terça-feira, 8 de maio de 2012

O caso "Jack, o Estripador". Parte II. Os suspeitos!


Os suspeitos.

Autor: Leandro CHH

O primeiro dos suspeitos é George Chapman, de origem polonesa, cujo verdadeiro nome é Severin Klosovski, proprietário de um salão de cabeleireiros. Chapman é parecido com o homem visto com Mary Kelly. Além disso, algumas das cartas assinadas por Jack, o Estripador, contêm expressões idiomáticas americanas, e Chapman morou durante dois anos nos Estados Unidos. Mas ele é enforcado em 1903, condenado pelo envenenamento de três de sua amantes.

Um outro é o suspeito mais famoso, O Duque de Clarence, filho mais velho do futuro rei da Inglaterra Eduardo VII. Mentalmente retardado, aos 24 anos, o duque sofre de gota e de sífilis. Ele corteja uma mendiga, o que não o impede de sentir atração por meninos. Clarence não possui disposição para nada e em 1892, deixa a lista de suspeitos após morrer de pneumonia, ou sífilis.
Entretanto, o duque costumava contar a família que ele e Jack, o Estripador eram uma só pessoa. Os companheiros de Clarence compõem um vasto leque de criminosos potenciais. O tutor do duque em Cambridge, James Stephen, é um dos suspeitos, enquanto o escudeiro é primo de dois outros suspeitos, Milis e John Druitt.

O Doutor Neil Cream, envenenou quatro prostitutas com estricnina, e ficou conhecido como o “Envenenador de Lambeth”. Por esses crimes, é enforcado em 1892. No cadafalso, suas últimas palavras para o carrasco são: Eu sou Jack, ...”. Contudo, no momento dos assassinatos, Crema estava preso em Illinois, nos Estados Unidos. Absolvido pela Justiça norte-americana em julho de 1891, está na Grã-Bretanha desde setembro. A situação complica-se quando Cream envolve no caso um sósia dele.
De fato, anteriormente, para se defender num processo de bigamia, ele afirma que, á época dos crimes, estava detido em Sydney, na Austrália. O diretor da prisão confirma que um homem com as características de
Cream esteve preso na instituição, o que basta para esclarecer as dúvidas. Obviamente, dois homens serviram-se mutuamente de álibis, e as derradeiras palavras de Cream ao carrasco teriam sido uma última demonstração de generosidade ao seu cúmplice.

De origem burguesa, Montagne John Druitt, nasce em 1857. Extremamente inteligente, obtém uma bolsa de estudos no Winchester College e, depois, em Oxford. É um estudante brilhante, popular entre os colegas, pratica remo e críquete. Em 1880, Druitt se forma, mas sua vida começa a ficar complicada. Ele inicia o curso de Direito, mas abandona a escola. Entra para a faculdade de Medicina, desiste do curso e retoma o de Direito. Trabalha numa escola para sobreviver. Em 1888, é despedido.
Homossexualidade ou conduta irresponsável? Druitt sentia que estava ficando louco como a mãe, internada para sempre num hospital psiquiátrico. Druitt foi visto pela última vez em 3 de dezembro de 1888, e seu corpo foi resgatado do Tâmisa, próximo a Londres, no dia 31. Os bolsos, cheios de pedras, não deixam dúvidas quanto ao suicídio. A morte de Druitt coincide como fim da onda de crimes, mas o fato de que jogava críquete em Blackheath na manhã da descoberta dos corpos de Mary Chapman e de Polly Nichols seria suficiente para inocentá-lo. Em março de 1889, os policiais garantem a um membro do comitê de vigilância que reclama da redução das rondas, que Jack, o Estripador, estava morto.
Segundo a polícia, o fato não fora divulgado para poupar a mãe do criminoso, que estava internada.

Vítimas.
No decorrer das investigações, aparece também um conceituado médico, Dr. Lees, pertencente ao círculo próximo á rainha Victoria. Lees afirma à polícia ter tido três visões premonitórias dos crimes, e chegou a descrever a roupa do assassino. No início, os agentes de polícia escutam o médico por educação, mas, quando ele faz referências as orelhas decepadas, ficam atentos, pois ninguém havia comentado esse fato. Lees conduz os policiais à casa de William Gull, também frequentador do palácio de Buckingham como médico da rainha e do príncipe de Gales. A filha de Gull afirma aos inspetores que, vitimado por um ataque em 1887, o pai regularmente assume um comportamento violento. A casa é revistada e os policiais encontram no guarda-roupa um terno de Tweed e uma capa que correspondem à descrição feita por Lees. O médico não consegue explicar por que suas roupas estão sujas de sangue.
Convencido do poder de suas relações pessoais, Gull inicialmente não se preocupa. Morre em 29 de janeiro de 1890. 
Corria também uma outra versão: Gull encobria a algum membro da família real, pois, debilitado psiquicamente, não possuía condições de cometer os assassinatos.

