terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Mãos que oram

M Ã O S

No século XV, em uma pequena aldeia
perto de Nüremberg, vivia uma família
com vários filhos.

Para pôr pão na mesa para todos,
o pai trabalhava cerca de 18 horas
diárias nas minas de carvão, e em
qualquer outra coisa que se apresentasse.

Dois de seus filhos tinham um sonho:
queriam dedicar-se à pintura, mas sabiam
que seu pai jamais poderia enviar os dois
para estudar na Academia.

Depois de muitas noites de conversas e
troca de idéias, os dois irmãos chegaram
a um acordo : lançariam uma moeda para tirar
a sorte, e o perdedor trabalharia nas minas
para pagar os estudos ao que ganhasse.
Ao terminar seus estudos, o ganhador
pagaria então, com a venda de suas obras,
os estudos ao que ficara em casa.

Assim, os dois irmãos
poderiam ser artistas.

Lançaram a moeda num domingo ao
sair da Igreja. Um deles, chamado Albrecht,
ganhou, e foi estudar pintura em Nüremberg.

Então o outro irmão, Albert, começou o perigoso
trabalho nas minas, onde permaneceu pelos
próximos quatro anos para pagar os estudos de
seu irmão, que desde o primeiro momento tornou-se,
logo, um sucesso na Academia.

As gravuras de Albrecht, seus entalhes e seus óleos
chegaram a ser muito melhores que os de muitos de
seus professores. Quando se formou, já havia começado
a ganhar consideráveis somas com as vendas de sua arte.

Quando o jovem artista regressou à sua aldeia,
a família Dürer se reuniu para uma ceia festiva
em sua homenagem.

Ao finalizar a memorável festa, Albrecht se pôs de pé
em seu lugar de honra à mesa, e propôs um brinde à seu
irmão querido, que tanto havia se sacrificado,
trabalhando nas minas para que o seu sonho de estudar
se tornasse uma realidade. E disse:

“Agora, meu irmão, chegou a tua vez.
Agora podes ir a Nüremberg e perseguir teus sonhos,
que eu me encarregarei de todos os teus gastos”.

Todos os olhos se voltaram, cheios de expectativa,
para o lugar da mesa que ocupava seu irmão.
Mas este, com o rosto molhado de lágrimas,
se pôs de pé e disse suavemente:

“Não, irmão, não posso ir a Nüremberg.
É muito tarde para mim. Estes quatro anos
de trabalho nas minas destruíram minhas mãos.
Cada osso de meus dedos se quebrou pelo menos
uma vez, e a artrite em minha mão direita tem
avançado tanto que me custou trabalho
levantar o copo para o teu brinde.

Não poderia trabalhar com delicadas linhas,
com o compasso ou com o pergaminho, e não
poderia manejar a pena nem o pincel.
Não, irmão, para mim já é tarde. Mas estou feliz
que minhas mãos disformes tenham servido para que
as tuas agora tenham cumprido seu sonho”.

***Mais de 450 anos se passaram desde esse dia.
Hoje as gravuras, óleos, aquarelas, entalhes e
demais obras de Albrecht Dürer podem ser vistos
em museus ao redor de todo o mundo.

Para render homenagem ao sacrifício de seu irmão,
Albrecht Dürer desenhou suas mãos maltratadas,
com as palmas unidas e os dedos apontando ao céu.

Chamou a esta poderosa obra simplesmente “MÃOS”,
mas o mundo inteiro abriu de imediato seu coração
à sua obra de arte e mudou o nome da obra para:
“Mãos que oram”.


**Tela de Albrecht Dürer
Um dia, Albrecht encontrou Franz de joelhos, com as suas mãos postas em atitude de oração, ásperas, no entanto, oferecidas a Deus em amoroso sacrifício. Prontamente, Dürer desenhou o momento e produziu um símbolo do significado da oração. Desde então, a oração intercessora, simbolizada por aquela atitude faz-nos lembrar que a oração e a amizade correm juntas. A pessoa a Quem oramos teve Suas mãos atravessadas pelos cravos em nosso favor.


Na próxima vez em que vir uma cópia desta obra,
olhe-a bem. E que ela sirva para que, quando você
se sentir demasiado orgulhoso do que faz,
e muito seguro de si mesmo, lembre-se que, na vida,

…ninguém triunfa sozinho!

