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domingo, 15 de abril de 2018

A persistência da memória




O tempo se acabou
O tempo se foi
Numa piscada de olhos
Ele já se terminou

Um tempo perdido
Um tempo desperdiçado
Um relógio quebrado
O tempo parado

Vida tão frágil
Tão pequena
Tão pouco vivida
E já acabada

Quando viu a vida já se foi
O relógio parou.

Autora: Isabel Cristina

quinta-feira, 12 de abril de 2018

O livro dos Gigantes




Há mais de 60 anos, escavações nas cavernas Qumran revelaram quase mil pergaminhos antigos que mostraram passagens interessantes do passado humano.  Os arqueólogos ficaram confusos ao encontrar textos anômalos, entre estes um pergaminho que oferece pistas a respeito do que teria acontecido com os nefilins.  O pergaminho é chamado de O Livro dos Gigantes.

A Bíblia faz várias referência aos nefilins e a maioria delas pode ser encontrada no livro de Gênesis.  Grande parte da informação pertinente a esses gigantes do passado vêm de Livro de Enoque apócrifo.

O antigo trabalho religioso judeu é atribuído ao bisavô de Noé, embora alguns estudiosos datam partes dele para aproximadamente 300 A.C.

Enoque é, no mínimo, um personagem intrigante. O livro do Gênesis nos conta que ele viveu na Terra por 365 anos, antes de ser levado por Deus: “Ele caminhou com Deus e desapareceu; porque Deus o levou”.

Durante seu tempo aqui, nosso planeta também era habitado por “anjos” que interagiam livremente com humanos, e finalmente tendo relações sexuais com as “filhas do homem” e dando o nascimento à uma raça de híbridos gigantes muito fortes, chamados de nefilim.

A origem da palavra “nefilim” não é completamente compreendida, mas os estudiosos propuseram várias etimologias: “os caídos”, “apóstatas”, ou “aqueles que causam com que os outros caiam”.  Irrelevantemente de seu nome, os nefilins sempre têm sido sinônimo de gigantes.

O Livro de Gigantes encontrado nas cavernas Qumran oferecem uma perspectiva que é diferente daquela encontrada no Livro de Enoque.

Embora incompletos, os fragmentos de pergaminhos pintam uma figura terrível: os nefilins ficaram cientes que, como resultado de suas maneiras violentas e depravadas, encaravam uma destruição iminente – e isso os assustou o suficiente para pedir a Enoque que falasse em seu favor na frente de Deus.

O texto inicia detalhando como os nefilins atormentavam a Terra e todos que viviam nela.  Mas uma vez que todos começaram a receber sonhos proféticos de maldição, o medo invadiu seus corações.  O primeiro deles a ter estes sonhos foi Mahway, o filho titã do anjo Barakel.  Em seu sonho ele viu um tablete sendo submergido na água.  Quando o tablete emergiu, todos os nomes, exceto três, tinham sido lavados e apagados.  Isto simboliza o Dilúvio e a subsequente destruição de todos, exceto os filhos de Noé.

Na época, este fato não tinha se tornado óbvio para os nefilins, assim eles debateram o significado do sonho de Mahway, mas não obtiveram sucesso na interpretação dos sinais.

Logo após, mais dois gigantes, Ohya e Hahya, filhos do anjo caído Shemyaza, começam a ter sonhos similares; eles sonhavam com uma árvore sendo arrancada, exceto por três de suas raízes.
Após, o resto do grupo de gigantes começou a ter sonhos apocalípticos:

“Logo após, dois deles tiveram sonhos e o sono de seus olhos os escapou, e eles acordaram… …, e disseram numa assembléia de monstros… No meu sonho eu estava vigiando nesta mesma noite [e havia um jardim…] jardins e eles estavam regando […duzentas árvores e] grandes brotos saíram de suas raízes […] toda a água, e o fogo queimou todo [o jardim…]  Eles encontraram os gigantes para contá-los sobre o sonho…”

Os gigantes agora perceberam a natureza profética de seus sonhos e procuraram a ajuda de Enoque.  Infelizmente, Enoque já tinha desaparecido da face da Terra, assim os nefilins elegeram um de seus membros para ir na jornada cósmica ao seu encontro.

