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sábado, 1 de junho de 2013

Limitações da historiografia marxista Parte II: A Escola de Annales.


A teoria marxista da História compreende teses a teoria da História Materialista, (materialismo histórico), que foi uma proposição efetuada por Marx e que institui uma abordagem economicista para a história da Humanidade.
A historiografia marxista não tenha conseguido perceber as massas populares como integrantes ativos na construção da história, embora dominados ou alienados, não empregou um olhar que ia muito além das balizas teóricas e ideológicas pertinentes ao que se tinha como quase dogma entre os inspirados seguidores de Marx.
A Escola dos Annales

A chamada escola dos Annales é um movimento historiográfico que se constitui em torno do periódico acadêmico francês Annales d'histoire économique et sociale, tendo se destacado por incorporar métodos das Ciências Sociais à História; há que referir que o seu nascimento é também um reflexo da conjunta: estava-mos em 1929, ano da Grande Crise econômica que assolou os Estados Unidos, bem como a Europa.



A Historiografia Marxista demonstrou ter seus limites. Por causa do grande enfoque dado nas relações econômicas, os historiadores perceberam que não seria possível explicar todos os aspectos da vida social. Muitas facetas importantes para as relações do cotidiano na humanidade não eram abordadas. Hoje se entende que a História é feita em diversas circunstâncias da vida humana e esta muito em foco as proposições feitas pela quarta geração da Escola dos Annales que enfatiza as implicações da cultura na explicação das sociedades.
No entanto, a ênfase econômica dos estudos realizados pelos historiadores marxistas não abarcou todos os aspectos da vida das sociedades ao longo da história. O fato é que aspectos também importantes da vida cotidiana das sociedades na história não estavam dentro do foco marxista e uma nova história passou a ser escrita. Atualmente, com novos e ousados métodos de estudo, os aspectos ordinários, culturais, e não apenas os singulares também interessaram aos novos historiadores e aos historiadores pós-modernos.
Atualmente há uma tendência produtiva de se partir para o desprezo a qualquer coisa que “pareça” marxista desde o “fim” da esperança do socialismo real.

A chamada escola dos Annales é um movimento historiográfico que se constitui em torno do periódico acadêmico francês Annales d'histoire économique et sociale, tendo se destacado por incorporar métodos das Ciências Sociais à História; há que referir que o seu nascimento é também um reflexo da conjunta: estávamos em 1929, ano da Grande Crise econômica que assolou os Estados Unidos, bem como a Europa: Alemanha e França, em maior escala: os Annales visam ser como um retrato do espectro de '29, uma época de mutações, que iria ser como que a catapulta essencial para um novo tipo de história, a econômica, a social...e empreender um corte na história política, na história individual, mas, sem a arredar de cena, como a vertente mais social vinha sendo vitima (era um pouco ostracizada, colocada num patamar secundário, bem no fundo da história política ou militar...).



Fundada por Lucien Febvre e Marc Bloch em 1929, propunha-se a ir além da visão positivista da história como crônica de acontecimentos (histoire événementielle), substituindo o tempo breve da história dos acontecimentos pelos processos de longa duração, com o objetivo de tornar inteligíveis a civilização e as "mentalidades".

A escola des Annales renovou e ampliou o quadro das pesquisas históricas ao abrir o campo da História para o estudo de atividades humanas até então pouco investigadas, rompendo com a compartimentação das Ciências Sociais (História, Sociologia, Psicologia, Economia, Geografia humana e assim por diante) e privilegiando os métodos pluridisciplinares.1

Em geral, divide-se a trajetória da escola em quatro fases:

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Limitações da historiografia marxista Parte I: o enganado Eric Hobsbawm.

Eric Hobsbawm. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

Maior historiador esquerdista de língua inglesa, Eric Hobsbawm, faleceu em 1 de outubro de 2012, aos 95 anos. Marxista irredutível, Hobsbawm chegou a defender o indefensável: numa entrevista que chocou leitores, críticos e colegas:

“Alegou que o assassinato de milhões orquestrados por Stalin na União Soviética teria valido a pena se dele tivesse resultado uma ‘genuína sociedade comunista’”.

Eric Hobsbawn

Hobsbawm foi de fato um historiador talentoso. Nunca fez doutrinação rasteira em suas obras. Mas o talento de historiador, é forçoso dizer, ficará para sempre manchado pela cegueira com que ele se agarrou a uma posição ideológica insustentável.