**“E, como a geometria é a base de todas
as pinturas, eu decidi ensinar seus rudimentos e
princípios aos mais novos, ansiosos pela arte.
”(Course in the Art of Measurement)
* Albrecht Dürer


* Nasceu – 21 May 1471,
in Imperial Free City of Nürnberg (now in Germany)

+ Faleceu -6 April 1528,
in Imperial Free City of Nürnberg (now in Germany)

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Os Dois Lobos

Um velho índio descreveu certa vez seus conflitos internos: “Dentro de mim existem dois lobos: um deles é cruel e mau; o outro é muito bom. Os dois estão sempre brigando. “Quando então lhe perguntaram qual dos dois lobos ganharia a briga, o sábio índio parou, refletiu e respondeu: “Aquele que eu alimento.”

E você? A quem está alimentando?

Procure alimentar-se bem, conversando com Deus em oração, lendo a sua Palavra, visitando Sua casa – a igreja, amando ao próximo sem esperar por alguma recompensa, consolando um amigo, emprestando seus ouvidos a quem necessite e, de forma especial, confiando plenamente no perdão que Jesus Cristo nos concede mediante nosso real arrependimento.

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Big Father X Big Brother

É bem provável que você já tenha assistido ao “Big Brother, na TV. Pois saiba então, que o título do programa foi inspirado na obra de ficção “1984”, de George Orwell que previa que as populações seriam vigiadas pelo olho do “Grande Irmão”, mantendo todos sob controle total.

Como você agiria se soubesse que está sendo espionado? Talvez você não seria o mesmo, até acostumar-se com a câmeras ocultas.

Acontece que já nos acostumamos a elas. Nesta nossa aldeia global, elas á fazem parte do cotidiano. Basta entrarmos em bancos, lojas ou residências.

Governos e organizações possuem projetos para controle de populações visando evitar o crime e o terrorismo. Isso nos leva bem próximo daquilo que Orwell previa.

Na verdade, já somos observados antes mesmo de vir ao mundo. Há alguém que está sempre nos olhando, e muitas vezes nem nos damos conta disso. É o nosso Big Father. O Grande Pai. Há mais de três mil anos, o sábio rei Davi dizia: “Ó Senhor Deus, tu me examinas e me conheces. Tu sabes tudo o que eu faço”.

O Big Brother de Orwell sugere um controle total dos seres humanos através das câmeras. Nosso Big Father, sem precisar delas, sabe de cada um de nossos movimentos e nos dá a liberdade de executá-los. Conhece nossas fraquezas e incoerências e ainda assim nos ama. Respeita nossa individualidade e não nos coloca no “paredão”. Saber disso é ter a verdadeira segurança e paz.

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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Concepção do Estado Integralista. Capitulo II. Summario: Definição, Phases e Especies

O Chefe Nacional Plínio Salgado discursando durante Solenidade Comemorativa do Jubileu de Prata do Integralismo (1957). Ao fundo se vê Integralistas de Camisa Verde, representando a antiga geração, e outros envergando Camisas Brancas, representando a nova geração, os chamados Águias Brancas (integrantes dos Centros Culturais da Juventude).

1.° - Definição. – A revolução é aquela passagem definitiva de um certo equilíbrio social, que não mais poderá ser mantido, para um novo equilíbrio. Como na chimica há reacções que por sua própria natureza terão que ser violentas – com perda ás vezes de calor (exógenas), com ganho ás vezes de calor (endógenas) – a revolução, guardando uma certa semelhança com o phenomeno chimico, se apresenta ao mesmo tempo participando de uma caracterização exógena e logo em seguida endógena – quando não mais se tratar como na chimica do agente caloria – tomarmos a somma de energia vital, econômica, financeira e moral que uma revolução exige de despender para se processar, como exige de compensação quando attingido o novo equilíbrio social collimado. D’onde sermos obrigados a encarar a revolução como se desenvolvendo por três etapas conseqüentes uma das outras e sempre na mesma direcção.

