Em artigo recente publicado no The New York Times(1) , o jornalista holandês Ian Buruna nos dá algumas indicações sobre o clima reinante nos Estados Unidos após o novo incêndio do Reichstag (2) , isto é, o 11 de setembro. Diz ele: “argumentar contra a política israelense tornou-se uma ação antipatriótica”. Observe que aqui a associação Estados Unidos-Israel é completa, como se fosse uma única nação.
Buruna lembra em seu artigo que o deputado americano James Moran, democrata, afirmou que “se não fosse pelo forte apoio da comunidade judaica a esta guerra com o Iraque, nós não estaríamos fazendo isso”, pelo que foi constrangido a pedir desculpas imediatamente; na Inglaterra, Tam Dalyell, um membro de longa data do Partido Trabalhista, expressou um ponto de vista semelhante, sem que tenha sofrido qualquer pressão do tipo.
Sabemos hoje que a Lei Patriot I (sob Clinton, pós-atentado de Oaklahoma) e Patriot II (após 11 de setembro), retiram dos residentes nos Estados Unidos, americanos ou não, alguns de seus direitos fundamentais à liberdade, previstos na Constituição. Qualquer um, sem acusação formal, pode ser apontado como colaborador, “consciente ou não” do terrorismo e, sem direito à defesa, pode ser espionado, investigado, ter sua residência invadida, ser detido, processado, preso, destituído da cidadania norte-americana e mesmo deportado “para qualquer parte do mundo onde haja ou não governo constituído”(3). Mais que isto: caso queira constituir advogado para defendê-lo, seu representante legal será considerado conivente com o terrorismo. É o fim do Estado de Direito e da democracia tal como é definida na constituição dos Estados Unidos.
Nestas orwellianas(4) circunstâncias, não é difícil avaliar a importância de que esta nota se reveste, no sentido de esclarecer a diferença fundamental entre o judaísmo e o sionismo (5).
Em primeiro lugar, vale destacar que o judaísmo é uma religião legítima, isto é, uma forma tradicional ortodoxa cujo fundamento é o Livro Revelado, a Torah. Sem a Torah e a fé, não existe o Povo de Israel.
Em segundo lugar, o Sionismo é um movimento político muito recente, remontando apenas um século, enquanto o judaísmo tem quatro milênios de existência. Sionismo não é sinônimo de judaísmo, muito pelo contrário: seus postulados são diametralmente opostos aos do Povo de Israel. O sionismo é materialista e, seu projeto, o de constituir um Estado mundano com exército, algo jamais previsto no judaísmo enquanto religião.
Em terceiro lugar, é importantíssimo lembrar que o sionismo, em sua condição de movimento laico e materialista, se opõe às religiões em geral, inclusive ao judaísmo, o que não o impede de simular uma associação. É, portanto, inteiramente irreal e mentirosa a suposta associação do sionismo ao Povo de Israel, seja como indivíduos, seja como comunidade.
O nome mesmo “Estado de Israel” é uma usurpação sionista aos verdadeiros judeus, buscando com isto “legitimar” de algum modo o Estado sionista, cabeça-de-ponte dos Estados Unidos no Oriente Médio com a finalidade de aniquilar as religiões em geral (inclusive o judaísmo) (6) e, em especial, o Islã. Todo sionista, por definição, não é judeu no sentido pleno do termo.
Outro ponto fundamental a esclarecer se refere às acusações fáceis de “anti-semitismo” e “racismo”, generalizadas e simplistas, largamente apoiadas na ignorância, a qualquer um que ouse discordar do sionismo. Vários povos da Antiguidade pertencem ao ramo semita e, hoje, os árabes e judeus (não os de origem européia, descendentes de turcos) são os mais conhecidos; nota-se, apenas com este esclarecimento, o erro que constitui acusar qualquer um que conteste o sionismo (por exemplo, um árabe, expulso de suas terras históricas) de “anti-semita”. Outro erro não menos grave é confundir etnias com raça: há judeus de várias etnias (árabes inclusive).
O sionismo foi inventado por judeus europeus (7) (Ashkenazi, que hoje habitam a Ucrânia) e estes são descendentes da tribo turca de Khazar, cujo líder adotou o judaísmo no século VIII dC; é portanto fato histórico incontestável que os judeus europeus não são semitas e não descendem de Moisés ou de palestinos. Paradoxalmente, são precisamente estes os que se apressam em acusar qualquer um que discorde do sionismo de “anti-semitas”, enquanto empreendem a ocupação de territórios, perseguição e extermínio dos verdadeiros semitas.
Hoje, apenas um povo e seu país podem ser identificados com uma raça: os chineses (8) . Todos os demais países, sem exceção, têm população constituída por mesclas raciais e/ou étnicas mais ou menos complexas.
Esta nota explicativa se justifica nas atuais circunstâncias, pois são previsíveis as reações coléricas daqueles que se sintam desmascarados em seus desígnios diabólicos. Como veremos adiante, o movimento sionista é o principal (e não único) agente externo de forças ocultas e terríveis (9) , que pretende o impossível: aniquilar todas as religiões e derrotar a Deus.
Notas:
(1) Buruna, Ian, NYT, 12 setembro de 2003.
(2) Ver Capítulo VII , 11 de setembro: o novo incêndio do Reichstag.
(3) Uma solitária geleira na Sibéria ou um uma bonita e salgada onda no Cabo Horn? Ver Gore Vidal em seu devastador ensaio The Enemy Within (London, 27 October 2002 The Observer) em http://www.ratical.org/ratville/CAH/EnemyWithin.html , acessado em 12/agosto/2003.
(4) George Orwell (1903-1950) autor do célebre romance “1984”, no qual previa um mundo mecanizado e totalitário; o autor, sem dúvida, ficaria estarrecido se visse o quanto foi superado pelo projeto sionista-americano.
(5) Confira no apêndice detalhes das importantes informações contidas no manifesto sobre o judaísmo e o sionismo, assinado por judeus ortodoxos.
(6) Os judeus ortodoxos da organização Neturei Karta são sistematicamente perseguidos, detidos, interrogados, presos e eventualmente eliminados pela temível Mossad, o Serviço Secreto dos sionistas.
(7) As origens do sionismo remontam ao livro “O Estado Judeu”, do jornalista húngaro radicado em Londres Theodor Herzl (1860-1904). A leitura deste livro é muito instrutiva quanto ao caráter laico, portanto, antijudaico do Estado proposto por Herzl e o grupo político ao qual pertencia. Ali está proposto um “Estado que realize o socialismo”.
(8) Nos referimos à China tradicional e não às “anexações” empreendidas pelos comunistas.
(9) Ver, de René Guénon, Le Règne de la Quantité et les Signes des Temps, Paris, 1972, Gallimard (Consulte resenha) . Neste livro magistral, único no gênero, os bastidores e os mecanismos de dissolução implicados na modernidade são desmontados um a um.
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