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terça-feira, 8 de outubro de 2013

É oficialmente confirmada pela CIA a existência da Área 51.


Mapa da Área 51. Imagem: Popsci.  

Durante muito tempo, o governo americano negou a existência de uma base chamada Área 51 — um advogado da Força Aérea chegou a dizer a um juiz federal, em 1995, que “não há nome para a operação próxima a Groom Lake”.

Isto acabou recentemente. A CIA, agência de inteligência dos EUA, atendendo a uma solicitação amparada pelo FOIA, Freedom of Information Act (“Ato de Liberdade de Informação”) americano, tornou público um documento de cerca de 400 páginas sobre a Área 51. Agora, a base – que ostenta placas afirmando que “O Uso de Força Letal é Autorizado” contra invasores – está oficialmente no mapa.



Esta é uma imagem de satélite da Área 51, no Sul de Nevada, um destacamento remoto da Base da Força Aérea de Edwards, fotos coletadas em 26 de fevereiro de 2013. Imagem: Washington Post.

O documento também cita a finalidade da Área 51: ela era base do avião espião U-2. Alguns dos objetivos das missões dos U-2, como o sobrevoo da China nos anos 1962 a 1975 para auxiliar a Índia, também são citados nos relatórios. Como não havia satélites espiões na década de 1950 e início da década de 1960, as missões de sobrevoo eram comuns, mas precisavam ser mantidas em segredo.


 Os U-2 Spyplanes. A esquerda o original U-2, com uma envergadura de 80 metros, e à direita o U-2R com uma envergadura de 103 pés. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.


Revolta com a mecanização tem nova interpretação


Desenho publicado em 1812 mostrando trabalhadores comandados pelo lendário General Ned Ludd destruindo uma tecelagem. Imagem: Britsh Museum.  

A preocupação com a dominação das máquinas não é de hoje. Nos tempos de escola, aprendemos que o movimento ludista foi um movimento operário contrário à mecanização do trabalho que estava acabando com os trabalhos de muitos operários. Por isso, os ludistas invadiram fábricas e destruíram máquinas. E dois dos incidentes mais notórios aconteceram há exatos 200 anos, quando 150 rebeldes invadiram o Moinho de Rawfold e assassinaram o proprietário local, William Horsfall, perto do condado de York, Inglaterra.

Para historiadores de todo o mundo, a revolta foi divisora de águas, na qual a classe trabalhadora se fez presente e fez as outras classes sentirem sua força política pela primeira vez. Isso acabou levando a posteriores reformas, como a criação dos sindicatos, por exemplo.

Contudo, uma recente pesquisa de Richard Jones sugere que não foi bem assim. Segundo ele, o ludismo é celebrado pelos motivos errados. Ele defende que o movimento não representava as verdadeiras preocupações das classes operárias, mas somente as preocupações de profissionais mais privilegiados, que tinham interesses locais.
Na indústria têxtil, investigada pelo estudo, por exemplo, de um milhão de empregados, os aderentes ao movimento nunca passaram 12 mil.

“Para os historiadores, o ludismo é encarado como um fenômeno social histórico”, explica Jones. “Os ludistas eram vistos como trabalhadores que se faziam ouvir, mas esses não eram os grandes grupos de trabalhadores, mas sim os mais intelectualizados desses grupos.”

O foco de Jones recaiu sobre o condado de York, aonde ele examinou testemunhos orais, documentos legais, papéis do parlamento e relatórios. De acordo com ele, os grupos envolvidos nas quebras das maquinarias sempre variavam de 4 a 10 pessoas, e a rebelião não se tornou um movimento nacional, pois era diferente de lugar para lugar. Em Nottinghamshire, por exemplo, não havia violência. Os trabalhadores só removiam as engrenagens. Mas, em Lancashire, pelo contrário, houve ondas de movimentos radicais, que levou a greves maduras e bem organizadas.

Reescrevendo a História: portugueses descobriram há Austrália 250 anos antes dos ingleses.



A hipótese de que os portugueses tinham navegado até a costa da Austrália é bem antiga. Para dizer a verdade, vem do século XIX, mas de vez em quando recebe algum ânimo de vida.

O último destes ânimos foi dado pelo jornalista Peter Trickett, que publicou o livro “Beyond Cabricorn” em 2007, alegando ter provas que o capitão português Cristóvão de Mendonça liderou uma frota de quatro navios até a Botany Bay em 1522 – quase 250 anos antes do capitão britânico James Cook.