Essa posição lança sombras sobre uma de suas obras mais famosas, A Era dos Extremos, livro de 1994 que, depois da trilogia sobre o século XIX composta pelos livros A Era das Revoluções,A Era do Capital e A Era dos Impérios, lançados entre 1962 e 1987, se dedica a investigar a história do século XX –  quando Hitler matou milhões em seus campos de concentração e os regimes comunistas empreenderam os seus próprios extermínios. Hobsbawm se abstém de condenar os crimes soviéticos, embora o faça, com toda a ênfase, com relação aos nazistas.

Outro eminente historiador de origem britânica, Tony Judt (1948-2010), professor de história da New York University que fez uma longa resenha do livro de memórias de Hobsbawm, Tempos Interessantes, advertia já em 2008 que o colega ficaria marcado por sua posição política.

“Ele pagará um preço: ser lembrado não como ‘o’ historiador, mas como o historiador comunista

 Tony Judt .The New York Times.

Em texto publicado pela revista The New Criterion, o escritor David Pryce-Jones também apontou o prejuízo da ligação de Hobsbawm com o pensamento marxista.

“A devoção ao comunismo destruiu o historiador como um pensador ou um intérprete de fatos.”

David Pryce Jones, The New Criterion

O entusiasmo com a revolução bolchevique, aliás, não foi a única fonte de tropeços morais para Hobsbawm. A conflituosa relação com as raízes judaicas – seu sobrenome deriva de Hobsbaum, modificado por um erro de grafia – o levou a apoiar o nacionalismo palestino e, ao mesmo tempo, a negar igual tratamento a Israel.

Biografia – A história pessoal de Hobsbawm ajuda a entender sua adesão ao marxismo. Nascido no ano da Revolução Russa, 1917, em Alexandria, no Egito, ele se mudou na infância para Viena, terra natal materna, onde perdeu ainda adolescente tanto a mãe quanto o pai, um fracassado negociante inglês que permitiu a ele ter desde cedo o passaporte britânico. Criado por parentes em Berlim na época em que Hitler ascendia ao poder, ele viu no comunismo uma contrapartida ao nazismo.


Eric Hobsbawn. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

Da Alemanha, Hobsbawm seguiu para a Inglaterra. Durante a guerra, serviu numa unidade de sapadores quase que inteiramente formada por soldados de origem operária - e daí viria, mais que a simpatia, uma espécie de identificação com aquela que, segundo Marx, era a classe revolucionária. Ele estudou em Cambridge, e se filiou ao Partido Comunista, ao qual se aferraria por anos.

Nem mesmo após a denúncia das atrocidades stalinistas feita por Nikita Khrushchov em 1956, quando diversos intelectuais romperam com o comunismo, ele deixou o partido.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Transiberiana: a mais longa ferrovia do mundo: de 1891 a 1904, milhares de operários enfrentaram frio, fome e epidemias para criar a linha férrea que atravessa a Rússia, projeto faraônico que quase não chegou ao fim.


Clique na imagem para ampliar.

Mapa da Transiberiana de 1897. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

Para aqueles que tiveram o privilégio de percorrê-lo, ele é bem mais do que uma experiência. Uma referência, um mito. Impossível esquecê-lo. Basta evocar o rolamento do caminho de ferro na imensidão siberiana – caleidoscópio de paisagens diversas – para despertar a curiosidade. A ferrovia mais longa do mundo – quase 10 mil quilômetros, um quarto da circunferência da Terra na altura do Equador – ainda inflama os espíritos.

Na taiga, entre as colinas e montes pelados, os complexos industriais do rio Ural ao lago Baikal – o mais profundo do planeta, localizado no sul da Sibéria – da Europa à Ásia, os vagões fora de moda repintados nas cores da Rússia pós-comunista oferecem um passeio ferroviário excepcional. No século XXI, essa linha de trem – cuja construção exigiu que florestas inteiras fossem abatidas, rios desviados, milhares de quilômetros de trilhos instalados e centenas de pontes construídas – ainda surpreende pelo gigantismo. Antes da ferrovia, para atravessar a Sibéria, utilizava-se o trakt, uma estrada de cascalho, mantida sob os cuidados de presidiários ou de mujiques, os exilados voluntários, para que os negociantes, militares e adversários banidos – tais como os dezembristas, os primeiros a se revoltar, em 1825, contra o regime czarista – não tivessem os ossos deslocados nas carroças ou trenós, a cada quilômetro.

