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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

O processo civilizatório humano e o sujeito como indivíduo.


 Leandro Claudir


            O processo civilizatório humano iniciou-se na África, o berço do Homo sapiens sapiens e de onde o mesmo partiria para colonizar praticamente todo o planeta. Esse processo iniciou-se + /-- há 160.000 anos no Leste do continente africano. Essa grande jornada somente foi possível graças ao desenvolvimento de uma sofisticada interação social e expressão cultural que permitiu a troca de informação e a organização do grupo em beneficios de todos. O que podemos observar de marcante no processo da Jornada da Humanidade é a incrível capacidade adaptativa humana mesmo diante das mais extremas mudanças climáticas, escassez de recursos e alterações extremas do clima, como a que ocorreu há 74.000 anos com a erupção do vulcão Toba e qual resultou no extermínio da espécie humana.


            Quando olhamos com atenção para os cenários históricos que nossos ancestrais passaram para que chegasse-mos aqui como civilização tal qual somos vemos que não há limites para a VONTADE HUMANA, e algo que está arraigado a alma humana. Quando avançamos um pouco no tempo e chegamos a Antiguidade por volta de 4.000 a.C a 322 d.C observamos que havia uma preocupação em eliminar os sujeitos diferentes por meio de recursos técnicos, instrumentos e procedimentos.



            Fonseca (1989, p. 217) salienta que, "no passado, a sociedade desenvolveu quase sempre obstáculos à integração das pessoas deficientes. Receios, medos, superstições, frustrações, exclusões, separações, etc. preenchem lamentavelmente vários exemplos históricos que vão desde Esparta à Idade Média".


            Já o que normalmente ocorria com nossos primeiros ancestrais eram as catástrofes climáticas que como a já citada do vulcão Toba, na Ilha de Sumatra, causou um Era Glacial que durou 6.000 anos, eliminando quase que totalmente a espécie humana da face da terra, mas 10.000 indivíduos adaptáveis e mais resistentes as intemperes do período sobreviveram e prosperaram.

            Na atualidade vemos inúmeras leis que visam incluir pessoas com deficiências físicas na sociedade, isso ocorre por que ao longo do tempo, com o avanço tecnológico e humano, as pessoas com deficiências tem ganhado mais espaço na sociedade como cidadãos produtivos. Lemos:

No artigo 25 da Declaração dos Direitos Humanos, pode-se inferir uma menção à pessoa com deficiência:



1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida

capaz de assegurar a si e a sua família saúde

e bem estar, inclusive alimentação, vestuário,

habitação, cuidados médicos e os serviços

sociais indispensáveis, e direito à segurança

em caso de desemprego, doença, invalidez,

viuvez, velhice ou outros casos de perda dos

meios de subsistência fora de seu controle.



            Precisamos ressaltar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que 10% da população mundial tem algum tipo de deficiência, sendo que 3% destes não recebem nenhuma assistência médica. Algumas ONGs afirmam que esse número bem maior chegando a 20% da população apresenta necessidades especiais, e 12% dessas pessoas não recebem nenhuma atendimento por parte dos governos.

            Diante de tudo que lemos até agora resta uma pergunta se como vimos no vídeo todos pertencemos a mesma raça, por que tamanha falta de empatia pelos seus semelhantes? Irei citar um trecho interessantissimo presente no texto Educação Inclusiva, Módulos Educacionais de Christiane Martinatti Maia :

            As diretrizes propostas em livros didáticos – cartilhas – salientam a Constituição Brasileira no seu Artigo 08, Inciso III, que garante um sistema educacional especializado. que busque orientar a ação educativa calcada em valores democráticos e de construção da cidadania. São eles:



*Respeito à dignidade da pessoa.

*Direito à igualdade de oportunidades.

*Direito à liberdade de aprender e de ser diferente.

*Direito à felicidade.



            Ao lermos essas diretrizes aparentemente são direitos básicos de qualquer pessoa, mas não é bem assim que eles chegam a todos. Pessoas com deficiências sempre possuem maiores dificuldades de acesso e inclusão tornando as diretrizes citadas mera palavras ao vento. Um grande avanço para o progresso das leis e diretrizes que buscam da inclusão de pessoas com necessidades espécias foi a PORTARIA N° 188/2010, DE 20/03/2010.



            2011; a partir desse ano novas leis entraram no cenário nacional para facilitar a inclusão de pessoas com necessidades especiais na sociedade e desse modo permitir de desfrutem de todos os direitos as eles concedidos pela Constituição Federação, como o simples direito de ir e vir.



