CHH
Outra característica da
Idade Contemporânea foi a formação dos Estados Nacionais e dos nacionalismos,
que iriam estar na origem de inúmeras disputas territoriais na Europa e nas
áreas coloniais. As próprias guerras mundiais que ocorreram no século XX
tiveram no nacionalismo suas origens. Em oposição ao capitalismo
liberal surgiu ainda no início do século XX uma alternativa na organização
social representada pela URSS, originada com a Revolução Russa. Essa
experiência histórica, apesar de ser portadora de um desejo de igualdade entre
todos os seres humanos, acabou reproduzindo a exploração e a divisão social. No campo científico, as
inovações e transformações foram também profundas. As pesquisas em medicamentos
e em práticas médicas proporcionaram um aumento significativo da expectativa e
da qualidade de vida das populações. As inovações em maquinários e técnicas de
produção proporcionaram a base tecnológica para a expansão do capitalismo. Mas
esse desenvolvimento tecnológico foi amplamente utilizado na área militar,
resultando em armamentos cada vez mais letais, como as bombas atômicas.
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1948: Proclamação do estado de Israel.
Em 14 de maio de 1948, o presidente da Agência Judaica David Ben-Gurion
proclama em Tel Aviv o Estado de Israel, estabelecendo o primeiro Estado judeu
em 2 mil anos. “Nós proclamamos por este ato o estabelecimento do Estado Judeu
na Palestina, que se chamará Israel”, disse em uma cerimônia no Museu de Arte,
Ben-Gurion, que tornou-se o primeiro premiê do novo Estado.
À distância, o ruído dos tiros podiam ser ouvidos do conflito que
imediatamente eclodiu entre judeus e árabes, assim que o exército britânico se
retirou mais cedo naquele dia. No dia seguinte, forças do Egito, Transjordânia,
Síria, Líbano e Iraque invadiram por terra, enquanto o Egito lançou um ataque
aéreo.
Israel tem suas origens no movimento sionista, criado no final do século
XIX pelos judeus que viviam no Império Russo e que reclamavam o estabelecimento
de um espaço territorial judaico após séculos de perseguição. Em 1896, o
jornalista judio-austríaco Theodor Herzl publicou um panfleto político chamado
‘O Estado Judeu’, que sustentava que a criação de um Estado judeu era o único
meio de proteger os judeus contra o anti-semitismo. Herzl tornou-se o líder do
sionismo, reunindo o primeiro congresso sionista na Suíça em 1897. A Palestina,
controlada então pelo Império Otomano, foi escolhido como o lugar mais
desejável para sua localização por ser o lar bíblico do povo judeu.
Após a Revolução Russa de fevereiro de 1905, crescentes contingentes de
judeus russos e da Europa Oriental começaram a imigrar para a Palestina,
juntando-se aos poucos milhares que haviam chegado antes. Os colonos judeus
insistiam no uso do idioma hebraico em vez do idisch, a língua dos judeus
ashkenazi da Europa. Com o colapso do Império Otomano durante a Primeira Guerra
Mundial, os britânicos tomaram a Palestina como protetorado. Em 1917, Londres
publicou a “Declaração Balfour”, que afirmava a intenção de estabelecer um ‘lar
judeu’ na Palestina. Apesar do protesto dos Estados árabes, a declaração foi
incluída no mandato britânico sobre a região, autorizada pela Liga das Nações
em 1922.
Com isso, árabes e judeus deram início em 1929 a um enfrentamento aberto
na Palestina. A Grã Bretanha, na tentativa de apaziguar os árabes, tentou
limitar a imigração judaica. Como resultado do Holocausto, muitos judeus
entraram ilegalmente na Palestina durante a Segunda Guerra Mundial. Grupos
judaicos radicais passaram a empregar o terrorismo contra as forças britânicas,
sob a alegação de estarem traindo a causa sionista. Após o término da Segunda
Guerra Mundial, diante das atrocidades nazistas contra os judeus vindas a
público em 1945, a União Soviética e os Estados Unidos aceitaram adotar a causa
sionista. A Grã Bretanha, incapaz de encontrar uma solução, transferiu o
problema para as Nações Unidas, que em novembro de 1947 aprovou a Partilha da
Palestina.
Os sionistas tomaram posse de mais da metade da Palestina embora
englobassem menos da metade da população local. Os árabes enfrentaram as forças
sionistas, contudo em 14 de maio de 1948, os judeus já tinham garantido o
controle de sua área da Partilha e também da parte árabe.
Assim, os israelenses conseguiram derrotar os árabes e ocuparam territórios
chaves como a Galileia, a costa palestina e uma faixa ligando a região costeira
com Jerusalém. Em 1949, um cessar-fogo patrocinado pela ONU propiciou a Israel
o controle permanente das áreas conquistadas. A expulsão pela força de centenas
de milhares de palestinos de seus lares durante a Guerra deixou o país com uma
substancial maioria populacional judaica.
Durante a Guerra dos Seis Dias, mais uma vez Israel aumentou suas
fronteiras, capturando da Jordânia, Egito e Síria, a cidade velha de Jerusalém,
a Península do Sinai, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e as Alturas de Golã. Em
1979, Israel e Egito assinaram um acordo de paz pelo qual Israel devolveu o
Sinai em troca do reconhecimento egípcio. Israel e a Organização pela
Libertação da Palestina assinaram um acordo de paz em 1993, visando a
implementação do Estado palestino na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. O processo
de paz não avançou e a partir de 2000 o conflito entre israelenses e palestinos
se acirrou em Israel e, principalmente, nos territórios ocupados.
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1949: Revolução Chinesa e proclamação da República Popular da China, liderada
por Mao Tsé-tung.
A Revolução Chinesa, ocorrida em 1949, provocou profundas transformações
na China que até hoje se faz presente no cotidiano de seu povo. Para entender
essa revolução, devemos nos voltar para a situação da China do século XIX.
Naquele período, o país sofreu com a dominação imperialista promovida pelas
nações capitalistas europeias, principalmente da Inglaterra.
Nas primeiras décadas do século XX, a população chinesa passava por
intensas dificuldades econômicas que pioraram drasticamente as condições de
vida do povo chinês. Mediante um movimento contra a presença estrangeira no
país, a dinastia Manchu deu fim ao governo imperial e criou um novo governo: a
República da China. Mesmo com tal mudança, ainda em 1915, o país foi
politicamente dominado pelo governo japonês.
Insatisfeitos com a dominação nipônica, uma grande mobilização política
do povo chinês promoveu, em 1921, a criação do Partido Comunista Chinês. Em
virtude de seu forte apelo popular, o novo partido foi visto como uma ameaça à
ordem governamental e, por isso, seu líderes e participantes passaram a ser
perseguidos pelas autoridades do país.
Impedidos de participarem das questões políticas de seu país, os
comunistas chineses, sob a liderança de Mao Tsé-Tung, começaram a mobilizar as
populações camponesas atraídas pela promessa do uso coletivo das terras e a
criação de um sistema político igualitário. Contando com o apoio dos
camponeses, Mao Tsé-Tung criou o Exército Vermelho, que entre os anos 30 e 40
lutou contra o governo chinês.
Após esse período de batalhas, os comunistas dominaram Pequim, em 1949,
e Mao Tsé-Tung foi aclamado como novo líder da República Popular da China.
Inicialmente apoiado pelo governo comunista soviético, o governo comunista
chinês criou um grande projeto de transformação político-econômico chamado
Grande Salto para Frente. Pouco depois, em 1966, surgiu um programa de controle
cultural, político e ideológico chamado de Revolução Cultural. Com a morte de
Mao Tsé-Tung, em 1976, a Revolução Cultural teve seu fim e as políticas
econômicas do país se abriram para a economia mundial.
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1950 a 1953: Guerra da Coreia.
A Guerra da Coréia é fruto da disputa velada entre os Estados Unidos e a
ex-URSS, antigos aliados durante a Segunda Guerra Mundial. Ao final desta, em
1945, estes países dividiram a Coréia em duas zonas de influência, com o sul
ocupado pelos norte-americanos e o norte dominado pela União Soviética. Ambas são
divididas pelo Paralelo 38º, firmado como marco divisor na Conferência de
Potsdam. Em 1947, na tentativa de unificar a Coréia, a Organização das Nações
Unidas – ONU - cria um grupo não autorizado pela URSS, para pretensamente
ordenar a nação através da realização de eleições em todo o país. Esta
iniciativa não tem êxito e, no dia 09 de setembro de 1948, a zona soviética
anuncia sua independência como República Democrática Popular da Coréia, mais
conhecida como Coréia do Norte. A partir de então, a região é dividida em dois
países diferentes - o norte socialista, apoiado pelos soviéticos; e o sul,
reconhecido e patrocinado pelos EUA.
Os governos norte-americano e soviético continuam a reivindicar o
controle total do território coreano. A região fronteiriça entre as duas
Coréias torna-se um ponto explosivo e delicado, de pura tensão. Começa a luta
doutrinária, as propagandas ideológicas viajam de um ponto a outro dos dois
países. Até que, no dia 25 de junho de 1950, alegando uma suposta transgressão
do Paralelo 38º, o exército da Coréia do Norte invade o Sul, dominando sua
capital, Seul, em 03 de julho. A ONU não aceita esse ataque e manda suas
tropas, lideradas pelo general americano Douglas MacArthur, para expulsar os
socialistas, que pretendem unificar o país sob a bandeira do Comunismo. A URSS
não intervém diretamente, apenas cede auxílio militar. Mas, neste momento,
inicia-se o confronto entre as duas potências por um espaço de amplas vantagens
comerciais e territoriais, mesmo com o risco de deflagrar uma terceira guerra
mundial.
No mês de setembro, as forças das Nações Unidas tentam resgatar o
litoral da região oeste, sob o domínio dos norte-coreanos, atingindo sem muitas
dificuldades Inchon, próximo a Seul, onde se desenrola uma das principais
batalhas, e depois de poucas horas elas ingressam na cidade invadida, com cerca
de cento e quarenta mil soldados, contra setenta mil soldados da Coréia do
Norte. O resultado é inevitável, vencem as forças sob o comando dos EUA. Com o
domínio do Sul, as tropas multinacionais seguem o exemplo dos norte-coreanos e
também transgridem o Paralelo 38º. Seguem então na direção da Coréia do Norte,
entrando logo depois em sua capital, Pyongyang, ameaçando a fronteira chinesa
ao acuar os norte-coreanos no Rio Yalu, sede de intensa batalha.