A prova em questão é um mapa do século XVI, encontrado em uma biblioteca de Los Angeles (EUA). Segundo Trickett, quando ampliado, o mapa é muito semelhante à costa leste da Austrália. A história de como Trickett encontrou o mapa é interessante em si mesma. Ao passar em uma livraria de Camberra (Austrália), ele encontrou uma cópia do Atlas Vallard, uma coleção de 15 mapas feitos antes de 1545 na França, representando o mundo conhecido.

Dois dos mapas, chamados “Terra Java”, chamaram sua atenção, pois tinham uma semelhança enorme com a costa australiana; exceto que em certo ponto a linha da costa dos mapas e da Austrália divergiam por um ângulo reto. O palpite de Trickett foi que quem desenhou os mapas Vallard errou o posicionamento de um deles. Na época, os mapas eram desenhados em pergaminho, uma pele de animal, geralmente bode ou ovelha, com tamanho limitado, e para desenhar uma costa de 3.500 km provavelmente seriam necessários 3 ou 4 cartas cartográficas.

Na hora de produzir os Vallard, algum cartógrafo teria ficado confuso pela ausência de uma rosa dos ventos que orientasse o posicionamento correto do mapa. Utilizando um computador, Trickett girou a parte mais sul por 90 graus, e obteve o que chamou de uma cópia precisa da costa australiana. O Capitão Cristóvão de Mendonça teria saído da base portuguesa de Malacca com quatro navios para descobrir a “Ilha do Ouro”, que Marco Polo dizia existir a sul de Java. A descoberta teria sido mantida em segredo por dois fatores: o primeiro, o fato de que os portugueses não tinham certeza se estavam invadindo território espanhol, de acordo com o Tratado de Tordesilhas. O segundo teria sido o terremoto de Lisboa em 1755, que levou à queima dos documentos no incêndio que se seguiu ao desastre.


Litoral da Austrália presente em mapas de navegação portugueses. Imagem: http://www.news.com.au/top-stories/map-shows-cook-wasnt-first/story-e6frfkp9-1111113197100

sábado, 5 de outubro de 2013

Olimpíadas: História e Objetivos!


Cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Verão de 1896 no Estádio Panathinaiko em Atenas, Grécia. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

Analisaremos hoje os Jogos Olímpicos, sua História e Objetivos. As Olímpiadas amigos Construtores tem por ideia primaria unir todas as nações do mundo por meio dos esportes e dessa forma promover a união dos povos. O Movimento Olímpico utiliza símbolos para representar os ideais consagrados na Carta Olímpica. O símbolo olímpico, mais conhecido como os anéis olímpicos, é composto por cinco anéis entrelaçados, representando a união dos cinco continentes habitados (considerando as Américas do Norte e do Sul como um continente único). A versão colorida dos anéis, azul, amarelo, preto, verde e vermelho sobre um fundo branco, forma a bandeira olímpica. As cores foram escolhidas porque cada nação tinha, pelo menos, uma delas em sua bandeira nacional. A bandeira foi adotada em 1914, mas voou pela primeira vez apenas em 1920 nos Jogos Olímpicos de Antuérpia, na Bélgica. Desde então, foi hasteada em cada celebração dos Jogos.

O lema olímpico é "Citius, Altius, Fortius", uma expressão latina que significa "mais rápido, mais alto, mais forte". Os ideais de Coubertin são melhores expressos no juramento olímpico:

“A coisa mais importante nos Jogos Olímpicos não é vencer, mas participar, assim como a coisa mais importante na vida não é o triunfo, mas a luta. O essencial não é ter vencido, mas ter lutado bem.”
Os Jogos Olímpicos têm sido usados como uma plataforma para promover ideologias políticas quase desde o início. Alemanha nazista desejava retratar o Partido Nacional Socialista como benevolente e amante da paz quando organizou os Jogos de 1936. Os jogos também foram destinados a demonstrar a superioridade da raça ariana, uma meta que não foi realizada em parte devido as conquistas de atletas como Jesse Owens que ganhou quatro medalhas de ouro nesta Olimpíada.

A cada quatro anos, atletas de centenas de países se reúnem num país sede para disputarem um conjunto de modalidades esportivas. A própria bandeira olímpica representa essa união de povos e raças, pois é formada por cinco anéis entrelaçados, representando os cinco continentes e suas cores. A paz, a amizade e o bom relacionamento entre os povos e o espírito olímpico são os princípios dos jogos olímpicos. 

