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quinta-feira, 27 de março de 2025

A Revolução de 1930 e o fim da República Velha no Brasil

O fim da República Velha no Brasil ocorreu em 1930, com a Revolução liderada por Getúlio Vargas. Esse período, iniciado em 1889, foi marcado pela política do café com leite, na qual São Paulo e Minas Gerais se revezavam no poder. No entanto, a crise econômica de 1929, que afetou a exportação do café, gerou descontentamento, principalmente entre as oligarquias dissidentes e os militares.

A crise se agravou quando o presidente Washington Luís apoiou Júlio Prestes nas eleições de 1930, rompendo o pacto com Minas Gerais. A oposição, formada por gaúchos, mineiros e paraibanos, lançou a Aliança Liberal, com Vargas como candidato. Após a derrota nas urnas e o assassinato de João Pessoa, líder da Paraíba, eclodiu a Revolução de 1930.

As forças de Vargas avançaram rapidamente, contando com o apoio de setores insatisfeitos das Forças Armadas. Em 24 de outubro, Washington Luís foi deposto, e Vargas assumiu o poder, iniciando um governo provisório. Esse evento marcou o fim da política das oligarquias, dando início a um período de modernização do Estado e transformações sociais e econômicas. A Revolução de 1930 é considerada o marco do início da Era Vargas e da centralização do poder no Brasil.

A queda da República Velha foi resultado de uma série de crises políticas, econômicas e sociais que enfraqueceram o domínio das oligarquias agrárias. A crise de 1929, com a queda da Bolsa de Nova York, afetou gravemente a economia brasileira, que dependia da exportação do café. O modelo político da política do café com leite gerava insatisfação, principalmente entre militares, setores urbanos e oligarquias excluídas do poder.

O tenentismo, movimento militar que criticava a corrupção e a falta de participação popular, também desestabilizou o regime. A eleição de 1930, marcada pela vitória de Júlio Prestes e pela suspeita de fraude, ampliou as tensões. O assassinato de João Pessoa, candidato a vice na chapa de Getúlio Vargas, foi o estopim para a Revolução de 1930. Com o avanço das tropas rebeldes e a perda de apoio militar, o presidente Washington Luís foi deposto em 24 de outubro de 1930, marcando o fim da República Velha e a ascensão de Vargas ao poder.

Você quer saber mais?

FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucilia de Almeida Neves. O Brasil Republicano: o tempo do liberalismo excludente – da Proclamação da República à Revolução de 1930. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2013.

CARONE, Edgard. A República Velha (1889-1930). São Paulo: Difel, 1974.

segunda-feira, 3 de março de 2025

O Golpe Republicano: A Traição ao Império e a Verdadeira Razão da Queda

    A Proclamação da República em 1889 foi, acima de tudo, um golpe contra uma monarquia que, apesar de seus desafios, construiu as bases da nação brasileira com estabilidade e progresso. O Império, sob Dom Pedro I e, principalmente, Dom Pedro II, garantiu um Brasil unido, respeitado e com instituições que funcionavam. A monarquia promoveu avanços na educação, infraestrutura e cultura, além de manter a unidade nacional em um território imenso e diverso.

    O que realmente motivou a queda do regime imperial não foi o desejo popular, pois o povo não participou do golpe republicano. A traição partiu das elites agrárias, especialmente os cafeicultores, que nunca perdoaram a abolição da escravidão em 1888. Com a libertação dos escravizados, os grandes fazendeiros perderam sua mão de obra barata e buscaram um regime que atendesse melhor seus interesses econômicos. Foi essa elite, aliada a militares insatisfeitos, que conspirou contra um governo que já mostrava sinais de modernização.

    O Marechal Deodoro da Fonseca, que jurou lealdade ao imperador, traiu sua palavra ao liderar o golpe, influenciado por ambições pessoais e pela pressão de grupos que desejavam mais poder. A República nasceu sem consulta popular, imposta de cima para baixo, resultando em décadas de instabilidade, golpes, ditaduras e crises. Enquanto o Império buscava a ordem e o desenvolvimento, a República inaugurou uma era de desmandos e retrocessos, entregando o Brasil aos interesses oligárquicos que só serviram para aumentar as desigualdades.

Você quer saber mais?

REZZUTTI, Paulo. D. Pedro II: O último imperador do Novo Mundo. São Paulo: LeYa, 2019.

CARVALHO, José Murilo de. A construção da ordem: a elite política imperial e Teatro de sombras: a política imperial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

DORATIOTO, Francisco. Maldita Guerra: Nova história da Guerra do Paraguai. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.