O governo chinês, ao se sentir em perigo, envia trezentos mil homens em
socorro da Coréia do Norte, entrando assim na Guerra e colocando em risco a paz
mundial. As tropas chinesas forçam o General MacArthur a recuar e, em 04 de
janeiro de 1951, conquistam Seul, dominando o Sul. Logo depois, entre fevereiro
e março, um novo avanço dos norte-americanos expulsa as forças chinesas e
norte-coreanas e as obriga a retornar ao Paralelo 38º. A partir daí os jogos de
forças permanecem estáveis, equilibrados, prolongando esta guerra por mais dois
anos, com muitas mortes de lado a lado. Ao longo de quase três anos, uma
sangrenta batalha entre irmãos mancha a história de uma das culturas mais
célebres da Ásia. A paz é assinada finalmente em 27 de julho de 1953, através
do Armistício de Panmunjon. A fronteira estabelecida em 1948 é mantida, e é
criada uma região desmilitarizada entre as duas Coréias, mas até hoje não se
chegou a uma resolução decisiva neste território, e a tensão permanece, com
ameaças constantes pairando no ar. Apesar do final da Guerra Fria entre os EUA
e a URSS, hoje extinta, a pressão ideológica persiste, mais preocupada
atualmente em encontrar pretextos para intervenções em corridas armamentistas
nucleares, uma vez que a Coréia do Norte está continuamente se gabando de ter o
domínio de elevadas tecnologias na esfera militar.
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1959: Revolução Cubana.
No início do século XX, Cuba era uma colônia (neo-colônia),
norte-americana. Desgastada com a administração corrupta e claramente favorável
ao capital estrangeiro, o povo começava a se inquietar de maneira preocupante
para a metrópole. O movimento operário estava ganhando força e se fazendo
notar, principalmente com duas grandes greves: dos Aprendizes (1902) e da Moeda
(1907).
Sofrendo pelo altos níveis de inflação gerada pela Primeira Guerra
Mundial e tendo sua economia baseada na monocultura da cana-de-açúcar, sendo os
Estados Unidos seu comprador quase exclusivo, a Grande Depressão de 1929,
deixou claro que a situação em Cuba era muito frágil, já que 70% de sua
economia era controlada pelo capital americano.
Até então Cuba esteve nas mãos de diversos dirigentes. Sempre sob o
olhar e a mão firme da metrópole que defendia seus lucros e favorecia apenas a
minoria burguesa, (onde a maioria era norte-americana com alguns poucos
cubanos). Até que Fulgêncio Batista em 10 de março de 1952 tomou o poder
através de um golpe assistido e apoiado pelos norte-americanos.
Paralelamente a isso, ocorreram diversas greves e revoltas. Sempre
partindo do proletariado que se unia e do movimento estudantil que ganhava
força. As primeiras ações sentidas foram os ataques e tentativas de tomada dos
quartéis de Moncada e de Carlos Manuel de Céspedes, em 26 de Julho de 1953. A
ação conjunta fracassou, resultando na morte de vários combatentes, em sua
maioria jovens estudantes e a prisão de outros tantos. Entre os presos estava
Fidel Alejandro Castro Ruz, recém-formado advogado pela Universidade de Havana.
Outros movimentos de revolta também tentaram ataques isolados, tendo
todos fracassado. Enquanto isso Fidel Castro é liberto e exilado no México. E
foi lá então, que reuniram-se condições, convergiram fatores, para que se
pensasse em uma verdadeira guerrilha. Fidel tinha em torno de si uma grande
rede de contatos que o apoiariam; foi com esse objetivo então, que em 1954,
funda o Movimento Revolucionário 26 de Julho (M-26-7). Baseado no México,
articula ações e conta com casas de apoio e representantes, principalmente em
Cuba, Guatemala e Estados Unidos.
Vivendo na clandestinidade, o M-26-7 tem grandes planos, mas tem maiores
ainda dificuldades. Conciliar egos e pensamentos diferentes, manter o movimento
coeso e unificado, treinar combatentes, angariar recursos e pessoal, evitar
espiões e traidores. Num processo lento o plano é traçado: Penetrar com um foco
guerrilheiro através das florestas ao sudoeste da ilha, aos pés da Sierra
Maestra e espalhar a revolução, contando com a adesão popular e dos camponeses
que vivem miseravelmente ali.
Começa a guerra de guerrilhas
Antes do amanhecer, em 2 de dezembro de 1956 o iate Granma, vindo do
México, atraca (ou encalha), no litoral sudeste da ilha, transportando 82
combatentes. A viagem que durou 7 dias, 2 a mais que o planejado, fora
desastrosa e cheia de incidentes.
Depois que o iate Granma de 12 metros com 82 homens, armas, mantimentos
e medicamentos encalha, um tanto afastado da praia, o pessoal é obrigado a
praticamente nadar já com o sol raiando e saraivadas de tiros de uma lancha da
patrulha costeira cubana. O resultado foi um grande prejuízo de armas, munições
e principalmente de pessoal. Do total, apenas 22 restaram para o foco
insurrecional.
Re-começando praticamente do zero, o grupo precisa garantir a sua
sobrevivência e reestruturação. Em território desconhecido, contavam com os
camponeses que os guiassem pela floresta e muitas vezes para alimentá-los. Em
contra-partida o governo retaliava, geralmente com a vida, quem fosse “pego”
ajudando os rebeldes. “Pego”, por que na verdade para Fulgêncio, o motivo pouco
importava. O importante era difundir a mensagem de que os rebeldes eram os
bandidos e que não se envolvessem com eles; então era comum que acusassem o
vizinho por vinganças particulares, como questões de dívida e assuntos
pessoais.
Por fora, os contatos do M-26-7 corriam para recrutar novo pessoal,
armas e dinheiro. Comunicando-se através de rádio, conhecida como Rádio Bemba
(Sistema de Rádio Rural), Fidel assinava contratos, redigia artigos e planejava
táticas.
Na capital o governo alardeava que suas tropas haviam sufocado o
movimento, porém o que acontecia era justamente o contrário: tendo consciência
de que ainda eram muito fracos, os revolucionários se ocupavam em manter-se
sempre em movimento, criando emboscadas e evitando o inimigo.
Nas batalhas as colunas rebeldes sempre eram em número bastante inferior
ao das tropas do exército, porém com a tática do “bate e corre”, conseguiam
infligir certos danos e algumas vitórias parciais.
Passando fome muitíssimas vezes, a tensão e o cansaço fatigavam os
combatentes. Sempre vivendo no limite, sem ter para amanhã, de tempos em tempos
abria-se uma permissão para àqueles que não suportando mais iriam desertar.
Fora dessas concessões quem desertasse era morto, pois sabia demais sobre o
Movimento.
Conforme as colunas foram adentrando na floresta, foram também ganhando
a simpatia dos guajiros, como é chamado o camponês; humilde e analfabeto,
negro, mulato ou branco, pés descalços e chapéu de palha, que insatisfeitos com
a maneira como viviam e esclarecidos sobre a real intenção dos combatentes,
muitas vezes se juntavam a coluna ou guiavam pelos tortuosos caminhos. Grande
parte dessa simpatia também se deveu ao fato de que qualquer espaço conquistado
pelos rebeldes, logo era considerado Território Livre e suas terras divididas
entre os camponeses. Entre eles havia também os traidores, que em troca de
dinheiro, ou temendo pela própria vida ou da família, davam informações para o
governo sobre posição e quantidade dos rebeldes.
As colunas, agora já maiores e melhor organizadas traziam consigo
vantagens e desvantagens. Tornava-se inviável bater na casa de um camponês e
pedir-lhe comida. A base guerrilheira, então instalada na Sierra Maestra
funcionava como um Quartel General e muito por iniciativa de Ernesto Guevara
(Che), criou-se em plena floresta um sistema rudimentar para a produção de pão
e charque que alimentasse as tropas, artigos de couro para os soldados e
inclusive uma pequena imprensa com um mimeógrafo antigo de onde eram editados
manifestos e até um jornal da floresta. Atos de insubordinação ou indisciplina,
também eram frequentes e firmemente tolhidos. Algumas vezes até passíveis de
crítica quanto a sua dureza, principalmente na figura de Che Guevara. Promovido
a chefe de uma coluna, Che era conhecido pela sua conduta exemplar e por exigir
não menos que isso de seus soldados.
Mas o que realmente incomodava ao mundo capitalista era o fato de que
Che Guevara era um declarado Marxista e tinha se tornado uma voz importante ao
lado de Fidel. Pode-se afirmar que o papel do médico argentino na orientação
comunista do Movimento foi fundamental. Por sua vez, Fidel publicamente tentava
afastar essa ideia da imprensa e do mundo por assim dizer; já bastavam os
problemas que tinham sem isso.
Num período de 2 anos, as forças guerrilheiras do Movimento
Revolucionário 26 de Julho lutaram contra forças desiguais, mas entre altos e
baixos, conseguiam empurrar as tropas inimigas para trás de suas linhas.
Politicamente a guerra também era intensa; envolvia as 2 maiores potências do
mundo na época e uma pequena ilha no Caribe. Nas palavras de Fidel, “foi uma
briga de Davi e Golias”.
Conforme a distância da capital diminui, os combates vão se tornando
mais francos e ferozes. Na capital, Fulgêncio sabe que a hora de definir é
agora. Lança mão de suas últimas forças e joga tudo. As colunas rebeldes estão
fechando o cerco e impondo derrota após derrota. A coluna de Che já toma a
segunda cidade em importância de Cuba e marcha para a capital, assim como a coluna
de Camilo Cienfuegos, personagem de vital importância para a Revolução.
