quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Veja histórico de acordos de paz para o Oriente Médio.

Paz, Paz, Paz, mas aonde está a paz?

Palestinos e Israelenses realizaram diversas tentativas de paz.

Em mais de 40 anos desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967, houve diversos planos e negociações de paz no Oriente Médio. Alguns foram considerados bem-sucedidos, como os firmados entre Israel e Egito e entre Israel e Jordânia, mas a disputa central entre israelenses e palestinos ainda não foi resolvida. O analista da BBC Paul Reynolds explica as principais propostas de paz e o que aconteceu com elas.

Resolução 242 do Conselho de Segurança da ONU, 1967

A resolução encarna o princípio que tem guiado a maioria dos planos subsequentes: a troca de terra por paz. Ela pedia “a saída das Forças Armadas israelenses dos territórios ocupados no conflito daquele ano, como Jerusalém Oriental, a península do Sinai, Cisjordânia e as colinas de Golã, e o “respeito pela soberania, integridade territorial e independência política de cada Estado na região e seu direito de viver em paz”. Mas a resolução é famosa por sua imprecisão ao pedir a retirada israelense de “territórios”. Israel argumentou que isso não significava necessariamente a retirada de todos os locais ocupados.

Camp David (EUA), 1978

O acordo mediado por Carter foi considerado um dos mais bem-sucedidos

Houve diversos planos de paz após 1967, mas nada de significativo aconteceu até depois da guerra de 1973, que abriu espaço para uma nova iniciativa pela paz, como mostra a visita a Jerusalém do então presidente egípcio, Anwar Sadat, em novembro de 1977. O presidente dos EUA na época, Jimmy Carter (1977-81), capitalizou em cima desse espírito e convidou Sadat e o então premiê israelense, Menachem Begin, para conversas em Camp David.

O primeiro acordo expandia a resolução 242, pedia negociações multilaterais para resolver o “problema palestino”, falava em um tratado entre Israel e Egito e instava a assinatura de outros tratados entre Israel e seus vizinhos. Mas a fraqueza deste primeiro acordo foi que os palestinos não participaram das negociações. O segundo acordo tratava da paz entre Israel e Egito, o que ocorreu em 1979, com a saída de Israel da península do Sinai, ocupada desde 1967. Isso resultou no primeiro reconhecimento do Estado de Israel por parte de um país árabe. São talvez as mais bem-sucedidas conversas do processo de paz. O acordo durou, apesar de tensões posteriores entre Israel e Egito e de Sadat ter sido assassinado.

Conferência de Madri, 1991

Resultou em um tratado de paz entre Israel e Jordânia em 1994, mas as conversas israelenses com o Líbano e a Síria avançaram pouco desde então, complicadas por disputas de fronteira e pela guerra de 2006 entre Israel e militantes libaneses do Hezbollah.

Acordo de Oslo, 1993

Israelenses e palestinos reconheceram-se mutuamente em 1993

As negociações de Oslo tentaram contemplar o que faltara em todas as conversas prévias, como um acordo direto entre israelenses e palestinos, representados pela OLP (Organização pela Libertação da Palestina). Sua importância é que resultou no reconhecimento mútuo entre Israel e a OLP. O acordo estipulava que tropas israelenses deixariam a Cisjordânia e Gaza, que um governo interino palestino seria montado para um período de transição de cinco anos, abrindo caminho para a formação de um Estado palestino. O grupo Hamas e outros palestinos não aceitaram os termos de Oslo e iniciaram ataques suicidas contra Israel, que por sua vez enfrentou a oposição de colonos israelenses e outros setores da sociedade.

O acordo foi assinado em 1993, na Casa Branca, onde, sob a mediação do presidente americano Bill Clinton, Yasser Arafat, líder da OLP, e Yitzhak Rabin, premiê israelense, apertaram as mãos. Mas seus termos foram apenas parcialmente implementados.

Camp David, 2000

O objetivo de Clinton era tratar de temas como fronteiras, Jerusalém e refugiados, que haviam sido deixados de lado em Oslo.

Barak (esquerda) e Arafat não se entenderam em 2000

Mas não houve acordo entre Arafat e o então premiê de Israel, Ehud Barak. O problema foi que o máximo oferecido por Israel era menos do que o mínimo que os palestinos estavam prontos para aceitar. Israel ofereceu a faixa de Gaza, uma grande parte da Cisjordânia e terras do deserto de Negev, mas mantendo grandes assentamentos em Jerusalém Oriental. Os palestinos queriam começar com a reversão das fronteiras determinadas pela guerra de 1967 e pediam o reconhecimento do “direito de retornar” dos refugiados palestinos. O fracasso de Camp David foi seguido pelo segundo levante palestino conhecida como Intifada.

Taba, 2001

Houve mais flexibilidade quanto à questão territorial, mas um comunicado posterior dizia ter sido “impossível chegar a um entendimento em todas as questões”. Com a eleição de Ariel Sharon em Israel, em 2001, o acordo foi abandonado.

Iniciativa de Paz Árabe, 2002

Após o fracasso dos diálogos bilaterais e da volta dos conflitos, o plano saudita retomou uma abordagem multilateral e sinalizou o interesse árabe em pôr fim às disputas ente israelenses e palestinos. Segundo o plano, as fronteiras voltariam à configuração de 1967, um Estado palestino seria estabelecido em Gaza e Cisjordânia e haveria uma “solução justa” ao problema dos refugiados. Em troca, os países árabes reconheceriam Israel. Sua força é o apoio árabe à solução de dois Estados. Sua fraqueza é que instou as partes a negociar os mesmos temas em que elas haviam falhado até então.

Mapa da Paz, 2003

O plano proposto pelo “Quarteto” (EUA, Rússia, União Europeia e ONU) que negocia a paz no Oriente Médio, não dá detalhes sobre um acordo final, mas sim diretrizes sobre como chegar a ele. A proposta foi precedida de um comunicado, em junho de 2002, de George W. Bush, que propunha fases para pôr a segurança antes de um acordo final:

- Fase 1: Declaração dos dois lados apoiando a solução de dois Estados. Palestinos poriam fim à violência e agiriam contra os que estivessem “engajados no terror”, criariam uma Constituição e fariam eleições; israelenses parariam de construir assentamentos ou ampliar os já existentes e conteriam ações militares

- Fase 2: Criação de um Estado palestino, em conferência internacional, com “fronteiras provisórias”

- Fase 3: Conversas finais

O Mapa da Paz não foi implementado, mas segue sendo um ponto de referência para as negociações.

Acordo de Genebra, 2003

Revisa os conceitos do Mapa da Paz em que a segurança e a confiança precederiam um acordo político. O maior compromisso de Genebra era que os palestinos desistissem de seu “direito de retorno” em troca de praticamente toda a Cisjordânia. Israel desistiria de grandes assentamentos, como Ariel, mas manteria outros perto da fronteira. Os palestinos teriam sua capital em Jerusalém Oriental, mas Israel manteria a soberania sobre o Muro das Lamentações, na Cidade Velha.

