Do mesmo modo um anjo não pode evitar a Divina Presença e por isso, não consegue deixar de ser sagrado. A santidade de toda criação, de todo o universo é contemplada de foram elevada pelos seres que são neste sentido, elevados; e por isso eles não podem parar de servir ao ETERNO. Os anjos não podem escolher não servir a Deus. Eles não possuem o livre arbítrio. Não podem contemplar outra coisa senão o ETERNO diante de si.

Então salientando que segundo o judaísmo a verdade é que Satán tem uma missão a cumprir como todo e qualquer “anjo”. E “anjos” não possuem livre arbítrio para escolher suas missões. Eles são apenas reflexos da vontade de Deus, no sistema em que foram criados para propósitos específicos.

“Diante desse raciocínio os humanos e seu propósito é viver para vencer sua má natureza?! Foi para isso que você foi criado, com base no judaísmo! HaShem (É uma forma para designar Deus dentro do judaísmo, fora do contexto da reza) já tem  bastantes anjos nos céus! Ele não precisa de mais. Ele te criou humano, para que você progrida na senda da justiça. Seres humanos podem melhorar a si mesmos, e este é seu propósito no mundo. Os “anjos”, não podem melhorar nem progredir, assim como os animais não progridem moralmente. Este não é, sequer, o propósito da sua existência.”

O que podemos observar até agora é que Satán para os judeus (não esquecendo que existem variantes esotérico-mágicas e espiritualistas dentro do judaísmo como no cristianismo e islamismo) não é, e nem poderia ser um anjo caído.

►►►Podemos entender então que Satán para os sábios rabinos se define nesses itens: ◄◄◄

Para os judeus, Satán é apenas um anjo com um trabalho que para nós é desafiador.

Satán não tem um reino paralelo.

Satán não está competindo com Deus nem está atrapalhando a criação.

Ele sequer se satisfaz quando a pessoa se deixa vencer pela má inclinação.

Ele sequer decide suas próprias missões.

Satán é um anjo que nos impõe desafios, ao mando de Deus;

Um anjo que não permite que enganemos a nós mesmos com falsa modéstia ou hipocrisia moral;

 ₳ Um anjo que traz a punição divina ao homem;

Que executa a correção do Criador.

O Satan executa sua missão de se opor a nós, por meio das coisas que nós mesmos valorizamos no mundo.

Satán não tem aparência maquiavélica, nem chifres, nem pele vermelha, nem rabo, nem mora em chamas, nem mesmo se veste de terno e gravata!


sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Anjos no judaísmo

Os anjos têm hierarquias ou fileiras, e cada patente fornece um tipo diferente de serviço.

Moshe Maimonides classifica os anjos na Bíblia sob uma das seguintes dez fileiras:

1. Chayot HaKodesh (Santos seres viventes), um grupo de anjos mencionados em Ezequiel 1 e 10 como estando perto do trono e a carruagem de D-us. Eles têm quatro asas e quatro faces (homem, leão, boi e águia);

2. Ophanim (Rodas), anjos associados com o trono de D-us e mencionados em Ezequiel 1:15–21 e Daniel 7:9 (e o livro de Enoque). Eles parecem rodas dentro de rodas e são cobertos com olhos;

3. Erelim (Os valentes), anjos mencionados em Isaías. Na tradição mística judaica, eles são usados para ser unidos a momentos de tristeza, de morte ou destruição (Isaías 33:7);

4. Chashmalim (Brilhantes), descritos em Ezequiel 1:4;

5. Serafim (Anjos de fogo) que tem seis asas de anjos que Isaías 6:2–3 descreve como um coro masculino que canta: "Santo, Santo, Santo, Senhor D-us dos exércitos; o céu e a terra estão cheia de sua glória". Em Isaías 6:6, um Serafim purifica os lábios do profeta Isaías com um carvão do altar;

6. Malachim (Mensageiros), que Isaías descreve como trazendo conforto para as pessoas em sua angústia, e que o livro de Salmos promete que vão proteger o povo de D-us. De acordo com o misticismo judaico, Rafael leva essa classe dos anjos;