2.° - Suas phases. – São estas etapas períodos de opinsurreição, de insurreição e de reconstrucção. A primeira realiza-se lentamente no seio da sociedade. Começa imperceptivelmente. Surge no sub-consciente da massa e marcha em ordem crescente. Vimos no capitulo I que na sociedade estão sempre em acção três ordens de forças: as políticas ( fundo intellectual), as econômicas, as Moraes. Todas as vezes que estas forças se conflictarem origina-se um brechamento da sociedade. Surgem oppressores e opprimidos. Explode a luta de classes. Inicia-se a revolução. Começam a trabalhar as idéas. As que deram causa ao desequilíbrio reagindo contra as que se focalizam como contra-peso á hypertrophia do poder d’aquellas. Desaggregam-se pouco os liames que vinham mantendo o equilíbrio social. Presentem-se surdos rumores no sub-consciente das massas. Sobem para o palco político nacional apóstolos de novas idéas. Gritam-se novas doutrinas. E’ o presente, e, ás vezes, o próprio futuro, reagindo contra o passado. Revolucionarismo e reaccionarismo. E’ o período da agitação dos espíritos. Da caça ao proselytismo. De apostolado e de evangelização. Estamos, então, diante da insurreição dos espíritos.

E’ a opinsurreição.

A sociedade até aqui, mesmo trabalhando pelo choque de idéas antagônicas, mantinha-se em equilíbrio. Conseguindo o tônus revolucionário preciso, a revolução que até somente vinha agindo como phenomeno subjectivo projecta-se no espaço. Explode a insurreição da massa que, em desordem marcha rumo a um novo equilíbrio social. A distancia entre o termino do período de opinsurreição e a conquista do novo equilíbrio social é o que se denomina propriamente a insurreição. Empós, virá a situação de calma e de socego para a massa. Conquistou a insurreição uma nova cultura, novos direitos, novos códigos para a sociedade. A massa encaminha-se para a terceira e ultima phase da revolução: a de reconstrução.

Marcha Integralista pela Rua do Príncipe, em Joinville (1935).

Si tivéssemos retido o que para trás nos ensinou a chimica, isto é, que as reacções que se processam quer artificialmente dentro dos cadinhos dos laboratórios, quer num campo natural, são ás vezes exógenas, outras endógenas e applicar este principio nas que se passam no laboratório social, constataremos que da primeira phase da revolução (opinsurreição) ao fim da segunda phase (insurreição) – a revolução vai se processando como uma reacção social caracteristicamente exógena.

A sociedade, - quando no entrechoque das idéas que possibilizam a passagem violenta de uma estação social á nova – perde, pelo conjuncto de toda a população irrequieta ou em armas, energias de todos os matizes, como parte dos fructos do seu trabalho e das suas próprias reservas culturaes. São pertubações de ordem econômica e de ordem financeira, como de ordem sanitária ou espiritual cujas conseqüências ás vezes são bem imprevisíveis. Em seguida o terceiro e ultimo estagio – o de reconstrucção – será francamente de compensação. Compensação, com superabit, sobre todo o esforço de natureza material, econômica e moral despendido durante as duas phases precedentes. Aqui a reacção social é caracteristicamente endógena. Assim os dois primeiros estágios são objetiva e subjetivamente negativos. Porque, a revolução em marcha, em plano ascendente, a cata de um novo equilíbrio para a sociedade, nada mais fez que negar. Que destruir. Assim já no terceiro plano – cessa a insurreição, se inicia uma outra reacção em que a sociedade adquirirá tudo quanto perdeu anteriormente. Estará a sociedade, face a face, com um novel clima político que se lhe abre como um período de sua restauração econômica, política e moral. Essa marcha, francamente positiva, deve superar em benefícios para a collectividade, - a situação de equilíbrio anterior. Si não consegue isso, si não opera a reforma política e social do status precedente, do que deu causa á opinsurreição e á insurreição, não houve revolução . Houve um movimento revulsivo de todos os quadros sociaes, mas sem affectar a estructura intima da sociedade naquelles apparelhos que são de ordem normativa da Nação e cujo conjuncto forma o Estado, isto é, a super-estructura que regula o governo da sociedade. Houve uma simples insurreição de quadros. Uma troca violenta de governantes. Um cambio de homens no poder. Uns o abandonando pela força, outros o assaltando e esposando os mesmos princípios e as mesmas doutrinas sociaes d’aquelles. Ludibriou-se a massa. O povo foi enganado pela demagogia de políticos sequiosos de posições officiaes. Fallecem, então, apparentemente, as revoluções.