            Entra em vigor a Portaria nº 188/2010, de 20/03/2010, que estabelece a obrigatoriedade do recurso da Audiodescrição por duas horas semanais a partir do dia 1º de julho nas emissoras de TV com sinal digital. Esta é a primeira iniciativa do gênero na América Latina.



            A lei nº 12.470, de 31/08/2011, altera a lei nº 8.742, de 07/12/1993 (LOAS) na concessão do benefício da prestação continuada - BPC. Baseada nos atuais parâmetros da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a alteração possibilita o trânsito entre a assistência social e o trabalho remunerado e vice-versa, encerrando definitivamente o entendimento de que a pessoa com deficiência é aquela incapacitada para a vida independente e para o trabalho.



DECRETO Nº 7.611, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2011. Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências. Art. 1o O dever do Estado com a educação das pessoas público-alvo da educação especial será efetivado de acordo com as seguintes diretrizes:



I - garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades;



II - aprendizado ao longo de toda a vida;



III - não exclusão do sistema educacional geral sob alegação de deficiência;



IV - garantia de ensino fundamental gratuito e compulsório, asseguradas adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais;



V - oferta de apoio necessário, no âmbito do sistema educacional geral, com vistas a facilitar sua efetiva educação;



VI - adoção de medidas de apoio individualizadas e efetivas, em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta de inclusão plena;



VII - oferta de educação especial referencialmente na rede regular de ensino; e



VIII - apoio técnico e financeiro pelo Poder Público às instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial.



PORTARIA Nº 971, DE 13 DE SETEMBRO DE 2012. Adequa o Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde e inclui Procedimentos de Manutenção e Adaptação de Órteses, Próteses e Materiais Especiais da Tabela de Procedimentos do SUS.



            As medidas aqui apresentadas ainda são uma pequena gota de água se comparada com a grande defajazem em todos os aspectos da educação de pessoas com deficiências. O segredo para que essas políticas não fiquem estagnadas é à participação do povo por meio de plebiscitos e protestos. Exigindo de seus governantes que as leis exigentes sejam aplicadas e que novas leis sejam elaboradas para que todos sem distinção possam usufruir de sua cidadania.

            Um dos princípios das ações inclusivas nas escolas que devemos levar me conta é o respeito pela condição de aprendizagem de cada aluno, considerando o seu ritmo e estilo para aprender. Para tanto, e em se tratando de crianças com necessidades especiais, é importante conhecermos não só as suas histórias de vida, como também as características das patologias de que foram acometidas para compreendermos melhor como se dá o seu desenvolvimento, o que podemos considerar como obstáculo e quais as suas possibilidades (ROSA, 2009.pg.57).

            Acredito que somente quando compreendermos as adversidades que nossa espécie passou durante esses 160.000 anos. Sua força de vontade de prevalece perante as forças da natureza, deixando de lado sua pequenez e fraqueza física, quando comparados a outros animais, entenderemos que as pessoas aos quais chamados de deficientes, são na realidade pessoas que não estão sendo respeitadas pela sociedade, e quando digo sociedade falo como um todo. Se desejarmos prevalecer e perpetuar como espécie devemos romper esses arcaicos preconceitos sobre o que é ser um deficiente. A meu ver está mais ligada a falta de interesse político em mobilizar recursos para pessoas que aparentemente 'não são tão importantes ou necessárias', pois dependem demais de outros indivíduos.

            É nesse ínterim que entra a pedagogia, uma ciência que pesquisa e estuda a educação. O coordenador pedagógico que trabalha com a educação inclusiva deve preparar-se para essa função e para servir de suporte ao resto da escola, levando em consideração todas as dificuldades inerentes ao processo e o seu papel como facilitador deste (ROSA ,2009, pg.162).


Autor: Leandro Claudir. Criador e administrador do Projeto Construindo História Hoje e Acadêmico de História.

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Você quer saber mais? 

ROSA, Angela Coronel da. Educação Inclusiva. Curitiba: Editora Ibpex, 2009.



MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO / SECADI - Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Orientações e Ações para Educação das Relações Étnico-Raciais. Brasília: SECADI, 2006.



MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Gênero e diversidade na escola: formação de professoras/es em Gênero, Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais. Livro de conteúdo. Versão 2009. – Rio de Janeiro: CEPESC; Brasília: SPM, 2009.



Disponível em: Acesso em: 4 de setembro de 2014, às 11 hs.



Disponivel em: Acesso em: 3 de setembro de 2014, às 13 hs.


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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Alegoria da Caverna de Platão: uma interpretação moderna.