Os pioneiros Quando se iniciaram as obras, em 1890, Anton Tchekhov, viajando pelo trakt com destino à Ilha Sacalina, escreveu: “Eis-me em Ecaterimburgo (onde, em 1918, foram executados o czar Nicolau II e sua família), eu tenho o pé direito na Europa e o esquerdo na Ásia”. Se viajasse na década seguinte, poderia ter chegado de trem. Foi o tempo gasto para a instalação de 10 mil quilômetros de trilhos. Engenheiros e operários pagaram caro para construir esse colosso em tão pouco tempo.

Tudo começou em 1867, depois que o Império Russo, em dificuldades financeiras por conta da Guerra da Crimeia (1853-1856), vendeu o Alasca para os EUA. O governo russo percebeu, que a Sibéria, terra selvagem e de exílio onde somente os negociantes de pele faziam fortuna, dispunha de riquezas ainda não exploradas, entre elas as enormes jazidas de ouro. Como transportá-las, se não fosse por ferrovia? Assim, nasceu a ideia da Transiberiana. Desde que o projeto da ferrovia se tornou conhecido, as sugestões se multiplicaram – algumas delirantes, como a de comboios puxados por cavalos, na falta de carvão para alimentar as locomotivas a vapor...

Iniciativa militar As autoridades czaristas compreenderam rapidamente a importância econômica e estratégica de um trem que ligasse Moscou a Vladivostok, a jovem cidade construída em frente ao Japão, rival histórico da Rússia. Após o conflito franco-prussiano de 1870, a diplomacia russa percebeu que, no caso de guerra com os japoneses, a ferrovia seria um meio eficaz para transportar as tropas – o que foi confirmado em 1904. Pode-se dizer que a Transiberiana foi, a princípio, construída por militares e para militares.

Em 1875, a publicação do romance Michel Strogoff , de Júlio Verne, apresenta as terras desconhecidas da Sibéria Oriental ao grande público. O entusiasmo foi tamanho que, de forma inesperada, os chineses, invejosos da publicidade dada a essa região, interromperam as exportações de chá para a Rússia. Fosse boiardo ou mujique, ninguém ficou indiferente a essa medida: um dia inteiro sem chá era tão insuportável que, na Transiberiana do século XXI, continua-se a dar mais atenção à manutenção do samovar – um em cada carro – do que à do eixos...


Para o ministro das Finanças Serguei Witte, ardor e fé eram fundamentais para uma obra tão monumental. Retrato do Ministro das Finanças e membro do Conselho de Estado Sergei Yulyevich Witte, óleo sobre tela, Ilya Repin, 1903. Imagem: Galeria Tretyakov, Moscou.

Embora no final do século XIX, o trem existisse somente nos documentos do Comitê das linhas férreas, a colonização das terras aráveis siberianas se acelerou. As pressões sobre o czar Alexandre III se intensificaram. O barão Korf, governador da Sibéria Oriental, repete que, do lado de Vladivostok, a via férrea seria uma espécie de muralha contra toda e qualquer invasão chinesa ou japonesa. Seu filho, o czareviche Nicolau, reteve a lição. Num documento assinado de próprio punho e datado de 29 de março de 1891, ele sela o destino da Transiberiana – ignorando que, 27 anos mais tarde, ele faria, naquela ferrovia, sua última viagem.

Diante de um casebre de madeira, ele instalou em Vladivostok o primeiro trilho. Para Serguei de Witte, ministro das Finanças, tanto o ardor quanto a fé nessas obras tornaram-se uma necessidade. As responsabilidades eram enormes: definir um traçado, achar materiais, recrutar os operários, que precisariam ser alimentados e alojados e ainda trabalhariam em condições climáticas extremas. Primeira decisão: a construção deveria ocorrer, simultaneamente, em três grandes áreas. Uma dificuldade maior surgiu: a travessia do lago Baikal.

A Sibéria não dispunha de estaleiros navais. Os comboios atravessavam essa extensão de água, verdadeiro mar interior, numa barca construída na Inglaterra e enviada em peças isoladas pelos trechos da linha já finalizados. De vocação militar, no início, a ferrovia devia ser protegida. Daí, a ideia de expandir em 11 centímetros a largura dos trilhos, fixada na Europa e na Ásia a 1,52 metro.