“[Mahway] montou no ar com ventos fortes, e voou com suas mãos, como águias [… ele deixou para trás] o mundo habitado e passou sobre a Desolação, o grande deserto […] e Enoch o viu e o saudou, e Mahway disse a ele […] aqui e lá uma segunda vez para Mahway […] Os gigantes esperam suas palavras, e todos os monstros da Terra.  Se […] foi carregada […] dos dias de […] seu […] e eles seriam adicionados […] saberíamos de seu significado […] duzentas árvores que do céu caíram…”

Infelizmente, partes dos pergaminhos foram danificados, mas a direção geral do texto é óbvia. Um dos nefilins viajou para fora da Terra à procura de Enoque e seus poderes de interpretação de visões.

O Livro de Jasher, o justo.



O Livro de Jasher é um apócrifo que relata de forma paralela ao Pentateuco (cinco primeiros livros da Bíblia), os eventos ocorridos entre a criação do homem e os dias de Josué. Pode ser facilmente encontrado na Internet para download ou ser adquirido impresso na língua inglesa no site Amazon.com.

Em termos cronológicos, Jasher é um escrito posterior ao Êxodo, conforme relata ele próprio em seu capítulo 73 (Jasher 73:28-29): “E Balaão, o mágico, quando viu que a cidade fora tomada, abriu o portão, e ele e seus dois filhos, e oito irmãos, fugiram e retornaram ao Egito, a Faraó, rei do Egito. Estes são os feiticeiros e mágicos que são mencionados no Livro da Lei, que ficaram contra Moisés quando o Senhor trouxe as pragas ao Egito”. O Livro da Lei, neste caso, se refere ao Êxodo, onde se relatam os dez mandamentos.

Jasher é mencionado diretamente duas vezes no Antigo Testamento, a saber, em Js 10:13: “E o sol se deteve, e a lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. Isto não está escrito no livro de Jasher? O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro”; Em 2 Sm 1:18: “Dizendo ele que ensinassem aos filhos de Judá o uso do arco. Eis que está escrito no livro de Jasher”.

Há também ao menos uma referência não direta ao mesmo livro no Novo Testamento, em II Tm 3:8 que relata: “como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé”. Estes personagens não são mencionados em nenhuma passagem do Antigo Testamento, mas eram conhecidos de Paulo, que tinha, portanto, tido acesso ao Livro de Jasher, onde o assunto é detalhado no seu capítulo 79.

É bom que se mencione que Jasher merece o título de apócrifo, pois há nele, inúmeros textos que claramente indicam sua falta de inspiração, uma vez que reporta usos e costumes contrários à lei de Moisés, quando relata casos de necromancia, feitiçaria, lendas, controle sobre a mente de demônios, entre outros.

Em termos cronológicos, no entanto, quando sincronizado com os eventos datados na Bíblia, Jasher é absolutamente correto e desta forma, pedimos ao leitor licença para utilizá-lo, certo de que entenderá que não tentamos utilizar de forma tendenciosa qualquer informação nele contida, mas sim, aproveitar as informações valiosas nele contidas.

Há relatos bíblicos, por exemplo, em Gênesis, que não se encontram em Jasher e vice-versa. Quanto aos relatos coincidentes, as datas são absolutamente as mesmas. Jasher parece uma redação baseada nos escritos do Pentateuco, acrescida de relatos que possivelmente vieram da cultura oral dos hebreus, que como em qualquer outra cultura, faz agregar à história, as crendices e exageros naturais do folclore.

Não deve por isto ser desprezado, pois acaba por esclarecer ou ao menos lançar luzes sobre certos fatos pouco detalhados na Bíblia, fatos estes, que se por sua vez não forem o retrato da verdade, são no mínimo uma boa sugestão sobre o que pode realmente ter acontecido. Exemplo: Sara, depois do nascimento de Isaque pede que Abraão se livre de Agar e Ismael, no que Abraão lhe ouve, conforme relato de Gn 21.

Em Gênesis, tal relato nos dá a impressão de ser uma atitude de uma mulher ciumenta e de pouca paciência, mas Jasher esclarece o fato mostrando que Ismael tencionava matar Isaque, fato que foi presenciado por Sara, que não teve outra alternativa senão fazer o que fez.

Outro exemplo trata de um acontecimento ocorrido quando Moisés retornava ao Egito a fim de libertar o povo, conforme Gn 4:24-26: “E aconteceu no caminho, numa estalagem, que o Senhor o encontrou, e o quis matar. Então Zípora tomou uma pedra aguda, e circuncidou o prepúcio de seu filho, e lançou-o a seus pés, e disse: Certamente me és um esposo sanguinário. E desviou-se dele. Então ela disse: Esposo sanguinário, por causa da circuncisão”.