7. Elohim (Seres piedosos) mencionados no Salmo 8:5;

8. Benei Elohim (Filhos de D-us), anjos que se concentram em trazer glória a D-us. De acordo com o misticismo judaico, eles são liderados pelo Arcanjo Michael;

9. Querubim (Aquele que está perto), anjos descritos por Ezequiel como tendo quatro faces, que entre outras coisas, guardam o jardim de Eden e o caminho para a árvore da vida com uma espada flamejante (Gn 3:24). De acordo com a Cabala, eles são liderados pelo Arcanjo Gabriel;

10. Ishim (Guardiões), anjos descrita no livro de Daniel, como sendo o homem, como (Gn 18:2; Dn 10:5).


De acordo com o pensamento judeu, mesmo que todos eles têm um intelecto superior, alguns anjos entendem D-us e seus caminhos melhores do que outros. O ranking acima indica o grau de compreensão do anjo de Deus.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Dito “artista” e o ataque ao objeto de culto.



Nessa semana nos deparamos com uma cena no mínimo inesperada, aonde um dito “artista” Antonio Obá realiza uma dita “performance artística” que envolve a presença de uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, aonde o mesmo rala a imagem que esta posicionada em frente aos seus órgãos genitais e aos olhares atentos de algumas pessoas.


Artista nu destrói imagem católica em "performance"


O mais estarrecedor disso tudo é o silêncio da grande mídia sobre o ocorrido, pois como já vimos anteriormente, quando um  objeto de culto é violado por alguém membro de uma Igreja protestante, imediatamente vemos a mídia se mover e atacar o ocorrido veementemente. Mas neste caso nada é feito, e o ocorrido fica como se fosse algo normal, isso é muito estranho, pois o Brasil é a maior nação Católica do mundo e um evento desses não poderia ficar assim.  Será que isso ocorre porque não foi o membro  ou líder de uma outra igreja que realizou o ato? Pois, se fosse estaria dentro de uma guerra por almas, mas nesse caso é um dito artista que ataca de mesmo modo um objeto de culto e o ocorrido fica em aberto, sem grandes criticas da mídia e nem por parte da Igreja Católica. E lembrando que esse “artista” é o mesmo que escreveu obscenidades em hóstias como amostra no Santander Cultural.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Sobre a santidade de Maria


Deus quis que Jesus Cristo tivesse uma verdadeira mãe humana, reservando a Si próprio a paternidade do Seu Filho, pois desejava estabelecer um novo início que não se devesse às forças humanas, mas só a Ele.

A virgindade de Maria não é uma noção retirada da mitologia, mas está basicamente ligada à vida de Jesus. Ele nasceu de uma mulher, mas não teve um pai biológico. Jesus Cristo é um novo início, instituído no mundo pelo Alto. No Evangelho segundo São Lucas, Maria pergunta ao anjo Gabriel; “Como será isto, se eu não conheço homem?” (Lc 1,34); o anjo respondeu-lhe; “O Espírito Santo virá sobre ti.” (Lc 1,35).Embora se tenha feito troçado da Igreja, desde o princípio, por causa da sua crença na virgindade de Maria, ela sempre acreditou que aqui se tratava de uma virgindade real, e não meramente simbólica.

Outro fato importante que devemos abordar é referente ao fato que Maria não teve outros filhos senão Jesus, seu único filho biológico. Já na Igreja antiga se partia do princípio de que a virgindade de Maria era perene, o que excluía a ideia de que Jesus tivesse irmãos biológicos. Em aramaico a língua-mãe de Jesus, só existe uma palavra para ‘irmão’ e ‘irmã’, ‘primo’ e ‘prima’. Onde, nos evangelhos, se fala de ‘irmãos’ de Jesus (por exemplo, Mc 3,31-35), refere-se a parentes próximos d’Ele.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

O que são os Vedas?