Do exposto logicamente havemos de concluir:

1.° - Onde não houve transformações do Estado, não houve revolução.

2.° - Para que um movimento de idéas se desenvolvendo a principio no espírito da massa, como phenomeno opinsurrecional, possa attingir á phase insurrecional e desta passar a uma phase de realizações uteis á sociedade – torna-se necessário que este movimento – que deve ser banhado por princípios philosophicos seguros, possibilitando ser catalogado pela historia como uma verdadeira revolução social – torna-se necessário, repetimos, que, d’antemão, tracem, os seus organizadores, os seus realizadores – uma programmação político-social para , galgando o Poder – ser esta programação transformada, immediatamente em medidas normativas do desenvolvimento das actividades nacionaes em todos os seus múltiplos desdobramentos de ordem econômica, educacional e cultura.

3.° - Uma philosophia espiritualista só legitimará um revolvimento da sociedade, si esse revolvimento de facto for uma revolução social, mesmo na hypothese que a transformação do Estado se der para pior sob o ponto de vista espiritual, como no caso da revolução russa, porque, então, errada de bôa fé a solução – o futuro se ecarregará de corrigir os defeitos e falhas que apresentar um regime político que tal.

Chegamos assim á parte final deste ensaio que é como concepcionar, - na hora que passa, dentro da necessidade premente em que nos encontramos, - a melhor maneira das Nações pôrem ordem nas sociedades, em cada caso, todas agitadas e com a vida perturbada neste agonizar de terço do século em que vivemos.

Você quer saber mais?

MELLO, Olbiano de. Concepção do Estado Integralista, Rio de Janeiro: Shmidt-editor, 1935, pp.23-27, 30-31.

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domingo, 20 de fevereiro de 2011

ALLAN SANDAGE (1926 -)


Teve desde sua infância uma fascinação pelas estrelas e pelo funcionamento do mundo. Era uma criança religiosa, que freqüentava a Igreja Metodista enquanto seus pais dormiam. Obteve seu Bacharelado em Física na Universidade de Illinois (EUA) em 1948, e fez seu doutorado em Física no Instituto de Tecnologia da Califórnia. Posteriormente fez o pós-doutorado na Universidade de Princeton. Em 1952 começou a trabalhar com um grupo de pesquisadores dos Observatórios do Monte Palomar e do Monte Wilson, e como assistente do famoso Edwin Hubble. Hubble morreu um ano depois, deixando Sandage encarregado da tarefa de continuar a cartografia estelar da expansão do universo. Em 1997 aposentou-se, porém continuou como Astrônomo Emérito do Grupo de Pesquisa dos Observatórios (em Pasadena, Califórnia) pertencente à Instituição Carnegie de Washington.

A continuidade dada por Sandage à disciplina de observação cosmológica que Hubble havia iniciado lançou a base para responder as perguntas fundamentais da Cosmologia: idade, tamanho, forma e, talvez, destino do universo. Para isso, era necessário achar o verdadeiro valor da constante de Hubble, Ho (ou seja, a velocidade da expansão do universo) e o parâmetro de desaceleração (ou seja, como decresce essa velocidade). Em 1929 o valor que Hubble obteve para Ho era 500 km/seg/Mpc, porém com novas técnicas usadas entre 1960 e 1970, Sandage e G. Tammann (suíço) reduziram este valor para 50. Isto trouxe a idade do universo para cerca de 20 bilhões de anos. A constante de Hubble se baseia em dois valores: a) o deslocamento para o vermelho da luz das galáxias, o que é relativamente fácil de determinar, e b) a distância até essas galáxias, o que é muito mais difícil. Tem havido muitas controvérsias acerca desses valores, porém os últimos dados são mais consistentes com o valor de Ho determinado por Sandage.