Os construtores foram declarados “heróis da pátria”, uma homenagem modesta para quem sofreu tanto. Após um dia inteiro cavando, atulhando, instalando vigas e trilhos, os trabalhadores eram transportados em carroças pelo trakt, de volta aos casebres de madeira mofada dispostos por seções de 5 km, distância que eles deveriam percorrer em caso de neve, vento ou calor escaldante, e sob o ataque constante de mosquitos. O abastecimento de provisões, água potável – e vodca – era problemático. Fossem engenheiros ou operários, esses homens famintos podiam se transformar em animais selvagens, capazes de estrangular um camarada por uma simples migalha de pão.

Milhares ficaram cegos Algumas estelas ao longo do caminho lembram aos passageiros que ali ocorreram mortes, muitas mortes. O ministro Witte escreveu um relatório destinado ao czar, que se solidarizou, ordenando somente a substituição dos defuntos por novas levas de trabalhadores – ninguém na capital procurou criar um serviço de saúde. Entre as vítimas figuram milhares de operários que ficaram cegos por causa de picadas de insetos.

Após a morte de Alexandre III, em 1894, boiardos e mujiques imploraram para que Nicolau II interrompesse as obras. O Transiberiana talvez nunca tivesse sido concluída não fosse a contribuição do rico industrial belga Georges Nagelmackers. Inventor dos vagões-leito, sob a sigla Pullman, ele sugere a Witte o lançamento de um trem “confortável” e chega a oferecer de presente um vagão-igreja. As obras, não mais sob tutela militar, continuam. Gustav Eiffel, o pai da torre, sempre à procura de um bom negócio, propõe o fornecimento de todo o percurso de vigotas metálicas.

Meretrizes de toda a Europa Quilômetro após quilômetro, o trilho avançava pela floresta boreal. Witte tem, então, uma revelação: o que falta aos homens? Mulheres! Por meio de pequenos anúncios, prostitutas, bem pagas, são trazidas de toda a Europa – e não da perversa Ásia! O czar concorda. Quantos siberianos são descendentes de meretrizes das calçadas de Paris!


Estação de Krasnoyarsk, na Rússia, em agosto de 2006. Imagem: História Viva.

Considerando que os industriais seriam os principais beneficiários do trem, Nagelmackers recorre aos mais afortunados. Sem resultado. Ele sopra, então, a Witte uma ideia, banal hoje em dia, mas original em 1898: uma viagem para a imprensa, de Moscou a Tomsk. Três carros com dois leitos, um vagão-salão com piano, uma cozinha delicada preparada por Auguste Escoffier. Oriundo da Côte d’Azur, esse chefe fez as delícias dos ricos russos, para os quais a Riviera é a antecâmara do paraíso. Todos aprovam a ideia, com exceção do czar: ele não queria que os estrangeiros tomassem conhecimento das terríveis condições de trabalho nas obras. A solução foi dar folga para todos os trabalhadores de 5 a 25 de agosto, durante toda a viagem, que se faz ao longo de 3 500 km. Os relatos dessa “fabulosa Sibéria” transbordavam de entusiasmo – mas nenhuma palavra sobre os deportados. O luxo oferecido justificava uma tal dissimulação?

O czar, entretanto, se voltou contra Witte por causa de gastos não justificados; o ministro das Finanças invocou epidemias, chuvas, rebeliões rapidamente reprimidas dos aldeões incompetentes empregados à força... E manteve seu cargo. Em 1903, a Transiberiana foi concluída. A partir do ano seguinte, ela provou sua utilidade. Quando, na noite de 9 de fevereiro, uma armada japonesa atracou em Port-Arthur, o czar, humilhado, gritou: “Que as tropas sejam enviadas pela ferrovia!”. Sim, mas... Sem dúvida instalados muito rapidamente, os trilhos entre Khabarovsk e Vladivostok apresentam vários defeitos. E o que tinha que acontecer, aconteceu: perto de Tchita, o trem descarrilou numa floresta, uma zona pouco povoada onde faltam provisões e água doce. Alguns militares morrem, outros perdem a razão ou fogem para a estepe – uma vasta escolha de presas para os ursos, tigres e lobos.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Escopolamina: A Droga que cria "Zumbis".




Datura suaveolens L, mais conhecida como "Copo de Leite". Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

Escopolamina, é uma droga usada por criminosos. Escopolamina é uma substância com efeitos nocivos ao nosso organismo. Suprime a vontade e não perder a memória do que aconteceu durante o seu efeito. A coisa é terrível, um pouquinho de pó provoca um dos seguintes efeitos na vítima:

A- Morte.

