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sábado, 3 de novembro de 2018

O que os nazistas copiaram de Marx




O marxismo afirma que a forma de pensar de uma pessoa é determinada pela classe a que pertence.  Toda classe social tem sua lógica própria.  Logo, o produto do pensamento de um determinado indivíduo não pode ser nada além de um "disfarce ideológico" dos interesses egoístas da classe à qual ele pertence.  A tarefa de uma "sociologia do conhecimento", segundo os marxistas, é desmascarar filosofias e teorias científicas e expor o seu vazio "ideológico".  A economia seria um expediente "burguês" e os economistas são sicofantas do capital.  Somente a sociedade sem classes da utopia socialista substituirá as mentiras "ideológicas" pela verdade.
Este polilogismo, posteriormente, assumiu várias outras formas.  O historicismo afirma que a estrutura lógica da ação e do pensamento humano está sujeita a mudanças no curso da evolução histórica. O polilogismo racial atribui a cada raça uma lógica própria.
O polilogismo, portanto, é a crença de que há uma multiplicidade de irreconciliáveis formas de lógica dentro da população humana, e estas formas estão subdivididas em algumas características grupais.
Os nazistas fizeram amplo uso do polilogismo.  Mas os nazistas não inventaram o polilogismo.  Eles apenas criaram seu próprio estilo de polilogismo.
Até a metade do século XIX, ninguém se atrevia a questionar o fato de que a estrutura lógica da mente era imutável e comum a todos os seres humanos.  Todas as interrelações humanas são baseadas nesta premissa de que há uma estrutura lógica uniforme.  Podemos dialogar uns com os outros apenas porque podemos recorrer a algo em comum a todos nós: a estrutura lógica da razão.
Alguns homens têm a capacidade de pensar de forma mais profunda e refinada do que outros.  Há homens que infelizmente não conseguem compreender um processo de inferência em cadeias lógicas de pensamento dedutivo.  Mas, considerando-se que um homem seja capaz de pensar e trilhar um processo de pensamento discursivo, ele sempre aderirá aos mesmos princípios fundamentais de raciocínio que são utilizados por todos os outros homens.  Há pessoas que não conseguem contar além de três; mas sua contagem, até onde ele consegue ir, não difere da contagem de Gauss ou de Laplace. Nenhum historiador ou viajante jamais nos trouxe nenhuma informação sobre povos para quem A e não-A fossem idênticos, ou sobre povos que não conseguissem perceber a diferença entre afirmação e negação.  Diariamente, é verdade, as pessoas violam os princípios lógicos da razão. Mas qualquer um que se puser a examinar suas deduções de forma competente será capaz de descobrir seus erros.
Uma vez que todos consideram tais fatos inquestionáveis, os homens são capazes de entrar em discussões e argumentações.  Eles conversam entre si, escrevem cartas e livros, tentam provar ou refutar.  A cooperação social e intelectual entre os homens seria impossível se a realidade não fosse essa. Nossas mentes simplesmente não são capazes de imaginar um mundo povoado por homens com estruturas lógicas distintas ente si ou com estruturas lógicas diferentes da nossa.
Mesmo assim, durante o século XIX, este fato inquestionável foi contestado.  Marx e os marxistas, entre eles o "filósofo proletário" Dietzgen, ensinaram que o pensamento é determinado pela classe social do pensador.  O que o pensamento produz não é a verdade, mas apenas "ideologias".  Esta palavra significa, no contexto da filosofia marxista, um disfarce dos interesses egoístas da classe social à qual pertence o pensador.  Por conseguinte, seria inútil discutir qualquer coisa com pessoas de outra classe social.  Não seria necessário refutar ideologias por meio do raciocínio discursivo; ideologias devem apenas ser desmascaradas, denunciando a classe e a origem social de seus autores. Assim, os marxistas não discutem os méritos das teorias científicas; eles simplesmente revelam a origem "burguesa" dos cientistas.
Os marxistas se refugiam no polilogismo porque não conseguem refutar com métodos lógicos as teorias desenvolvidas pela ciência econômica "burguesa"; tampouco conseguem responder às inferências derivadas destas teorias, como as que demonstram a impraticabilidade do socialismo.  Dado que não conseguiram demonstrar racionalmente a validade de suas idéias e nem a invalidade das idéias de seus adversários, eles simplesmente passaram a condenar os métodos lógicos.  O sucesso deste estratagema marxista foi sem precedentes.  Ele tornou-se uma blindagem contra qualquer crítica racional à pseudo-economia e à pseudo-sociologia marxistas. Ele fez com que todas as críticas racionais ao marxismo fossem inócuas.
Foi justamente por causa dos truques do polilogismo que o estatismo conseguiu ganhar força no pensamento moderno.
O polilogismo é tão inerentemente ridículo, que é impossível levá-lo consistentemente às suas últimas consequências lógicas. Nenhum marxista foi corajoso o suficiente para derivar todas as conclusões que seu ponto de vista epistemológico exige.  O princípio do polilogismo levaria à inferência de que os ensinamentos marxistas também não são objetivamente verdadeiros, mas sim apenas afirmações "ideológicas".  Mas isso os marxistas negam.  Eles reivindicam para suas próprias doutrinas o caráter de verdade absoluta.  