Mapa Mundi de Urbano Monte




Passados mais de 400 anos, o mapa-múndi desenhado por Urbano Monte está finalmente completo. Especialistas da Universidade de Stanford, nos EUA, reconstruíram pela primeira vez o gigantesco mapa de 60 páginas.

Urbano Monte, um cartógrafo italiano, desenhou um mapa-múndi em 1587. Mas ele era uma mapa mundial singular, já que o cartógrafo desenhou em mais de 60 páginas o mundo como era conhecido no século XVI.

Na época, o mapa era uma representação fiel do planeta Terra. Para além de estar detalhado nas 60 folhas, elas incluíam também indicações para juntar o mapa, como se fosse um quebra-cabeça, de forma a obter uma peça por inteiro.

Passados 400 anos, especialistas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, seguiram as indicações e, pela primeira vez, juntaram as peças, resultando em um mapa de três metros quadrados.

David Rumsey, colecionador de mapas históricos que trabalha em Stanford, disse ao jornal espanhol El País que o mapa é enorme e “tem informação sobre eclipses, direção dos ventos ou duração dos dias nas diferentes zonas do mundo”.

Além de ser “artisticamente grande”, nas palavras do colecionador, o mapa-múndi é ainda bastante detalhado e está desenhado a partir do Polo Norte – sendo o Ártico o centro do mapa.

A equipe da Coleção de Mapas Históricos David Rumsey digitalizou todas as páginas e as disponibilizou online e compartilhou também imagens do mapa enquanto globo, tal como Urbano Monte o tinha imaginado. As instruções do mapa-múndi aconselhavam, inclusivamente, a juntar as 60 páginas em torno de uma bola de madeira.

O mapa gigantesco do século XVI está repleto de monstros e criaturas imaginárias e Rumsey explica que os cartógrafos desenhavam estas figuras que não existiam – como sereias e dragões – para ocupar os espaços vazios das obras.

terça-feira, 3 de abril de 2018

História da Psicopatia




A evolução dos conceitos relacionados com a Personalidade Psicopática decorreu durante mais de um século, sendo que actualmente prevalece a ideia de que a psicopatia tem uma origem bio-psico-social. Esses conceitos (Psicopata, Personalidade Psicopática e, mais recentemente,  Sociopata) têm vindo a interessar a psiquiatria, a justiça, a antropologia, a sociologia e a filosofia desde a antiguidade. Evidentemente que essa preocupação contínua e perene se verifica porque sempre existiram personalidades anormais como parte da população geral, sendo os psicopatas, indivíduos que se separam do grosso da população em termos de comportamento, conduta moral e ética.
Eis alguns exemplos de autores e respectivas teorias que contribuíram preponderantemente para a construção do conceito de Psicopatia ao longo da História.

Cardamo

Uma das primeiras descrições registadas pela medicina sobre algum comportamento que pudesse ser relacionado com Personalidade Psicopática foi a de Girolano Cardamo (1501-1596), professor de medicina da Universidade de Pavia.
O filho de Cardamo foi decapitado por ter envenenado sua mulher (mãe do réu) com raízes venenosas. Neste relato, Cardamo fala em "improbidade", quadro que não alcançava a insanidade total porque as pessoas que disso padeciam mantinham a aptidão para dirigir sua vontade.
Pablo Zacchia (1584-1654), considerado por alguns como fundador da Psiquiatria Médico Legal, descreve, em "Questões Médico Legais", as mais notáveis concepções que logo dariam significação às "psicopatias" e aos "transtornos de personalidade".

Pinel

Em 1801, Philippe Pinel publica um Tratado médico filosófico sobre a alienação mental onde fala de pessoas que têm todas as características da mania, mas que carecem do delírio. Pinel chamava de mania aos estados de furor persistentes e comportamento florido, distinto do conceito actual de mania.

 Prichard

File:James Cowles Prichard.jpgJames Cowles Prichard (1786-1848), tal como Pinel, lutava contra a ideia do filósofo Locke, que afirmava não poder existir mania sem delírio, ou seja, mania sem prejuízo do intelecto. Portanto, nessa época, os juízes não declaravam insanos nenhuma pessoa que não tivesse um comprometimento intelectual manifesto (normalmente através do delírio). Pinel e Pricharde tratavam de impor o conceito, segundo o qual, existiam insanidades sem comprometimento intelectual, mas possivelmente com prejuízo afectivo e volitivo (da vontade). Tal posição acabava por sugerir que essas três funções mentais, o intelecto, afectividade, e a vontade, poderiam adoecer independentemente.
Foi em 1835 que Prichard publica sua obra “Treatise on insanity and other disorders affecting the mind", que falava da Insanidade Moral. A partir dessa obra, o historiador G. Berrios (1993) discute o conceito da Insanidade Moral como o equivalente ao nosso actual conceito de psicopatia.

