Na mitologia grega, deuses e deusas formavam uma imensa e confusa família. Por um lado, comportavam-se como seres humanos comuns: amavam, odiavam, comiam, bebiam, tinham filhos, eram cruéis e vingativos. Eram também imortais, poderosos e muito sensíveis. Qualquer pisada na bola, por menor que fosse, desencadeava um castigo descomunal, mesmo entre eles lá em cima. E aí entrava a criatividade alucinada dos gregos. Para evitar essa situação desagradável, os adivinhos tentavam “ler” o desejo dos deuses no vôo das aves, nas entranhas de animais sacrificados e nos sonhos. Havia também os oráculos, locais sagrados onde um deus respondia às perguntas dos fiéis através de um intermediário (o sacerdote) em estado de êxtase. O oráculo mais famoso era o de Apolo, na cidade de Delfos.
Doze deuses – da terceira geração de deuses desde a criação do mundo – acabaram caindo mais no gosto da população. Eram os primeiros com aspecto humano. Viviam no monte Olimpo, no norte da Grécia. Mais tarde, o Olimpo tornou-se um lugar abstrato, acima das nuvens. Os doze bambambãs eram: Zeus, senhor do raio e pai dos deuses e dos homens; Hera, protetora do casamento; Deméter, deusa da agricultura; Poseidon, senhor dos mares; Afrodite, deusa do amor sensual, esposa de Hefesto e amante de pelo menos outros quatro; Atena, deusa da sabedoria; Ares, deus da guerra; Apolo, deus da adivinhação, da música e da medicina, além de ser o galã da família; Ártemis, deusa da caça e protetora da vida selvagem – seu templo é uma das Sete Maravilhas da Antiguidade; Hefesto, deus do fogo e dos metais; Hermes, protetor dos ladrões, condutor da alma dos mortos e mensageiro dos deuses; Dionísio, deus do vinho e da embriaguez. Hades, irmão de Zeus, era menos popular porque tinha uma atribuição ingrata: ele era o soberano do mundo subterrâneo, ou seja, dos mortos.
Quando um deus transava com um mortal, nascia um herói (ou semideus). Esse ser era capaz de feitos mirabolantes, mas morria como qualquer um de nós. O mais famoso até hoje é Héracles (que os romanos chamaram de Hércules).
Como se não bastasse essa gentarada toda, eles ainda criaram animais mitológicos, como a esfinge (que tinha corpo de leão, cabeça de mulher e devorava quem não decifrasse seus enigmas); os centauros (metade homem, metade cavalo); cães de três cabeças; serpentes gigantes e sereias (que tinham corpo de ave, e não de peixe, e busto de mulher). Também havia os doze Titãs e seus irmãos monstruosos, como os três hecatônquiros (de cem mãos e 50 cabeças) e os três ciclopes (gigantes com um olho só no meio da testa).
Festivais religiosos eram celebrados regularmente. Na cidade de Olímpia, de quatro em quatro anos eram realizadas as Olimpíadas em honra a Zeus. Além de cerimônias religiosas, havia concursos de poesia, competições atléticas e corridas de carros.
ZEUS DO CÉU
Para ser o chefe do Olimpo, Zeus destronou o próprio pai, Cronos. Cronos sabia que um filho iria destroná-lo, por isso tinha o péssimo hábito de devorar os pimpolhos assim que eles nasciam. Mais tarde Cronos tomou uma poção que não caiu bem e vomitou toda a filharada.
Zeus seguiu o mau exemplo do pai e, quando a esposa Métis estava grávida, engoliu a mulher para que ela não tivesse um filho mais poderoso que ele. Mas, durante uma batalha contra Hefesto, Zeus tomou uma machadada na cabeça, e do buraco saiu a filha que ele tinha engolido com mãe e tudo. Era Atena, já adulta, armada e perigosa.
Quando não estavam se matando, conpirando ou traindo, os deuses faziam altas baladas nos palácios do Olimpo. Lá eles comiam, bebiam, ouviam música e dançavam.
Atena
Nasceu de um buraco feito a machadada na cabeça do pai, Zeus
Ares
Deus da guerra. Sua diversão era ver sangue
Deusa da paixão sensual. Gerada pelos órgãos castrados do pai
Ártemis
Matou o amado e transformou um caçador em veado
Cronos
Castrou o pai, casou com a irmã e devorou os filhos
Deus da música, da profecia e da infestação de ratos
Dionísio
Deus do vinho. Passou parte da gestação na coxa do pai
Hermes
Ainda era bebê quando roubou o gado do irmão Apolo
Soberano dos mortos. Ninguém ousava dizer seu nome
Hera
Uma deusa venenosa: invejosa, ciumenta e agressiva
Héracles
Hércules, para os romanos. Aos 8 meses, matou duas cobras
O soberano do Olimpo escapou de ser comido pelo pai
Poseidon
Deus do mar. Um dos filhos que Cronos comeu
Deus do amor. A mãe reclamava que o menino não crescia
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