A vitória se tornou evidente quando próximo a capital, os rebeldes
interceptaram e tomaram um trem blindado repleto de material bélico que não
chegou ao seu destino. Esse foi um importante contra-golpe que as forças
revolucionárias impuseram à ditadura de Fulgêncio, que depositava nesse trem
suas últimas forças realmente significativas. Já com as forças batistianas
batendo em retirada e se dispersando, o M-28-7 chegou enfim, em 01/01/1959 à
capital Havana para travar o último e definitivo combate. O então
ex-presidente, Fulgêncio Batista já havia fugido do país na madrugada anterior,
junto com a cúpula de seu governo. A burguesia e a elite das forças armadas
também já deixaram o país, abandonando tudo que não pudesse ser levado. Sabendo
disso o povo pega em armas e em pleno cenário urbano travam-se combates
isolados com as poucas forças resistentes e atiradores de elite.
As tropas rebeldes são recebidas na cidade como verdadeiros heróis.
Durante os anos que a guerrilha durou, o personagem barbudo e maltrapilho que
se fez dos revolucionários já era conhecido da população. Sabe-se que nesses
anos a TV e a moda em Cuba valorizou a barba e os cabelos grandes, que no caso
dos guerrilheiros não era uma opção. A muitas crianças deu-se o nome de Fidel e
Ernesto.
Pós revolução
Depois de um discurso de posse, transmitido pela TV, onde as forças
libertadoras entregavam Cuba para os cubanos, tem início em Cuba uma nova era.
Os muitos anos seguintes seriam dedicados ao expurgo dos ex-funcionários
batistianos e ao julgamento daqueles que se quedaram ou foram feitos presos
durante as batalhas. Muito criticou-se também os métodos utilizados para o
julgamento e os pelotões de fuzilamento, que era o destino final dos
condenados. Che era o responsável pelo Tribunal Sumário e há quem se refira,
como holocausto.
O papel dos Estados Unidos durante a revolução era de indiscutível e
declarado apoio às forças batistianas. Enquanto que o da União Soviética também
se fez presente apoiando Fidel e o regime comunista que aos poucos foi
emergindo. Estamos em plena Guerra Fria. Depois da vitória rebelde ainda muitas
águas rolariam. Desde tentativas de contra-revolução, financiadas pela CIA,
como a da Baía dos Porcos; ou a Crise dos Mísseis envolvendo os EUA e a URSS
que por pouco não deu início s temida Guerra Nuclear. Também foi feita uma
tentativa de envenenar Fidel.
Admitindo que não conseguiria reverter a situação militarmente sem
causar um grande alvoroço internacional, os Estados Unidos decidem então apelar
para a “violência econômica”, assim denominada por Fidel. Em outras palavras,
colocaram em prática o embargo comercial, (ainda em vigor), onde não mais
comprariam nem venderiam nada a Cuba. Não satisfeitos, pressionaram muitos
outros países da América e Europa a fazer o mesmo. Com o passar dos anos a
maioria desses países voltou a se relacionar comercialmente, porém as relações
diplomáticas entre Cuba e os EUA estão cortadas até os dias de hoje.
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1959 a 1975: Guerra do Vietnã.
Ocorreu entre os anos de 1959 e 1975 e é considerado o mais violento
conflito da
segunda metade do século XX.
Laos, Vietnã e Camboja faziam parte de uma região conhecida como
Indochina. Estavam sobre o domínio francês e queriam a independência.
Para entender melhor o conflito é preciso saber que durante a Segunda
Guerra, o Japão invadiu e dominou esta região. Com o objetivo de combater os
orientais, os vietnamitas, liderados por Ho Chi Minh (líder revolucionário), se
reuniram e formaram a Liga Revolucionária para a Independência do Vietnã
(ligada ao partido comunista).
Os primeiros conflitos ocorreram em 1941, ainda durante a Segunda Grande
Guerra.
Quando esta terminou, começou o processo de descolonização, que originou
uma luta entre tropas francesas e guerrilheiros do Viet Minh (Liga para a
Independência do Vietnã).
Derrotados, os franceses tiveram que aceitar a independência.
Em 1954, a Conferência de Genebra (convocada para negociar a paz)
reconheceu a Independência do Camboja, Laos e Vietnã.
Outra medida tomada estabeleceu que o Vietnã ficaria dividido em:
- Vietnã do Norte: socialista governado por Ho Chin Minh
- Vietnã do Sul: capitalista governado por Ngo Dinh-Diem
Essa divisão estaria valendo até as eleições para unificação do país, em
1956.
Em 1955, Ngo Diem liderou um golpe militar tornando-se ditador. Diem
cancelou as eleições, proclamou a Independência do Sul, brigou com os budistas,
perseguiu nacionalistas e comunistas e seu governo foi marcado pela corrupção.
Os americanos o apoiaram, porque estavam convencidos de que os nacionalistas e
comunistas de Ho Chi Minh ganhariam as eleições e isso não era bom; pois se os
comunistas ganhassem, acabariam influenciando outras nações a segui-los
(“Teoria de Dominó”).
Os EUA passaram a colaborar com o Vietnã do Sul enviando armas, dinheiro
e conselheiros militares. Tudo isso fez com que surgissem os movimentos de
oposição: Frente Nacional de Libertação (apoiados pelo Vietnã do Norte)
juntamente com o seu exército Vietcong.
Apoiados pelos americanos e suas armas poderosas os sul-vietnamitas
atacaram por 10 anos o norte.
Porém, depois que algumas embarcações americanas foram bombardeadas no
Golfo de Tonquim, o presidente Lindon B. Johnson ordenou bombardeios de
represália contra o Vietnã do Norte. Esse fato marcou a entrada dos EUA na
guerra (1965).
Em 1968, as tropas do norte e os vietcongs fizeram a chamada Ofensiva do
Tet, ocupando inclusive a embaixada americana em Saigon. Isso fez com que os
americanos sofressem sérias derrotas.
A guerra continuava e os americanos não estavam muito felizes. Várias
manifestações foram realizadas contra a participação dos EUA na guerra.
Em 1972, durante o governo do presidente Nixon, os EUA bombardearam a
região de Laos e Camboja utilizando, inclusive, armas químicas, mas não
adiantou, pois os guerrilheiros continuavam lutando.
Eles (guerrilheiros) se saíram melhor, principalmente pelas vantagens
geográficas, já que conheciam bem a região. Os americanos se retiraram do
conflito em 1973; porém, a guerra só foi encerrada de fato em 30/04/1975, pois
ainda havia alguns conflitos contra o norte.
Em 1976, o Vietnã se reunificou e passou a se chamar República
Socialista do Vietnã. A Guerra do Vietnã, como já foi dito no início deste
texto, é considerado um dos conflitos mais violentos do século XX.
Durante todo o desenrolar da guerra, os meios de comunicação do mundo
inteiro divulgaram a violência e intensidade do conflito, além de falarem sobre
o mau desempenho dos americanos, que investiram bilhões. Foi nesta guerra que
os helicópteros foram usados pela primeira vez.
Como em toda guerra, não existem vencedores, somente vítimas. Calcula-se
que milhões de pessoas (civis e militares) morreram.
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1966: Revolução Cultural na China, liderada Mao Tsé-tung.
A Revolução Cultural Chinesa foi elaborada por Mao Tsé-Tung no ano de
1966, paralisando praticamente todo o progresso material e tecnológico do pais.
Tal revolução foi um movimento de massas da Republica Popular da China dentre
os anos de 1966 e 1976, feito por trabalhadores e estudantes contra a
burocracia que tomava conta do Partido Comunista Chinês. Tudo começa no ano de
1958, onde foi implantado na China um plano de governo conhecido como O Grande
Salto Adiante. Esse plano tinha como objetivos estruturar a produção agrária em
um sistema cooperativo e organizar a produção industrial, além de alguns outros
como o aumento da produção de minerais por exemplo. Porém esse plano foi
abandonado em 1961 em razão de diversos insucessos, dentre eles a morte de
aproximadamente 30 milhões de Chineses, e do rompimento da China com a União
Soviética no ano anterior.
Com todo esse fracasso do plano Salto, houve um período de grande fome
no começo da década de 60, pois a produção agrícola estava muito desorganizada.
Com todos esses problemas, Mao Tsé-tung acabou sendo muito criticado,
principalmente por duas pessoas que também eram membros do Partido Comunista,
Liu Shaoqi e Deng Xiaoping, que começaram então desafiar o poder e o prestigio
de Mao. Os dois tinham até mesmo a ideia de remover todo o poder que estava nas
mãos de Mao e deixa-lo apenas como uma figura decorativa no poder.
Só que Mao era muito esperto, se antecipou aos dois críticos e começou a
atacar Liu em 1963, declarando a ideia de haver uma necessidade de promover uma
limpeza nos quadros políticos, econômicos, organizacional e ideológico da
Republica Chinesa.
E finalmente em 1966 Mao iniciou a Revoução Cultural. O primeiro comitê
foi formado em Maio de 1966 na Universidade de Tsinghua, com o objetivo de
eliminar completamente toda a oposição a Mao Tsé-tung. Ele incentivou e
encorajou a criação de comitês revolucionários (bases da Guarda Vermelha), que
eram compostas pelas mais diversas forças militares, camponesas, elementos
partidários e governamentais, e que estavam objetivados em tomar o poder onde
fosse necessário.
Tal revolução tem como ideia essencial manter o fervor revolucionário e
um estado constante de luta e superação, sem os quais acreditava Mao, a
revolução comunista estaria destinada ao fracasso. Além disso, a revolução
pretendia tornar cada unidade econômica chinesa, como fabricas, fazenda, como
uma unidade de estudo e de reconstrução do comunismo, expandindo assim a ideia
de coletivização. Após essa fase, Mao acreditava que uma segunda fase da
Revolução Chinesa seria justamente ultrapassar a revolução da ordem econômica para
a ordem ideológica, para a alma do cidadão Chines. E é nesse sentido que se
justifica tal adjetivo Cultural da revolução.
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1973: Crise do Petróleo.
Ficou conhecida como Primeira crise do petróleo uma crise econômica e
comercial de proporções mundiais desencadeada pelos maiores países produtores
de petróleo, em geral, localizados no Oriente Médio. A partir da segunda metade
do século XIX, este material, até então, sem um uso importante em qualquer
setor da economia desponta como importante produto de consumo, tornando-se a
principal fonte de energia no mundo, em especial depois da invenção do motor a
combustão, que requeria um produto exatamente com as características do óleo
negro. Além do uso conhecido como combustível de automóveis, o petróleo é
utilizado em centenas de outros produtos, fazendo deste "óleo de
pedra" uma peça capital na composição da economia mundial, dando ainda um
poder imenso a quem tivesse a posse de fontes de tal produto. Tal fato se
reveste de mais importância ao levar-se em conta ainda que tal elemento não é
renovável, isto é, as fontes de petróleo logo se esgotam, não se podendo obter
mais do produto daquela determinada fonte. Somente após a Segunda Guerra
Mundial os principais produtores de petróleo iriam se aperceber do poder que
tinham em mãos, e as perspectivas de barganha que a posse de tal riqueza
proporcionava.