Dietzgen ensina que "as idéias da lógica proletária não são idéias partidárias, mas sim o resultado da mais pura e simples lógica".  A lógica proletária não é "ideologia", mas sim lógica absoluta.  Os atuais marxistas, que rotulam seus ensinamentos de sociologia do conhecimento, dão provas de sofrerem desta mesma inconsistência.  Um de seus defensores, o professor Mannheim, procura demonstrar que há certos homens, os "intelectuais não-engajados", que possuem o dom de apreender a verdade sem serem vítimas de erros ideológicos.  Claro, o professor Mannheim está convencido de que ele mesmo é o maior dos "intelectuais não-engajados".  Você simplesmente não pode refutá-lo. Se você discorda dele, você estará apenas provando que não pertence à elite dos "intelectuais não-engajados", e que seus pensamentos são meras tolices ideológicas.
Os nacional-socialistas alemães tiveram de enfrentar o mesmo problema dos marxistas.  Eles também não foram capazes nem de demonstrar a veracidade de suas próprias declarações e nem de refutar as teorias da economia e da praxeologia.  Consequentemente, eles foram buscar abrigo no polilogismo, já preparado para eles pelos marxistas.  Sim, eles criaram sua própria marca de polilogismo.  A estrutura lógica da mente, diziam eles, é diferente para cada nação e para cada raça.  Cada raça ou nação possui sua própria lógica e, portanto, sua própria economia, matemática, física etc.  Porém, não menos inconsistente do que o Professor Mannheim, o professor Tirala, seu congênere defensor da epistemologia ariana, declara que a única lógica e ciência verdadeiras, corretas e perenes são as arianas.  Aos olhos dos marxistas, Ricardo, Freud, Bergson e Einstein estão errados porque são burgueses; aos olhos dos nazistas, estão errados porque são judeus.  Um dos maiores objetivos dos nazistas é libertar a alma ariana da poluição das filosofias ocidentais de Descartes, Hume e John Stuart Mill.  Eles estão em busca da ciência alemã arteigen, ou seja, da ciência adequada às características raciais dos alemães.
Como hipótese, podemos supor que as capacidades mentais do homem sejam resultado de suas características corporais.  Sim, não podemos demonstrar a veracidade desta hipótese, mas também não é possível demonstrar a veracidade da hipótese oposta, conforme expressada pela hipótese teológica.  Somos forçados a admitir que não sabemos como os pensamentos surgem dos processos fisiológicos. Temos vagas noções dos danos causados por traumatismos ou por outras lesões infligidas em certos órgãos do copo; sabemos que tais danos podem restringir ou destruir por completo as capacidades e funções mentais dos homens.  Mas isso é tudo.  Seria uma enorme insolência afirmar que as ciências naturais nos fornecem informações a respeito da suposta diversidade da estrutura lógica da mente.  O polilogismo não pode ser derivado da fisiologia ou da anatomia, e nem de nenhuma outra ciência natural.
Nem o polilogismo marxista e nem o nazista conseguiram ir além de declarar que a estrutura lógica da mente é diferente entre as várias classes ou raças.  Eles nunca se atreveram a demonstrar precisamente no quê a lógica do proletariado difere da lógica da burguesia, ou no quê a lógica ariana difere da lógica dos judeus ou dos ingleses.  Rejeitar a teoria das vantagens comparativas de Ricardo ou a teoria da relatividade de Einstein por causa das origens raciais de seus autores é inócuo.  Primeiro, seria necessário desenvolver um sistema de lógica ariana que fosse diferente da lógica não-ariana.  Depois, seria necessário examinar, ponto por ponto, estas duas teorias concorrentes, e mostrar onde, em cada raciocínio, são feitas inferências que são inválidas do ponto de vista da lógica ariana mas corretas do ponto de vista não-ariano.  E, finalmente, seria necessário explicar a que tipo de conclusão a substituição das erradas inferências não-arianas pelas corretas inferências arianas deve chegar.  Mas isso jamais foi e jamais será tentado por ninguém.  Aquele gárrulo defensor do racismo e do polilogismo ariano, o professor Tirala, não diz uma palavra sobre a diferença entre a lógica ariana e a lógica não-ariana. O polilogismo, seja ele marxista ou nazista, jamais entrou em detalhes.
O polilogismo possui um método peculiar de lidar com opiniões divergentes.  Se seus defensores não forem capazes de descobrir as origens e o histórico de um oponente, eles simplesmente taxam-no de traidor.  Tanto marxistas quanto nazistas conhecem apenas duas categorias de adversários.  Os alienados — sejam eles membros de uma classe não-proletária ou de uma raça não-ariana — estão errados porque são alienados.  E os opositores que são de origem proletária ou ariana estão errados porque são traidores.  Assim, eles levianamente descartam o incômodo fato de que há divergências entre os membros daquela que dizem ser sua classe ou sua raça.
Os nazistas gostam de contrastar a economia alemã com as economias judaicas e anglo-saxônicas.  Mas o que chamam de economia alemã não difere em nada de algumas tendências observadas em outras economias.  A economia nacional-socialista foi moldada tendo por base os ensinamentos do genovês Sismondi e dos socialistas franceses e ingleses. Alguns dos mais velhos representantes desta suposta economia alemã apenas importaram idéias estrangeiras para a Alemanha.  Frederick List trouxe as idéias de Alexander Hamilton à Alemanha; Hildebrand e Brentano trouxeram as idéias dos primeiros socialistas ingleses.  A economia alemã arteigen é praticamente igual às tendências contemporâneas observadas em outros países, como, por exemplo, o institucionalismo americano.
Por outro lado, o que os nazistas chamam de economia ocidental — e, portanto, artfremd [estranho à raça] — é em grande medida uma conquista de homens a quem que nem mesmo os nazistas podem negar o termo 'alemão'. Os economistas nazistas gastaram muito tempo pesquisando a árvore genealógica de Carl Menger à procura de antepassados judeus; não conseguiram.  É um despautério querer explicar o conflito que há entre a genuína teoria econômica e o institucionalismo e o empiricismo histórico como se fosse um conflito racial ou nacional.