Annapolis (EUA), 2007

As negociações de 2007 foram interrompidas após a ofensiva israelense em Gaza

O premiê israelense Ehud Olmert e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, participaram de negociações com o Quarteto e mais de uma dúzia de países árabes. Mas o Hamas, que ganhara as eleições parlamentares em Gaza em 2006 e dominara no ano seguinte a região, não estava representado e disse que não se comprometeria com nenhuma decisão tomada em Annapolis. Após um comunicado conjunto, Olmert e Abbas tiveram reuniões regulares para acordar questões de fronteira, mas as negociações foram interrompidas pela ofensiva militar israelense em Gaza no final de 2008.

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http://www.bbc.co.uk/

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/09/100902_negociacoesclintonfn.shtml

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/09/100902_negociacoes_rc.shtml

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/09/100901_negociacoesobamafn.shtml

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/09/100901_palestinos_prisoes_guila_rw.shtml

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/08/100822_netanyahu_negociacoes_cq.shtml

Trabalhadores das pirâmides 'não eram escravos', dizem arqueólogos!

Egito diz que teoria dos escravos não faz jus a civilização egípicia

Trabalhadores enterrados próximos as pirâmides não podem ser escravos.

Cientistas apresentaram no Egito tumbas cuja localização, próxima das principais pirâmides, reforça a teoria de que esses grandes monumentos foram construídos por trabalhadores livres, e não por escravos. Os túmulos, construídos cerca de 4,5 mil anos atrás, contêm os restos mortais dos trabalhadores que morreram enquanto levantavam as pirâmides de Quéops e Quéfren.

"Essas tumbas foram construídas ao lado da pirâmide do faraó, o que indica que essas pessoas não eram, de forma alguma, escravos", disse o arqueólogo que chefiou os trabalhos de escavação, Zahi Hawass.

"Se fossem escravos, eles não poderiam ter construído suas tumbas ao lado da do faraó."

Ele disse que a descoberta "pode ser a mais importante do século 21" em relação à civilização egípcia. Os túmulos são feitos de argila seca, semelhante a outras covas descobertas em 1990, e datam das 4ª e 5ª dinastia (2649-2374 AC).
Tumab descoberta no Egito

Tradicionalmente, as autoridades do Egito refutam a teoria de que as pirâmides foram construídas por escravos, alegando que essa hipótese – um "mito", em suas palavras – ignora as habilidades necessárias na construção e a sofisticação da civilização egípcia. Evidências colhidas no sítio arqueológico indicam que 21 vacas e 23 cordeiros eram enviados diariamente para alimentar cerca de 10 mil pessoas que trabalharam na construção das pirâmides. Segundo Hawass, é possível que os fornecedores da carne, fazendeiros no Delta do Rio Nilo e no sul do Egito, não estivessem pagando impostos ao governo, e sim fazendo parceiras com o governo nesses grandes projetos nacionais da época.

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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Museu no Cairo reabre com maior coleção islâmica

Coleção Islâmica

Visitante na reinauguração do Museu Islâmico, no Cairo

O Museu de Arte Islâmica, na Velha Cairo (Egito), reabriu nesta segunda-feira (25), depois de sete anos de um projeto de renovação. De acordo com Zahi Hawass, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, o museu agora mantém a maior coleção de artefatos islâmicos do mundo.
As exibições do museu mostram 1.400 anos de história islâmica, desde a época do Califado de Umayyad (661-750) até o Império Otomano (1299-1923). Turistas vão aos milhões visitar as Pirâmides de Gizé e os Templos de Luxor, mas a riqueza da arte e design islâmicos eram colocados em segundo lugar.

Visitantes observam caixões islâmicos no museu do Cairo

Antes que o museu fechasse, em 2003, alguns milhares de viajantes curiosos se aventuravam mensalmente ao museu, que fica próximo de uma estrada barulhenta no coração da capital do Egito. O prédio, projetado pelo italiano Alfonso Manescalo, data do início do século 20, e guardava cerca de 3.000 tesouros, muitos mal identificados, incluindo cerâmicas, túmulos, portas, telas de madeira, mantos e tapetes. As paredes possuíam rachaduras, devido a terremotos.

"Nosso museu era velho e precisava que suas paredes fossem fortificadas, ou estaria próximo do colapso", disse Mohammed Abbas Selim, diretor-geral do museu.

Entre os 80.000 objetos que Selim e sua equipe puderam escolher, cerca de 1.700 estão à mostra no renovado museu. "Diferente das pirâmides e outros artefatos antigos, arte islâmica é uma área mais especializada", disse Selim. "Estas são obras de arte que precisam ser exibidas de uma maneira que todos possam aprecisar."

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Dinossauros ganham vida em exposição na França

Dinossauros "vivos"

Uma exposição em Paris reproduz um parque de dinossauros e traz mais de 50 animais em tamanho real, que “ganharam vida” graças à tecnologia.

Construídos com um sofisticado sistema robótico e equipados com sensores, os dinossauros se mexem e emitem rugidos quando detectam a aproximação de uma pessoa. Eles também possuem sensores nos olhos, que permitem acompanhar os movimentos de alguém próximo.

“O Tempo dos Dinossauros”, apresentada no Parque de Exposições da Porta de Versalhes, mostra 31 espécies em tamanho original em ordem cronológica, como o Tiranossauro Rex, o mais temido carnívoro da história, que podia atingir até seis metros de altura.

A exposição também traz representações de um brontossauro, um tricerátops - herbívoro semelhante a um rinoceronte, mas do tamanho de um elefante -, e um espinossauro, o maior dinossauro carnívoro que já existiu, com seus seis metros de altura por 15 a 18 de comprimento.

Uma descoberta recente, o ampelossauro, dinossauro herbívoro com cerca 15 metros de comprimento do pescoço à cauda e dotado de uma armadura sobre as costas, cujo esqueleto foi encontrado no sul da França em 2002, também ganhou uma representação robótica na mostra.

O paleontólogo francês Jean Le Loeuff, que descreveu e nomeou o ampelossauro, participou da organização da exposição.

O espinossauro foi o maior dinossauro carnívoro e bípede, com seis toneladas a até 18 metros de comprimento.

Ambiente sombrio

Os dinossauros estão espalhados por uma floresta artificial, de mais de 6 mil metros quadrados, recriando o ambiente natural dos dinossauros, que surgiram na Terra há cerca de 220 milhões de anos.

“É um zoológico pré-histórico em Paris”, afirma Pascal Bernardin, organizador da exposição.

Segundo ele, foram necessários nove meses para fabricar, na China, os robôs-dinossauros, cobertos com pele de borracha.

Os robôs foram concebidos por engenheiros da Disney. O investimento total foi de US$ 2 milhões (cerca de R$ 3,8 milhões), afirma Bernardin. A exposição, que fica em cartaz até 31 de julho, também apresenta dados sobre a evolução e os hábitos alimentares destes animais pré-históricos, extintos há cerca de 65 milhões de anos. Um filme em 3D conta a origem dos dinossauros e as diferentes teorias sobre seu desaparecimento.