B- Perda total do livre-arbítrio. Criminosos normalmente tentam obter este último efeito, pois isso permite que eles deem ordens às suas vítimas e mandem elas esvaziar as contas de banco, dar o carro pros ladrões, fazer sexo com eles, basicamente qualquer coisa que o criminoso mande.

Daí saiu à reputação da escopolamina como a "droga do zumbi", pois as vítimas parecem estar completamente sóbrias e racionais, quando na verdade parecem autômatos.

Dados técnicos

Escopolamina: Esta é uma droga incolor, inodora e isípida. Ela é conhecida como hyoscina e é classificada como um Alcalóide tropano. Esta droga também pode ser obtida a partir de plantas da Família das Solanaceas (nightshade). A maior parte da escopolamina vem da erva de Nome científico: Datura suaveolens L; cujo nome popular é trombeta, trombeta de anjo, trombeteira, cartucheira, zabumba. (também conhecido como lírio, copo de leite, sete saias) A atropina é um alcaloide, encontrado na planta Atropa belladonna (beladona) e outras de sua família, que interfere na ação da acetilcolina no organismo. Ela é um antagonista muscarínico que age nas terminações nervosas parassimpáticas inibido-as.

A Atropa belladona (ou erva-moura mortal) fornece principalmente o alcaloide Atropina (dl-hiosciamina). O mesmo alcaloide é encontrado na Datura stramonium, conhecida como estramônio ou figueira-do-inferno, pilrito, ou ainda maçã-do-diabo. As plantas que dão origem a droga são muitas, e muito disponíveis, o que torna o uso generalizado, e extremamente perigoso. Trata – se, surpreendentemente, de uma das substâncias mais temidas no país que é considerado uma das maiores capitais exportadoras das drogas no mundo, a Colômbia.


Atropa belladonna, também conhecida como "Erva moura mortal". Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

Somente na Colômbia, existem 50.000 casos notificados de intoxicação por Escopolamina, embora raramente quem surge notificando um caso dessa intoxicação recebe tratamento adequado. A droga é usada principalmente por criminosos quase como uma forma de tornar suas vítimas totalmente dóceis e indefesas. Desse modo os ladrões podem esvaziar as contas e as casas das vítimas antes que elas se recuperem obnubilação da consciência. Além disso, as mulheres têm sido drogadas repetidamente e mantidas como escravas sexuais. Não raro, a droga é usada para fazer com que mulheres sejam convencidas a desistir voluntariamente dos seus próprios filhos, que são revendidos no mercado negro de escravos, adoção e se bobear, venda de órgaos.

Os mais terríveis efeitos secundários do princípio ativo não é a capacidade de criar zumbis, mas a completa amnésia, provoca em quem usa. É basicamente o “boa noite cinderela”, mas super-potente.

O bizarro

"BOGOTA, Colombia (Reuters) – A última coisa que Andrea Fernandez recorda antes de ser drogada é estar segurando seu bebê recém-nascido no colo em um ônibus. A polícia há encontrou três dias depois, mutilando a si mesma e perambulando com os seios à mostra no acostamento de uma movimentada estrada. Seu rosto apresentava marcas de violência e seu filho havia sumido. A polícia suspeita que ela tenha sido violentada. Andrea Fernandez, mãe de três filhos, se tornou submissa suficiente para perder o seu filho mais novo."


A escopolamina obtida das plantas após ter isolado seu principio ativo. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

A escopolamina pode ser administrada facilmente em uma vítima através da bebida ou comida. O pó também pode ser simplesmente soprado para as vítimas num sentido geral. O resultado deste tipo de intoxicação é a zumbificação ou se for em excesso, a morte imediata. Têm sido reportados casos de mulheres colocando escopolamina sobre seus seios e, em seguida, seduzindo caminhoneiros, motoristas e homens em geral a lamber seus mamilos. E assim, mais um zumbi se forma.

História e Curiosidades

A Escopolamina foi usada como defensivo agrícola nas plantações de Coca. Isto porque a fórmula química da cocaína, C17H21NO4, é idêntica à da Escopolamina. Ambas têm a mesma fórmula, mas como são feitas com estruturas moleculares diferentes, causam diferentes efeitos sobre o cérebro humano.