terça-feira, 3 de abril de 2018

História da Psicopatia




A evolução dos conceitos relacionados com a Personalidade Psicopática decorreu durante mais de um século, sendo que actualmente prevalece a ideia de que a psicopatia tem uma origem bio-psico-social. Esses conceitos (Psicopata, Personalidade Psicopática e, mais recentemente,  Sociopata) têm vindo a interessar a psiquiatria, a justiça, a antropologia, a sociologia e a filosofia desde a antiguidade. Evidentemente que essa preocupação contínua e perene se verifica porque sempre existiram personalidades anormais como parte da população geral, sendo os psicopatas, indivíduos que se separam do grosso da população em termos de comportamento, conduta moral e ética.
Eis alguns exemplos de autores e respectivas teorias que contribuíram preponderantemente para a construção do conceito de Psicopatia ao longo da História.

Cardamo

Uma das primeiras descrições registadas pela medicina sobre algum comportamento que pudesse ser relacionado com Personalidade Psicopática foi a de Girolano Cardamo (1501-1596), professor de medicina da Universidade de Pavia.
O filho de Cardamo foi decapitado por ter envenenado sua mulher (mãe do réu) com raízes venenosas. Neste relato, Cardamo fala em "improbidade", quadro que não alcançava a insanidade total porque as pessoas que disso padeciam mantinham a aptidão para dirigir sua vontade.
Pablo Zacchia (1584-1654), considerado por alguns como fundador da Psiquiatria Médico Legal, descreve, em "Questões Médico Legais", as mais notáveis concepções que logo dariam significação às "psicopatias" e aos "transtornos de personalidade".

Pinel

Em 1801, Philippe Pinel publica um Tratado médico filosófico sobre a alienação mental onde fala de pessoas que têm todas as características da mania, mas que carecem do delírio. Pinel chamava de mania aos estados de furor persistentes e comportamento florido, distinto do conceito actual de mania.