É sob tal ótica que se instala, em 1960, a OPEP, a Organização dos
Países Exportadores de Petróleo, criação de Arábia Saudita, Kuwait, Irã, Iraque
e Venezuela, com a finalidade de defender os seus interesses como produtores de
tão rica matéria-prima. Finalmente, numa reunião da OPEP, em outubro de 1973,
os países membros, detentores praticamente de toda a produção mundial,
resolveram, de repente, aumentar o preço de modo significativo, bem como
estabelecer uma diminuição na produção. Entre os motivos que causaram tal
decisão estão a composição da base da economia dos países da OPEP, o preço
extremamente baixo do barril, o consumo em aumento constante em todo o mundo, e
a grande dependência dos países não-produtores, que preferiam importar a
explorar possíveis jazidas em seus territórios.
Além destas alegações de natureza logística, a decisão de aumentar o
preço do petróleo de maneira repentina escondia um motivo político: o
rearmamento de Israel pelos Estados Unidos durante a Guerra do Yom Kippur.
Israel fora atacado por uma coalizão de países árabes, liderados por Egito e
Síria, mas conseguiu repelir a ofensiva com o apoio dos EUA. Enfim, tratava-se
de mais um episódio na longa disputa entre israelenses e árabes pelos
territórios ocupados pelos judeus. Cansados do constante apoio dos
norte-americanos aos israelenses, os países produtores de petróleo enfim
compreendiam o poder político que tinham em mãos, e como forma de pressão para
um equilíbrio maior na política das potências em relação ao Oriente Médio,
resolveu-se pela primeira vez usar o petróleo como instrumento de pressão
política.
Os estragos foram enormes, causando falta do produto em muitos postos em
várias partes do mundo. O racionamento virou palavra de ordem, e em países
periféricos como o Brasil, o estrago foi imenso, pois sua balança comercial
ficou em enorme desequilíbrio, iniciando um ciclo de hiperinflação que duraria
quase 20 anos.
A crise só terminaria cerca de um ano depois com as conversações entre
Henry Kissinger e os líderes israelenses, que se retiraram de áreas ocupadas
como resultado da vitória na Guerra do Yom Kippur. Tal gesto fez os países
árabes suspenderem o embargo, reequilibrando o preço do produto no mundo
inteiro, mas não sem antes deixar sequelas. Desde a quebra da bolsa de Nova
Iorque, em 1929, o mundo não havia presenciado uma crise econômica de
proporções tão drásticas.
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1979 – Revolução Islâmica no Irã.
A Revolução Islâmica fez do Irã uma república baseada nos preceitos
religiosos do islamismo. O Irã é um país do Oriente Médio muito presente nos
noticiários por conta de seu governante autoritário e agressivo. Muito do que o
país é hoje é fruto de uma revolução ocorrida na década de 1970 que colocou os
dogmas da religião islâmica acima de todos os valores democráticos comuns nos
outros países do mundo.
Na década de 1970 o Irã era governado pelo xá Reza Pahlevi, o qual
desenvolvia um governo concentrando os poderes em um pequeno círculo de amigos
e aliados. Desde a década de 1940 o líder do país se mantinha no governo do
Estado, sem se preocupar muito com as diferenças entre os pobres e os ricos,
esta se intensificou no decorrer da década de 1970. O regime do xá Reza Pahlevi
gerava críticas ao plano econômico, mas principalmente quanto ao seu modo
autoritário de conduzir a política no país.
A monarquia autoritária do xá possuía grande afinidade com o Ocidente, o
que suscitava mais críticas dos opositores. O personagem com voz mais
expressiva na oposição ao governante do Irã era o aiatolá Ruhollah Khomeini. O
líder religioso e da oposição vivia exilado em Paris e de lá mesmo comandou as
forças de oposição ao governo do xá, defendendo reformas sociais e econômicas
no Irã, além de recuperar os valores religiosos e tradicionais do islamismo.
Somente no ano de 1979 que o líder da oposição conseguiu retornar ao
Irã, no dia 1º de fevereiro, o que intensificou um quadro de estabilidade
social e protestos. Nas vésperas do retorno de Khomeini ao Irã, a população do
país deu início a um levante de oposição ao tipo de governo desenvolvido pelo
xá Pahlevi, a chegada de Khomeini fez aguçar os protestos. Por vários lugares
estouraram os confrontos entre os opositores e os partidários do regime
vigente.
O clima de enfrentamento no país se intensificou e atingiu níveis cruéis
para o Irã. Além dos protestos violentos, greves foram deflagradas em protesto
e atingiram em cheio o seio da economia iraniana. Opositores de esquerda,
liberais e xiitas, todos se uniram contra o governante em função e deram início
a um processo revolucionário.
Finalmente, em 1979, o xá Pahlevi foi deposto do poder, no dia 1º de
abril, e o Irã foi declarado uma República Islâmica. Reza Pahlevi fugiu do país
e o aiatolá Khomeini assumiu o cargo de chefe religioso e governante do país. A
Revolução Islâmica alterou profundamente a estrutura social do país,
estabelecendo novas doutrinas que passavam em primeiro lugar pela questão
religiosa. O processo revolucionário que inicialmente era guiado por anseios
democráticos e de melhorias das condições de vida dos iranianos, resultou no
governo de um chefe religioso que transformou o país em um Estado teocrático.
A postura do governo assumida pelo novo chefe do país foi extremamente
radical, novas leis, baseadas no islamismo, entraram em vigor, e uma ação de
militantes islâmicos tomou americanos como reféns na embaixada dos Estados
Unidos em Teerã. O Irã decretava o fim das afinidades com os Estados Unidos e o
rompimento das relações.
Ao longo da Guerra Fria, o governo iraniano se posicionou como opositor
dos Estados Unidos e também da União Soviética. Por se tratar de um Estado
fundamentado nas doutrinas religiosas do islamismo, a questão em vigor era
declarar inimizade com os “infiéis”, fossem capitalistas ou socialistas. A
revolução mudou a vida dos iranianos, os castigos corporais foram liberados, a
pena de morte entrou em vigor contra os defensores do xá, prostitutas,
homossexuais, marxistas e judeus, além de hábitos ocidentais como vestuário,
minissaia, maquiagem, música ocidental, jogos e cinema.
A postura do governo iraniano se manteve radical mesmo após a Guerra
Fria, Bill Clinton chegou muito perto de reabrir diálogos com o Irã, mas seu
sucessor na presidência dos Estados Unidos, George W. Bush, colocou o país no
“eixo do mal”, juntamente com Iraque e Coréia do Norte. Desse modo, as relações
voltaram a uma situação extrema, até hoje o diálogo do Ocidente com o Irã é
complicado. Seu atual governante, Mahmoud Ahmadinejad, também segue uma linha
autoritária fundamentada nos preceitos religiosos do islamismo, defendendo
ainda posturas radicalíssimas. Recentemente, somente o presidente brasileiro,
Luís Inácio “Lula” da Silva, conseguiu progredir nas relações amistosas com o
país, mas o restante do mundo ainda tem receio em dialogar com o Irã por conta
de suas decisões autoritárias, pelo interesse em possuir armas nucleares e as
afinidades com o terrorismo.
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1964 a 1985: período da Ditadura Militar no Brasil.
É conhecido no Brasil como "Regime Militar" o período que vai
de 1964 a 1985, onde o país esteve sob controle das Forças Armadas Nacionais
(Exército, Marinha e Aeronáutica). Neste período, os chefes de Estado,
ministros e indivíduos instalados nas principais posições do aparelho estatal
pertenciam à hierarquia militar, sendo que todos os presidentes do período eram
generais do exército. Era denominada "Revolução" em sua época, sendo
que os principais mentores do movimento viam o cenário político do início dos
anos 60 como corrupto, viciado e alheio às verdadeiras necessidades do país
naquele momento. Assim, o seu gesto era interpretado como saneador da vida
social, econômica e política do país, livrando a nação da ameaça comunista e
alinhando-a internacionalmente com os interesses norte-americanos, trazendo de
volta a paz e ordem sociais.
Os antecedentes do Regime Militar podem ser encontrados no período
Vargas, entre os responsáveis pela sua derrubada em 1945, pondo fim ao Estado
Novo. Este contingente de oposição se agruparia logo depois na UDN, União
Democrática Nacional, partido de orientação liberal-conservadora. Com a volta
de Getúlio por meio de eleições diretas em 1951, tal grupo continuaria fazendo
oposição à sua política, considerada "populista". Tal pressão
acabaria por provocar o suicídio do presidente. Este gesto, apesar de frear o
movimento das forças conservadoras, não impediu algumas tentativas, em especial
a manobra para que o presidente eleito Juscelino Kubitschek não tomasse posse.
Uma intervenção de um grupo militar não-ortodoxo garantiria a posse de
Kubitschek.
Eleito Jânio, parecia finalmente que as forças que dariam respaldo aos
militares subiria ao poder, mas, o temperamento ímpar do novo presidente, e sua
surpreendente renúncia implodiriam o projeto conservador. Outra vez as ideias
de Vargas estariam representadas por um de seus mais aplicados discípulos, João
Goulart, que tinha o talento de atrair a repulsa de todos os movimentos um
pouco mais à direita do espectro político. O medo de que Goulart implantasse no
Brasil uma república sindicalista com o apoio discreto do Partido Comunista
Brasileiro acabou lançando a classe média contra o presidente, entendendo que o
Brasil caminhava para o caos do socialismo operário e campesino.
Do mesmo modo que acreditavam estarem mantendo a legalidade ao garantir
a posse de Juscelino, quase dez anos antes, os militares decidiram entrar em
cena novamente. Agora, a deposição do presidente asseguraria a ordem e a
legalidade.
Na noite de 31 de março para 1 de abril de 1964 começa então um período
de exceção, arbitrariedade, desrespeito aos poderes estabelecidos, aos direitos
dos cidadãos, à sua integridade física, bem como sua liberdade de expressão.