Foram os gregos que criaram os Jogos Olímpicos. Por volta de 2500 a.C., os gregos já faziam homenagens aos deuses, principalmente Zeus, com realização de competições. Porém, foi somente em 776 a.C. que ocorreram pela primeira vez os Jogos Olímpicos, de forma organizada e com participação de atletas de várias cidades-estado.  

Atletas das cidades-estados gregas se reuniam na cidade de Olímpia para disputarem diversas competições esportivas: atletismo, luta, boxe, corrida de cavalo e pentatlo (luta, corrida, salto em distância, arremesso de dardo e de disco). Os vencedores eram recebidos como heróis em suas cidades e ganhavam uma coroa de louros. 

Além da religiosidade, os gregos buscavam através dos Jogos Olímpicos a paz e a harmonia entre as cidades que compunham a civilização grega. Mostra também a importância que os gregos davam aos esportes e a manutenção de um corpo saudável. 

No ano de 392 d.C., os Jogos Olímpicos e quaisquer manifestações religiosas do politeísmo grego foram proibidos pelo imperador romano Teodósio I, após converter-se para o cristianismo. 

No ano 1896, os Jogos Olímpicos são retomados em Atenas, por iniciativa do francês Pierre de Fredy, conhecido com o barão de Coubertin. Nesta primeira Olimpíada da Era Moderna, participam 285 atletas de 13 países, disputando provas de atletismo, esgrima, luta livre, ginástica, halterofilismo, ciclismo, natação e tênis. Os vencedores das provas foram premiados com medalhas de ouro e um ramo de oliveira. 

As Olimpíadas, em função de sua visibilidade na mídia, serviram de palco de manifestações políticas, desvirtuando seu principal objetivo de promover a paz e a amizade entre os povos. Nas Olimpíadas de Berlim (1936), o chanceler alemão Adolf Hitler, movido pela ideia de superioridade da raça ariana, não ficou para a premiação do atleta norte-americano negro Jesse Owens, que ganhou quatro medalhas de ouro. Nas Olimpíadas da Alemanha em Munique (1972), um atentado do grupo terrorista palestino Setembro Negro matou 11 atletas da delegação de Israel.  A partir deste fato, todos os Jogos Olímpicos ganharam uma preocupação com a segurança dos atletas e dos envolvidos nos jogos.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A ascensão da Civilização Maia.



Cabeça de um jovem (ornada de plumas e nenúfares) proveniente do templo das inscrições em Palenque (México); estuque com vestígios de pintura policromática. Imagem: Arte dos Maias; clássico recente. Museu Nacional de Antropologia, México.

Saudações a todos os visitantes e amigos construtores do Construindo História Hoje, trago a vocês hoje um pequeno, mas esclarecedor texto sobre as origens da civilização Maia. Diante das dezenas de descobertas que tem acontecido nos últimos anos, vemos um novo horizonte abrir-se diante de nós sobre a História dos Povos da América Central. Distribuído numa área partilhada entre a América Central e o México. Esse território foi dividido em três zonas: meridional (Costa do Pacífico e terras altas da Guatemala e do Chiapas), central (do Estado do Tabasco a Honduras), setentrional (Península de Iucatan). As descobertas arqueológicas nas terras altas do Chiapas revelaram a instalação, por volta  der meados do III milênio a.C., de populações que estiveram na origem da civilização maia. No período pré-clássico (1500 a.C. - 250 d.C.) eram agricultores, fabricavam cera (ornamentação de cordões) e usavam pedras de moer - o que supõe a cultura do milho.

Agrupavam-se em aldeias (Kaminalaljuyú, ou, nas terras baixas, Altar de Sacrifícios e Seibal). Uaxactún Tikal têm camadas inferiores que remontam ao séc. V., e desde o ano 300 a.C. percebem-se as características fundamentais  da civilização maia:  arquitetura com uma espécie de abóbada em balanço, inscrições hieroglíficos, uso de um calendário "a longo prazo", e ereção de estelas comemorativas.

O período clássico (250-950) corresponde ao florescimento dessa civilização; os grandes centros cerimoniais (Tikal, Uaxactún e Seibal, na Guuatemala; Copán em Honduras, Palenque, Uxmal, Bonampak e Chichén Itzán, no México, etc) multiplicaram-se. As grandes metrópoles religiosas compreendiam edifícios típicos, templos construídos sobre uma plataforma piramidal, cobertos por uma espécie de abóbada em balanço e encimados por  uma crista com cumeeira; palácios (residências principescas ou lugar de reunião, dotados de numerosas galerias) cuja disposição - em grupos distintos ligados por calçadas elevadas - em torno de amplas pra;as atesta certo sendo de urbanismo;  e conjunto monumental monolítico, composto de um altar com estela ornada de uma decoração esculpida. Nunca reunidos sob a hegemonia de um poder central, cada centro conservou um estilo individual. A escrita hieroglífica não foi inteiramente decifrada. 