 Prichard

File:James Cowles Prichard.jpgJames Cowles Prichard (1786-1848), tal como Pinel, lutava contra a ideia do filósofo Locke, que afirmava não poder existir mania sem delírio, ou seja, mania sem prejuízo do intelecto. Portanto, nessa época, os juízes não declaravam insanos nenhuma pessoa que não tivesse um comprometimento intelectual manifesto (normalmente através do delírio). Pinel e Pricharde tratavam de impor o conceito, segundo o qual, existiam insanidades sem comprometimento intelectual, mas possivelmente com prejuízo afectivo e volitivo (da vontade). Tal posição acabava por sugerir que essas três funções mentais, o intelecto, afectividade, e a vontade, poderiam adoecer independentemente.
Foi em 1835 que Prichard publica sua obra “Treatise on insanity and other disorders affecting the mind", que falava da Insanidade Moral. A partir dessa obra, o historiador G. Berrios (1993) discute o conceito da Insanidade Moral como o equivalente ao nosso actual conceito de psicopatia.

Morel

Morel, em 1857, parte da religião para elaborar a sua teoria da degeneração. O ser humano tinha sido criado segundo um tipo primitivo perfeito e, todo desvio desse tipo perfeito, seria uma degeneração. A essência do tipo primitivo e, portanto, da natureza humana, é a contínua supremacia ou dominação do moral sobre o físico. Para Morel, o corpo não é mais que "o instrumento da inteligência".
A doença mental inverteria esta hierarquia e converteria o humano “em besta”. Uma doença mental não é mais que a expressão sintomática das relações anormais que se estabelecem entre a inteligência e seu instrumento doente, o corpo.
A degeneração de um indivíduo se transmite e se agrava ao longo das gerações, até chegar à decadência completa (Bercherie, 1986). Alguns autores posteriores, como é o caso de Valentím Magnam, suprimiram o elemento religioso das ideias de Morel e acentuaram os aspectos neurobiológicos. Estes conceitos afirmavam a ideologia da hereditariedade e da predisposição em varias teorias sobre as doenças mentais.

Koch e Gross

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Inteligência Existencial ou Espiritual com base nos estudos de Gardner



GARDNER (2001) estudou a hipótese de acrescentar mais duas novas inteligências, a Inteligência Natural e a Inteligência Existencial ou Espiritual.

Em seu processo de revisão da Teoria das Inteligências Múltiplas, o autor viu a necessidade de acrescentar a Inteligência Natural à lista das sete inteligências originais, que se refere à habilidade de reconhecer e classificar plantas, animais, minerais, incluindo rochas e gramíneas e toda a variedade de fauna e flora e devido às suas contribuições para uma maior compreensão do meio ambiente e de seus componentes.

Porém, o mesmo não ocorre com a Inteligência Existencial ou Espiritual, embora o autor se sinta interessado, ele conclui que “o fenômeno é suficientemente desconcertante e a distância das outras inteligências suficientemente grande para ditar prudência - pelo menos por ora” – conclui o autor da Teoria, em seu recente livro intitulado “Inteligência: um conceito reformulado” (2001).

GARDNER (2001) ainda explica que as inteligências não são objetos que podem ser contados, e sim, potenciais que poderão ser ou não ativados, dependendo dos valores de uma cultura específica, das oportunidades disponíveis nessa cultura e das decisões pessoais tomadas por indivíduos e/ou suas famílias, seus professores e outros.

Inteligência existencialista: Podíamos relacioná-la mesmo com a afetiva e emocional. É própria de pessoas que desfrutam ajudando os demais. Amantes da paz e da não violência e de fomentar o respeito entre todos os seres, da irmandade humana, da solidariedade e da compreensão. Tagore, Gandhi, Dalai Lama, João XXIII e o Papa atual Francisco estariam dentro dos que destacam nesta inteligência muito relacionada com os sentimentos positivos e do amor ao próximo. Que também há que cultivar entre as crianças, fomentando as aprendizagens apreciativas e a educação para a paz.

Inteligência Naturalística com base nos estudos de Gardner



          Quando Howard Gardner referiu-se pela primeira vez à questão das múltiplas inteligências, disse que não havia motivo para se pensar que sete seria um número definitivo, enfatizando que mais inteligências poderiam ser identificadas. Em seu livro "Estruturas da Mente", Gardner chamou-as de "inteligências candidatas".

          Thomas Hoerr  e colegas especularam se senso de humor, habilidades educativas ou velocidade de raciocínio, entre outros, não seriam possíveis inteligências, porém ao aplicarem os critérios de Gardner sobre o que constitui uma inteligência, descobriram que essas "inteligências candidatas" eram parte de uma inteligência já identificada ou não se classificavam como tal. Por exemplo, quanto ao senso de humor, concluíram que cada inteligência tem sua própria forma de humor. Quando o humor é expressado por um jogo de palavras ou mímicas, a pessoa está manifestando a inteligência linguística ou corporal–cinestésica , respectivamente.