            Baseando-me na Alegoria da Caverna de Platão, a caverna nos dias atuais em relação ao processo educativo brasileiro, seria a sociedade brasileira como um todo, desde suas estruturas mais básicas escolares até os mais complexos projetos políticos e econômicos. Fundamentada nas suas aparentes verdades. Uma sociedade que não questiona o modelo educacional, politico e socioeconômico que solidificou a verdade, não como ela realmente é, mas sim como pensam ser. Pois, para os cidadãos brasileiros é mais cômodo e fácil estar atento pura e simplesmente ao externo do que buscar o que realmente é o fator decisivo na Alegoria da Caverna, a descoberta da Educação como libertadora da ignorância.

            Os prisioneiros dessa caverna são todos os cidadãos brasileiros. Que de uma forma ou outra estão procurando sua realidade naquilo que não passa de sombras da realidade. Realidade que só pode ser alcançada através da Educação sob a luz da filosofia.

            Aqueles que estão na caverna, são brasileiros prisioneiros da sua ignorância que condicionados pelo mundo das aparências, procuram solidificar a verdade, não como ela realmente é, mas sim como pensam ser e desse modo enganam-se a si mesmos. Para eles é mais fácil estar atento pura e simplesmente ao externo do que buscar o que realmente é o fator decisivo nessa demonstração visual. A Educação brasileira!

            Em relação ao prisioneiro que se liberta. É aquele cidadão curado de sua ignorância. Sua visão da realidade se modifica quando busca o mundo das luzes, do conhecimento da educação. Sobe ao mundo superior aonde as sombras da ignorância dissipam-se e um futuro apresenta-se.

            A função do prisioneiro liberto é a do cidadão brasileiro que adquire conhecimento e educação. E desse modo prepara seus concidadãos para conhecerem as luzes do mundo do conhecimento. Ele deverá conduzir seus compatriotas em uma jornada pela busca de uma completa mudança estrutural no Brasil. Aonde a Educação Filosófica conduzirá a sociedade brasileira rumo à verdade, que é um processo de busca e jamais de conclusão, um processo de aprimoramento constante. Somente assim teremos uma verdadeira transformação em nossa sociedade como um todo. Não com escolas sucateadas e professores mal remunerados, mas ao invés disso teremos uma sociedade consciente que a base de todas as mudanças está na Educação do povo e para o povo.
  

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Psicologia Reversa


              Você provavelmente está familiarizado com a psicologia reversa: quando tentamos convencer alguém a fazer algo, dizendo-lhe para fazer o contrário.

            Teoricamente, as pessoas não gostam de ter sua liberdade restringida por algum motivo e se rebelam. Mas o que as pesquisas psicológicas tem a nos dizer? Realmente relacionamos a restrição a liberdade, com o desejo de fazer o que foi restringido?

            Em algumas circunstâncias, a resposta é sim. Uma vez que esses dois experimentos comprovam:

"Crianças de 2 anos de idade foram orientadas a não brincar com um brinquedo específico. De repente o brinquedo proibido era o mais requisitado de todos. [...] Os alunos foram informados que deveriam escolher 5 posters, e em seguida foi dito que um deles não estava mais disponível: "- Como assim um a menos?" (Trecho do livro Psicologia social e a natureza humana).

"...A classificação indicativa de programas de televisão violentos (variando de 14 a 18 anos) tem maior probabilidade de atrair pessoas que estão fora desse grupo a assistir o programa. Se o programa estivesse sem classificação não surgiria o mesmo efeito." (Chadee, 2011)

A ideia é que, quando dizem que você não pode ter ou fazer algo, as seguintes três coisas acontecem:

1-Você vai querer.

2-Você se rebela para reafirmar a sua liberdade.

3-Você se sente irritado com a pessoa que está restringindo sua liberdade.

Em outras palavras, você é imediatamente transformado novamente em um adolescente irritante.

            A psicologia reversa funciona melhor com pessoas que tem características contrárias ou resistentes. Ao contrário das pessoas "mais fáceis", que ​​tendem a atender com mais facilidade suas solicitações.

            Porém cuidado, as pessoas odeiam ser manipuladas. Se a pessoa na qual você está tentando usar a psicologia reversa perceber sua real intenção, uma forma de psicologia reversa inversa pode se manifestar. No caso o efeito não vai ser o esperado.

            A psicologia reversa é um tema complicado tanto na vida real quando nos estudos psicológicos. Pesquisadores descobriram que é difícil determinar exatamente quando a psicologia reversa funciona e quando não funciona. Porém, podemos apontar alguns fatores que podem aumentar a reatância psicológica:

            Quanto mais atraente e importante for a coisa que está sendo restringida, maior será o efeito psicológico.

            O maior retardante psicológico é a privação à liberdade.

            Ameaças que envolvam algum tipo de decisão produzem um nível maior de retardância, por não fazer muito sentido, deixa as pessoas ainda mais rebelde.