Depois dos auto-de-fé dos conquistadores cristãos, apenas três manuscritos (Codex) subsistem e são datados do pós-clássico. O primeiro refere-se a rituais religiosos; o segundo, à adivinhação; e o último, à astronomia, que, sem usar nenhum instrumento óptico, era , de uma precisão espantosa. Em seu apogeu, essa civilização - que ignorava a roda e o animal de tração, e só conhecia instrumentos de madeira e de pedra - foi, por razões obscuras, brutalmente interrompida, por volta do séc. IX, zona central, que contudo não foi totalmente abandonada. O pós-clássico (do séc. IX, na zona central, que contudo não foi  totalmente abandonada.

O pós-clássico (do séc. X à conquista espanhola) testemunha certo renascimento devido aos toltecas, vindos de Tula. Quando chegaram, por volta do séc. X supõe-se que algumas grandes cidades de Iucatán existissem ainda. A associação das duas tradições originou um novo estilo artístico "maia-tolteca", caracterizado por uma arquitetura mais  ampla e arejada (colunatas, grandes jogos de bolas) e pelo amálgama dos panteões e dos motivos decorativos (Chac, o deus  maia da chuva, representado alternadamente com Quetzalcoatl, a serpente  emplumada, transformada em Kukulkan). Chichén Itzá foi logo substituído por Mayapán, que foi cercada por uma muralha defensiva. Daí em diante, a influência mexicana dominou uma produção artística muito decadente.

A Literatura maia é ainda bastante obscura em razão da diversidade de línguas e de uma escrita pictográfica cujo sistema não é em conhecido. Alguns códices se conservaram até nossos dias, bem como numerosas inscrições de caráter, histórico, mitológico e profético. A literatura maia-guichê é mais conhecida graças ao Popol-Vuh e ao drama Rabinal Achi, e a literatura maia-iucateque, graças ao livro ChiamaBalam. Da literatura maia-cakchiqueles restam os Annales de los cakchiqueles ou Memorial de Sololá.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Mitologia como ciência antiga: o mito transcendendo o irreal!


Constelações zodiacais. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

Nestes tempos amigos Construtores onde a tecnologia marca a civilização humana de uma forma tão forte que o pensamento contemporâneo se recusa a aceitar que as civilizações antigas pudessem marcar a passagem do tempo para além das simples observações sazonais que definem um ano. Mas, através da história houve astrônomos, matemáticos e historiadores que mediram o tempo de maneiras sofisticadas.

O historiador John G. Jackson (1907-1993), em seu estudo do folclore e das tradições da Grécia Antiga, lançou uma preciosa luz sobre a relação entre os mitos e a observação das estrelas entre os antigos. Na mitologia grega, aprendemos sobre o lendário e poderoso rei etíope, Cefeu, cuja fama era tão grande que ele e sua família foram imortalizados como estrelas. Ele, sua esposa Cassiopeia e sua filha, a princesa Andrômeda, todos se tornaram estrelas na esfera celeste. Embora essa conexão pessoal com as estrelas possa no parecer estranha, Jackson observa que para os antigos etíopes, isso não era incomum. Amigos Construtores, veremos agora que Jackson destaca que Luciano, antigo escritor e historiador grego (180-129 AEC), descreveu a cuidadosa observação das estrelas por parte dos primeiros etíopes.

Os etíopes foram os inventores da ciência das estrelas, e deram nomes aos planetas, não de maneira aleatória e sem sentido, mas descritivos das qualidades que concebiam que possuíssem; e foi deles que essa arte passou, ainda que em estado imperfeito, para os egípcios”.