          Gardner relata que inteligências candidatas são freqüentemente apresentadas a ele, desde inclinação à culinária até espiritualidade. Afirma que não quer ser o árbitro para decidir o que é ou não uma "inteligência oficial", e que os critérios para determinar uma inteligência devem servir a esse propósito.

          Em 1996, Gardner fez a primeira ampliação da sua listagem original acrescentando a inteligência naturalística. Ele descreveu o naturalista como um indivíduo "apto para reconhecer flora e fauna, fazendo distinções relativas ao mundo natural e para usar essa habilidade produtivamente na agricultura ou nas ciências biológicas". Apesar da habilidade de apreciar a vida ao ar livre ou de sentir-se confortável junto à natureza sejam importantes aspectos dessa inteligência, ela tem sido caracterizada mais como uma capacidade para discernir, identificar e classificar plantas e animais, do que uma habilidade de conviver com a natureza.

          Charles Darwin foi caracterizado como possuidor de uma inteligência naturalística muito marcante. Stephen Jay Gould, usou a teoria das múltiplas inteligências para ajudar a explicar o seu sucesso. Gould observou que Darwin foi um estudante indiferente: "Absolutamente nada em qualquer registro documenta características indicativas de brilho intelectual." Contudo, segundo Gould: "Ele coordenava as inteligências múltiplas para ver, obter e ordenar informações." A habilidade de Darwin para identificar e classificar insetos, pássaros, peixes e mamíferos, resultou na sua teoria da evolução, que figura como uma das maiores contribuições intelectuais do século dezenove.

          Porém, as habilidades de observar, coletar e categorizar podem ser também aplicadas ao meio humano, como uma criança que organiza figurinhas de seus ídolos em um álbum de esportes ou de um adulto que classifica variações em impressões digitais.

Implicações para a Educação

          Atualmente, o meio ambiente está bastante diferente daquele que existia na segunda metade do século 19, quando Darwin navegou no H. M. S. Beagle. As áreas selvagens são raras, vestígios identificados e protegidos de uma era remota.

          A juventude de hoje passa as férias em shoppings com ar condicionado e as crianças têm poucas oportunidades para familiarizarem-se com a natureza, para desenvolverem sua inteligência naturalística e adquirirem um sentido de mundo com plantas e animais. Porém, Gardner sugere que os jovens usem sua inteligência naturalística, para reconhecer, classificar e organizar figuras sobre esportes ou automóveis, por exemplo.

          O trabalho com a inteligência naturalística está apenas começando. Por exemplo, estuda-se suas diferenças e semelhanças com a inteligência lógico-matemática . Procura-se um meio de deixar os estudantes usarem suas habilidades para identificar e organizar. Idealmente, pode-se fornecer um cenário naturalista para essa inteligência.  Pode-se pedir aos estudantes para criarem categorias de classificação de personagens históricos e organizá-los de modo que explique os acontecimentos, ou então levar a classe para uma viagem a uma área natural de preservação. É necessário começar a procurar por essa inteligência nos estudantes, pois a razão de trazer a teoria das inteligências múltiplas para as salas de aula é fornecer aos alunos mais caminhos para serem bem sucedidos, e a inteligência naturalítica oferece um meio a mais para ajudar os estudantes a compreender e aprender.

Estratégias Educacionais para a Inteligência Naturalística

Coletar objetos do mundo natural

Classificar espécies naturais

Organizar grupos

Observar a natureza

Perceber as mudanças no meio ambiente

Caracterizar objetos

Aprender características do mundo natural

Usar lentes de aumento, telescópios ou microscópios para estudar a natureza

Desenhar ou fotografar objetos naturais

Caminhar junto a natureza ou viajar em ambiente natural

Jardinagem

Cuidar de animais de estimação

Proteger a vida natural

Visitar zoológicos e jardins botânicos

Visitar museus de história natural

Secar flores

Consultar livros sobre a natureza

Pesquisar sobre o trabalho de naturalistas famosos, tais como Darwin

Inteligência Interpessoal com base nos estudos de Gardner



O post de hoje é sobre a  Inteligência Interpessoal, aquela mais desenvolvida naqueles com especial competência em lidar com as outras pessoasl. Em dois posts anteriores (parte 1 e parte 2) explorei a fundamentação para a existência de inteligências pessoais. Ali, tratei  as inteligências inter e intrapessoal coimo se fossem uma coisa só. Se do ponto de vista de sua fundamentação isto é legítimo, aqui a situação é diferente. Os aspectos inter e intrapessoal diferenciam-se bem no que se refere às suas características e conseqüências práticas. Por isto, estes aspectos serão tratados em dois posts diferentes. O de hoje lida com a Inteligência Interpessoal. Neste vamos mostrar como identifica-la e o que fazer com ela. Em um próximo, tratarei da Intrapessoal. Já publicamos antes posts como este só que relativos às Inteligências Lógico-Matemática, Corporal.  e Visual-Espacial.