Morel

Morel, em 1857, parte da religião para elaborar a sua teoria da degeneração. O ser humano tinha sido criado segundo um tipo primitivo perfeito e, todo desvio desse tipo perfeito, seria uma degeneração. A essência do tipo primitivo e, portanto, da natureza humana, é a contínua supremacia ou dominação do moral sobre o físico. Para Morel, o corpo não é mais que "o instrumento da inteligência".
A doença mental inverteria esta hierarquia e converteria o humano “em besta”. Uma doença mental não é mais que a expressão sintomática das relações anormais que se estabelecem entre a inteligência e seu instrumento doente, o corpo.
A degeneração de um indivíduo se transmite e se agrava ao longo das gerações, até chegar à decadência completa (Bercherie, 1986). Alguns autores posteriores, como é o caso de Valentím Magnam, suprimiram o elemento religioso das ideias de Morel e acentuaram os aspectos neurobiológicos. Estes conceitos afirmavam a ideologia da hereditariedade e da predisposição em varias teorias sobre as doenças mentais.

Koch e Gross

O universo pode ser cíclico




Dizem que o Big Bang foi o princípio do Universo. Mas, segundo Roger Penrose, prestigiado físico da Universidade de Oxford, ele também foi o fim de um outro universo que existia antes deste. E, melhor, o britânico diz ter agora evidências concretas sobre esse ciclo cosmológico.

Trabalhando em parceria com o armênio Vahe Gurzadyan, da Universidade Estadual de Yerevan, ele há três anos analisa a série de dados do satélite WMAP. A sonda americana foi projetada para fazer um mapeamento universal da radiação cósmica de fundo -um "eco" do Big Bang gerado quando o Universo tinha menos de 400 mil anos de existência, detectado pelo satélite na forma de micro-ondas. Hoje, o cosmo tem 13,8 bilhões de anos.

Penrose e Gurzadyan vêm dizendo, desde 2010, que conseguiram detectar pequenas flutuações na radiação cósmica de fundo, na forma de círculos concêntricos.

Isso, segundo eles, seria resultado da colisão de buracos negros gigantes numa época que precedeu o Big Bang. Ou seja, seria implicação de que o Universo já existia, em outra forma, antes do período de expansão que conhecemos e observamos hoje.

Os cosmólogos constataram, com alguma surpresa, que os círculos apontados por Penrose e Gurzadyan estavam de fato lá, e haviam passado despercebidos até então. Entretanto, realizando simulações de como seria a radiação cósmica de fundo com base na cosmologia clássica -para a qual tudo começa no Big Bang-, constataram que os círculos também apareciam.

Ou seja, o fenômeno era real, mas a parte que dizia respeito a outro universo antes deste parecia ser apenas elucubração da dupla.
Penrose e Gurzadyan agora voltam à carga, com novas evidências. Em uma análise mais profunda dos círculos, publicada recentemente no "European Physical Journal Plus", eles concluem que o padrão observado se encaixa melhor na hipótese de um universo cíclico, com eventos que antecedem o Big Bang.

A dupla agora trabalha na análise de dados do satélite europeu Planck, que faz basicamente a mesma coisa realizada anos atrás pelo WMAP, mas com mais precisão. "Nosso trabalho está avançando", disse à Folha Gurzadian. "Contudo, pretendemos divulgar os resultados inicialmente para especialistas."

Os dois não se incomodam com a baixa receptividade da comunidade científica à ideia. "A hipótese da cosmologia cíclica é baseada numa geometria não convencional, então não é estranho as ideias precisem de mais tempo para serem mais bem acolhidas", diz Gurzadyan.

Ele e Penrose continuarão buscando confirmação da hipótese no estudo da radiação cósmica de fundo. Mais adiante, eles também esperam encontrar corroboração em fontes de mais difícil acesso, como a detecção de ondas gravitacionais emanadas do próprio Big Bang.

"Existe um certo consenso de que fases pré-Big Bang de fato deixariam marcas na radiação de ondas gravitacionais de fundo", confirma Odylio Aguiar, pesquisador do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que lidera o projeto do detector de ondas gravitacionais Schenberg, instalado na USP.

Infelizmente, nem o Schenberg, nem seus equivalentes internacionais conseguiram até agora detectar qualquer onda gravitacional, muito menos as emanadas pelo Big Bang. Os grupos seguem em busca desse objetivo.