            Na vida real, a psicologia reversa funciona melhor quando usada com moderação e sutilmente, aplicando principalmente sobre as pessoas que são resistentes aos pedidos.

            A Psicologia reversa é a psicologia do paradoxo, segundo a qual você tenta obter um resultado positivo através de uma sugestão negativa ou vice-versa.

            É uma estratégia onde utilizamos técnicas que visam mover a pessoa para uma determinada ação contrária a qual estamos falando. Um exemplo para você entender melhor seria eu dizer: “Não continue lendo esse texto agora.”
            Se você continuou, você “caiu” em uma das estratégias. Na Psicologia Reversa utilizamos um comando contrário, a real ação que desejamos que a pessoa execute, como no exemplo acima onde eu falei para você não continuar lendo, meu objetivo era exatamente o oposto.

            A Psicologia Reversa é extremamente efetiva com pessoas resistentes e autoritárias, nesse breve artigo de hoje veremos alguns dos usos dessa estratégia.

            Cada ser humano é único, e cada pessoa possui uma forma de comprar ou/e dizer “Sim” diferente, uma parte das pessoas irão se adaptar melhor com ordens diretas como: Compre Agora, Garanta Sua Vaga, Assine Já etc. Entretanto, há um grupo de pessoas que não vão aceitar ordens tão diretas como essas, nesses casos o uso da psicologia reversa é o mais indicado.

            Há várias formas de utilizar e vários padrões linguísticos, abaixo irei citar alguns:

1 – Apelo a Identidade:

“Você é o tipo de pessoa que_______? então deixe para (Ação) importante, outro momento.

Exemplo: “Você é o tipo de pessoa que não gosta de assumir compromissos? Então deixe para depois a leitura desse artigo importante”

“Eu aposto que você_____”

Exemplo: “Eu aposto que você não consegue assumir compromissos.”

Esse padrão requer algum grau de afinidade com a pessoa.

Função: O apelo a identidade é bom ser utilizado quando você conhece um pouco a pessoa, pois esse padrão terá que dizer o contrário do que ela é, pois assim ela fará o que você pede sem que necessariamente você dê uma ordem direta.

2 – Comando Negativo

“Você não precisa (ação) agora/hoje.”

Exemplo: “Você não precisa utilizar esses padrões hoje.”

“Eu não vou dizer que_____”

Exemplo: “Eu não vou dizer que o uso desses padrões vão alavancar suas vendas.”

Função: Esse padrão utiliza o gatilho do “Não” como suavizador, enquanto faz com que o cérebro faça uma representação interna da ação que deve ser feita, outro exemplo para clarificar mais é: “Não pense na cor vermelha”, você certamente já pensou.

3 – Reforço de Autonomia

“Eu não posso (Ação) por você, mesmo que (benefícios). Apenas você pode decidir isso.”

            Exemplo: “Eu não posso decidir a compra por você, mesmo que esse curso vai ajudá-lo a alavancar o seu potencial de vendas. Apenas você pode decidir isso.”

Função: Reforça a autonomia de decisão da pessoa, aqui você precisa dizer aos seus clientes/prospectos o que você não pode fazê-los fazer algo que eles não querem fazer, mesmo que haja muitos benefícios na ação.

4 – Uso da autoridade externa

“Especialistas dizem____, nunca/dificilmente_____”.

Exemplo: “Especialistas dizem que jovens empreendedores, dificilmente conseguiriam ver os benefícios desse treinamento”.

Função: A metamessagem é dizer que outras pessoas disseram que o prospecto/cliente não vai conseguir fazer determinada ação, isso faz com que a pessoa faça o oposto. 

            O uso da psicologia reversa é muito efetivo, mas requer cuidados, a pessoa não pode perceber conscientemente que você quer mudar os comportamentos dela, por isso para ter um resultado efetivo você precisará não ser nada óbvio e utilizá-los com sutileza.

Algumas considerações sobre a Psicologia Reversa

            A psicologia reversa é um tema complicado tanto na vida real quando nos estudos psicológicos. Pesquisadores descobriram que é difícil determinar exatamente quando a psicologia reversa funciona e quando não funciona. Porém, podemos apontar alguns fatores que podem aumentar a reatância psicológica:

            Quanto mais atraente e importante for a coisa que está sendo restringida, maior será o efeito psicológico.

       

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Exorcista Emmanuel Milingo (Ex-Arcebispo Católico Romano)


Arcebispo Milingo, 1987.

Arquidiocese de Lusaka.