Em 1963 o Supremo Tribunal julgou no caso de Townsend vs Sain, que o “soro de induzir a confissão” foi uma forma de tortura e, portanto, inconstitucional. A decisão foi baseada nas confissões de Townsend, cujas admissões de culpa foram feitos sob a influência da Escopolamina.

domingo, 19 de maio de 2013

10 fatos sobre Nassau e o Brasil Holandês.


Holandeses no nordeste brasileiro durante o século XVII. Imagem: Aventuras na História.

A passagem dos holandeses pelo Brasil  e a administração do conde Maurício de Nassau no nordeste brasileiro, no século XVII, estão entre os fatos mais supreendentes de nossa história. Nesta postagem, vamos conhecer 10 fatos sobre Maurício de Nassau e o Brasil Holandês">.

1-Em 14 de fevereiro de 1630, os holandeses (também chamados de flamengos), aportaram no nordeste brasileiro com uma armada de 67 velas. Desembarcaram em Pau Amarelo, litoral norte de Pernambuco, e tomaram a direção de Olinda. Por fim, estabeleceram-se no povoado do Recife.

2-Com a ajuda de Domingos Fernandes Calabar, luso-brasileiro conhecedor dos rios pernambucanos, os holandeses dominaram parte do nordeste do Brasil, da foz do Rio São Francisco até o Rio Grande. De lá, partiram para a conquista do Maranhão,  que só foi conquistado em 1641.

3-Em Pernambuco, os holandeses ficaram por 24 anos. Nesse período, Recife seria conhecida como Nova Holanda. Para governá-la, a Companhia das Índias Ocidentais enviou para o Brasil o conde Maurício de Nassau. Ao desembarcar em 1637, ele daria início à chamada “idade de ouro” do Brasil holandês.

4-Para governar a Nova Holanda, Maurício de Nassau receberia 1,5 mil florins mensais, além de seu salário como coronel do Exército, mais uma ajuda de 6 mil florins para despesas pessoais. Além disso, ele tinha o direito a 2% sobre tudo o que fosse apreendido no litoral do Brasil.

5-Junto a Nassau vieram, ao todo, uma comitiva com 46 artistas, cronistas, naturalistas e arquitetos, que o acompanhou em sua viagem ao Brasil. Eles seriam responsáveis pela documentação não só das obras do governo, mas da sociedade recifense da época.

Maurício de Nassau. Imagem: Aventuras na História: http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/
6-Quando chegou no Recife, em 1637, Nassau encontrou uma população de cerca de 7 mil pessoas obrigada a conviver nas piores condições de higiene e conforto. Para enfrentar a falta de habitações, iniciou a construção, na Ilha de Antônio Vaz, do que veio a ser chamada de Cidade Maurícia.

7-Durante a sua administração, Recife tornou-se a cidade mais cosmopolita do continente. Holandeses, franceses, alemães, poloneses que integravam os quadros da Companhia das Índias viajavam para lá. A forte prostituição fez a cidade passar por um terrível surto de sífilis, doença de cidade grande.
8-Apesar das mudanças efetuadas por Nassau, a colônia não dava os lucros desejados pelo governo holandês. Por este motivo, em maio de 1643, o governo holandês mandou que Nassau abandonasse a administração e retornasse para a Holanda. Porém, ele demorou quase um ano para obedecer.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Contragolpe cristão dentro do Terceiro Reich: bispo franciscano Alois Hudal e a trama do Vaticano para dividir o movimento nazista, infundindo a caridade cristã.



Um exemplar de Fundamentos do nacional-socialismo, de Alois Hudal, entregue a Hitler em novembro de 1936 como parte de uma conspiração pra dividir o movimento nazista. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

Em 1936 o bispo Católico Alois Hudal, com então 49 anos escreveu o livro Fundamentos do nacional-socialismo.  A primeira vista poderia parecer mais um livro dentre tantos que apoiavam e instruíam os cidadãos dentro das políticas do nacional-socialismo. O livro era apresentado com uma capa marrom estridente que lembra os uniformes das Tropas de Assalto, com seu título e autor escritos em um tom dourado atenuado em uma capa de linho. A principio parece um tratado conspiratório, assim como a fotografia brilhante em página inteira de seu autor, mal parece a imagem do artífice de uma trama do Vaticano para dividir o movimento nazista de dentro, purificá-lo das toxinas antissemitas, infundi-lo de caridade cristã e despertar em seus seguidores o catolicismo romano latente que os conspiradores tinham certeza de que jazia dormente dentro de suas almas.