Além de trabalhar com a constante de Hubble, Sandage tem também investigado as pulsações das estrelas variáveis, a evolução estelar, a primeira identificação óptica dos quasares e a classificação, formação e evolução de galáxias. Sandage escreveu mais de 400 artigos e cinco livros. Foi premiado com as mais altas honrarias pela Inglaterra, Estados Unidos e Suécia (esta última equivalente ao prêmio Nobel).

Sandage ressalta que a ciência pode tratar somente de uma área limitada dos problemas. A astronomia não pode nos dizer o porquê, nem indicar-nos o propósito. A ciência não pode nos dar base para compreendermos a existência, o propósito, o valor moral, e o livre arbítrio. A ciência não tem significado em si mesma, porém a religião é plena de significado.

Por volta dos seus cinqüenta anos, Sandage veio a compreender que deve haver algum princípio organizador e de ordenação, que chamou de Deus. O mundo era demasiado mágico para ser um acidente. As "conexões delicadas" necessitavam de um programa de ação. A astronomia mostrava evidências de planejamento, e mesmo a vida podia ser melhor explicada como milagre do que como casualidade. A "tremenda complexidade do equilíbrio químico do corpo humano" tinha que ser um milagre, não poderia ser causada pela "progressiva seleção do mais apto". Temos que "inclinar-nos ante o mistério da existência".

Entretanto, o fato da existência de planejamento levou Sandage ao "Deus dos filósofos e não ao Deus das Escrituras". Reconheceu que identificar a força organizadora como o Deus da Bíblia requeria um salto de fé. Não bastava somente o caminho da razão. Apenas um ato de vontade lhe poderia trazer paz, e finalmente decidiu dar o salto de fé. "Finalmente decidi usar minha vontade para crer", diz Sandage. "As respostas às perguntas da vida requerem um ato da vontade e este ato da vontade não encontra lugar no método científico. No cristianismo nós cremos antes de ter todas as evidências, e então esperamos o que acontece. A fé precede a compreensão; e temos que crer para poder entender. Esta trajetória religiosa, às vezes, é um salto demasiado grande para alguns homens de ciência."

A conversão completa de Sandage foi no ano de 1980 e deu-se com a ajuda do testemunho de cristãos dedicados que ele admirava por outras razões. Uniu-se a uma comunidade de fé, e passou a pertencer aos "Fundamentalistas Evangélicos."

Sandage afirma: "o evento da criação está fora do campo da ciência e somente pode ser entendido através do sobrenatural. A expansão do universo é uma predição científica que aponta para o evento da criação. As flutuações quânticas como fontes de criação são uma especulação vazia. A física não provê nenhum modo de predizer este evento sobrenatural." Ele considera que a ciência e a religião devem relacionar-se mutuamente com seriedade, porém devem-se fixar claramente seus limites. A ciência responde o que, quando e como, e a religião responde por quê.

Sandage se considera um homem religioso. Suas vigílias à noite no telescópio são-lhe inspiradoras. Contudo, a ciência encerra muitos mistérios para ele: por que a matemática explica tão bem o mundo; o porquê da ação à distância da gravidade de Newton; o eletromagnetismo de Maxwell e como funciona; e a mecânica quântica.

Em seu escritório há um frasco que ele chama de "Vitaminas Bíblicas Superpotentes", contendo 365 cápsulas plásticas com versos da Bíblia. Dentre eles "Porquanto sois filhos, Deus enviou a vosso coração o Espírito de Seu Filho" (Gálatas 4:6). "Oh Senhor, Senhor nosso, quão magnífico em toda terra é o Teu nome! Pois expuseste nos céus a Tua majestade" (Salmo 8:1).

Referências
Durbin, William A. 2003. "Negotiating the Boundaries of Science and Religion: The Conversion of Allan Sandage." Zygon 38 (Março): 71-84.
Sandage, Allan. 2002. Entrevista com Philip Clayton, e "Science and religion: Separate closets in the same house." In Science and the Spiritual Quest: New Essays by Leading Scientists, ed. W. Mark Richardson, Robert John Russel, Philip Clayton, and Kirk Wegter-McNelly, 52-63. New York: Routledge.
Thompson, Francis. 1881. "The Hound of Heaven" - http://www.cin.org/liter/hound.html e http://sandhwak.tripod.com/adtxt/astronomy.html

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Professores do Unasp debatem origem da vida com evolucionistas

Imagem fonte: Sociedade Criacionista Brasileira

por Wendel Lima


Cerca de 200 alunos de Biologia da Universidade de Taubaté (Unitau) tiveram uma aula diferente. Eles puderam conferir o que pensam os criacionistas sobre a origem da vida. O encontro, que foi organizado por um universitário adventista, contou com a participação de dois professores do Unasp, a Dra. Márcia de Oliveira e Dr. Nahor de Souza Jr. Além de realizarem palestras, os professores adventistas debateram o tema numa mesa redonda com dois evolucionistas.