Basicamente os Vedas são as quatro escrituras básicas (Rg, Yajur, Sama e Atharva-Vedas),  os Puranas (cujo principal é o Srimad Bhagavatam), os épicos - o Mahabharata (do qual o Bhagavad-gita é a seção mais importante) e o Ramayana, os Upanishads, os Sutras (mais famosos sendo o Vedanta Sutra e o Yoga Sutra), as ciências auxiliares (ayurveda, astrologia, etc.) e os comentários ou livros escritos pelos grandes mestres baseado nesses textos.

As quatro escrituras, Rg, Yajur, Sama e Atharva-Vedas, descrevem os elaborados rituais e mantras usados na religião do povo nos tempos védicos, que se centrava na adoração de semideuses (ou deuses da natureza). Assim, como encontramos praticamente em toda a parte do mundo antigo (Grécia, Roma, Egito, Norte da Europa, América do Sul, etc.) a adoração de seres como o deus do sol, deus dos ventos, do mar, etc., também encontramos exatamente isso como sendo a religião popular da época védica. Por envolverem intricados rituais que não são mais seguidos, essas quatro escrituras não são úteis atualmente. Nelas praticamente não encontramos a verdadeira jóia do conhecimento e práticas espirituais de auto-realização em yoga, em puro amor ao Senhor Supremo.

Os Upanisads são muito em número (mais de 108). São tratados filosóficos sobre a Verdade Última, sobre a Realidade. Entre os Upanishads, um dos mais importantes é o Sri Isopanishad (disponível em Português impresso e em áudio MP3). Ele se destaca por ser o único que é diretamente parte de uma das quatro escrituras básicas, sendo parte do Yajur Veda.

O Srimad Bhagavatam é o Purana mais famoso e um livro de espantosa beleza, profundidade, riqueza, filosofia e sabedoria. Ele revela em grande detalhe a natureza de Deus, da alma, do “reino de Deus”, do mundo material, do processo de auto-realização, do problema e inutilidade inerente da adoração de semideuses e importância de buscar Deus acima deles, do efeito da consciência na matéria e vice-versa e muito mais. O livro tem 12 Cantos, com mais de 14 mil versos. Sua versão traduzida e comentada por Srila Prabhupada contém 19 mil páginas e está disponível em Português.

O Bhagavad-gita tem toda uma posição especial dentre os Vedas (ou literatura védica), pois apresenta o aspecto mais refinado da filosofia e prática espiritual védica - o caminho da auto-realização em yoga. É um resumo de toda a espiritualidade e filosofia da cultura védica. É o texto mais importante sobre yoga e auto-realização e é aceito como o livro base da tradição da espiritualidade e religião da Índia.

No Bhagavad-gita se descrevem as diferentes etapas do caminho do yoga (karma, jnana e bhakti). De todas as práticas de yoga, Krisna explica no Bhagavad-gita, no verso 6.47, que a prática superior é bhakti-yoga (yoga com devoção ou consciência de Krishna). A conclusão do Bhagavad-gita é que a essência de todo o conhecimento védico é a pura consciência de Krishna. Essa declaração encontramos no Capítulo 15, verso 15, onde Krishna diz, “Através de todos os Vedas, é a Mim que se deve conhecer. Na verdade, sou o compilador do Vedanta e sou aquele que conhece os Vedas.”.

domingo, 20 de setembro de 2015

Tironensian Order Monastic


Benedictine Bernard de Ponthieu


The Tironensian Order or the Order of Tiron was a Roman Catholic monastic order named after the location of the mother abbey (Tiron Abbey, French: Abbaye de la Sainte-Trinité de Tiron, established in 1109) in the woods of Tiron (sometimes Thiron) in Perche, some 35 miles west of Chartres in France).

They were nicknamed "Grey Monks" because of their grey robes, which their spiritual cousins, the monks of Savigny, also wore.

Founder

Bernard of Thiron

The order, or congregation, of Tiron was founded in about 1106 by the Benedictine Bernard de Ponthieu, also known as Bernard d'Abbeville (1046-1117), born in a small village near Abbeville, Ponthieu.