Certos de que realizavam um gesto de "purificação" do poder, o
projeto de aparência edificante dos militares descamba para a repressão de toda
uma nação. A Constituição seria rasgada, o judiciário perderia sua
independência, e pior, os membros do legislativo seriam depostos de seus cargos
como representantes legítimos do povo.
A ideia era de que quando o Marechal Humberto Castelo Branco assumisse o
poder, logo o devolveria a um representante civil, garantindo mesmo as eleições
previstas para 1965. Castelo Branco pertencia ao grupo moderado do movimento,
chamado de "Grupo de Sorbonne". Logo, porém, os radicais assumiriam o
controle do movimento, forçando a permanência dos militares no poder, em plena
crença de que os entes responsáveis pelos males políticos do país ainda
poderiam voltar a comandar o país.
É por obra dos radicais que ocorre a posse de Costa e Silva como segundo
presidente militar, e onde se inicia o período mais pesado da repressão. Das
perseguições a parlamentares da gestão anterior, os militares decidiram fechar
o Congresso Nacional em 1968, através do infame Ato Institucional número 5.
Costa e Silva morre em pleno mandato, e mais uma vez o grupo radical conspira
para que o vice presidente, Pedro Aleixo, um civil, não assuma; no lugar, o
poder seria entregue a uma Junta formada por três militares, um de cada força.
A repressão chegaria ao seu auge com o presidente seguinte, Emílio Médici, que
acaba com qualquer movimento armado da oposição, dando a ideia da completa
predominância e popularidade do regime, sob pleno "Milagre
Econômico", em meio à conquista definitiva da Taça Jules Rimet na Copa do
México de 1970 .
Ao aproximar-se a Primeira Crise do Petróleo, sobe ao poder justamente o
presidente da Petrobrás, General Ernesto Geisel, confrontado com o disparo da
inflação e fim do milagre. Moderado, ele é incumbido de preparar a volta à
normalidade, fazendo a distensão "lenta, gradual e segura". Apesar de
casos infames como a morte do jornalista Vladimir Herzog e do operário Manuel
Fiel Filho, Geisel parece conseguir seu objetivo, entregando o poder ao último
general da era militar, João Batista Figueiredo. Apesar da crise econômica, que
começava a atingir níveis insuportáveis, da concreta "quebra" do
Brasil no plano econômico, e da impunidade de vários personagens da época da
repressão, Figueiredo irá, depois de 21 anos de ditadura, transferir o poder a
um civil, ainda indiretamente eleito: Tancredo Neves, que morre antes de subir
ao poder. Seu vice, José Sarney, proveniente dos quadros políticos da ditadura,
acabaria incumbido de guiar o país até as tão esperadas eleições diretas em
mais de 25 anos, previstas para 1989.
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1982: Guerra das Malvinas entre Argentina e Inglaterra.
Guerra das Malvinas (em espanhol Guerra de las Malvinas; em inglês
Falklands Conflict) foi um conflito travado entre Argentina e Reino Unido pela
posse das Ilhas Malvinas, e que ocorreu de abril a junho de 1982, terminando
com a vitória dos britânicos, que reafirmaram sua soberania sobre o pequeno
conjunto de 778 ilhas localizado no Atlântico Sul, a 463 km da costa argentina.
As Malvinas contam um território de 12.173 km², e tinham uma população
de cerca de 1800 habitantes à época. Mesmo com números tão pouco expressivos, a
retomada das ilhas sempre fez parte da agenda política argentina e constitui
até hoje uma questão de orgulho nacional para seu povo. Várias tentativas de
ocupação foram feitas até 1767, quando a Espanha adquiriu os direitos da
pequena colônia instalada pelos franceses, e colocou-a sob administração da
Governação do Rio da Prata. Três anos depois os espanhóis expulsam os
habitantes de um pequeno povoado instalado em Port Egmont. A guerra entre as
duas potências é evitada quando a Espanha aceita o retorno dos ingleses. Em
1820 a fragata Heroína, com bandeira das Províncias Unidas do Rio da Prata
(futura Argentina) desembarca nas ilhas e seu capitão reclama sua soberania
para o país. O teuto-argentino Luis Vernet busca colonizar de modo definitivo
as ilhas, e pede proteção tanto a argentinos quanto a britânicos. Em 1833, após
várias tentativas atribuladas dos argentinos de colonizarem as ilhas, elas são
tomadas pelos britânicos, que decidem instalar ali uma colônia, tornando-se um
importante ponto de parada em meio à navegação pelo Cabo Horn.
A partir da segunda metade do século XX os protestos argentinos pela
devolução das ilhas ficam cada vez mais intensos ante a negativa de Londres,
que sempre barra as negociações com a afirmação de que os habitantes locais
preferem a continuação da soberania britânica nas ilhas. Com a instalação da
ditadura militar na Argentina em 1976, o tema começou a ser bastante explorado,
especialmente após a queda de popularidade do regime no início da década de 80,
em meio a uma grave crise econômica. Uma eventual vitória sobre os britânicos
ajudaria bastante a revitalizar o governo. No plano político internacional, os
argentinos acreditavam que teriam o apoio dos Estados Unidos para reaver o
território das Malvinas ou que os ingleses iriam abrir mão da ilha por meio de
uma rápida negociação diplomática.
Assim, Leopoldo Galtieri, chefe de estado argentino, lança uma invasão
às ilhas em abril de 1982 e tomam a capital do arquipélago, Stanley. Logo em
seguida, os argentinos tomariam outra ilha do Atlântico sul, também de
possessão britânica, South George.
No final de abril, 28 mil soldados em cem navios chegaram ao arquipélago
para defender seus habitantes, considerados pela primeira-ministra britânica
Margareth Thatcher parte da "tradição e reserva britânica". A
Argentina contava com uma tropa com 12 mil soldados nas ilhas e cerca de 40
navios. Com números bastante desfavoráveis e mal equipados, os argentinos foram
forçados a se retirar das ilhas, com 75 dias de guerra. Ao todo, 258 britânicos
e 649 argentinos morreram.
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1989: repressão do movimento pela democracia na China, conhecido como Massacre
da Praça da Paz Celestial.
O episódio que ficou conhecido como o massacre da praça da paz celestial
refere-se ao desfecho de uma série de manifestações ocorridas entre 15 de abril
a 4 de junho de 1989 em Pequim, capital chinesa. Neste período, manifestantes,
sobretudo estudantes universitários, intelectuais e trabalhadores acamparam na
Praça da Paz Celestial (Tian An Men) com o objetivo de reivindicar maior
liberdade política. Ao reprimir tais manifestantes, as forças do governo
encurralaram os manifestantes com armas e tanques, provocando um grande número
de mortes, uma verdadeira chacina. As vítimas do massacre podem ter chegado a
milhares, não se sabe exatamente o número de mortos e feridos, embora o governo
tenha reconhecido oficialmente a morte de "apenas" poucas centenas de
pessoas. Os sobreviventes foram perseguidos e presos, e até hoje, o tema é
proibido na sociedade chinesa.
Os protestos de Pequim fazem parte do movimento que varreu todo o mundo
socialista no final da década de 1980 e que resultou no colapso da maioria dos
governos do bloco socialista. Alguns poucos regimes, entre eles o chinês,
sobreviveram a esta época de mudanças radicais, mas não sem alterações na sua
política chamada "linha dura", de antagonismo ao mundo capitalista.
De fato, a China começou a investir a partir destes protestos numa política de
abertura de sua sociedade e economia, apesar de haver até hoje ainda um
controle estatal à mídia e à influência cultural externa.
Os protestos por reformas no regime chinês têm sua origem na exoneração
de Hu Yaobang de seu cargo de secretário geral do Partido Comunista chinês por
Deng Xiaoping, por ser considerado um liberal reformista. Ao mesmo tempo em que
os regimes socialistas enfrentavam os protestos populares, principalmente na
União Soviética e no leste europeu, em abril de 1989 morre Hu Yaobang, e
durante o seu funeral, estudantes se reúnem na Praça da Paz Celestial
reivindicando um encontro com o primeiro-ministro Li Peng. O pedido não é
aceito e os estudantes decidem iniciar uma greve nas universidades da capital
chinesa. Os protestos acabaram por atrair operários, camponeses e cidadãos
comuns, no que se transforma em um movimento por maior liberdade de expressão
dentro do país, bem como melhorias nas condições de vida e fim da corrupção.
A 20 de maio o governo decreta lei marcial e acaba pondo um fim aos
protestos de modo violento. Nesses 23 anos, apesar da economia chinesa ter dado
um salto fantástico, a repressão política e a censura, bem como o desrespeito
aos Direitos Humanos são ainda negligenciadas pelo partido comunista no poder
desde 1949.
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1990 a 1991: Guerra do Golfo.
Em 1990 aconteceu a Guerra do Golfo Pérsico, que durou de 02/08/1990 até
27/02/1991. Essa guerra envolveu, primeiramente, dois países: Iraque e Kuwait.
Depois, outras nações entraram no conflito, dentre elas, os EUA.
Tudo começou quando o presidente iraquiano Saddam Hussein acusou o
Kuwait de praticar uma política de super-extração de petróleo causando uma
queda nos preços e prejudicando a economia iraquiana. Saddam também ressuscitou
problemas antigos e exigiu indenização. Como o Kuwait não aceitou foi invadido
por tropas iraquianas.
A atitude de Saddam mobilizou o mundo e diversas nações, lideradas pelos
EUA, se uniram para tentar reverter esse quadro. Os americanos estavam
desesperados, pois, com a guerra, o Golfo Pérsico foi fechado e eles perderam
seus fornecedores de petróleo: Iraque e Kuwait. Em 28 de agosto, o Iraque faz
do Kuwait sua 19ª província e isso aumentou as pressões americanas junto a ONU
para que ela autorizasse o uso da força.
Saddam Hussein tenta unir a nação árabe em prol da sua causa, mas a
tentativa foi em vão. Em 29 de novembro, a ONU autorizou um ataque contra o
Iraque e estabeleceu um prazo até 15/01/1991 para que o exército iraquiano se
retirasse do Kuwait. Como todas as tentativas de paz fracassaram, no dia
17/01/91 um gigantesco ataque aéreo foi iniciado. Em pouco tempo, o Iraque
estava destruído.