Historiador grego Luciano

O estudioso francês Constatin-François Volney (1757-1820) que é conhecido pelos relatos meticulosos de suas explorações no norte da África, era particularmente fascinado pelo alto grau de conhecimento astronômico e, decorrente disso, o elevado nível cultural alcançado pelos etíopes. Volney descreve a invenção do zodíaco por essa antiga civilização:

“Foi então que na fronteira do Alto Nilo, entre uma raça de homens negros, organizou-se um complicado sistema de adoração das estrelas, considerado em relação às produções da terra e aos trabalhos na lavoura [...] Assim, o etíope de Tebas chamou de ESTRELA DE INUNDAÇÃO, ou AQUÁRIO, aquelas sob as quais começam as cheias do Nilo; ESTRELAS DO BOI ou TOURO, aquelas sob as quais começam a plantar; ESTRELAS DO LEÃO, aquelas sob as quais esse animal, expulso do deserto pela sede, aparecia nas margens do Nilo; ESTRELAS DO FEIXE DE ESPIGAS, ou primeira colheita VIRGEM, aquelas da estação da ceifa; ESTRELAS DO CORDEIRO, ou ÁRIES e ESTRELAS DAS DUAS CRIANÇAS, ou GÊMEOS, aquelas sob as quais os preciosos animais nasciam [...].
Assim, o mesmo etíope, tendo observado que o retorno das inundações sempre correspondia ao surgimento de uma bela estrela na direção da nascente do Nilo, e que parecia prevenir os agricultores acerca da elevação das águas, ele comparou essa ação à do animal que , com seu latido, alerta contra o perigo, chamou essa ESTRELA DE CÃO, aquele que ladra, SIRIOS. Da mesma maneira, chamaram de caranguejo as estrelas onde o sol, tendo chegado ao trópico, recuavam devido a um lento movimento retrógrado, como o CARANGUEJO DE CÂNCER. Ele chamou de CABRA SELVAGEM, ou CAPRICÓRNIO, aquelas onde o sol, tendo alcançado o ponto mais alto em seu trato anual [...] imita a cabra, que adora escalar o alto das rochas. Ele chamou de BALANÇA, ou LIBRA, aquelas onde os dias e noites são iguais, parecem em equilíbrio, como esse instrumento; e ESTRELAS DE ESCORPIÃO, aquelas onde certos ventos periódicos trazem vapores que queimam como o veneno do escorpião.”


Constelação de Cepheu. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

Volney determinou que a data de origem do zodíaco tinha de ser 15194 AEC.
Charles-François Dupuis (1742-1809), professor de retórica em Lisieux, França, acreditava que existiu uma origem comum para as opiniões astronômicas e religiosas dos gregos, egípcios, chineses, persas e árabes. Em seus livros The Orign of All Religious Worship, The Origen of Constellations e The Chronological Zodiac, Dupuis, correlaciona os mitos da Antiguidade com a observação de uma série de acontecimentos celestes. Esses livros foram a fonte de inspiração de Giorgio de Santillana, quando ele começou a estudar a mitologia e a astrologia dos primeiros egípcios.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A História como veículo de Construção.



Amigos Construtores, o estudo da história seja ela regional nacional ou internacional é uma arma que pode ser usada para afirmar valores nas crianças e jovens ou até mesmo destruir valores e crenças em nossos futuros cidadãos. Para ilustrar o texto trago as imagens da construção da ponte sobre o Rio Guaíba datada de 1958, que trouxe grande desenvolvimento para Grande Porto Alegre por facilitar o acesso à região.

Quando é passado para um jovem em sala de aula a história de seu país com seus heróis e seus feitos gloriosos que conduziram a sociedade a condições melhores de vida.  Esse cidadão em construção sentirá que ele é parte dos acontecimentos citados, pois ele é brasileiro e se identificará com os feitos de seus compatriotas.

Ao levar questões locais da realidade de nossos cidadãos ao momento histórico que esta sendo tratado trará uma identificação pessoal com os heróis e suas lutas em suas épocas. A questão é realizarmos essa identificação com o passado por meio do presente, mas com a visão da época para os fatos. Porque não podemos olhar, por exemplo, para a década de 30 do século XX, aonde eventos como a quebra da bolsa de valores de New York levou a Grande Depressão, a revolução de 30 no Brasil encabeçada por Getúlio Vargas agitava a vida política nacional, a ascensão dos regimes fascistas na Europa que levaria a Segunda Guerra Mundial com a visão do século XXI. Agindo assim estaremos pecando com os fatos tratados, pois agora podemos ver o todo dos eventos, mas na época tratada ninguém tinha como saber com exatidão aonde os eventos chegaria.



Em uma realidade presente devemos olhar para o passado de forma a nos identificarmos com os problemas que afligiam os cidadãos da época, mesmo que muitos problemas sejam semelhantes aos atuais o contexto era diferente. Exemplifico o nacionalismo para fins de um Estado forte da década de 30, onde uniformes, hinos, marchas moviam pessoas não só no Brasil, mas no mundo todo.