Dinossauros pela cidade

O Tempo dos Dinossauros é apenas uma de três exposições dedicadas aos animais pré-históricos em cartaz na capital francesa. As outras duas mostras têm um lado mais científico e pedagógico, o que não deixou de atrair inúmeros visitantes. “A Fome dos Dinossauros”, no Palácio da Descoberta, tem atraído, desde dezembro, 80 mil visitantes por mês. Devido ao sucesso, o evento, que deveria terminar em maio, foi prolongado até 1° de setembro.

O Museu de História Natural de Paris inaugurou em abril a mostra “Dans l’Ombre des Dinosaures” (“Na Sombra dos Dinossauros”, em tradução literal), que tenta explicar como e por quais razões os dinossauros foram extintos.

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http://www.bbc.co.uk/portuguese/cultura/2010/05/100524_dinossauros_paris_aw.shtml

Paleontólogos descobrem que tiranossauro era canibal!

Canibalismo

Paleontólogos americanos e canadenses descobriram que o temido tiranossauro rex não comia apenas outras espécies de dinossauros, mas também outros tiranossauros.

O tiranossauro era o único carnívoro que poderia fazer essas marcas em ossos.

Em um estudo publicado nesta sexta-feira no jornal científico PLoS ONE, especialistas das universidade afirmaram que a descoberta foi feita após encontrarem marcas de mordidas de Tiranossauros em ossadas de predadores da mesma espécie.

Ao analisar fósseis de tiranossauros, o pesquisador da Universidade Yale Nick Longrich encontrou um osso com marcas especialmente grandes. Devido à idade e à localização das marcas, Longrich concluiu que ela só podia ser de um tiranossauro.

“Qualquer grande carnívoro poderia ter feito aquela marca, mas os únicos carnívoros de grande porte que habitavam o oeste da América do Norte há 65 milhões de anos eram os próprios tiranossauros”, afirmou o paleontologista.

Caçada solitária

Após a descoberta, Longrich e outros paleontólogos das universidades de Montana e Alberta percorreram vários museus para pesquisar outros fósseis. Eles encontraram três ossos de patas e um outro de braço com evidências de canibalismo entre tiranossauros.

A descoberta representa uma importante pista para a compreensão dos obscuros hábitos alimentares dos dinossauros. Enquanto os carnívoros de hoje costumam caçar em grupos, os tiranossauros provavelmente saíam sozinhos para matar outros predadores.

“Esses animais são os maiores carnívoros terrestres que já pisaram na Terra e a maneira que eles encontravam alimentos era muito diferente dos hábitos das espécies atuais”, disse Longrich.

“Há um grande mistério sobre o que e como eles comiam. Mas essa pesquisa nos ajudou a encaixar uma importante peça desse quebra-cabeça.”

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Faixas sugerem dinossauros podiam nadar!

Nadadores Pré-historicos

Pegadas antigas apresentaram provas convincentes de que alguns dinossauros eram capazes de nadar, relatam os cientistas. O rastro (50 pés) de 15m, que revela uma odisséia submarina animal foi descoberto na Bacia de Cameros, em Espanha, em um grande lago.

O S-shaped estampas sugerem que a besta com garras em sedimentos no fundo do lago, uma vez que nadava em cerca de 3m (10ft) de água. As marcas são de 125 milhões de anos, datando do início do período cretáceo, a equipe escreve na revista Geology.

Elas foram deixadas por um dinossauro grande, bípedes carnívoro. "Nos deparamos com eles cerca de três ou quatro anos atrás", explicou o Dr. Loic Costeur, paleontólogo da Universidade de Nantes, na França, e um co-autor do papel."A Bacia Cameros tem milhares de pegadas de dinossauros a pé da fauna diversa, mas quando vimos estas foi imediatamente óbvio que este era um dinossauro nadando."

Imediatamente óbvio

O rastro submarino, que está bem preservada em arenito, é composta de 12 impressões consecutivas cada uma delas constituída de duas a três marcas de arranhões."As pegadas são muito peculiares em sua forma e morfologia - eles não são em todas as pegadas, como caminhadas," Dr. Costeur disse à BBC. "Em pegadas andando, você pode reconhecer o formato do pé, mas aqui não é em todos os casos: é conjuntos de sulcos na superfície do sedimento. "Você começa a idéia que o corpo dos animais, foi apoiada pela água que estava arranhando o sedimento." As estrias onduladas ao redor da pista sugeriu que o dinossauro nadava contra a corrente, tentando manter um caminho reto, a equipe disse.

Outras investigações da pista bem preservado revelou mais sobre o estilo da fera da natação. "O dinossauro nadava com movimentos alternados das duas patas traseiras: um movimento de natação de impulso pélvico", disse Costeur. "É um estilo de natação amplificado andando com movimentos semelhantes aos usados por bípedes modernos, incluindo as aves aquáticas".Por muitos anos, a questão de se os dinossauros eram capazes de nadar ficaram sem resposta.

As investigações sobre a anatomia dos dinossauros e da ecologia sugeriu que era possível, mas muito poucas evidências existentes documentar esse comportamento. Mas o Dr. Costeur descreveu a descoberta como "extremamente interessante" e disse que desde a primeira evidência convincente de que os dinossauros eram capazes de nadar.

"O rastro de La Virgen del Campo abre as portas para diversas novas áreas de investigação", disse Costeur. "Nova modelagem biomecânica irá aumentar a nossa compreensão da fisiologia do dinossauro e capacidades físicas, bem como nossa visão de nichos ecológicos em que viveram.

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http://www.univ-nantes.fr/

http://www.gsajournals.org/perlserv/?request=index-html&issn=0091-7613

Crocodilo pré-histórico descoberto

Crocossauro

O crânio de um crocodilo de 130 milhões anos de idade, revelou ao longo da costa de Dorset foi na exposição. Richard Edmonds estava caminhando ao longo da costa Swanage quando ele encontrou o crânio (60cm) 2ft brotando de uma rocha. Uma queda de penhasco junto do Património Mundial Jurassic Costa expôs o predador pré-histórico em março.

O crocodilo, ou Goniopholis, teria vagueou a terra com os dinossauros. O crânio será exibido no Museu Swanage e Centro do Património. O crânio de crocodilo é realmente o achado de uma vida
Richard Edmonds

Sr. Edmonds, diretor de ciências da terra para o mundo Jurassic Coast Património da equipe do site, disse: "É apenas o segundo crânio de crocodilo de ser encontrados na área nos últimos 30 anos. "Obviamente foi uma verdadeira obra de sorte para encontrar algo parecido. "O crânio de crocodilo é realmente o achado de uma vida." Sr. Edmonds tinha duas semanas de espera para obter a permissão para escavar o crânio do latifundiário e Inglaterra natural, como a área é um site de Especial Interesse Científico (SSSI). O crânio será posteriormente enviado para análise por especialistas da Universidade de Bristol e do Museu de História Natural.

Se eles decidirem que é um achado importante que será doado a um museu registrado.

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http://news.bbc.co.uk/2/hi/uk_news/england/

Fósseis das primeiras plantas do mundo são descobertos na Argentina

As Plantas mais velhas do mundo.

Fósseis na Argentina indicam que as primeiras plantas do mundo “colonizaram” a Terra há cerca de 472 milhões de anos atrás.