Tonsured at the Benedictine Abbey of Saint-Cyprien in Poitiers around the year 1070, Bernard left the order in 1101 when his nomination as abbot of Saint-Savin-sur-Gartempe was disapproved by Cluny and Pope Paschal II. From then on Bernard lived first as a hermit on the island of Chausey, between Jersey and Saint-Malo, then in the woods of Craon, near Angers, with two other rigorist monks: Robert d'Arbrissel, future founder of the controversial Abbey of Fontevraud, and Vitalis de Mortain, later the founder of the Congregation of Savigny in 1113. Following the example of the Desert Fathers, all three men and their followers (men and women) lived detached from the world, in great poverty and strict penance.

Followers of Bernard of Thiron

Adelelmus was a hermit and disciple of St. Bernard of Thiron. Born in Flanders, Belgium, Aldelelmus is best known for founding the Monastery of Etival-en-Charnie (fr).

Tiron Abbey

The foundation of Tiron Abbey by Bernard of Abbeville was part of wider movements of monastic reform in Europe in the eleventh and twelfth centuries. As a pre-Cistercian reformer, Bernard's intention was to restore the asceticism and strict observance of the Rule of St. Benedict in monastic life, insisting on manual labour. He founded his monastery on land in Thiron-Gardais granted to him by Bishop Ivo of Chartres, and placed it under the protection of the cathedral canons of Chartres, instead of a secular overlord. This assured that decisions affecting the Abbey were made by a corporate religious body.


They were nicknamed "Grey Monks" because of their grey robes.

Bernard admitted artisans and encourage them to produce goods for sale. During years of famine, Tiron endured great poverty and became a refugee camp and soup kitchen. During the famine of 1109–1111 the Abbey sheltered whole families. Tiron had a school; and after Bernard's death, built houses so that lay women could reside within its walls under the care and protection of the monks.

Tironensian Order

Tiron was the first of the new religious orders to spread internationally. Within less than five years of its creation, the Order of Tiron owned 117 priories and abbeys in France, England, Wales, Scotland and Ireland.


St Dogmaels Abbey

In 1113 Robert FitzMartin granted the Tironensians land and money to found the order's first house in Wales, St Dogmaels, Pembrokeshire, which was established on the site of a clas (early Celtic church), which dated back to at least 600 AD. Closed during the Dissolution of the monasteries, much of the stone was quarried for other uses.



Kelso Abbey

In Scotland, the Tironensians were the monks and master craftsmen who built and occupied (until the Reformation) the abbeys of Selkirk (later re-located to Kelso (1128), Arbroath (1178), and Kilwinning (1140+). The first two abbots of Selkirk became, in turn, abbots at Tiron. During the tenure of William of Poitiers as abbot, Tiron established abbeys and priories along the north-south trade routes from Chartres to the navigable Seine and Loire rivers. Under him, the abbey owned at least one ship that traded in Scotland and Northumberland. Tiron adopted a system of annual general chapters. In 1120, Abbot William decreed that abbots from overseas need only attend once in every three years. Arnold, Abbot of Kelso, founded the cathedral church at St. Andrews. In France, the order was integrated into the new Benedictine Congregation of St. Maur in 1627.

sábado, 1 de agosto de 2015

O Ensino e a Cultura na Europa feudal


A Igreja Católica cumpriu um papel importante na preservação da cultura clássica, no ensino e no desenvolvimento intelectual durante a Idade Média.

O Renascimento Carolíngio: Durante seu reinado, Carlos Magno promoveu um movimento que foi chamado de Renascimento Carolíngio. O principal objetivo era preparar intelectualmente o clero cristão, para que pudesse orientar os fiéis com autoridade e sabedoria. Carlos Magno reuniu conhecedores da cultura antiga, como Alcuíno e Eginhardo. Com a orientação desses estudiosos, a Bíblia foi revista e copiada pelos monges, e os textos gregos, romanos e cristãos serviram de base para desenvolver o ensino. O movimento carolíngio preservou a cultura da Antiguidade clássica e fez dos mosteiros e das escolas palatinas (localizadas no palácio do imperador) centros de difusão do conhecimento antigo.