Finalmente, Rasputin, o polêmico bruxo da corte do czar Nicolau II, da Rússia, entra no caso. Um manuscrito, intitulado Les Grands Criminels Russes (Os Grandes Assassinos Russos), é encontrado num cofre na casa de Rasputin, após ele ter sido assassinado pelo príncipe Félix Yussupov. O documento aponta um médico, o Doutor Konovalov, como o verdadeiro Jack, o Estripador. Konovalov frequentemente exibia impulsos homicidas e, por conta disso, a Okhana, polícia secreta czarista, o teria mandado para Grã-Bretanha. Assim, Konovalov teria sido o sósia de Klosovski – Chapman.

Mais tarde, as suspeitas atingem um certo Michael Ostrog, que seria Konovalov, um médico considerado louco, que conseguiu se livrar de várias condenações. Ostrog tem a reputação de bater em mulheres e de nunca se separar de seus instrumentos cirúrgicos. Um homem com as características de Ostrog foi assassinado num asilo para loucos, logo após a morte de uma mulher em Petrogrado. Por coincidência, essa mulher foi morta a volta de Konalov à Rússia.

Frank Milles, é pintor e viveu por algum tempo com o poeta Oscar Wilde. Eles se separaram em 1881. Milles é um exibicionista que gosta de chamar a atenção das prostitutas. Artista talentoso, é internado num hospital para doentes mentais em dezembro de 1887. A data de morte de Milles é motivo d e de dúvida: pode ter sido em março: pode  ter sido em março de 1888 ou em julho de 1891, e essa divergência muda tudo. Como vimos, o primo de Milles era escudeiro do Duque de Clarence e os dois homens se conheciam. Quais seriam as relações entre eles? Mistério.

Voltemos à associação Druitt, Clarence, Miles, Stephen. O destino deste último lembra o de Druitt. Após mistério acidente, no qual fere a cabeça, enlouquece.  É o que se conclui a partir dos fatos relatados por sua ilustre prima, a romancista Virginia Wolf. Stephen, o filho de célebre magistrado, passa a se dedicar à poesia, na qual deixa transparecer a raiva contra as mulheres. Misoginia extrema ou furor causado pelo fim de sua relação com Clarence
, enviado pela família a um regimento de hussardos? Em razão desses transtornos psicológicos, Stephen teria consultado um médico... o doutor Gull. No fim de 1891, Stephen é internado num asilo e morre em 3 de fevereiro do ano seguinte.

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Autor: Leandro CHH

Você quer saber mais?


SCHMIDT, Paulo. Jack, o Estripador: A verdadeira História, 120 anos depois. São Paulo: Geração Editorial, 2008.

ROLAND,Paul. Os Crimes de Jack, o Estripador. São Paulo: Editora Madras, 2010.

CORNWELL, Patrícia. Retrato de Um Assassino – Jack , o Estripador. Lisboa: Editorial Presença, 2003.

HARRINSON, Shirley. O Diário de Jack, o Estripador, Lisboa: Editorial Presença, 1999.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

O Caso “Jack, o Estripador”. Parte I.



Autor: Leandro CHH

O mistério em torno da identidade de Jack, o Estripador, ultrapassou a barreira do tempo. Hoje, mais de 115 anos após os assassinatos que alarmaram o bairro londrino de Whitechapell, o fascínio diante dos crimes ainda persiste. Jack é considerado o primeiro serial killer do mundo moderno e seu caso é tido como o maior enigma da história criminal. As mortes tinham características em comum: todas as vítimas estavam bêbadas ou haviam bebido, eram prostitutas e tinham o ventre dilacerado e os órgãos extirpados. Não há evidências de que as mulheres se conheciam.

As vítimas



Não é certo o número de mulheres assassinadas pelo Estripador. O número mais aceito é o de cinco vítimas, mas há versões que apontam de quatro a sete mortes. O primeiro crime atribuído a ele ocorreu no dia 31 de agosto de 1888, na viela Buck’s Row. Um homem a caminho do trabalho encontrou o corpo de Mary Anne Nichols, conhecida como Polly, na calçada. A garganta estava cortada de uma orelha a outra e a lâmina penetrou até a coluna vertebral. O crime foi atribuído a uma gangue de exploradores de prostitutas.

O segundo assassinato ocorreu dias depois, em 8 de setembro do mesmo ano. O corpo de Annie Chapman foi encontrado por um morador de uma pensão, a cinco metros de Buck’s Row. A cabeça estava praticamente separada do corpo e seus anéis e dinheiro estavam intactos. No local, a polícia descobriu apenas provas insignificantes. A investigação policial não chegou a nenhuma pista importante, exceto a de que o punhal usado no crime correspondia ao do assassinato de Polly Nichols. A lâmina media entre 15 e 25 cm e tinha 2,5 cm de largura. O relatório concluiu, pelas características dos crimes, que o assassino possuía conhecimentos de anatomia.