Hoje em dia as questões psicológicas em relação ao uso desses artifícios para fim de atividade talvez recebam resistência, pois está fora de contexto, mas muitas das soluções propostas para um Estado forte não!

O mais importante é entendermos que devemos construir nos jovens uma noção de respeito às realidades históricas e aos momentos históricos seguidos de pontos de identificação históricos onde os jovens cidadãos saberão interpretar as fontes pelos meios de sua realidade.

domingo, 22 de setembro de 2013

A Sociedade Secreta do Dragão Negro.


Selo original da Sociedade do Dragão Negro. Imagem: http://www.erepublik.com/sv/article/new-logo-for-the-black-dragon-society-976368/1/20


              Durante meus estudos do Livro "O Último Imperador da China" deparei-me amigos Construtores, com um grupo muito desconhecido, "A Sociedade do Dragão Negro" (transliterado do japonês: Kokuryukai), que foi uma proeminente organização paramilitar, ultranacionalista de direita japonesa. O que mais me interessou foi o fato que embora tenha tido uma atuação importante antes e durante a Segunda Guerra Mundial, ela é praticamente desconhecida e as informações corretas a seu respeito muito difícil de serem encontradas. Então fui ao "garimpo", e hoje trago os dados que encontrei sobre a referente Sociedade do Dragão Negro. Espero humildemente contribuir com conhecimento desse grupo e que outros se inspirem e busquem mais textos para divulgar. Desejo a todos uma excelente leitura!

         A Kokuryukai foi fundada em 1901 por Ryohei Uchida (1873 – 1937), que era descendente de Genyōsha (Ryohei Uchida era um seguidor de Genyōsha fundador da Mitsuru Toyama). Seu nome é derivado da tradução do Rio Amur, que é chamado de Heilongjiang ou "Black River Dragon", lido como Kokuryū-kō em japonês. Seu objetivo público era para apoiar os esforços para manter o Império Russo ao norte do rio Amur e fora do leste da Ásia. Ryohei Uchida foi preso em 1925 por suspeita de estar envolvido em planos para o assassinato do primeiro-ministro japonês e do Imperador do Japão, mas foi declarado inocente.


Ryohei Uchida (1873 – 1937), fundador da Sociedade do Dragão Negro em 1901. Imagem: http://kogaryuninjutsuint.blogspot.com.br/2009/08/black-dragon-society-pt-2-ryohei-uchida.html

A Kokuryukai inicialmente fez grandes esforços para se distanciar dos elementos ligados ao crime organizado como acontecia com sua antecessora, a Genyōsha (Organização que Ryohei Uchida participou em sua juventude e tornou-se melhor amigo de seu fundador Toyama Mitsuru), que possuía grandes ligações com o crime organizado no leste da Ásia. Dentre seus membros encontravam-se ministros e oficiais militares de alto escalão, bem como profissionais e agentes secretos. No entanto, como o passar do tempo, verificou-se o uso de atividades criminais para ser um "meio para um fim" conveniente para muitas de suas operações. A Genyōsha era ativa na captação de recursos e na agitação em nome de uma política externa japonesa mais agressiva em direção ao restante do continente asiático.


Foto do jovem Ryohei Uchida, em 1895 (o segundo da direita) em Tokyo, na Universidade Toyogo onde estudou o idioma russo. Imagem: http://kogaryuninjutsuint.blogspot.com.br/2009/08/black-dragon-society-pt-2-ryohei-uchida.html

A Sociedade do Dragão Negro publicava uma revista, e da qual enviou agentes para reunir informações sobre as atividades russas dirigia uma escola de treinamento para espionagem, na Rússia, Manchúria, Coréia e China. Ele também pressionou os políticos japoneses a adotar uma política externa forte. O Kokuryukai também apoiou Pan-asiatismos, e emprestou dinheiro a revolucionários.

Durante a Guerra Russo-Japonesa, a anexação da Coreia e Intervenção na Sibéria, o Exército Imperial Japonês fez uso da Kokuryukai e de rede de espionagem, sabotagem e assassinato. Eles organizaram guerrilhas na Manchúria contra os russos e os Senhores da Guerra na China e bandoleiros da região, sendo o mais importante o Marechal Chang Tso-lin. O Dragão Negro travou uma bem sucedida guerra psicológica em conjunto com os militares japoneses, espalhando desinformação e propaganda em toda a região. Eles também atuaram como intérpretes para o exército japonês na China.