Os fósseis pertencem a plantas de estruturas muito simples, que não possuem nem raízes. Isso mostra que elas são o elo entre as plantas que viviam na água e as que passaram a se manter na terra. As plantas terrestres modificaram o clima do planeta, alteraram o solo e permitiram que outras formas de vida multicelular pudessem, também, sair do meio aquático e se adaptar à vida na terra.

A descoberta foi feita por uma equipe de cientistas do Instituto de Pesquisas Ambientais de Mendonza, na Argentina. Os esporos fossilizados que eles descobriram no Rio Capillas, localizado nas Serras Sub-andinas eram de plantas que, claramente, haviam evoluído de algas verdes multicelulares.

Esses chamados “criptoesporos” são os sinais mais antigos de plantas terrestres já descobertos. Antes da descoberta na Argentina, os fósseis de plantas mais antigos eram os que foram encontrados na Arábia Saudita, que tinha uma idade estimada de 461 milhões de anos. A descoberta de plantas antigas na Argentina e não próximas a Arábia Saudita mostra que as plantas se originaram em uma região muito distante do que se achava e que a vida também pode ter se adaptado para a Terra na mesma região.

As plantas fossilizadas encontradas provavelmente evoluíram para se tornar musgos e liquens.

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http://news.bbc.co.uk/earth/hi/earth_news/newsid_9079000/9079963.stm

Julgamento de 'último algoz nazista vivo'!

John Demjanjuk foi levado ao tribunal de cadeira de rodas.

Foi julgado em 30 de novembro, 2009 em Munique, na Alemanha, o julgamento de John Demjanjuk, tido como um dos últimos algozes do regime nazista ainda vivos. Demjanjuk, de 89 anos, era supervisor no campo de concentração nazista de Sobibor, na Polônia, e é acusado de ter colaborado com a morte cerca de 28 mil pessoas ao cumprir ordens de enviá-los para câmaras de gás. Demjanjuk, está doente e compareceu ao tribunal em uma cadeira de rodas. Seus olhos estavam fechados mas ele pareceu estar consciente.

Seu julgamento pode ser o último grande processo contra um algoz nazista.

Ele morava nos Estados Unidos e foi extraditado para a Alemanha depois que médicos e psicólogos o declararam apto a enfrentar um processo. No entanto, o réu poderá ficar no tribunal no máximo três horas por dia, por ordem médica.

Vítimas

John Demjanjuk, de origem ucraniana, trabalhou em Sobibor em 1943. No total, cerca de 250 mil prisioneiros, a grande maioria de origem judia, morreram nas câmaras de gás de Sobibor entre meados de 1942 e outubro de 1943. Cerca de 20 parentes das vítimas de Sobibor vieram de todo o mundo para presenciar o julgamento. Vários deles vão depor como testemunhas. Um deles, Kurt Guttmann, que perdeu sua mãe e um de seus irmãos no campo de concentração, disse em uma entrevista à imprensa alemã que espera que o processo esclareça o que realmente aconteceu em Sobibor, e o que isso significa para os parentes de cada um dos mortos. Cerca de 270 jornalistas de todo o mundo estão em Munique. Devido ao grande número de interessados, o julgamento acabou começando com atraso nesta segunda-feira. A Justiça alemã foi criticada pelo atraso em julgar Demjanjuk. Críticos alegam que as acusações contra o ucraniano e seu paradeiro nos Estados Unidos já eram conhecidos havia anos.

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O Museu Histórico Alemão, em Berlim, abriu nesta sexta-feira a primeira exposição sobre o líder nazista Adolf Hitler desde a sua morte, em 1945.

Museus já dedicaram espaços ao Holocausto, ao trabalho escravo e a outros ângulos da Alemanha nazista, mas nunca se concentraram no homem que arquitetou tudo isso.

"A exibição de suásticas e de imagens de Hitler é proibida por lei, a não ser em um contexto científico. E esta não é uma exposição de propaganda", afirmou o diretor da instituição, Hans Ottomayer.

Algumas peças em exibição chegam a ser comoventes, como uma pintura amadora feita no verso de escrituras sagradas judaicas.

Mas a mostra divide opiniões. Hans Coppi, morador da capital alemã cujos pais morreram no Holocausto, afirmou à BBC que a exposição lhe traz sentimentos ruins.

Mesmo 65 anos depois de sua morte e tema de uma grande exposição, tratar do assunto Hitler na Alemanha ainda é traumático.

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http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/03/100303_aborto_hitler_vdm.shtml

BRIC 2020: que papel cabe ao Brasil?

Em um mundo cada vez mais multipolar, emergentes devem se fortalecer como potências ( lideres da Índia, Russia, China e Brasil).

Muitos economistas acreditam que até o final da próxima década os países que formam o chamado BRIC - Brasil, Rússia, Índia e China - estarão entre as maiores economias do mundo, muito próximas de gigantes como Estados Unidos, Japão e Alemanha. Segundo analistas, nos últimos anos estes países tiraram da pobreza mais de meio bilhão de pessoas, incorporando esse enorme contigente à classe média, aumentando, em consequência, a capacidade de consumo interno. Com esse incremento, os especialistas acreditam que esses países dependerão cada vez menos de mercados tradicionais, como Estados Unidos e Europa, e representarão o verdadeiro motor que impulsiona o consumo mundial. Em consequência, os governos desses países querem passar a ter uma voz mais ativa nas grandes decisões mundiais. O Brasil e a Índia pleiteiam uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU e, individualmente, cada um dos BRIC quer ter maior participação nas decisões do Fundo Monetário Internacional.

Apesar do reconhecimento da importância dos BRICs na economia mundial, os países ricos ainda relutam em partilhar em pé de igualdade os grandes fóruns internacionais onde são tomadas as decisões que mais afetam o mundo globalizado. Na sua opinião, os BRICs vão chegar a dominar a economia global? Que papel você acha que o Brasil deve ter na política internacional? Os países do BRIC deveriam ter uma voz ativa e em pé de igualdade nas decisões mais importantes?

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http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090330_russia_ffaa.shtml

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090330_brasil_bric_energia.shtml

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090330_bricsabertura_ss.shtml

http://www.bbc.co.uk/portuguese/multimedia/2009/03/090327_jimoneil_brics.shtml

Exposição na Espanha mostra crueldade da pirataria após século XVI

A Pirataria da crueldade

Uma exposição na cidade de Sevilha, Espanha, está contando a história dos piratas que aterrorizaram os mares após o início das Grandes Navegações, no século XV.

Rompendo com as versões romanceadas popularizadas por filmes como Piratas do Caribe, a história real, que emerge de depoimentos originais registrados no período, é de violência e crueldade. Os relatos falam, por exemplo, de El Olonés, um francês conhecido em seu tempo como o mais cruel dos piratas caribenhos. Ele abria o peito de sua vítima, arrancava seu coração e o comia diante da tripulação. São 170 peças, entre documentos e maquetes, que contam a história do ponto de vista da Espanha.

O evento, intitulado Mare clausum, Mare liberum, La piratería en la América española (Mar Fechado, Mar Livre, A pirataria na América espanhola), está sendo realizado pelo Archivo General de Indias e teve sua data de encerramento adiada devido ao grande interesse do público.