Título: Arcebispo-emérito de Lusaka

Ordenação e nomeação

Ordenação presbiteral     15 de agosto de 1958

Ordenação episcopal       1 de agosto de 1969

29 de maio de 1969 até 6 de agosto de 1983

Dados pessoais

Nascimento:           Mnukwa, Rodésia do Norte em 13 de Junho de 1930 (84 anos). Dados em http://catholic-hierarchy.org

Bispos

            Emmanuel Milingo (Mnukwa, Zâmbia, 13 de junho de 1930), é um ex-arcebispo católico. É ordenado padre em 1958 e arcebispo de Lusaka em 1969. Em 1973, começa a dedicar-se às sessões de cura. Casou-se em 2001 com a médica coreana Maria Sung. O casamento realizou-se em Nova York, no Hotel Hilton, celebrado pelo reverendo Moon, fundador da Igreja da Unificação. Vários meses depois foi recebido por João Paulo II, o que propiciou seu retorno à congregação católica. Mas, reafirmou depois que Maria continuava sendo sua esposa, e começou a liderar um movimento pelos padres casados. Foi excomungado pelo Vaticano em 26 de setembro de 2006, por ter feito a ordenação como bispos de quatro sacerdotes americanos casados, que além disso eram excomungados e suas ordenações não reconhecidas pelo Vaticano. Em dezembro de 2009 perdeu seu estado clerical, continuando apenas com a obrigação de celibato.

Milingo esgota a paciência do Papa e é excomungado

            Juan Lara Cidade do Vaticano, 26 set (EFE).- O Vaticano anunciou hoje a excomunhão automática do polêmico exorcista, cantor e arcebispo emérito (aposentado) de Lusaca (Zâmbia), Emmanuel Milingo, com quem o Papa mostrou muita compreensão.

            Milingo, de 78 anos, foi excomungado "latae sententiae", ou seja automaticamente, por ter feito a ordenação como bispos de quatro sacerdotes americanos casados, que além disso eram excomungados e suas ordenações não reconhecidas pelo Vaticano.
            Desde que Milingo reapareceu em julho nos Estados Unidos levantando a bandeira do casamento de padres e assegurando que a coreana Maria Sung - com a qual se casou em 2001 e depois se separou - continua sendo sua esposa, o Vaticano segue de perto, "com preocupação", seus passos. Hoje, em comunicado, o Vaticano afirma que acompanhou com "bastante preocupação" os passos dados recentemente por Milingo, de 76 anos, com a criação de "uma nova Associação de Sacerdotes casados, semeando divisão e desconcerto entre os fiéis".

            O Vaticano informou que expoentes de diferentes níveis da Igreja tentaram "em vão" ligar para Milingo para "dissuadi-lo de continuar com suas ações, que causam escândalo, sobretudo nos fiéis que seguiram seu ministério pastoral em favor dos pobres e doentes".

            A Santa Sé acrescentou que com este último "ato público" - ou seja, a ordenação de George Augustus Stallings, de Washington; Peter Paul Brennan, de Nova York; Patrick Trujillo, de Newark (Nova Jersey) e Joseph Gouthro, de Las Vegas - tanto Milingo como os quatro sacerdotes "incorreram em a excomunhão 'latae sententiae', prevista pelo cânone 1.382 do Código de Direito Canônico".

            O artigo 1.382 estabelece que "o Bispo que confere a alguém a consagração episcopal sem mandato pontifício, assim como o que recebe dele a consagração, incorrem em excomunhão 'latae sententiae' reservada à Sede Apostólica".

            Além disso, a Santa Sé afirmou que a Igreja não reconhece estas ordenações e as que possam derivar das mesmas e afirmou que o estado canônico dos quatro bispos é o mesmo no qual se encontravam antes da ordenação. Expressando pesar, o Vaticano assinalou que tinha esperado que a mediação de pessoas próximas a Milingo tivesse dado fruto. "Infelizmente, os últimos eventos afastaram essa esperança", destacou o comunicado.

            Após conhecer a reação do Vaticano, George Augustus Stallings, disse que para Milingo a excomunhão "não vale nem o pedaço de papel na qual foi escrita", e assegurou que o ancião prelado continuará seu trabalho em favor dos sacerdotes casados e que considera as ordenações dos bispos "válidas". Segundo o "porta-voz" de Milingo, ele está disposto a discutir com o Vaticano, desde que este aceite sua proposta e lhe conceda uma prelazia pessoal, tipo a do "Opus Dei". Milingo se tornou notório por seus exorcismos, que atraíam numerosos fiéis a suas cerimônias. Também gravou discos e cantou em numerosos canais de televisão de todo o mundo. Seu nome voltou de novo às primeiras páginas dos jornais em maio de 2001, ao se casar em um hotel de Nova York com a médica coreana Maria Sung.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Fausto: a busca pelo absoluto

Drama filosófico que, ao mostrar a procura como fonte pulsante da vida, transfigura-se em odisséia do homem moderno.