O herege livro “O Mito do Século XX”.

Um plano que parecia tão ingênuo quanto ambicioso, mas por algumas horas em novembro de 1936, quando Hitler recebeu o livro, aquele plano pareceu cambalear à beira do sucesso, uma conspiração de um homem só (bispo franciscano Alois Hudal) iniciado dois anos e meio antes, na tarde de 7 de fevereiro de 1934, por um estudioso do Antigo Testamento.


Exemplar do livro O Mito do século XX de Alfred Rosenberg. Hitler certa vez descreveu o livro como algo impenetrável. Esta edição de 1940 contém o Ex-Libris de Hitler, mas não mostra sinais de ter sido lida. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

Naquela tarde especial de 1934, Hitler recebeu o cardeal Karl Joseph Schulte, , bispo de Colônia, em seu escritório na Chancelaria do Reich. O cardeal viera a Berlim para expressar sua preocupação com a agitação anticristã crescente entre os nazistas locais e, em particular, com a recente nomeação de Alfred Rosenberg como o “Ideólogo principal.” de Hitler, responsável pelo bem-estar “espiritual” do povo alemão. Agora o cardeal Karl Joseph Schulte vinha levantando a questão com o próprio Hitler. Este foi lembrado de que Shulte era responsável pelo bem-estar espiritual de 7 milhões de católicos, que inicialmente apoiaram a tomada do poder pelos nazistas e o acordo firmado com o Vaticano. Schulte disse que havia observado um aumento preocupante da retórica anticristã e anticlerical entre os líderes nazistas, tendências agravadas ainda mais pela nomeação de Rosenberg como “representante” do ensino “ideológico e espiritual”. Não apenas monitoramento do ensino Religioso violava os termos do acordo com o Vaticano, como Rosenberg era um conhecido militante crítico da Igreja, fato que ficava bem claro em seu livro o Mito do século XX.

Rosenberg estava entre os nazistas anticristãos mais militantes, seu livro O mito do século XX constituindo um compêndio de heresias, incluindo a defesa da poligamia, a esterilização forçada e a propagação do “quinto Evangelho”, que revelaria a verdadeira natureza de Jesus Cristo. De acordo com aquele “Evangelho perdido”, Jesus era revoltado contra seu próprio povo, era um profeta irado propenso a destruição. Em seu livro Rosenberg alegou que “São Pedro, agindo como um agente judeu, mudou seu nome para de Saulo para Paulo e ocultou o quinto Evangelho como meio de escravizar os povos da Europa” (A mais pura paranoia antissemita).

Rosenberg falou de uma ética cristã “judaizada” e imaginou o surgimento de uma nova religião. Com símbolos de culto voltados a soldados tombados em batalha, como símbolos do mito eterno do sangue e vontade, deram a vida pela honra do nome alemão.

E novembro de 1933, o Vaticano havia feito um protesto formal contra a inclusão do Mito de Rosenberg nos currículos escolares, mas em vão. Em janeiro o ministro da Educação prussiano incluiu o livro numa lista de títulos “recomendados” a bibliotecas escolares. Os bispos fizeram soar o alarme.

“Recentemente, soube que o livro O mito do século XX deveria ser incluído nas bibliotecas escolares das escolas de nível médio. Esse livro de Rosenberg não condiz com tal biblioteca no mínimo caberia no Index [o Index Librorum Probitorum do Vaticano, a famosa lista de livros proibidos].”

Cardeal Karl Joseph Schulte

À menção do livro de Rosenberg fez Hitler interromper Shulte.

“Não quero aquele livro, Rosenberg sabe disso! Eu mesmo lhe disse que não quero nenhuma relação com aquelas coisas pagã”.
Adolf Hitler

O cardeal Schulte respondeu que Hitler não podia mais falar assim sobre Rosenberg e seu livro, Herr chanceler do Reich, porque, há poucos dias o senhor nomeou oficialmente esse mesmo Herr Rosenberg como instrutor ideológico do Partido Nazista e, portanto como instrutor de grande parte do povo alemão e portanto quer goste ou não o senhor será identificado com Herr Rosenberg! Hitler respondeu que se identificava com Herr Rosenberg, mas com o autor do livro O Mito. Hitler Repetiu que sua convicção de que sua convicção de nomear Rosenberg nada tinha a ver com seu livro o Mito. O livro repetiu Hitler era assunto particular. E destacou que se alguém devia ser responsabilizado pelo livro, era a Igreja Católica, pois foram os bispos que tornaram o livro de Rosenberg tão conhecido. Sem eles, ninguém ele teria dado a menor atenção. Quando Schulte disse que Hitler estava “distorcendo” os fatos, este mudou de assunto. O encontro chegou a um final nervoso.
O Contragolpe Cristão com o livro “Fundamentos do Nacional-socialismo”.