Versão Idealizada

"A imagem que chegou aos nossos dias mostra os piratas como aventureiros e até heróis", disse à BBC um dos guias da exposição. "A literatura e o cinema deram a eles uma aura romântica, mas a realidade era muito diferente". "O título (da exposição) faz alusão às teorias que predominavam na Europa desde o descobrimento da América", explica o guia. "A Espanha apoiava a teoria do mar fechado, que lhe dava acesso exclusivo às novas riquezas, enquanto países como França e Holanda, que também queriam um quinhão do Novo Mundo, defendiam a teoria do mar aberto".

Franceses: Os primeiros

O primeiro caso de pirataria documentado ocorreu em 1522, quando o francês Jean Fleury interceptou a embarcação que levava os presentes do imperador asteca Montezuma ao conquistador espanhol Hernán Cortés. Entretanto, o próprio Cristóvão Colombo tinha sido atacado antes, perto dos Açores, quando retornava de sua terceira viagem à América. "Os primeiros a atuar foram os franceses. Os ingleses não apareceram até o final do século 16. Holandeses e dinamarqueses vieram depois do século 17", disseram à BBC as curadoras da exposição, Falia González e Pilar Lázaro. "Foram três séculos de pressão constante sobre o tráfico marítimo mantido pela Espanha e de repetidos assaltos contra suas embarcações". As Índias Ocidentais (como era chamado no período o continente Americano), eram um território imenso que a Espanha não podia povoar por completo, e os piratas estavam conscientes da debilidade e vulnerabilidade de seus portos.

A exposição detalha, por exemplo, a situação da cidade de Santa Marta, a mais antiga da Colômbia, destruída 20 vezes em um período de 50 anos. Assim, aos poucos, as lendas de dragões e monstros que até então inundavam o oceano Atlântico deram lugar a uma fauna de personagens rudes e ambiciosos, tatuados ou amputados por espadas e canhões.

Mas havia vários tipos de piratas.

De corsários a filibusteros

A ilha Tortuga era, na verdade, as Ilhas Cayman

Os corsários eram piratas que assaltavam a serviço de um país, destacando-se, nessa categoria, ingleses e holandeses. Para isso, recebiam uma licença especial, a Patente de Corso, que os autorizava a atuar contra os inimigos da coroa. O mais famoso deles foi Francis Drake. "Drake era considerado um herói em seu país, chegando até a ser nomeado cavaleiro pela rainha Elizabeth Primeira", explicou o guia da exposição. "Ele foi a segunda pessoa a dar a volta ao mundo cruzando o perigoso Estreito de Magalhães - depois de (Juan Sebastián) Elcano".

"Só conseguiu essa proeza graças ao piloto português Nuño da Silva, que conhecia a região, e a quem ele havia capturado em um ataque". No Caribe, havia também piratas conhecidos como bucaneros. Seu nome vinha de bucán, um tipo de carne defumada que eles compravam com o produto de seus saques. "Finalmente, havia os filibusteros (da palavra inglesa flyboat, veleiro rápido), considerados os mais malvados. Eram a soma de todos. Se dedicavam a fazer pilhagens, no mar ou em terra, e tinham sua base na ilha de Tortuga, a ilha dos piratas, hoje, Ilhas Cayman", acrescenta o guia. Segundo o guia, os piratas da ilha de Tortuga formaram uma confraria que tinha seu próprio código de honra. Segundo esse código, matar um membro da irmandade era um delito gravíssimo. Como punição, o assassino era amarrado ao corpo da vítima e a uma rocha antes de ser jogado no mar.

Piratas Espanhóis

Embora a América hispânica fosse a mais atacada pelos piratas, também havia piratas espanhóis que entravam em confrontos com navios ingleses e portugueses, como é o caso de Benito Soto Aboal, o mais sanguinário. Soto Aboal teria sido o último pirata do Atlântico. Em 1823, deixou um rastro de sangue no mar desde a cidade do Rio de Janeiro, de onde zarpou em um barco português. Depois de comandar um motim, passou a abordar todos os navios que cruzavam seu caminho, entre eles, um barco americano que voltava do Canadá. Em todos aplicava a mesma tática: matar toda a tripulação e afundar o barco. Uma estragégia parecida com a do francês El Olonés (François l'Olonnais), o filibustero mais temido do Caribe. Tinha fama de aventureiro e cruel, e dizia-se que ele havia acumulado muitas riquezas nas Antilhas. Além de torturar seus prisioneiros, escolhia um para matar, arrancando o coração da vítima e comendo-o diante da tripulação.

Esse ritual cruzou o oceano e teria chegado às selvas mais profundas da América. Tão famoso se tornou o temido pirata que, segundo contam, uma tribo indígena que habitava uma região onde hoje está a Nicarágua teria reconhecido El Olonés. "No Archivo General de Indias há um depoimento de um dos marinheiros que o acompanhavam. Segundo o relato, a tribo cortou (o pirata) em pedaços, assou-o e em seguida o comeu". A exposição Mare clausum,Mare liberum, La piratería en la América española fica aberta até o dia 31 de outubro.

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terça-feira, 26 de outubro de 2010

Análise sobre o debate a respeito do Integralismo promovido pela Revista de História da Biblioteca Nacional.*

A idéia era um debate, mas o que ocorreu foi uma extensa exposição difamatória sobre a história da Acção Integralista Brasileira, refiro-me ao encontro sobre o Integralismo promovido pela Revista de História da Biblioteca Nacional, ocorrido no dia 19 de outubro, às 16 horas, no auditório da Biblioteca Nacional. Durante cerca de 3 horas, os historiadores Leandro Gonçalves, professor do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora e Márcia Carneiro, professora da Universidade Federal Fluminense, discorreram sobre o tema. Algumas análises feitas pelo Prof. Leandro Gonçalves chamaram a atenção dos pesquisadores sobre o Integralismo presentes durante o evento, entre elas se destaca a afirmação “que houve um clima desfavorável para o surgimento do Partido de Representação Popular após o fim do Estado Novo (1937-1945)”. Discordo, completamente, desta afirmação.

Ao contrário da Acção Integralista Brasileira, o Partido de Representação Popular - PRP alcançou vitórias nunca antes almejadas pela AIB, entre elas pode-se afirmar que o PRP participou ativamente da base do Governo Federal, durante o mandado do Presidente Juscelino Kubitschek, tendo inclusive papel de destaque no governo. Elegeu inúmeros Prefeitos, Senadores, Deputados Estaduais e Federais pelo Brasil, bem como teve papel de destaque na eleição presidencial de 1955, na qual o Presidente Nacional do PRP Plínio Salgado recebeu 8% dos votos válidos, respondendo a todos os críticos do Integralismo que este estava vivo e presente em todo o Território Nacional.
Além deste fato, o cartaz de divulgação do evento intitulado “Ameaça Fascista? O Integralismo Ontem e Hoje” demonstra , claramente, que a proposta do evento não era informar os estudantes presentes sobre a história do Integralismo até os dias atuais e sim desinformar e fomentar um julgamento de preconceito e intolerância sobre o “maior movimento de massa do Brasil”, segundo a própria palestrante Profª. Márcia Carneiro.