Vinte e dois dias depois do assassinato de Chapman, no dia 30 de setembro, o corpo de Elizabeth Stride foi encontrado na rua, banhado por quase dois litros de sangue. Outra morte foi cometida naquela mesma noite. O cadáver de Catherine Eddowes foi encontrado mais tarde, virado de costas, quase irreconhecível. A garganta estava cortada e um outro corte seguia do reto ao esterno. O corpo estava sem uma parte da orelha direita, e a extremidade do nariz também havia sido cortada.

Em 9 de novembro, um cobrador de aluguel bate à porta de uma das pensões em qual tinha inquilinos. Na ausência de respostas, olha pelo vidro da janela e avista um corpo na cama e uma poça de sangue no chão. Era Mary Lane Kelly, a última vítima de Jack, o Estripador. A cabeça estava praticamente separada do resto do corpo e o rosto, irreconhecível.
As investigações prosseguem, mas pouco evolui. 
Inúmeras cartas anônimas denunciando possíveis assassinos são levadas as centrais de polícia, mas apenas algumas são levadas a sério. A mais importante está assinada por Jack, o Estripador onde daí origina-se a alcunha do assassino. Escrita com tinta vermelha, anuncia o envio das orelhas de uma das vítimas à polícia. Era a orelha de Catherine Eddowes, mas a informação da orelha decepada havia sido mantida em sigilo pela polícia. Outra carta, que se acredita ser do assassino não está assinada por Jack, o Estripador, mas vem com as palavras “do inferno”, acompanhada por um rim humano. Também o rim que faltava no corpo de Eddowes.
Durante o curso dos assassinatos, a polícia e os jornais receberam centenas de cartas sobre o caso. Algumas eram de pessoas bem-intencionadas oferecendo informações para a captura do criminoso; a maioria delas, entretanto, foram consideradas inúteis, e posteriormente ignoradas.
Talvez o mais interessante foram as diversas mensagens que conclamavam terem sido escritas pelo assassino (o apelido “Jack, o Estripador” foi cunhado a partir de uma dessas mensagens); a grande maioria não passava de falsificações. Muitos especialistas afirmam que nenhuma delas era verdadeira, mas entre as citadas como provavelmente genuínas, tanto por autoridades da época quanto atuais, três em particular se destacam:

 A carta ao “Caro Chefe”

O cartão-postal do “Insolente Jack”

 A carta “Do Inferno”

Continua na próxima postagem: Os Suspeitos Seweryn Klosowski, Montgue Druitt, Aaron Kosminski, Michael Ostrog, John Pizer, Dr. Francis Tumblety, William Bury, Dr. Thomas Cream, Frederick Deeming, Carl Feigenbaum e Robert Stephenson.

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Autor: Leandro CHH


  Você quer saber mais?

SCHMIDT, Paulo. Jack, o Estripador: A verdadeira História, 120 anos depois. São Paulo: Geração Editorial, 2008.

ROLAND,Paul. Os Crimes de Jack, o Estripador. São Paulo: Editora Madras, 2010.

CORNWELL, Patrícia. Retrato de Um Assassino – Jack , o Estripador. Lisboa: Editorial Presença, 2003.

HARRINSON, Shirley. O Diário de Jack, o Estripador, Lisboa: Editorial Presença, 1999.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

O Mestre, o pupilo e a montanha do caos.


O mestre e o pupilo.

Autor: Leandro CHH

Um jovem pupilo, certa vez perguntou ao seu mestre:

___Mestre, ao que se assemelha o caos? O Mestre pensou um pouco e rolou uma pequena pedra até o pupilo e disse:

___O caos assemelha-se a uma pequena pedra, que ao rolar do alto da montanha, leva consigo, mais e maiores pedras. Terminando em um desabamento que pode vir a destruir toda a montanha!  Assim é a mente do homem que não administra seus pensamentos, um dia ele joga uma pequena pedra em uma pessoa, no outro dia mais uma e assim vai jogando, até jogar pedras maiores. Um dia toda a sociedade está ferida e doente...caótica! Então esse homem vê, que tudo o que ele fez está caindo sobre ele próprio.

O pupilo então deduz:

___Então a montanha é a sociedade, as pedras nossos atos maus e o homem a humanidade!

O mestre responde com singela sabedoria:

___Sim meu jovem pupilo. Tudo que fazemos gera uma reação, boa ou má. Depende somente de nossas escolhas. Se hoje vivemos em uma sociedade caótica, foi porque assim a construímos.

Então o pupilo indaga:

___Mas, podemos mudar, não é mestre?

E o Mestre com toda sabedoria responde:

___Sim meu filho podemos, mas só depende de nós!

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