Neste caso, como nos outros, eu sempre faço um aviso, que é tão importante e tão igual,  que abaixo reproduzo o que já disse:

Mas atenção, como das vezes passadas, para aplicar esta teoria em si mesmo, seguindo o que aqui se apresenta você deve fazê-lo de forma limitada e com as restrições do bom-senso.

Isto porque o que aqui se apresenta NÃO é um teste diagnóstico. Visa apenas permitir uma primeira aproximação. Assim, seja qual for a sua avaliação, ela é apenas uma estimativa. Isto é, quer você se enquadre ou não na inteligência tome esta informação com ressalvas. Para saber as razões deste alerta clique aqui.

As características da Inteligência Interpessoal:

O que se apresenta abaixo é uma lista das principais características da pessoa que possui a Inteligência Interpessoal. Procure perceber-se em que grau você se aprixima ou não das características:

Gosta de cooperar

Tem muitos amigos

Trata bem dos negócios

Gosta de mediar disputas

“Lê” bem situações sociais

Aprecia atividades em grupo

Relaciona-se e associa-se bem

Comunica-se bem; às vezes, manipula

Aprecia estar com pessoas

Consegue “ler” as intenções de terceiros

Aplicações Práticas da Inteligência Interpessoal:

Agora você já tem uma certas noção do quanto está proximo (ou não) da Inteligência Interpessoal. O próximo passo é saber o que fazer com esta informação.

Abaixo apresento uma série de ações e circunstâncias em que a Inteligência Interpessoal está em jogo. Se você se identificou muito com a inteligência, procure se colocar em situações como as abaixo citadas, já que nelas você poderá demonstrar suas melhores características e portanto aumenta suas chances de sucesso. Caso contrário tome a lista abaixo como circunstâncias em que você poderá usar para desenvolver a sua Inteligência Interpessoal.

Assim:

Utilizar habilidades de relacionamentos e comunicação

Ter festas e celebrações de aprendizagem

Fazer diversos intervalos para socializar

Usar causa e efeito

Trabalhar em equipes

Tutelar ou orientar os outros

Fazer o aprendizado divertido

Praticar a “conversa social” ao telefone

Integrar a socialização em todas as partes do currículo

Usar atividades do tipo “pesquisa de pessoas” em que cada um precisa fazer perguntas e ter as respostas dos outros

Usar atividades de aprendizagem tipo “par e compartilhamento”

Desenvolver cooperativamente atividades de aprendizagem

Inteligência Intrapessoal com base nos estudos de Gardner


  
O post de hoje é sobre a  Inteligência Intrapessoal, aquela mais desenvolvida naqueles com especial capacidade de introspecção. Em dois posts anteriores (parte 1 e parte 2) explorei a fundamentação para a existência de inteligências pessoais. Ali, tratei  as inteligências inter e intrapessoal coimo se fossem uma coisa só. Se do ponto de vista de sua fundamentação isto é legítimo, aqui a situação é diferente. Os aspectos inter e intrapessoal diferenciam-se bem no que se refere às suas características e conseqüências práticas. Por isto, estes aspectos foram tratados em dois posts diferentes.

Na semana passada falamos da Inteligência Interpessoal. Hoje apresentamos a Inteligência Intrapessoal. Aqui vamos mostrar como identificá-la e o que fazer com ela.

Já publicamos antes posts como este só que relativos às Inteligências Lógico-Matemática, Corporal, Visual-Espacial e Interpessoal.

Neste caso, como nos outros, eu sempre faço um aviso, que é tão importante e tão igual, que abaixo reproduzo o que já disse:

Mas atenção, como das vezes passadas, para aplicar esta teoria em si mesmo, seguindo o que aqui se apresenta você deve fazê-lo de forma limitada e com as restrições do bom-senso.

Isto porque o que aqui se apresenta NÃO é um teste diagnóstico. Visa apenas permitir uma primeira aproximação. Assim, seja qual for a sua avaliação, ela é apenas uma estimativa. Isto é, quer você se enquadre ou não na inteligência tome esta informação com ressalvas. Para saber as razões deste alerta clique aqui.