Por fim, gostaria de pedir a todos os Integralistas e simpatizantes que enviem E-mails para Revista de História da Biblioteca Nacional, criticando a forma que o evento foi divulgado e realizado.

* Σ - Guilherme Jorge Figueira, Presidente Estadual da FIB-RJ/NIERJ
Fonte: Artigo publicado em formato de editorial no boletim Bandeira do Sigma, pág. 1, n.15, Ano II, outubro, 2010

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Otan 'expulsa diplomatas da Rússia por espionagem'

Diplomatas russos expulsos!

Relações entre Otan e Rússia estão abaladas desde conflito na Geórgia

A Rússia confirmou que a aliança militar Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) expulsou dois de seus diplomatas de Bruxelas na quarta-feira. A medida seria uma represália por um escândalo de espionagem envolvendo uma autoridade da Estônia.

O governo de Moscou negou qualquer envolvimento com espionagem. A Rússia disse que a expulsão dos diplomatas é uma "provocação grosseira" e acontece em um momento de reaproximação entre a Rússia e a Otan, depois do conflito do ano passado entre russos e a Geórgia.

No começo do ano, Herman Simm, um alto funcionário do governo da Estônia, foi condenado a 12 anos de prisão por ter supostamente repassado documentos secretos de segurança da Otan a agentes da inteligência russa.

O tribunal não divulgou qual país teria contratado os serviços de Simm, mas os investigadores afirmaram que ele teria entregue 3 mil documentos aos russos e recebido US$ 110 mil pelas informações. O governo de Moscou nega qualquer envolvimento.

'Provocação'

"Uma provocação grosseira foi feita em relação a dois funcionários da missão permanente da Rússia na Otan com um pretexto sem nenhuma explicação clara", afirmou o ministério russo das Relações Exteriores, em nota oficial.

"Esta ação revoltante contradiz fundamentalmente as declarações de lideranças da Otan sobre sua prontidão em normalizar as relações com a Rússia."

Na quarta-feira, a Rússia e a Otan haviam retomado os contatos formais, após quase oito meses de interrupção devido ao conflito da Geórgia. A Otan anunciou a expulsão dos diplomatas russos menos de 24 horas após a retomada dos contatos.

A Otan e a Rússia ainda discordam sobre a questão da Geórgia. Recentemente, o presidente russo, Dmitry Medvedev, criticou os exercícios militares que serão realizados pela Otan na Geórgia no próximo mês. Medvedev disse que esse tipo de exercício não deveria acontecer em um país que acabou de passar por uma guerra.

Poucas horas depois da declaração do russo, a Otan acusou a Rússia de violar acordos de paz que puseram fim à guerra com a Geórgia no ano passado.

Apesar das palavras tensas, uma alta autoridade da Otan disse à BBC que uma reunião de alto-escalão entre russos e a aliança militar marcada para o próximo mês deve ser mantida.

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A volta da Guerra Fria

Rússia nega espionagem nos EUA e fala em volta à Guerra Fria.

Suspeitos compareceram a cortes federais

Um representante do Ministério do Exterior russo declarou que as acusações de que uma rede de espiões atuava nos Estados Unidos para a Rússia não têm base e representam uma regressão aos tempos da Guerra Fria. Segundo o representante, as acusações prejudicam as recentes tentativas do presidente Barack Obama de buscar uma reaproximação com Moscou. O comentário foi feito um dia depois de o Departamento de Justiça americano anunciar a prisão de dez pessoas nos Estados Unidos sob suspeita de espionar para a Rússia. Elas foram acusadas de conspiração pela sua ação como agentes de um governo estrangeiro, o que pode levar a uma pena máxima de cinco anos de prisão.

Mais cedo, o ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, tinha dito em Jerusalém que Moscou aguarda uma explicação de Washington.

“Eles (os americanos) não explicaram de que assunto se trata. Espero que expliquem” disse o ministro.

Os suspeitos detidos, aparentemente, viviam como cidadãos normais, alguns deles fingindo ser um casal, havia vários anos. Um 11º suspeito foi preso nesta terça-feira no aeroporto de Larnaca , no Chipre, quando tentava embarcar para Budapest, na Hungria. Ele deve ser extraditado para os Estados Unidos. Nove dos detidos também enfrentam acusações de conspiração para lavagem de dinheiro, cuja pena máxima de prisão chega a 20 anos. O Departamento de Justiça americano informou que ainda há um que permanece foragido.

'Fineza especial'

Em uma nota divulgada nesta terça-feira, o oficial do ministério do Exterior diz: "Em nossa opinião, essas ações não têm base". "É deplorável que tudo isso esteja acontecendo num momento de busca por novos laços entre Estados Unidos e Rússia". Comentando o anúncio das prisões nos Estados Unidos com jornalistas em Jerusalém nesta terça-feira, Lavrov disse que “o momento para fazê-lo foi escolhido com especial fineza”. Em seguida, o ministro se recusou a falar mais sobre o caso.

Para o correspondente da BBC em Moscou Rupert Wingfield-Hayes, Lavrov pode estar insinuando que algum grupo dentro da estrutura de poder americana esteja tentando minar as recentes tentativas de reaproximação com a Rússia promovidas pelo presidente americano, Barack Obama. Na semana passada, o presidente russo Dmitry Medvedev esteve em Washington, onde almoçou hambúrguer com batatas fritas com o presidente Obama, em um gesto visto amplamente visto como sinal de uma reaproximação entre os dois governos. Segundo um acadêmico russo entrevistado pelo correspondente da BBC em Moscou, o caso serviria como uma advertência ao presidente Barack Obama para que não confie na Rússia nem tente se aproximar do Kremlin. Um alto representante do governo russo, disse à BBC por sua vez que o caso não deve afetar as relações entre os dois países.

Disfarce

Supostas mensagens interceptadas descritas em documentos da Promotoria sugerem que os 10 suspeitos presos nos EUA tinham como missão descobrir informações sobre assuntos como armas nucleares, posição de controle de armas americanas, Irã, rumores na Casa Branca, mudanças na liderança da CIA e partidos políticos. Oito pessoas foram detidas no domingo sob acusação de supostamente realizar "missões de longo prazo e infiltração profunda nos Estados Unidos em nome da Federação Russa", informou o Departamento de Justiça. Elas foram supostamente treinadas pelo Serviço de Inteligência Estrangeiro Russo (SVR), para infiltrar círculos de pessoas influentes politicamente e recolher informações, segundo os documentos apresentados à corte americana no distrito sul de Nova York. Eles teriam sido instruídos a forjar amizades com autoridades americanas e enviar informações a agentes do governo russo usando vários métodos. O Departamento de Justiça americano afirma que os suspeitos foram detidos depois de uma investigação de durou vários anos em que agentes do FBI se fingiram de agentes russos e colheram informações de dois dos suspeitos.