A Kokuryukai era apoiada pelo espião japonês, Coronel Motojiro Akashi. Akashi, que não era diretamente um membro do Dragão Negro, ele trabalhou em operações bem sucedidas na China, Manchúria, Sibéria e estabeleceu contatos em todo o mundo muçulmano. Esses contatos na Ásia Central foram mantidos durante a Segunda Guerra Mundial. O Dragão Negro também realizou contatos e até mesmo alianças com seitas budistas em toda a Ásia.

Durante os anos 1920 e 1930, a Kokuryukai evoluiu para mais de uma organização política, e atacou publicamente o pensamento liberal e esquerdista. Embora nunca tivesse mais que algumas dúzias de membros, mas em qualquer momento durante este período, os laços estreitos de seus membros para os principais membros do governo, militares e líderes empresariais poderosos deram-lhes um poder e uma influência muito maior do que a maioria dos outros grupos ultranacionalistas.


Na frente da Esquerda para a Direita: Ryohei Uchida, K. Iizuka, Sakuzo Uchida, Ikkan Miyakawa. Atrás: Isogai, Nagaoka, Jigoro Kano (sentado), Yoshitsugu Yamashita. 

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Falando em Revolução Farroupilha.



Para nós Gaúchos hoje é um dia especial, um dia onde nosso povo exigiu ser tratado com respeito e dignidade pelo Império do Brasil. Buscávamos cobrança justa de impostos em relação aos benefícios recebidos pelo Império vindo de nossas Terras. Amigos e leitores Construtores, não afirmo que uma nova nação no Sul seria a solução para os nossos problemas, mas SIM que a Revolução Farroupilha fez o Brasil olhar com o respeito devido a nossa então Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Juntos, somos fortes, mas como brasileiros somos detentores de DIREITOS E DEVERES. Nossos irmãos Farrapos estavam cansados de cumprir seus DEVERES como Província enquanto o Império do Brasil não cumpria seus DEVERES com nossa Província.

“Viva ao Estado do Rio Grande do Sul e aos irmãos Farrapos que tombaram. E viva ao Brasil nossa amada Nação da qual o Rio Grande do Sul têm grande orgulho de fazer parte.”

 Convido meus amigos Construtores não somente do Rio Grande do Sul, mas de todo o Brasil para refletir sobre o fato de que unidos somos fortes como Nação, mesmo diante das aparentes divergências regionais somos todos brasileiros. Deus abençoe nosso Torrão Gaúcho e Nossa Pátria Brasil.

Hoje dia 20 de setembro, festeja-se no Rio Grande do Sul a Revolução Farroupilha, que eclodiu na noite de 19/09/1835, quando Bento Gonçalves da Silva avançou com cerca de 200 "farrapos" (ala dos exaltados, que queriam províncias mais autônomas, unidas por uma república mais flexível) sobre a capital Porto Alegre (que na época possuía cerca de 14 mil habitantes) pelo caminho da Azenha (atual Avenida João Pessoa).  A revolta deveu-se em função dos elevados impostos cobrados no local de venda (normalmente outros Estados) sobre itens (animais, couro, charque e trigo)  produzidos nas estâncias do Estado. Charqueadores e estancieiros reclamavam, ainda, de outros impostos: sobre o sal importado e sobre a propriedade da terra.

A revolução durou quase 10 anos, sem vencedor e vencido. O tratado de paz foi assinado em Ponche Verde, pelo barão Duque de Caxias e o general Davi Canabarro, em 28/02/1845.

Na época, Porto Alegre era um porto comercial, e não tinha razões para aderir à revolta.  Seus comerciantes não comungavam com as ideias separatistas dos líderes da região da Campanha, como Bento Gonçalves da Silva e Antônio de Souza Netto, que veio a proclamar a República Riograndense, no ano seguinte. Por isso, rechaçaram os rebeldes, em 15/06/1836. A partir daí, até dezembro de 1840, a capital ficou sitiada, com dificuldades de suprimento de itens essenciais na época: charque, óleo para os lampiões, farinha, feijão e outros gêneros alimentícios. Em função da fidelidade da capital ao império, recebeu o título de "Leal e Valorosa" em 19/10/1841, que permanece no seu brasão até os dias atuais.

Fora da capital, os farroupilhas passaram a ter expressivos êxitos. Na Batalha do Seival (que fica no atual município de Candiota), o general Antônio de Souza Netto impôs fragorosa derrota ao legalista João da Silva Tavares, que possuía 170 combatentes a mais. No dia seguinte, em 11/09/1836, Netto proclamou a República Riograndense, com sede em Piratini.