 Eloá Heise

            A tragédia Fausto é, sem dúvida alguma, um dos textos que empresta a Goethe repercussão universal. Nela, pode-se dizer, o poeta expressa a experiência de toda sua existência. O próprio autor afirma em Poesia e verdade, que essa obra representa o “suma sumaruim” de sua vida. Não se pode esquecer que Goethe trabalhou durante 60 anos com esse tema : de 1772 (com seus trabalhos sobre o Urfaust – Fausto zero como ficou conhecido pela tradução encenada no Brasil) até 1832, ou seja, pouco antes de sua morte, ano em que postumamente é publicado o Fausto II. Em seu longo processo de elaboração, esse texto congrega as várias transformações pelas quais passou o poeta em sua longa vida: os vários períodos literários da época – Ilustração, Sturm und Drang, Classicismo, Romantismo -; as diversas atividades do poeta junto ao estado, no meio teatral, seus interesses científicos – botânica, mineralogia, estudo das cores -; seus estudos filosóficos – teologia, teosofia, escritos mágico-místicos -, além dos conhecimentos da mitologia antiga.

            Fausto, além de ser a obra simbólica da vida de Goethe, adquire também significado universal por materializar o mito do homem moderno, o homem que busca dar significado a sua vida, que precisa tocar o eterno e compreender o misterioso. Sob este aspecto, o mito faústico transforma-se em um “mito vivo”, um relato que confere modelo para a conduta humana.

O mito faústico e as marcas intertextuais

            A relação de Fausto como o conceito de mito, entretanto, também deve ser entendida em uma outra acepção, no sentido de fábula, de ficção, uma vez que a obra de Goethe baseia-se na lenda medieval sobre a figura histórica do doutor Fausto.

            Para entender o verdadeiro significado da figura do doutor Fausto, torna-se importante ressaltar que não se trata apenas de um charlatão que se tornou rico e famoso por ter feito um pacto com o diabo, como se propaga comumente. Cabe lembrar que o mito criado em relação a essa figura histórica – Georg (Johann)  Faust, (1480-1540) tem sua origem em uma época de crise, a transição entre a Idade Média e a Idade Moderna, época caracterizada por profundas mudanças, na qual conceitos até então inquestionáveis começam a ser colocados em xeque. Nesses novos tempos de inquietação, ligados a pesquisas no campo das ciências naturais e outras ciências, pode-se entender que aquele que manifesta sua descrença em relação a verdades, tidas como absolutas, é considerado um homem não temente a Deus, um pactuário do demo. Isso explica a recorrência do motivo do pacto com o diabo à época. Nesse contexto, basta lembrar de figuras contemporâneas ao doutor Fausto: Paracelsius, Nostradamus, Bacon ou Galileu que, perante os olhos da Inquisição, também teriam feito uma aliança com o demônio. Esse é o pano de fundo que serve de cenário para o aparecimento do personagem histórico, doutor Fausto, em tempos que espelham esse processo de busca por maioridade.

            Consta que esse douto levou uma vida errante, passando por várias localidades da Alemanha, o que fez que se tornasse conhecido por toda parte. Estudou magia, medicina, astrologia, alquimia, atividades que lhe permitiram trabalhar com horóscopo e fazer profecias. Unindo a capacidade de curar com a de prever o futuro, ficou famoso e conseguiu amealhar uma boa fortuna. Todas essas aptidões, por sua vez, renderam-lhe a fama de ter vendido sua alma ao diabo. Esse destino pessoal, que personifica os anseios da época ao materializar a busca daquele que quer ultrapassar os próprios limites através da especulação, dará origem à primeira versão escrita sobre as histórias de Fausto, publicada logo após a morte do Fausto histórico, em 1587, sob o título de Historia von D. Johann Fausten.

            Essa história, de autor anônimo e de cunho popular, narra, ao lado de relatos sobre o Fausto, que eram voz corrente, outras discussões de cunho teológico, astrológico, histórico, científico, provindas das mais diferentes fontes contemporâneas. Essa estrutura, sem unidade estética, acaba por refletir esse tempo de transformação, com a justaposição de crenças diabólicas medievais ao lado do novo espírito das ciências. No livro popular, com suas partes especulativas e enciclopédicas, o pacto entre Fausto e o diabo compreende um período de 24 anos. Nesse contexto, a sede insaciável do protagonista por saber é vista, antes de tudo, como um grande pecado, pois uma tal postura afastaria o homem de Deus e o aproximaria da dúvida. Esse homem incorreria no pecado da hybris, a presunção, por pretender equiparar-se a Deus. Essa história, tão ao gosto da época, conquistou enorme repercussão, atingindo 5 edições. Sabe-se que Goethe, ainda quando criança, entrou em contato com a edição de 1725, sob a forma de teatro de marionetes, apresentada em praças de mercado.