Tinta invisível

Segundo os investigadores, alguns dos suspeitos viviam sob identidades falsas desde o início dos anos 90, usando códigos e avançadas operações por computador, como o envio de fotos aparentemente inocentes com mensagens de texto escondidas. De acordo com o FBI, os supostos espiões também usavam técnicas mais antigas, como mensagens enviadas com tinta invisível e troca de pastas idênticas em parques. “Você foi enviado aos Estados Unidos para uma longa viagem a trabalho”, diz uma das mensagens enviada a dois suspeitos e interceptada pela Inteligência americana. “Sua educação, suas contas bancárias, carro, casa etc – todos eles têm um objetivo: cumprir sua missão principal, ou seja, procurar e desenvolver ligações com pessoas nos círculos de influência política nos Estados Unidos e enviar informações”. A tarefa dos suspeitos, em geral, era se “americanizar” para conseguir se infiltrar. Alguns deles chegaram a se inscrever em universidades, trabalhar e se unir a associações profissionais relevantes, afirmam os documentos apresentados à corte. As informações são de que o grupo teria conseguido se aproximar de um cientista que estaria desenvolvendo uma bomba para explodir bunkers e de um alto oficial da Inteligência. Há vários detalhes sobre como a rede operava, mas pouca coisa sobre as informações que os agentes conseguiram apurar, afirma o correspondente da BBC em Washington, Paul Adams.

Corte


Cinco dos suspeitos compareceram a uma corte federal em Manhattan na segunda-feira – entre eles a jornalista peruana Vicky Peláez e seu marido, de origem uruguaia, Juan Lázaro – onde um juiz ordenou que sejam mantidos na prisão até a audiência preliminar marcada para o próximo dia 27 de julho. Além deles, estariam um casal conhecido como Richard Murphy e Cynthia Murphy, presos em Montclair, Nova Jérsei, e Anna Chapman, detida em Manhattan. Outros três suspeitos – Mikhail Semenko e um casal conhecido como Michael Zottoli e Patricia Mills – compareceram a uma corte federal em Alexandria, na Virgínia, depois de terem sido detidos em Arlington, no mesmo Estado.Os últimos dois suspeitos, Donald Howard Heathfield e Tracey Lee Ann Foley, foram presos em Boston, Massachussets. Todos os suspeitos, com exceção de Anna Chapman e Mikhail Semenko também foram acusados de conspiração para lavagem de dinheiro.

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Comunista era roteirista do 007!

Inteligência britânica suspeitava que roteirista do 007 era agente comunista

Arquivos do MI5, o Serviço de Inteligência do governo britânico, divulgados nesta quinta-feira revelam que o roteirista dos filmes do espião James Bond era suspeito de ser agente comunista.
Wolf Mankowitz trabalhou no roteiro de filmes sobre o agente James Bond

O arquivo da agência MI5 afirma que Wolf Mankowitz era um "marxista convicto". Ele foi espionado por mais de uma década. Mankowitz escreveu o roteiro do filme "Casino Royale", de 1967, e participou na produção e elaboração do roteiro de "O Satânico Dr. No", de 1962. O roteirista, que morreu em 1998, foi responsável por apresentar Cubby Broccoli a Harry Saltzman. Os dois lendários produtores estão entre os responsáveis por transformar o agente James Bond em um fenômeno cinematográfico internacional.

Partido Comunista

Nascido em Londres e formado na universidade de Cambrdige, Mankowitz fez parte da Sociedade Socialista da faculdade e era casado com uma integrante do Partido Comunista. O MI5 começou a suspeitar que Mankowitz era agente comunista em 1944, quando ele morava em Newcastle com sua mulher. Uma carta de David Holbrook, um homem suspeito de ser comunista, foi interceptada pela agência de inteligência. No documento, Holbrook relatava que o casal Mankowitz estava ganhando dinheiro com palestras para uma associação esquerdista.


Arquivo traz cartas e fotos de Mankowitz, que era seguido de perto

Os arquivos mostram que a polícia dizia que Mankowitz "é notório por discutir com frequência as teorias do marxismo com seus amigos". Apesar da vigilância, Mankowitz conseguiu se alistar na Territorial Army, um braço voluntário da reserva do Exército britânico. O superior de Mankowitz o descreveu como "um sujeito muito agitado e de temperamento nervoso", apesar de não o ver como uma "influência subversiva".

'Marxista convicto'


Arquivo traz cartas e fotos de Mankowitz, que era seguido de perto

Em 1948, Mankowitz tentou conseguir um emprego em um escritório de Informação do governo, mas foi rejeitado. O serviço de inteligência da Grã-Bretanha mandou uma carta ao escritório dizendo que Mankowitz era "sabidamente casado com uma integrante do Partido Comunista e ele próprio um marxista convicto". Em 1951, Mankowitz recebeu um contrato da BBC para traduzir a peça de teatro O Urso, do russo Anton Chekhov. O MI5 alertou a BBC sobre o passado comunista de Mankowitz, mas disse que não via problemas no seu trabalho como tradutor. Em meados dos anos 50, Mankowitz ainda era monitorado pelo MI5, sobretudo depois de visitar Moscou, em 1956, como convidado da União Soviética. Ele passou dez dias em uma feira sobre juventude em Moscou e anunciou um plano para montar uma produtora de filmes com cooperação entre britânicos e soviéticos.A agência deixou de seguir Mankowitz depois que ele abandonou planos para retornar a Moscou e optou por viajar para o Caribe, para participar da produção de um filme.

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Fim do mundo em 2012!

Nenhum de 15 mil textos maias profetiza fim do mundo em 2012.

Placa oriunda do estado mexicano de Tabasco: para Maias, 2012 não é o fim do mundo, mas a conclusão de um ciclo!

Em nenhum dos 15 mil textos existentes dos antigos maias está escrito que em 2012 haverá grandes cataclismos, crença originada em escritos esotéricos da década de 1970, asseguraram nesta terça-feira fontes oficiais. O diretor do Acervo Hieróglifo e Iconográfico Maya (Ajimaya) do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH), Carlos Pallán, disse que só em dois deles há "duas inscrições" que falam em 2012, mas "só como o final do período".

Perante este fechamento do ciclo, os profetas modernos afirmam que um buraco negro no centro da galáxia, quando se alinhar com o sol, romperá o equilíbrio. Com isso, será modificado o eixo magnético da Terra e as consequências serão nefastas.

O cientista destacou em comunicado que estas versões apocalípticas foram geradas em publicações esotéricas nos anos 1970, as quais assinalavam o fim da civilização humana para 2012, data que coincide com o décimo terceiro ciclo no calendário maia, no dia 21 de dezembro. Pallán explicou que "para os antigos maias, o tempo não era algo abstrato, era formado por ciclos e estes às vezes eram tão concretos que tinham nome e podiam ser personificados mediante retratos de seres corajosos. Por exemplo, o ciclo de 400 anos estava representado como uma ave mitológica".

Os maias "jamais mencionam que o mundo vai acabar, jamais pensaram que o tempo terminaria em nossa época, o que nos reflete à consciência que alcançaram sobre o tempo, a partir do desenvolvimento matemático e da escritura". Ele acrescentou que os maias se preocupavam em efetuar rituais que de algum modo garantissem que o ciclo por vir seria propício, e no caso particular de 2012 é notada uma insistência em "que ainda em data tão distante vai ser comemorado um determinado ciclo. Este foi o miolo da confusão".