As características da Inteligência Intrapessoal:

O que se apresenta abaixo é uma lista das principais características da pessoa que possui a Inteligência Intrapessoal. Procure perceber-se em que grau você se aprixima ou não das características:

Automotivado.

Autoconhecimento.

Habilidade intuitiva.

Pessoa muito reservada.

Tende a ser diferente do habitual nas pessoas.

Tem um senso do eu bastante desenvolvido.

Muita consciência das próprias potencialidades e fraquezas.

Muita consciência dos sentimentos próprios de cada um.

Sensibilidade aos valores próprios de cada um.

Sensibilidade aos objetivos de vida de cada um.


Aplicações Práticas da Inteligência Intrapessoal:

Agora você já tem uma certas noção do quanto está proximo (ou não) da Inteligência Intrapessoal. O próximo passo é saber o que fazer com esta informação.

Abaixo apresento uma série de ações e circunstâncias em que a Inteligência Intrapessoal está em jogo. Se você se identificou muito com a inteligência, procure se colocar em situações como as abaixo citadas, já que nelas você poderá demonstrar suas melhores características e portanto aumenta suas chances de sucesso. Caso contrário tome a lista abaixo como circunstâncias em que você poderá usar para desenvolver a sua Inteligência Intrapessoal.

Assim:

Gerenciar a própria aprendizagem.

Permitir-se ser diferente do grupo.

Escrever diários de história pessoal.

Ter conversas pessoais.

Ouvir sua intuição.

Investigar atividades.

Ensinar questionando.

Fazer estudo independente.

Ensinar afirmações pessoais.

Pensar sobre o próprio de atuar através de “partilhamentos” e “pense e ouça”.

Usar atividades de crescimento pessoal para romper bloqueios à aprendizagem.

Reservar tempo para reflexão interior.

Discutir, refletir ou escrever o que vivenciou e como se sentiu.

Inteligência corporal sinestésica com base nos estudos de Gardner



“Aprenda como se fosse viver a vida toda e viva como se fosse morrer amanhã”
Charles Chaplin

Em nossa tradição cultural foi feita uma separação entre a relação corpo e mente, da qual muitos de nós não estamos conscientes até hoje. A inteligência que engloba e trata a lógica, a matemática e a linguagem verbal foi mais bem considerada que a Inteligência Corporal Cinestésica durante anos.

A inteligência corporal cinestésica é a capacidade de utilizar o próprio corpo com grande precisão, ajudando-nos a executar nossas metas e nossos objetivos pessoais. O corpo é a principal parte ativa que nos facilita o impulso necessário e nos leva a passar da intenção para a ação.

Mesmo assim, é evidente e lógico para o nosso próprio bem-estar a importância da união, do equilíbrio e da harmonia de ambos os conceitos da inteligência lógica e da corporal, levando em consideração que o corpo e a mente caminham de mãos dadas em nosso desenvolvimento. A parte reflexiva ou cerebral é igualmente necessária à parte “ativa” (o corpo). 

O desconhecimento que ainda temos na hora de diferenciar, entender e potencializar cada uma das inteligências está nos levando a não saber desenvolver com amplitude as nossas capacidades inatas.

A inteligência corporal cinestésica

Dentro desse tipo de inteligência falamos de coordenação, equilíbrio, habilidade, velocidade, força, destreza… trata-se de confiar nos mecanismos táteis e do movimento humano para conseguir a informação, sabendo que o nosso corpo é a principal ferramenta para sermos efetivos e produtivos em todos os âmbitos da vida.


Também, como estávamos comentando anteriormente, esse tipo de inteligência nos permite a expressão de ideias e sentimentos ao produzir um grande desenvolvimento na capacidade de utilizar as mãos para transformar elementos.

Podemos encontrá-la em atletas, bailarinas, cirurgiões, artistas, artesãos, e todas as pessoas que desempenham atividades onde a precisão na hora de controlar os movimentos corporais como forma de expressão é a principal característica.

É importante levar em consideração que, para manter em níveis ótimos e saudáveis a nossa inteligência cinestésica, devemos evitar hábitos nocivos que nos levam a perder qualidade em nossas atividades.

Uma alimentação saudável e a prática de exercícios exercícios serão os principais pontos a serem trabalhados para isso. Muitas vezes, os movimentos do nosso corpo são uma prova do que pensamos ou do que decidimos involuntariamente. Por conta disso, é recomendável ter controle sobre o mesmo e ser consciente do que significam os sinais e as mensagens que o corpo nos envia.