Todavia, os farrapos sofreram outro duro revés perto da capital, que sitiavam, ao serem batidos na Ilha de Fanfa; o exército rebelde de 1.000 homens se dispersou e seu comandante, general Bento Gonçalves da Silva, foi preso e levado para a Fortaleza da Laje, no Rio de Janeiro.

Em 1839, se junta ao exército farrapo o corsário italiano Giuseppe Garibaldi.  Os farrapos precisavam, após 4 anos de combates, acesso à Lagoa dos Patos e ao Oceano, que eram bloqueados pelos imperialistas assentados em Porto Alegre e Rio Grande, respectivamente. Para romper o cerco, resolveram sublevar Santa Catarina, onde possuíam simpatizantes. Para tanto, decidiram tomar a estratégica cidade de Laguna. Para tanto, Garibaldi mandou construir dois enormes lanchões numa fazenda do atual município de Camaquã (que dista cerca de 125 km de Porto Alegre), que foram arrastados entre o atual município de Palmares do Sul e a foz do Rio Tramandaí (no atual município de Tramandaí)  sobre carreta de 8 rodas. Em Araranguá, no Estado de Santa Catarina, o lanchão Rio Pardo naufragou; todavia, seguiram em frente com o lanchão Seival, comandados pelo americano John Griggs (apelidado de "João Grande").  Em Laguna, os lancheiros, apoiados pela tropa de Davi Canabarro, obtiveram grande vitória; e anexaram a Província, em 29/07/1839, denominando-a República Juliana.

Em Laguna, Garibaldi encontrou a costureira Ana Maria de Jesus Ribeiro, que veio a se chamar de Anita Garibaldi, que o acompanhou nas andanças da guerra, a cavalo (a casa natal de Anita permanece preservada). Anos mais tarde, Garibaldi voltou para a Itália, para lutar pela sua unificação; por isso, é conhecido como "herói de dois mundos".  Os imperiais retomaram Laguna em 15/11/1839.

No Rio Grande do Sul, os farroupilhas mudaram a capital mais duas vezes: para Caçapava do Sul, em 1839; e para Alegrete, em julho de 1842.

Em 14/11/1844, os farroupilhas sofreram duro revés no Cerro dos Porongos, situado entre os atuais municípios de Piratini e Bagé. Nesta batalha, o coronel imperial Francisco Pedro de Abreu, o astuto "Moringue", destroçou os 1,1 combatentes de Davi Canabarro, que foram surpreendidos enquanto dormiam. A culpa principal recaiu sobre "Chica Papagaia" (Maria Francisca Duarte Ferreira), que teria ficado entretendo o general Davi Canabarro dentro de sua barraca.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O Mito da Fênix. Do antigo Egito até a atualidade!



Mito da Fênix remonta ao antigo Egito, sendo depois transmitido para os gregos e outras civilizações. Entre os egípcios, esta ave era conhecida como Bennu, porém ambas eram associadas ao culto do Deus-Sol, chamado Rá no Egito. Ao morrer, este pássaro era devorado pelas chamas, ressurgindo delas uma nova Fênix, a qual juntava as cinzas de seu progenitor e, compassivamente, as conduzia ao altar do deus solar, localizado em Heliópolis, cidade egípcia.

Os pesquisadores não chegaram ainda a um consenso sobre a duração da vida da Fênix; uns apontam quinhentos anos, bem mais que um corvo, o qual já vive muito tempo; outros garantem um prazo bem maior, aproximadamente 97 mil anos. Ao cabo de cada ciclo existencial, a ave sente a proximidade da morte, prepara uma fogueira funerária com ramos de canela, sálvia e mirra, e automaticamente se autoincendeia.

Algumas narrativas apresentam uma versão distinta, segundo a qual a fênix, à beira da morte, se dirigia a Heliópolis, aterrissava no altar solar e então ardia em chamas. Depois de um período ainda não definido precisamente, ela retorna à vida, simbolizando assim os ciclos naturais de morte e renascimento, a continuidade da existência após a morte. O povo egípcio acreditava já, nesta época, que este pássaro simbolizava a imortalidade.



Ela também é conhecida por sua intensa força, que lhe permite levar consigo fardos de grande peso; segundo alguns contos, seria capaz de transportar inclusive elefantes. De acordo com as lendas difundidas por cada povo, a ave assumia características específicas – com penas roxas, azuis, vermelhas, brancas e douradas entre os chineses; douradas e vermelhas com matizes roxos para os gregos e egípcios. Era maior que uma águia.