O mini-curso sobre criacionismo marcou o último dia da 18ª. Semana de Biologia da Unitau. A Dra. Márcia de Oliveira, coordenadora do curso de Biologia do Unasp, falou sobre algumas falhas da teoria evolucionista. Já o Dr. Nahor de Souza Jr., coordenador do curso de Engenharia Civil, palestrou sobre o modelo criacionista para a idade da Terra. Segundo ele, o planeta teria alguns milhares de anos, ao invés dos bilhões de anos defendidos pelos evolucionistas.

Os resultados

O professor evolucionista da Unitau, Dr. Júlio Voltolini destacou que os cientistas que defendem os dois lados devem trabalhar juntos. Ele argumenta que a discussão sobre a origem da vida deve ser realizada com o confronto dos modelos, para que ambos percebam as lacunas das duas teorias. “Eventos como este são importantíssimos, já que precisamos de espaço para os dois opinarem”, ressaltou.

Para a Dra. Márcia Oliveira o encontro serviu para que os alunos conhecessem uma teoria que não é explicada em sala de aula. “De acordo com o conceito de ciência atual, o criacionismo é considerado religião, pois aceita o sobrenatural, porém, ele também se vale de evidências científicas”, acrescenta. Para o professor Nahor, o evento mostra uma tendência no meio acadêmico brasileiro: a discussão do criacionismo. Mesmo assim ele lamenta a lenta abertura da comunidade científica: “ainda existe muito preconceito entre os cientistas, por isso debates assim são raros”.

O aluno do 2º. ano, Davi Martins, após conhecer um pouco da teoria criacionista, disse que ela parece ter base científica. O estudante aprovou o debate: “Todas as faculdades deveriam ter esses eventos, pois tem muita gente que desconhece as bases dessa controvérsia”. A aluna do 3º ano, Beatriz Borges, acredita que o criacionismo também apresenta evidências científicas. Mas destaca que os dois modelos têm falhas: “as coisas que o evolucionismo não consegue explicar são argumentadas com teorias, e as que o criacionismo não tem resposta, são remetidas a Deus”.

Preconceitos

Para o estudante Edson Soares, organizador do debate, o universitário cristão enfrenta dificuldades nas universidades seculares. Ele relata que principalmente nos cursos da área de biológicas o evolucionismo é currículo obrigatório, por isso os alunos criacionistas são obrigados a estudarem aquilo que contestam. “Esta grade não permite ao aluno uma segunda opção, não permite questionar”, lamenta Edson. Para ele o debate ajudou os alunos e professores a compreenderem que é possível conciliar ciência e religião.

O encontro era planejado há três anos pela professora de Biologia do Colégio Adventista de Taubaté, Alessandra Campana. Ela, que se formou pela Unitau, não conseguiu na época de estudante promover o evento, devido aos empecilhos colocados pela universidade. No entanto, o também adventista Edson Soares, que cursa o 3º. ano de Biologia na mesma instituição, por participar da liderança do diretório acadêmico, articulou o debate. Alessandra comemorou o encontro: “para nós foi uma vitória, pois esse debate foi muito esperado, inclusive pelos ex-alunos”.

O modelo evolucionista defende que a vida não surgiu de modo sobrenatural, mas do acaso. Já os criacionistas procuram conciliar a ciência com o relato da Bíblia, aceitando Deus como o originador do universo. O debate sobre a origem da vida tem ganhado cada vez mais espaço na imprensa e no meio acadêmico. As principais discussões são quanto à base científica do criacionismo, e se o mesmo deve ser ensinado nas escolas públicas. Fonte: Sociedade Criacionista Brasileira

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