No dia 28 de fevereiro, o presidente americano George Bush (pai)
declarou cessar fogo mas o Iraque só o aceitou em abril. Centenas de pessoas
morreram, dentre elas civis e militares, milhares de mísseis foram usados e o
mundo presenciava, pela primeira vez, uma guerra com a cobertura total da
mídia. A TV transmitia, às vezes , ao vivo, bombardeios, mortes e destruições.
O Kuwait perdeu quase 10 bilhões de dólares com a queda da produção de
petróleo, mas voltou a ser independente. O Iraque sofreu sanções econômicas e
os EUA conseguiram despertar o ódio em mais gente. Não podemos esquecer do
desastre ambiental que a guerra trouxe. Quando o Iraque se preparava para se
retirar do Kuwait, incendiou poços de petróleo e o óleo derramado no Golfo
Pérsico destruiu a vida de centenas de animais.
Para os americanos, a guerra do golfo nunca terminou, pois o objetivo
maior - prender Saddam Hussein - não foi realizado. Os EUA nunca aceitaram a
petulância do ditador e estavam só a espera de uma nova chance para pegá-lo.
O tempo passou e em 2003, 2 anos após os atentados terroristas ao World
Trade Center e já no governo de George W. Bush (filho), o Iraque foi invadido
pelo EUA. Desta vez, Saddam foi preso e enforcado em 31/12/2006.
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1992: criação da União Europeia, através do Tratado de Maastricht.
O Tratado de Maastricht foi assinado em 1992 e deu origem ao que hoje é
a União Européia. Com a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria o embate
de décadas entre o comunismo e o capitalismo praticamente chegou ao fim,
resultando na vitória do capitalismo. O término do período de confronto
ideológico que sucedeu a Segunda Guerra Mundial permitiu uma maior aproximação
dos países integrantes do continente europeu como um todo, uma vez que durante
a Guerra Fria o leste europeu agregava os países que faziam parte do bloco
comunista e por isso eram barrados no ocidente.
Desde a década de 1950 que países europeus começaram a se unir em blocos
visando o crescimento integrado. Os primeiros blocos uniam poucos países, os
quais se ligavam em torno de interesses muito específicos. Como a queda do
comunismo proporcionou a adesão de novos países ao capitalismo e fez
diversificar a riqueza econômica européia, uma vez que os recursos naturais e as
produções tecnológicas se encontram espalhadas pelo continente, houve a
abertura necessária para integrar a Europa em um único bloco e possibilitar o
crescimento econômico de todos.
Em 7 de fevereiro de 1992, então, foi assinado na cidade holandesa de Maastricht
um tratado que recebeu o mesmo nome da cidade, o Tratado de Maastricht. Este
representou um marco na união da Europa fixando a integração econômica e
conseqüente unificação política. O novo bloco que se formou no continente
substituiu a anterior Comunidade Européia por um grupo chamado União Européia.
O tratado estabeleceu metas para facilitar a circulação das pessoas, dos
produtos, dos serviços e do capital pelo continente com a finalidade de
determinar a estabilidade política na Europa após tantos períodos conturbados.
Para alcançar os objetivos, o tratado foi elaborado com vistas a englobar três
pontos. O primeiro deles seria a abordagem de assuntos sociais e econômicos que
permitissem o crescimento do bloco e desenvolvimento, tratando da agricultura,
do ambiente, da saúde, da educação, da energia, da investigação e de
desenvolvimento. O segundo tópico encarregar-se-ia da abordagem do bem comum,
como política externa e segurança. E, por fim, colocaria em pauta a cooperação
policial e judiciária em matéria penal.
No século XXI a União Européia mostrou o seu sucesso com o crescimento e
o desenvolvimento das relações dentro do bloco de países integrantes. O bloco
alcançou a união monetária com a implantação do Euro como moeda única no
continente, permitindo a adoção de critérios econômicos homogêneos para o
crescimento integrado.
Além disso, a solidificação do bloco se estendeu aos europeus que
ganharam a qualificação de cidadãos europeus, tendo facilitada a movimentação
pelo continente. Foi criado um Estatuto do Cidadão Europeu determinando os
novos direitos e deveres dentro de uma cidadania que ampliava suas fronteiras
nacionais e passava a englobar praticamente todo um continente.
É parte ainda dos anseios da União Européia conquistar um sistema
político único no continente, tendo a figura de um presidente europeu eleito
por toda a comunidade européia que passa a desfrutar dos direitos de cidadão
europeu. Porém a crise do final da primeira década do século XIX retardou o
crescimento da União Européia, assim como impactou os demais países do mundo,
só que neste continente os reflexos da mesma foram muito mais agudos e causaram
um retrocesso acentuado.
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1992 a 1995: Guerra da Bósnia no contexto da desintegração da Iugoslávia.
A Guerra da Bósnia ocorreu entre 1992 e 1995 na região da Bósnia e
Herzegovina. Durante a Guerra Fria, a parte Oriental da Europa era constituída
por países socialistas que integravam a União das Repúblicas Socialistas e
Soviéticas. O pólo comunista fez frente ao pólo capitalista no mundo, liderado
pelos Estados Unidos da América. Durante quase meio século, o embate ideológico
entre capitalista e comunismo dividiu o mundo, fazendo, muitas vezes, uso de
violência indireta para atingir o adversário. Como a União Soviética e os
Estados Unidos eram potências, detentoras de ampla tecnologia militar, um
confronto direto poderia representar a aniquilação de ambos. Mas no decorrer da
década de 1980, a União Soviética perdeu gradativamente o seu poderio, viu o
Muro de Berlim cair e culminou com o seu fim. As repúblicas que integravam a
antiga potência capitalista começaram a mudar de lado ou passaram por graves
problemas sociais e étnicos devido aos atrasos proporcionados pelo regime
socialista.
Quando começou a desintegração da Iuguslávia, em 1991, marcada pelas
independências de Croácia e Eslovênia, os líderes servo-bósnios almejavam
constituir um país que unisse todos os sérvios. Mas o povo da
Bósnia-Herzegovina também se declarou independente, em 1992. Os sérvios
invadiram o novo país, que respondeu militarmente e ampliou a abrangência da
guerra com os sérvios.
A Guerra da Bósnia foi o resultado de uma complexa combinação de
fatores, envolvendo questões políticas e religiosas. As proporções de um
conflito que envolvia as consequências do fim da Guerra Fria, misturadas com
fervores nacionalistas, resultaram no envolvimento de mais países, caso de
Croácia e Sérvia e Montenegro. Estabeleceu-se uma discussão em torno da razão
de ser do conflito, se seria uma guerra civil ou uma guerra de agressão.
O conflito envolveu três grupos étnicos e religiosos típicos da região.
Depois da Segunda Guerra Mundial, a Guerra da Bósnia se tornou o conflito mais
longo no território europeu. A disputa entre sérvios cristãos ortodoxos,
croatas católicos romanos e bósnios muçulmanos teve início em abril de 1992 e
deixou um rastro de aproximadamente 200 mil vítimas. O conflito só chegou ao
fim em dezembro de 1995 quando os sérvios, com a capital ameaçada, assinaram o
Acordo de Dayton, na cidade de Paris, estabelecendo o armistício.
A Guerra da Bósnia tomou proporções internacionais por causa da duração
do combate, mas também por causa do número de vítimas e, especialmente, pelos
crimes de guerra cometidos. Destes, os sérvios foram responsáveis por cerca de
90%. O genocídio matou milhares de cristãos e muçulmanos, mulheres e crianças.
A alegação de “limpeza étnica” foi semelhante à utilizada por Adolf Hitler
durante a Segunda Guerra Mundial, claro, considerando as especificidades e
características do novo movimento. De todo modo, genocídio é considerado o pior
crime de guerra, até hoje há líderes bósnios e sérvios sendo julgados por suas
condutas no conflito.
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1997: Grã-Bretanha devolve Hong Kong à China.
Os chineses nunca haviam demonstrado pressa. Apenas aguardaram, com
paciência, o tempo passar. Eles pareciam sempre saber, ao longo de 156 anos,
que Hong Kong era e continuaria sendo território chinês. Os chineses nunca
esqueceram a humilhação por que passaram quando, em consequência da primeira
Guerra do Ópio, em 1842, o imperador chinês foi obrigado a assinar o acordo que
transferia Hong Kong "para sempre" ao domínio da Rainha Vitória no
além-mar.
Naquela época, entretanto, o território não tinha a menor semelhança com
o que é hoje. O então ministro britânico do Exterior, Lord Palmerstone, chegou
a conceituá-lo como ilha infértil com poucas casas. Em 1860, a Inglaterra ditou
à China a renúncia da região de Kowloon. E, em 1898, Londres assegurou ainda os
New Territories, uma região agrícola em volta de Hong Kong, para garantir o
abastecimento da colônia.
O acordo de "arrendamento" imposto pelo Reino Unido previa a
devolução de Hong Kong em 99 anos (ou seja, 1997). Londres, entretanto, jamais
pagou um centavo à China. Os próprios comunistas pareceram aceitar que seu
antigo território se tornasse um centro do consumo e do capitalismo. Desde que
os britânicos mantivessem a paz e a ordem, sem despertar na população local
interesses democráticos, o sistema capitalista de Hong Hong era aceito pela
China como a galinha dos ovos de ouro.
O Tratado de Devolução
Não houve reações revolucionárias nem quando a Revolução Cultural
começou a repercutir na colônia britânica, em 1967. O temido "telefonema
de Pequim", como era descrita – não só teoricamente – a possibilidade de
Pequim intervir a qualquer momento, terminou nunca acontecendo.
A história tomou novos rumos em setembro de 1982, durante a visita da
primeira-ministra Margaret Thatcher a Pequim. A "Dama de Ferro"
encontrou em Deng Xiaoping um interlocutor à altura, em termos de determinação.
Ele rejeitou seus argumentos de direitos de soberania, responsabilidade moral,
tratados, liberdade...
Thatcher voltou para casa irritada, até mesmo deprimida, segundo palavras
próprias. Dois anos mais tarde, retornou à China para assinar o Tratado de
Devolução, elaborado por peritos de ambos os lados. Em 19 de dezembro de 1984,
então, era selado o destino de Hong Kong, que retornaria à soberania chinesa em
1º de julho de 1997.