As transformações no ensino: Até o século X, a Igreja mantinha escolas junto aos mosteiros ou às catedrais. O ensino era voltado, principalmente, à formação eclesiástica e consistia no estudo de textos religiosos, como a Bíblia, e de textos de pensadores cristãos, em especial os de Santo Agostinho. Nas escolas cristãs, estudava-se o trívio (gramática, retórica e dialética) e o quatrívio (aritmética, geometria, astronomia e música). O alcance dela ,porém, era pequeno, pois, em geral, apenas os membros do clero e os filhos dos nobres podiam frequentá-las.

A literatura medieval: do oral ao escrito: A língua escrita utilizada nos primeiros séculos da Idade Média era o latim. Outros idiomas mantiveram-se por séculos como línguas faladas e eram empregados pelos distintos grupos da sociedade medieval. Aos poucos, o latim foi se misturando às diferentes línguas germânicas locais, originando as línguas modernas, como francês, alemão, italiano, espanhol, português e inglês e outras. Elas se afirmaram a partir dos séculos XI e XII, com o desenvolvimento de uma literatura escrita e profana. Essa literatura tinha, por base, antigas histórias, sem autoria definida, que eram transmitidas oralmente de geração em geração. Para a diversão dos frequentadores das cortes dos senhores feudais, exibiam-se os jograis, compostos de recitadores, cantores e músicos ambulantes, contratados pelo senhor. Eles executavam acrobacias, cantavam e tocavam instrumentos musicais, principalmente a viola e o alaúde. Esses artistas levavam uma existência nômade, viajando em caravanas compostas de homens e mulheres que viviam de doações feitas pelos nobres.

As novelas de cavalaria: No século XII, surgiram os primeiros romances, que ficaram conhecidos como novelas de cavalaria. Escritas em versos e em prosa, as novelas adaptavam antigas narrativas orais que abordavam os feitos heroicos e as guerras históricas travadas por Carlos Magno e os doze pares de França, as lendas do rei Arthur e dos cavaleiros da távola redonda ou os amores de Tristão e Isolda. O enredo das novelas de cavalaria apresentava um verdadeiro código de conduta no qual se destacavam o heroísmo, a honra e a lealdade, que eram os ideais da cavalaria medieval. Valorizava-se a ação do cavaleiro, em defesa da honra e a lealdade ao rei e à Igreja. A mulher era o objeto do amor cortês do homem, a dama que deveria ser tratada e amada com respeito e delicadeza. Esses primeiros romances ajudaram a divulgar os valores da sociedade medieval.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Por que existem poucos edifícios históricos e monumentos na África subsaariana!

Mansa Musa, foi o imperador do império de Mali do século XIV que cobria os atuais Mali, Senegal, Gâmbia, e Guiné.
O motivo é simples. Os europeus destruíram a maior parte. Só nos restam os desenhos e descrições de viajantes que visitaram os lugares antes das destruições. Em alguns lugares, ainda se podem ver ruínas. Muitas cidades foram abandonadas e viraram ruína quando os europeus trouxeram doenças exóticas (varíola e gripe) que começaram a se espalhar e matar gente. As ruínas dessas cidades ainda se encontram escondidas. De fato, a maior parte da história de África está ainda soterrada.

Neste artigo, vou compartilhar fragmentos de informação sobre África antes da chegada dos Europeus, as cidades destruídas e as lições que podemos aprender, enquanto africanos, para o futuro.