As versões de Marlowe e Lessing

Por volta de 1592, o livro popular alemão é traduzido para o inglês, originando-se daí o livro popular inglês sobre o tema Fausto. Esse livro, por sua vez, serve de material para Christopher Marlowe, o mais importante dramaturgo ao lado de Shakespeare, escrever sua peça Tragical history of doctor Faustus, editada em 1604. As encenações do texto de Marlowe, por seu turno, irão repercutir novamente na Alemanha ao serem apresentadas por teatros mambembes, em língua estrangeira, mas de forma pantomímica. Consta que Goethe conheceu as encenações da peça de Marlowe de 1768 e 1770.

            Já a partir do drama de Marlowe, começa a delinear-se uma ambivalência moral em relação a este homem impulsionado por sua sede de saber. Tem origem no dramaturgo inglês a idéia do monólogo inicial, no qual Fausto mostra toda sua infelicidade por não alcançar a plenitude do conhecimento. Enquanto no livro popular alemão há uma clara condenação da presunção do protagonista, a versão inglesa da lenda deixa transparecer uma postura dúbia. Existe a condenação, sim, mas, paralelamente, percebe-se uma admiração pela figura desse douto que, qual um Prometeu, desafia a divindade. Contudo, também na versão inglesa, o ímpeto desmesurado de Fausto conduzirá ao estabelecimento de um pacto com o diabo, selado sob a condição de viver 24 anos de prazer sem limites, decorrendo, como conseqüência, a sua condenação.

            A lenda sobre o Fausto ganha novo fôlego a partir de idéias próprias do período da Ilustração. Entre 1755 e 1775, Lessing, o grande escritor do Iluminismo alemão, desenvolve projetos de escrever uma peça sobre o Fausto. O texto não chega a se efetivar, restando apenas a montagem de fragmentos e idéias gerais  reconstituídas pela memória de amigos, dados creditados à coincidência de informações.

            Se Kant, em sua definição de Iluminismo, mostra que o lema dessa corrente filosófica é: Sapere aude - tenha a coragem de servir-te da tua própria inteligência -, então Fausto, por ousar, por ter a coragem de buscar pelo sentido da vida, não poderia ser alguém condenado à danação dos infernos. Nesse contexto iluminista, Fausto, na sua procura pela verdade através da razão, empreende uma tarefa que dignifica o homem; em outras palavras: aquele que decide fazer uso de sua qualidade intrínseca, a razão, não será condenado, mas transforma-se no preferido de Deus, o destinado à salvação.

            Goethe conhecia os planos de Lessing e as reconstituições de seu drama que podem ser detectadas, em sua essência, nas obras teatrais póstumas (Theatralischer nachlass, de 1786). Vem de Lessing a idéia de salvação que encontramos no Fausto de Goethe.

            Goethe contou, pois, com diferentes pré-textos na elaboração de suas variadas versões da tragédia: de 1772-1775, elabora o Fausto zero; em 1790, produz Fausto, um fragmento; em 1808, é publicado o Fausto I e, em 1832, o Fausto II. No rastreamento do percurso do mito faústico e das fontes que serviram de inspiração para a realização de sua obra-prima, pode-se mencionar suas impressões da infância, ao assistir nas praças dos mercados as encenações do livro popular propriamente dito, a versão inglesa, com as apresentações do Fausto de Marlowe. A esses legados de cunho literário deve-se acrescentar um fato de origem real, o processo e a execução da infanticida Margaretha Brand, ocorrido em 1771-72, tragédia que impressionou profundamente Goethe e que será ficcionalizada em sua obra através do destino de Gretchen, a mulher que se apaixona por Fausto e, ao ser abandonada por ele, em um ato de loucura, assassina o próprio filho. Dentro desse rol de marcas intertextuais cabe dar ênfase especial à idéia de salvação, esboçada inicialmente por Lessing e assumida por Goethe, que servirá de inspiração para a virada redentora no destino de seu protagonista.

A estrutura da peça

            Dentre as diversas versões mencionadas, vamos nos ater à composição do Fausto I e do Fausto II, que podem sem interpretadas como uma unidade, com uma construção própria.
            A peça inicia-se com três cenas introdutórias, três prólogos que desenvolvem, respectivamente, uma perspectiva autobiográfica, uma perspectiva poetológica e uma perspectiva metafísica.