A Grã-Bretanha, "mãe" da democracia, havia fracassado: era
obrigada a entregar o filé do capitalismo ao sistema comunista. Os 6,3 milhões
de habitantes de Hong Kong não haviam sido questionados sobre suas
preferências. Uma pequena vitória de Londres e faísca de esperança é o grau de
autonomia concedido por Pequim à ex-colônia britânica. O sistema econômico e o
nível de vida serão mantidos por 50 anos a partir da data da devolução e a
parte administrativa foi deixada a cargo da própria Hong Kong.
Não só a devolução de uma colônia era um fato inédito na história.
Também o conceito de um território de dois sistemas, com políticas econômica e
social ao mesmo tempo capitalistas e comunistas, num mesmo país.
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1998 a 1999: Guerra do Kosovo.
A Guerra de Kosovo tem raízes bem mais antigas que o primeiro ataque
militar deflagrado pela OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na
região em 1998 e que é considerado o estopim da guerra. Os Bálcãs, como é
conhecida a região banhada pelo Mar Adriático (Bálcãs significa região de
montanhas, ou montanhosa), abrigam diversas etnias diferentes, como os
albaneses, sérvios, croatas, eslovênios, montenegrinos e macedônios, que por
muito tempo permaneceram em conflitos tanto pelas diferenças étnicas quanto
religiosas.
Os romanos, que chamavam toda a região de Dácia, tinham-na como um
limite entre o Império Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente. Então,
quando houve o Cisma da Igreja Católica, os habitantes da região ficaram
divididos entre a Igreja Católica favorável ao papado romano e a Igreja
Católica Ortodoxa. Mais tarde, no século XV a região ainda foi invadida pelos
turco-otomanos que obrigaram a população, principalmente da Albânia e da
Bósnia, a se converter ao islamismo como forma de garantir sua ocupação.
Para complicar ainda mais o cenário, a região que já havia sofrido sob o
domínio romano e turco-otomano, ainda foi vítima do domínio Francês, Turco e de
forma mais indireta, da Rússia. A autonomia da região viria mesmo a acontecer apenas
depois da I Guerra Mundial quando os Impérios, Austro-Húngaro, Russo e Otomano
terminaram.
Com a queda dos três grandes impérios que dominavam a região, os Bálcãs
finalmente puderam constituir um governo próprio que foi criado pelo Tratado de
Paris em 1919. O Tratado previu a autonomia do Reino da Sérvia, da Croácia e da
Eslovênia (que compreendia a Sérvia, Croácia, Eslovênia, Bósnia-Herzegovina,
Montenegro e Macedônia) que depois passaria a se chamar Reino da Iugoslávia.
Mas, devido a um acordo assinado por Pavel (príncipe regente da Iugoslávia) em
1941 a região ficou subordinada ao Eixo provocando a rebelião da população que
assumiu caráter antimonárquico e antifascista.
A Croácia se aproveitando da situação e com o apoio dos nazistas,
declarou independência e iniciou a perseguição aos sérvios, judeus, ciganos e
todos os que fossem antifascistas.
Em oposição aos nazistas surge a Liga Comunista da Iugoslávia, liderada
por Josef Broz, mais conhecido como Tito. Tito, o pai da nação Iugoslava,
consegue, em 1945, reestruturar as diversas etnias da região como estados
dentro da República Socialista Federada da Iugoslávia. Por quarenta anos, sob o
governo de Tito, a região consegue se estabilizar e Josef Broz torna-se um
herói após enfrentar os dois maiores tiranos da Europa naquele período: Hitler
e, depois Stálin, ao assumir um socialismo democrático ao contrário do ditador
russo.
Mas, com a morte de Tito a instabilidade retorna aos Bálcãs. O sistema
para a escolha do presidente Iugoslavo fracassa e, ao mesmo tempo, há a
dissolução da URSS o que aumenta a instabilidade da região e provoca uma onda
de declarações de independência: a Eslovênia em 1990, seguida pela Croácia e pela
Bósnia – Herzegovina.
Os sérvios então, liderados por Slobodan Milosevic declaram guerra aos
insurgentes, formando, mais tarde, a República Sérvio-Bósnia da Srpska. Foi aí
que começou a “Guerra do Kosovo” propriamente dita.
A comunidade Européia temendo que uma nova Segunda Guerra Mundial
começasse decide intervir através da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico
Norte) nos conflitos dos Bálcãs. Então, em 1995, a OTAN lança seu primeiro
ataque contra os sérvios-bósnios da Bósnia-Herzegovina. Em seguida, uma crise
eclode na província de Kosovo deflagrada pelos albaneses (80% da população) com
o objetivo de declarar a independência da região e expulsar os sérvios.
A OTAN, então em 1998, mais uma vez intervém com medo de que os
albaneses sofram uma limpeza étnica a mando de Milosevic. Desrespeitando a
soberania iugoslava e kosovar sobre a região, bombardeia a capital Iugoslava e
até regiões de Kosovo ocupando-o militarmente.
Aproveitando-se da situação, os albaneses mudam de foco (Kosovo estava
ocupado pela OTAN) e invadem a Macedônia. Sua intenção era criar a Grande
Albânia, agregando Kosovo, parte da Macedônia e a Albânia propriamente dita.
Mas a iniciativa é rechaçada pela OTAN que obriga os albaneses-macedônios a
evitar que uma nova guerra se instale. Assim, após 72 dias de ataques da OTAN o
novo governo da Iugoslávia troca Milosevic, acusado pelo Tribunal de Haia como
criminoso de guerra, por uma quantia de US$ 1,300 milhões.
Atualmente a região que por quarenta anos permaneceu unificada, se divide
em seis frágeis estados: a Croácia, a Bósnia-Herzegovina, dentro da qual foi
instituído o território independente da República de Srpska, a Sérvia -
Iugoslávia com as províncias de Montenegro e Kosovo, a Macedônia e a Albânia.
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2001 – ataques terroristas às Torres Gêmeas em Nova Iorque.
Muitas pessoas nunca iriam imaginar que os Estados Unidos da América
(EUA), o “todo poderoso”, fosse alvo de “atentados terroristas”. Isso mesmo,
aqueles “terroristas” que eles tanto combatem e fazem o maior investimento em
tecnologia, inteligência e armamentos de última geração para combater esse mal
- que eles ajudaram vendendo armas, ninguém tem 100% do controle das vendas de
suas armas; dando treinamentos; conhecimento militar para esses homens que um
dia estiveram do seu lado, mas hoje eles cometem atentados contra os EUA.
Não podíamos imaginar que no dia 11 de setembro de 2001, os EUA
perderiam a sua “blindagem” e seria palco do maior atentado (para eles
terrorista) do novo século. Foram quatro aviões comerciais sequestrados em
pleno voo, dois da American Airlines e os outros dois da United Airlines. Seus
alvos eram as torres norte e sul do World Trade Center – WTC (centro
financeiro); o Pentágono (central das forças armadas) e o Capitólio (sede do
Congresso). Os três primeiros aviões conseguiram atingir seus alvos, todos
esses sequestros ocorreram na parte da manhã, por volta das 08h46min a Torre
Norte do WTC é atingida, aproximadamente 30 minutos depois a Torre Sul é o novo
alvo, às 09h37min uma parte do Pentágono é atingida e por volta das 10h03min o
quarto avião não acerta o seu alvo porque alguns tripulantes já estavam
cientes, através de chamadas telefônicas, do que houve com outros três aviões,
eles resolveram tentar recuperar o controle do avião, mas sem sucesso, os
seqüestradores acabaram mudando de rota e acabam caindo em uma zona rural da
Pensilvânia. Segundo a caixa preta do avião, o alvo seria o Capitólio. Nos
quatro aviões, não houve sobreviventes. A contagem de pessoas atingidas pelos
atentados chega a mais de nove mil (aproximadamente 6.291 feridos e 2.993
mortos), incluindo sequestradores, passageiros dos aviões, equipes de resgate e
pessoas de diversas nacionalidades perderam suas vidas naquele dia.
Para a segurança internacional muita coisa mudou após o 11/09, novos
esquemas de segurança e prevenção contra novos ataques foram adotados nos
portos e aeroportos em todo o mundo, principalmente nos EUA. Esses esquemas
ficaram tão rígidos que muitas pessoas não conseguiram visto para entrar em
determinados países, uma lista de nomes de suspeitos foi criada, resumindo,
ficou muito mais burocrático conseguir um visto para os EUA. Um vídeo foi
divulgado na rede onde Osama Bin Laden faz um pronunciamento dizendo que ele e
o grupo terrorista Al-Qaeda (organização fundamentalista islâmica) são os
responsáveis pelos atentados. Os atentados transformaram-se em um paradigma que
mudou as relações internacionais em todo o mundo. Em resposta a esses ataques,
os EUA resolveram invadir o Iraque em 2003, pois segundo sua inteligência, lá
estaria escondido Osama e terroristas da Al-Qaeda e suspeitavam que existia um
arsenal de armas de destruição em massa.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) enviou juntamente com
a Organização das Nações Unidas (ONU) uma comissão para realizarem uma
investigação para confirmar ou não as acusações que os EUA vinham realizando.
Nada foi encontrado, o Conselho de Segurança da ONU vetou o ataque por não
terem encontrado provas suficientes para uma intervenção militar, mas como os
estadunidenses não quiseram deixar de lado o ataque sofrido, resolveu atacar
com apoio da Austrália, Dinamarca, Espanha, Inglaterra, Itália, e Polônia, em
contra partida Alemanha, Brasil, França e Rússia foram contra o envio de
tropas, ocasionando numa divisão de países contra e a favor da guerra.