A coleta de fatos que dizem respeito ao estado das cidades africanas antes da sua destruição é feito por Robin Walker, um distinto pan-africanista e historiador, autor do livro ‘When We Ruled’ (Quando Governamos), e por PD Lawton, uma grande pan-africanista, que se prepara para lançar o livro “African Agenda” (A Agenda Africana).
Todas as citações e excertos neste artigo são dos livros de Robin Walker e PD Lawton. Recomendo comprar o livro de Walker ‘When We Ruled’ para uma história completa da beleza do continente antes da sua destruição. Pode obter mais informação sobre o trabalho de PD Lawton visitando o blog da autora: AfricanAgenda.net

Robin Walter e PD Lawton citam bastante outro grande pan-africanista, Walter Rodney que escreveu o livro ‘How Europe Underdeveloped Africa‘ (Como a Europa subdesenvolveu a África). Mais informações no canal YouTube ‘dogons2k12 : African Historical Ruins’, e no trabalho da Fundação Ta Neter Foundation.

Muitos desenhos são do livro African Cities and Towns Before the European Conquest (Cidades Africanas Antes da Conquista Europeia) de Richard W. Hull, publicado em 1976. Só esse livro destrói a visão estereotípica dos africanos vivendo em aglomerações simples, primitivas e dispersas sem qualquer apreciação por planejamento e design.

De fato, no final do século 13 quando um viajante europeu encontrou a grande Cidade de Benin na África Ocidental (atual Nigéria, Estado de Edo), ele escreveu o seguinte:
“A cidade parece ser muito grande. Quando entramos, vimos uma larga avenida, não pavimentada, que parece ser sete ou oito vezes mais larga que a rua Warmoes em Amsterdã… O palácio real é um conjunto de edifícios que ocupam tanto espaço quanto a cidade de Harlem, e que está rodeado de muralhas. Existem numerosos aposentos para os ministros do Príncipe e belas galerias, a maioria delas tão grandes quanto as da bolsa de Amsterdã. São suportadas por pilares de madeira revestidos de cobre, onde as suas vitórias estão representadas, e que são cuidadosamente mantidos. A cidade é composta de trinta ruas principais, bem retas e com 36 metros de largura, além de uma infinidade de pequenas ruas transversais. As casas são próximas umas das outras, bem organizadas. Este povo não tem nada de inferior aos holandeses em termos de limpeza; lavam e esfregam suas casas tão bem que elas estão bem polidas e brilham como cristal.”

Infelizmente, em 1897, a cidade de Benin foi destruída pelas forças britânicas sob as ordens do Almirante Harry Rawson. A cidade foi saqueada, explodida e queimada. Uma coleção dos famosos Bronzes de Benin está agora no Museu Britânico de Londres. Parte dos 700 bronzes roubados pelas tropas britânicas foram vendidos à Nigeria em 1972.
Outra história da grande cidade de Benin que diz respeito às suas muralhas: “Elas se estendem por um total de 16 000 quilômetros, num mosaico de mais de 500 junções de assentamento. Cobrem 6500 quilômetros quadrados e foram todas construídas pelo povo Edo. No total, elas são quatro vezes mais longas que a Grande Muralha da China e consumiram cem vezes mais materiais que a Grande Pirâmide de Quéops. Levaram cerca de 150 milhões de horas de escavação para serem construídas, e são talvez o maior fenômeno arqueológico do planeta.”
Vista da cidade de Benin em 1891 antes da conquista britânica. H. Ling Roth, Grande Benin, reprodução Barnes and Noble. 1968. 

 Sabia que no século 14, a cidade de Timbuktu na África ocidental era cinco vezes maior que a cidade de Londres, e a mais rica do mundo?

Hoje, Timbuktu é 236 vezes menor que Londres. Nada tem de cidade moderna. A sua população é metade que cinco séculos atrás, empobrecida com pedintes e vendedores de rua. A cidade é incapaz de conservar seus monumentos e arquivos do passado.
De volta ao século 14, os três lugares mais ricos da terra eram a China, o Irã/Iraque, e o império do Mali na África ocidental. Dos três, o único que ainda era independente e prospero era o império do Mali. A China e todo o Oriente Médio tinham sido conquistados pelas tropas mongóis de Genghis Kan que arrasou, pilhou e estuprou os lugares.
O homem mais rico na história da humanidade, Mansa Musa, foi o imperador do império de Mali do século 14 que cobria os atuais Mali, Senegal, Gâmbia, e Guiné.
Quando morreu em 1331, Mansa Musa valia o equivalente a 400 bilhões de dólares. Nessa época o império de Mali produzia mais de metade do abastecimento mundial de sal e de ouro.
Em baixo imagen do imperador Mansa Musa, o homem mais rico da história.