            O primeiro prólogo, Dedicatória, não dedica a peça a ninguém, como o título faz supor, mas é uma metarreflexão, em forma de monólogo, no qual o poeta faz uma retrospectiva da história da obra. No Prólogo no teatro, que vem a seguir, há uma discussão sobre a essência e a função da obra teatral; no confronto de opiniões antagônicas, debatem-se temas pouco ortodoxos para uma peça de teatro como: produção, rentabilidade, encenação e recepção do drama. Percebe-se, pois, que esses dois prólogos iniciais não se integram no enredo dramático.

            O Prólogo no céu, no entanto, é parte do desenvolvimento da trama e representa a moldura celestial externa que contém no seu escopo a ação terrena interna. Essa moldura metafísica envolve todo o drama. Inicia-se no começo do Fausto I e encerra seu contorno no fim do Fausto II, sob forma de epílogo. A moldura celeste, formulada segundo conceitos próprios da tradição cristã e assumindo a fórmula de um mistério medieval, apresenta uma imagem do mundo e do homem. Nesse jogo universal a terra é colocada entre o céu e o inferno e o ser humano entre Deus e a diabo.

            Nesse espaço, Fausto, personificando o homem,  transforma-se em objeto de disputa entre o Senhor e Mefistófeles. O Senhor acredita que o homem é intrinsecamente bom; pode errar porque procura, mas, por fim, será conduzido à luz. Já Mefisto o vê como uma criatura mal construída, dividida entre o instinto animal e sua parte racional. A partir dessas posições contrárias, Mefisto pede permissão e aposta que conduzirá Fausto por seus caminhos. Já o Senhor, por acreditar que “o homem erra, enquanto aspira” mas “da trilha certa se acha sempre a par”, aceita a aposta. Paralelamente, o Senhor também sabe que o “humano afã tende a frouxar ligeiro” e, por isso, é necessário que o homem tenha por companheiro o diabo, que atiça e instiga, impedindo que o ser humano caia na suprema condenação, a inércia. Assim, Mefisto desempenha uma dupla função: conduz o homem por caminhos que o levarão à culpa mas, ao mesmo tempo, impede que ele esmoreça e cesse sua atividade, o motor essencial da vida.

            Fausto, portanto, é colocado em jogo como objeto demonstrativo pelo Senhor, e deve provar através de si os valores ou os desvalores da criação. O drama, como um todo, pode ser entendido como a tentativa espiritual de compreensão da totalidade do universo. Discute, de forma poética, o sentido da criação, a função do mal, o destino do homem.

            A ação interna da peça, no âmbito terreno, vai espelhar, na aposta feita entre Fausto e Mefisto, o dilema proposto no âmbito celestial, entre o Senhor e Mefistófeles. Diante do desafio que lhe propõe Fausto, Mefisto assume a tarefa de satisfazer o homem e de conduzi-lo pelas experiências do pequeno mundo (Fausto I) e do grande mundo (Fausto II). Já Fausto, na sua busca sem limites, aposta que o diabo nunca conseguirá seu intento, que ele nunca irá deitar-se em “uma cama de preguiça” e, satisfeito consigo, irá proferir as palavras que  condenariam sua alma: “permaneça (momento), tão belo que és”. Desta maneira, com a ajuda de Mefisto, Fausto percorrerá o mundo na ânsia de vivenciar toda experiência destinada à humanidade.

            A ação terrena, abarca toda a trajetória do protagonista: desde a cena Noite, (Fausto I), com a constatação da crise existencial, até a cena final Grande átrio de palácio (Fausto II), quando Fausto morre. Dentro desse grande contorno, a partir das propostas do pacto e da aposta entre Fausto e Mefisto, o protagonista irá percorrer as diversas estações na sua busca por sentido.

            Cabe mencionar que o pacto, cerne do mito faústico tradicional, tem pouca ênfase na obra de Goethe. O pacto, sugerido por Mefisto, é prontamente aceito por Fausto, pois o protagonista “não teme nem o inferno nem o diabo”. Essencial em Goethe é a aposta, desafio proposto pelo titã Fausto que, por não apresentar um vencedor de antemão, tem um caráter ativo e inconclusivo (diferente do pacto que é um acordo fechado). Coaduna-se, assim, mais com a proposta vital da obra: a ação contínua como mola propulsora da vida.

            No Fausto I podemos detectar três estações: a procura por sentido através da bebida (O porão de Auerbach), do desejo e do amor por Gretchen (cenas Rua até Cárcere) e da sensualidade desenfreada (Noite de Walpúrgis). O Fausto II também comporta mais três estações: o mundo da corte (I ato), a estação da beleza e da arte (II e III atos) e a estação do conquistador e empreendedor (IV e V atos).

Quem ganha a aposta?