Essa decisão mudou a opinião de alguns parceiros dos EUA e fez com que
outros países abrissem os olhos para uma intervenção em seu território. Na
realidade o que os EUA fizeram foi mostrar que quem tem voz ativa na ONU é o
país que tem a maior colaboração financeira; que sua real preocupação foi e
serão as jazidas de petróleo em solo iraquiano e mostraram para o mundo que
está preparado para enfrentar -quase- todos, por isso, seguindo o raciocínio, é
melhor estar do lado dos EUA, caso contrário, já saberemos como eles irão lidar
com seus opositores, não respeitando os direitos humanos, cometendo torturas e
humilhações com seus prisioneiros, vide fotos divulgadas nos meios de
comunicação – telejornais como o Jornal Nacional, jornais e revistas – de
prisioneiros presos em coleiras, alguns seminus ou soldado no Iraque brincando
com cadáveres humanos; ignorando a soberania de um país; que a ONU não tem mais
rigidez e punição para membros que desrespeitam suas resoluções, pois levam em
consideração a “carteira” do membro vide alguns exemplos, Guerra do Vietnã
(1959-75), Guerra do Afeganistão (2001), Guerra do Iraque (2003) e a Prisão de
Guantânamo, onde os direitos humanos não são respeitados, onde a tortura ainda é
utilizada para conseguir informações.
Para vermos como os EUA têm poder, se o Conselho de Segurança (CS) da
ONU vete alguma ação militar, os EUA utilizam a Organização do Tratado do
Atlântico Norte – OTAN para realizarem as intervenções, como foi o caso do
Iraque.
Recentemente, após a aprovação do CS da ONU para intervenção na Costa do
Marfim (Alemanha, Brasil, China, Índia e Rússia se abstiveram, os demais
votaram a favor da intervenção), a OTAN foi acionada para ser o organismo que
organizaria os ataques, ou seja, se o CS da ONU vetasse o ataque, ele ocorreria
através da OTAN. Pelo menos os membros foram inteligentes em não vetarem a
ação, pois seria mais um desastre na ONU dizendo não para o ataque e os EUA e
demais apoiadores fazendo a intervenção militar através de outro organismo
internacional.
Hoje podemos notar a fragilidade dos EUA, a causa de sua fragilidade é a
economia, no final de 2008 e início de 2009 os EUA sofreram a maior crise
financeira já vista em sua história, pior que a crise de 1929, dessa vez a
crise financeira se enraizou para outros continentes, vide Grécia, Portugal,
Espanha e outros países que estão com problemas financeiros, na beira de pedir
moratória. Atualmente estamos num clima onde o terrorismo e o narcoterrorismo
são desculpas para invasões, guerras, conflitos, intervenções em outros
territórios. Os EUA vivem em um clima de insegurança, estão sempre em alerta e
interferindo em problemas de outros países, por exemplo, a re-ativação da IV
Frota para fiscalizar a América do Sul; a prisão de Guantánamo, localizada em
Cuba e diversas bases militares espalhadas pelo mundo, por exemplo, no Bahrein,
Emirados Árabes Unidos, Omã, Qatar, Iêmen e demais...
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2002: entrada em vigor do euro (moeda oficial em 12 países da União Europeia).
A moeda européia única adotada por onze dos quinze países membros da
União Européia faz sua entrada oficial nos mercados financeiros em 4 de janeiro
de 1999. No dia-a-dia dos europeus a entrada em vigor do euro não criaria
problemas aos hábitos de consumo. Surge a dupla etiquetagem de preços e uma
coluna em euros em seus demonstrativos bancários e de cartões de crédito.
Somente a partir de 1º de janeiro de 2002 que a moeda europeia surgiria
sozinha, deixando as moedas nacionais definitivamente de lado, em todos os
demonstrativos financeiros oficiais ou não e nas carteiras de dinheiro de todos
os cidadãos europeus. Desde então, o euro foi bem acolhido nas bolsas europeias
e asiáticas a tal ponto que os especialistas desandaram a falar de “euroforia”. Onze
dos quinze países membros da União Européia foram unificados com moeda comum.
Pela primeira vez desde o reinado de Carlos Magno no século IX, a Europa
foi unificada com uma moeda comum, quando o euro estreou como uma unidade
financeira nos mercados de investimento e corporativos. Onze nações da UE
(União Europeia) - Áustria, Bélgica, Finlândia, França, Alemanha, Irlanda,
Itália, Luxemburgo, Holanda, Portugal e Espanha – representando cerca de 290
milhões de pessoas, lançam a moeda na esperança de incrementar a integração
européia e fomentar seu crescimento econômico. Fechando com um robusto valor de
1.17 dólar norte-americano por euro, a nova moeda europeia prometia concorrer
duramente com o dólar na nova economia global. As notas do euro, decoradas com
imagens arquitetônicas, símbolos da unidade europeia e com motivos dos
Estados-membros, entraram em circulação em 1º de janeiro de 2002, substituindo
o schilling austríaco, o franco belga, o markka finlandês, o franco francês, o
marco alemão, a lira italiana, o punt irlandês, o franco luxemburguês, o
guilder holandês, o escudo português e a peseta espanhola. Alguns territórios e
nações não pertencentes a EU, inclusive Mônaco e a Cidade do Vaticano, também
adotaram o euro.
A conversão ao euro, no entanto, provocou controvérsias. A despeito dos
benefícios práticos de uma moeda comum que iria facilitar as trocas comerciais
e as viagens pela Europa, havia preocupações de que o processo de mudança seria
custoso e caótico, encorajaria a falsificação, levaria à inflação e causaria a
cada nação a perda de controle de suas políticas econômicas. A Grã Bretanha, a
Suécia e a Dinamarca optaram por não usar o euro. A Grécia, depois de
inicialmente ter sido excluída por não reunir as condições exigidas, adotou o
euro em janeiro de 2001, tornando-se o 12º membro da assim chamada ‘eurozona’.
A ideia do euro foi criada em 1992 pelo Tratado de Maastricht da União
Europeia, que detalhou as exigências econômicas específicas, ressaltando a
necessidade para a implantação nos respectivos países de um alto grau de
estabilidade de preços e baixa inflação.
O euro compreende 8 moedas metálicas e 7 bilhetes de papel de diferentes
valores. O Banco Central Europeu com sede em Frankfurt administra o euro e
estabelece taxas de juros e outras políticas monetárias. Em 2004, dez países
mais se juntaram à União Europeia – Chipre, República Tcheca, Estônia, Hungria,
Letônia, Lituânia, Malta, Polônia, Eslováquia e Eslovênia e três anos depois
passaram a empregar o euro em seu cotidiano.
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2005: entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, que visa reduzir a emissão dos
gases do efeito estufa.
Ao estabelecer as primeiras medidas concretas para lutar contra o
aquecimento global do planeta, mas com a marcada ausência dos EUA, o maior
emissor de gases efeito estufa. Sete anos e quase dois meses após ser assinado,
o chamado Convênio Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática, mais
conhecido como Protocolo de Kyoto, tomou valor jurídico para os 141 países que
o ratificaram.
Principais pontos do Protocolo
O anúncio foi feito hoje, pela ONU, na cidade japonesa de Kyoto, a
antiga capital imperial, onde o protocolo foi aprovado no dia 11 de dezembro de
1997.
O objetivo do protocolo é reduzir entre 2008 e 2012, uma média de 5,2%
as emissões da atmosfera dos seis gases que provocam o efeito estufa: dióxido
de carbono, metano, óxido nitroso, hidrofluocarbono, perfluorocarbono e o
hexafluorocarbono de enxofre. O otimismo no momento da assinatura ficou
rebaixado pelas retiradas de EUA, China e Índia, três das nações mais
contaminantes do mundo.
Os EUA assinaram o protocolo, mas decidiram não ratificá-lo em 2001
pelos supostos danos que seu cumprimento acarretaria à economia do país. A Casa
Branca também se mostra contrária aos países em desenvolvimento, como Brasil e
Índia, não terem que diminuir as emissões de gases no primeiro período de 2008
e 2012.
A entrada em vigor foi adiada durante três anos, após a negativa
americana, até que a Rússia decidiu, em 18 de novembro de 2004, dar o empurrão
definitivo ao protocolo com sua aprovação. Para que o pacto se tornasse
juridicamente obrigatório era necessário que os países causadores de 55% das
emissões de dióxido de carbono o ratificassem. Kioto foi ratificado por 141
países, incluindo 34 industrializados.
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2008: início da crise econômica, que teve origem no mercado imobiliário dos
EUA, espalhando-se por diversos países do mundo.
A causa da crise foi o desequilíbrio na maior economia do mundo, os
Estados Unidos. E os ataques de 11 de setembro têm a ver com isso. "Depois
da ofensiva terrorista, o governo americano se envolveu em duas grandes
guerras, no Iraque e Afeganistão, e começou a gastar mais do que deveria",
diz Simão Davi Silber, professor do departamento de economia da Universidade de
São Paulo (USP). Para piorar a situação, ao mesmo tempo em que o país investia
dinheiro na guerra, a economia interna já não ia muito bem - uma das razões é
que os Estados Unidos estavam importando mais do que exportando. Em vez de
conter os gastos, os americanos receberam ajuda de países como China e Inglaterra.
Com o dinheiro injetado pelo exterior, os bancos passaram a oferecer mais
crédito, inclusive a clientes considerados de risco. Aproveitando-se da grande
oferta a baixas taxas de juros, os consumidores compraram muito, principalmente
imóveis, que começaram a valorizar. "A expansão do crédito financiou a
bolha imobiliária, já que a grande procura elevou o preço dos imóveis",
diz Silber. Porém, depois disso, chegou uma hora em que a taxa de juros começou
a subir, diminuindo a procura pelos imóveis e derrubando os preços. Com isso,
começou a inadimplência - afinal, as pessoas já não viam sentido em continuar
pagando hipotecas exorbitantes quando as propriedades estavam valendo cada vez
menos.
Nesse momento, faltou dinheiro aos bancos, que em um primeiro momento
foram ajudados pelo governo americano. Só que, ao mesmo tempo, surgiram
críticas a essa política de socorro aos banqueiros. Frente à pressão política,
a Casa Branca decidiu que não ia mais interferir, deixando o banco Lehman
Brothers quebrar. O fechamento do quarto maior banco de crédito dos Estados
Unidos causou pânico e travou o crédito. Chegou a crise, que prejudica também o
nosso país. "Sem crédito internacional, também diminui o crédito no
Brasil, caem as exportações e o preço das nossas mercadorias aumenta o risco e
a taxa de juros", explica Silber. O economista também afirma que as
recessões são recorrentes, mas essa é maior do que de costume. "Uma crise
dessa intensidade não é comum, a mais parecida com ela foi a de 1929",
afirma Silber.
CHH