Todas as pessoas podem melhorar o desenvolvimento dessa inteligência e conservar a faceta de inventores. Um bom exercício que lhe permitirá trabalhá-la e mantê-la pode ser idealizar coisas para cobrir alguma necessidade.

Não importa o quão simples isso possa ser: objetos que lhe ajudem a agilizar hábitos do seu dia a dia como um separador de livro, uma estante feita por você para organizar as roupas… o segredo de realizar essas tarefas reside no fato de pensar sobre elas e colocá-las em prática.

Qualquer exercício que tenha a ver com empregar o seu corpo e a criatividade mental se transformará em um aliado efetivo para desenvolver esse tipo de inteligência e se conectar com o seu corpo e a sua mente. Assim, conseguiremos o equilíbrio pleno e a consciência que merecemos!

“A consciência é a voz da alma; as paixões, a do corpo.”
William Shakespeare

Inteligência musical com base nos estudos de Gardner



Será a inteligência inata e imutável ao longo da vida ou, pelo contrário, poderá ser desenvolvida? A investigação tem confirmado esta última hipótese. Gardner, um psicólogo americano, define inteligência como a capacidade para resolver problemas e criar produtos valorizados num contexto cultural específico. A sua teoria das inteligências múltiplas preconiza que:

- existem diferentes tipos de inteligência;

- a inteligência pode ser ensinada, treinada e desenvolvida;

- o desenvolvimento da inteligência depende de vários fatores, como por exemplo as oportunidades, as experiências, as influências e a escola;

- todas as pessoas podem aprender e desenvolver as suas inteligências, sendo as suas expectativas e a sua motivação fatores fundamentais.

Esta concessão de inteligência coloca grandes responsabilidades sobre os educadores, em geral, e os professores, em particular, a quem cabe um importante papel no desenvolvimento da inteligência das crianças e dos jovens, através da criação de oportunidades e de experiências de aprendizagem diversificadas no âmbito das múltiplas inteligências.

Gardner identificou e definiu sete inteligências: inteligência linguística, inteligência lógico-matemática, inteligência visual-espacial, inteligência quinestésica, inteligência musical, inteligência interpessoal e inteligência intrapessoal. Neste artigo vamos analisar a inteligência musical.

Inteligência musical

Características

Os jovens com inteligência musical gostam de estar rodeados de som. Gostam de estudar com música. Ouvem muita música e aprendem facilmente canções e ritmos. No seu pensamento surgem muitas vezes ritmos e melodias. Possivelmente cantam com frequência e/ou tocam/querem aprender a tocar um instrumento. Poderão também gostar de assobiar e de cantarolar. Gostam mais de contar histórias do que de as ler. Podem gostar de marcar ritmos com o corpo, por exemplo, com o pé, ou batendo com um lápis ou uma caneta.

Como podem os professores/educadores ajudar os alunos/crianças/jovens no desenvolvimento desta inteligência:

- Criando um ambiente musical.

- Dando-lhes oportunidade de aprenderem a tocar um instrumento.

- Utilizando canções adequadas na apresentação de matéria nova em diferentes disciplinas.

- Criando canções, raps, poemas ou mnemónicas para a aprendizagem dos conteúdos e ensinando-os a criarem eles próprios esses tipos de textos para o seu estudo autónomo.

- Levando-os a verbalizarem em voz alta diferentes atividades que realizam, por exemplo: leitura, pensamento durante a resolução de um problema, raciocínio acerca de informação nova.

- Sugerindo-lhes e proporcionando-lhes a audição de música como forma de relaxamento.

- Permitindo que ouçam música enquanto estudam.

Como vimos, Gardner definiu sete tipos de inteligência. Num artigo anterior falámos já sobre a inteligência linguística. Em artigos futuros, abordaremos as restantes inteligências.

Bibliografia:

Chapman, C. (1993). If the shoe fits... How to develop multiple intelligences in the classroom. Palatine, Illinois: IRI/Skylight, Inc.

Chapman, C. & Freeman, L. (1997). Multiple intelligences: Centers and projects.Palatine, Illinois: IRI/Skylight, Inc.

Gardner, H. (1993). Frames of Mind: The Theory of Multiple Intelligences. London: fontana Press.

Zenhas, A., Silva, C., Januário, C., Malafaya, C., & Portugal, I. (2002). Ensinar a estudar - Aprender a estudar (4.ª ed.). Porto: Porto Editora.