Quando Mansa Musa foi em peregrinação a Meca em 1324, levou e gastou tanto ouro, que o preço daquele metal caiu por 10 anos. 60 000 pessoas o acompanharam.
Foi fundador da biblioteca de Timbuktu, e os famosos manuscritos de Timbuktu que tratavam de todas as áreas de conhecimento foram escritos durante o seu reinado.
Testemunhas da grandeza do império do Mali vinham de todas as partes do globo. “Sergio Domian, um acadêmico de arte e arquitetura italiano, escreveu o seguinte sobre esse período: ‘Assim foi lançada a fundação da civilização urbana. Na época áurea do seu poder, Mali tinha pelo menos 400 cidades, e o interior do delta do rio Niger era densamente populoso.’

A cidade de Timbuktu no Mali tinha uma população de 115,000 no século 14 – 5 vezes mais que a Londres medieval.
O National Geographic descreveu recentemente Timbuktu como a Paris do mundo medieval, devido à sua cultura intelectual. De acordo com o Professor Henry Louis Gates, existiam na cidade 25,000 estudantes universitários.
“Muitas famílias antigas da África ocidental têm bibliotecas privadas com coleções de centenas de anos. As cidades mauritanas de Chinguetti e Oudane possuem um total de 3,450 livros medievais manuscritos. É possível que ainda existam cerca de 6,000 livros na cidade de Walata. Alguns datam do século oito. Existem 11,000 livros em coleções privadas no Niger.
Finalmente em Timbuktu, Mali, existem cerca de 700,000 livros que sobreviveram. Estão escritos em Mande, Suqi, Fulani, Timbuctu, e Sudani. Os conteúdos dos manuscritos incluem matemática, medicina, poesia, direito e astronomia. Este trabalho foi a primeira enciclopédia, no século 14, antes dos europeus terem a mesma ideia no século 18, 4 séculos depois.

Uma coleção de 1600 livros era considerada uma pequena biblioteca para um acadêmico da África ocidental no século 16. Existe registro do Professor Ahmed Baba de Timbuktu dizendo que possuía a menor biblioteca entre seus amigos – só tinha 1600 volumes.
Com respeito a estes velhos manuscritos, Michael Palin, na sua série de TV Sahara, disse que o Imam de Timbuktu “tem uma coleção de textos científicos que mostra claramente os planetas circulando em torno do Sol. Datam de centenas de anos . . . É prova convincente que os acadêmicos de Timbuktu sabiam mais que seus colegas europeus. No século 15 em Timbuktu os matemáticos conheciam a rotação dos planetas, detalhes do eclipse, coisas que tivemos de esperar 150 quase 200 anos para conhecer na Europa quando Galileu e Copérnico fizeram os mesmos cálculos e pagaram por isso.

A velha capital do Mali, capital de Niani possui um edifício do século 14 chamado Salão de Audiências. Sobreposto por uma cúpula e adornado de arabescos vivamente coloridos. As janelas do andar superior eram talhadas de madeira e emolduradas em prata; as do andar inferior eram talhadas de madeira e emolduradas em ouro.

Marinheiros do Mali chegaram às Américas em 1311, 181 anos antes de Colombo. O pesquisador egípcio Ibn Fadl Al-Umari, publicou o feito em cerca de 1342. No capitulo décimo do seu livro, existe um relato de duas grandes viagens marítimas ordenadas pelo predecessor de Mansa Musa, um rei que herdou o trono do Mali em 1312. Este rei marinheiro não é nomeado por Al-Umari, mas autores da atualidade identificam-no como Mansa Abubakari II.”

Esses acontecimentos aconteceram na mesma época que o continente europeu estava mergulhado nas trevas, destruído pela peste e pela fome, com seus povos se matando por motivos religiosos e étnicos.