            Em 1933, Hitler foi nomeado por Paul Von Hindenburg com o 16º chanceler da República de Weimar. Na noite de 30 de junho de 1934, numa operação conhecida como “Noite dos Longos Punhais”, Hitler mandou eliminar líderes do Partido Nazista que discordavam de suas opiniões, muitos foram presos e executados. Hitler agora detinha a autoridade absoluta, e a natureza implacável do seu regime era evidente a todos.

            Mas enquanto Hitler eliminava a dissidência em seu país e no próprio partido, a trama do bispo católico Alois Hudal para solapar a movimento nazista já estava em andamento. Na mesma tarde em que Hitler discutiu com o cardeal Schulte sobre o livro o Mito de Rosenberg, uma assembleia de cardeais conhecida como Santo Ofício se reunia em Roma para tomar uma decisão que pôs em marcha os projetos ambiciosos do bispo Hudal.

          Nas negociações com o Partido Nazista que culminaram no acordo da primavera e verão de 1933, o bispo Hudal havia identificado duas facções dentro do movimento nazista: os “conservadores” como Goering e Goebbels, preocupados principalmente com o poder político, e os “radicais” do partido, como Rosenberg, que promoviam uma ideologia ariana fanática e estranha. Completando a inclusão do livro o Mito de Rosenberg no Index, o bispo Hudal recomendou uma campanha de relações públicas para expor essas divisões e forçar Hitler a tomar partido.

            Para o bispo Hudal, a expectativa pública poderia obrigar Hitler e Von Papen a se distanciarem dos radicais e adotar plenamente os termos do acordo como parte de seu “dever com a felicidade” do povo alemão. Desse modo disse o bispo Hudal, a posição do Vaticano e de todos os jornais católicos possíveis no exterior deve ser a exigência idêntica no espírito idêntico: Von Papen e Hitler, Hitler e Von Papen! Só assim segundo Hudal um clima potencialmente benéfico pode ser criado.

            Segundo o bispo Hudal, uma vez que o movimento nazista tivesse sido polarizado, os “radicais” apartados na extrema esquerda e os “conservadores” atraídos para a ala cristã, Hudal pretendia propor um projeto teológico combinado à crença católica romana com a doutrina nacional-socialista. Hudal via grande potencial nisso.

            Se os nazistas pudessem ser persuadidos a abandonar o “antissemitismo” a favor do “antijudaismo”, ou seja, incomodar-se com a comunidade religiosa, em vez da racial, o bispo Hudal acreditava que os alemães pudessem criar uma forma catequizada de fascismo que representaria a força política e social mais poderosa da Europa: a disseminação do bolchevismo. Hudal se referiu a certa “Wermacht do espírito” e notou que o ministro do Exterior soviético, Viatcheslav Mólotov, declarara que a maior ameaça ao comunismo seria a fusão do fascismo com o catolicismo romano.

            Quando o bispo Hudal delineou sua estratégia durante uma audiência privada com Pio XI, o papa ouviu pacientemente e depois disse ao bispo austríaco que este julgara mal Hitler e seu movimento ao achar que o nacional-socialismo representava um sistema de crenças.

“Ai você cometeu seu primeiro erro bispo Hudal. Você não pode falar de nada espiritual nesse movimento. É um materialismo total.”
Papa Pio XI

Para o Papa Pio XI, não havia desejo por parte dos nazistas de entrar em acordo com o cristianismo, e nunca haveria. O movimento envia táticas e poder, não fé ou crença. No final da audiência, Pio XI informou Hudal que não acreditava na “possibilidade de uma compreensão” entre nazistas e católicos, mas desejava a Hudal “boa sorte” em sua iniciativa. Hudal ignorou o conselho papal, pois acreditava que existia dentro de Hitler ainda aquele menino que um dia recebeu lições de canto no coro paroquial de Lambach e que via na posição de pároco de aldeia o ideal de vida e que deseja no mais  a situação de abade uma grande aspiração (Estas palavras o bispo Hudal extraiu lendo Mein Kampf).