O arqueólogo disse que, no entanto, de acordo com os cálculos científicos atuais, a data astronômica precisa do fim de seu ciclo seria 23, e não 21 de dezembro. Também esclareceu que os maias legitimavam seu poder mediante os calendários e vinculavam os governantes com esses ciclos e com deuses citados em relatos ancestrais ou em mitos.

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http://www.nasa.gov/topics/earth/features/2012.html

Calendário Maia não acaba em 2012!

Erro: calendário maia não acaba em 2012, diz pesquisador.


Um artigo publicado escrito por Gerardo Aldana, professor da Universidade da Califórnia-Santa Bárbara, e publicado no livro Calendars and Years II: Astronomy and Time in the Ancient and Medieval World argumenta que as conversões aceitas atualmente do calendário maia podem estar erradas por um período entre 50 e 100 anos. Segundo o pesquisador, o problema estaria na veracidade dos documentos utilizados nos cálculos. As informações são do site LiveScience.

O calendário maia foi convertido para o gregoriano através do cálculo da chamada constante GMT - as iniciais de três dos primeiros pesquisadores da cultura maia. Aldana afirma que boa parte do trabalho foi feita com a recuperação de datas que constavam em documentos coloniais escritos na língua maia, mas com o alfabeto latino.

A constante GMT foi reforçada pelo linguista e antropologista americano Floyd Lounsbury, que usou dados da Tabela (Ciclo) de Vênus do Códice de Dresden - um documento e calendário maia que tabula datas relativas aos movimentos de Vênus. Apesar de alguns pesquisadores tomarem o estudo de Lounsbury como a confirmação definitiva da constante GMT, Aldana diz que ele estava longe de ser irrefutável. "A astronomia tinha sido considerada no passado (para a conversão de calendários), mas ninguém colocou tanta ênfase na Tabela de Vênus como Lounsbury fez", diz.

O erro, segundo Aldana, está na falta de confiabilidade dos documentos utilizados nas conversões. "Se a Tabela de Vênus não pode ser usada para provar a GMT como Lounsbury sugere, a sua aceitação depende da confiabilidade dos dados." Segundo ele, os dados históricos utilizados na pesquisa não podem ter a veracidade provada - são tão confiáveis quanto a própria tabela -, o que faz a constante GMT desabar como um castelo de cartas.

Ao longo do artigo, o professor - que não é o primeiro a questionar a conversão - se dedica a indicar que os dados utilizados na constante GMT não são confiáveis. O pesquisador não indica como a conversão deve ser feita nem qual seria a data correta para o fim do calendário. Contudo, o estudo já um indicativo que os apocalípticos terão que procurar uma nova data pra o fim do mundo.

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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Os sete mitos da conquista da América.

Como poucas centenas de espanhóis submeteram milhões de índios, alguns tão desenvolvidos quanto as mais avançadas civilizações européias?


Hernan Cortez e Montezuma II

Nem bem o sol iluminou o lago Texcoco, no imenso Vale do México, os dois maiores líderes do Novo Mundo colocaram-se frente a frente. Era 8 de novembro de 1519 e havia anos que espanhóis e nativos se pegavam em violentas batalhas nas terras recém-descobertas da América. De um lado, Hernán Cortez personificava a figura do conquistador europeu como ninguém. Do outro, o todo-poderoso imperador asteca Montezuma II permanecia impassível. Apesar da expectativa de um encontro amigável, a tensão era tão óbvia quanto inevitável. Espanhóis e astecas trocavam olhares, até que Montezuma desceu de sua pequena tenda e foi em direção aos invasores. Cortez repetiu o gesto. Saltou do cavalo e seguiu ao encontro do imperador. A tensão aumentava a cada passo. Olhos nos olhos, eles esboçaram saudações de respeito mútuo, mas não trocaram mais do que poucas palavras, com a ajuda de um intérprete. De qualquer forma, a diplomacia prevaleceu. E, pacificamente, todos tomaram o rumo de Tenochtitlán, a capital do império asteca. Alguns meses depois, os dois lados voltariam a se encontrar. Mas, desta vez, numa sangrenta batalha que culminaria com a morte de Montezuma e faria de Cortez o homem mais poderoso do América espanhola.

Até hoje, muitos historiadores consideram este episódio como o maior símbolo do encontro entre dois continentes. E não por acaso. Pela primeira vez, um imperador nativo acolheu em suas terras o representante de um povo que estava ali justamente para conquistá-las. Além disso, as diferenças culturais entre os dois grupos nunca estiveram tão expostas quanto naquela manhã de novembro. Estas diferenças, além das idiossincrasias do século 16, ajudaram a perpetuar pelos séculos o que o historiador americano Matthew Restall, professor da Universidade da Pensilvânia, chama de “sete mitos da conquista espanhola das Américas” em seu livro Seven Myths of the Spanish Conquest (inédito em português)

Esses mitos podem ser identificados na figura de Cortez, até hoje citado por sua genialidade militar, pela forma como usou e inovou a tecnologia disponível na época, pela maneira astuta como manipulou “índios supersticiosos” e pelo modo heróico com que levou algumas centenas de espanhóis à vitória, contra um império de milhares de guerreiros. Mas a história não foi bem assim. Desde a primeira vez que Cristóvão Colombo pisou nas ilhas do Caribe, os homens enviados para cá se encarregaram de capitalizar o feito em benefício próprio, aumentando uma coisinha aqui, inventando uma ali.

Meia dúzia de aventureiros.

O mito dos homens excepcionais e seus feitos extraordinários
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Cristóvão Colombo estava em algum lugar do Atlântico, em 1504, quando a rainha da Espanha enviou uma esquadra para prendê-lo e levá-lo acorrentado para a Europa. Desde sua primeira viagem pelo Novo Mundo, seu prestígio já não era o mesmo. Sua insistência na mentira de que havia achado uma nova rota para as Índias, fato que lhe rendeu títulos e status, havia deixado a coroa espanhola irritada depois que Vasco da Gama contornou o Cabo da Boa Esperança e deu aos portugueses a liderança na corrida por um caminho mais curto para o Oriente.

A fama de Colombo estava irreversivelmente abalada, ele caiu em descrédito e tornou-se um pária. Mas como, depois de morto, ele se tornaria um herói? Para Restall, a idéia de que ele foi um visionário, um homem à frente de seu tempo surgiu durante as comemorações do tricentenário da descoberta da América, num país que também acabava de nascer: os Estados Unidos. Colombo foi tomado como símbolo dessa nova terra: aventureiro, destemido, um gênio a frente de seu tempo. “Mas a coisa mais espetacular sobre a visão geográfica de Colombo era a de que estava errada. A percepção de que a Terra era redonda, fato geralmente citado para imputar-lhe a condição de visionário, por exemplo, era comum a qualquer pessoa escolarizada da época”, diz Restall.

Esse é só um exemplo do mito de que a conquista da América só foi possível graças à coragem e à genialidade de meia dúzia de conquistadores e que surgiu desde os primeiros relatos dos colonizadores enviados à Espanha. Para obter a permissão de explorar novas terras, eles precisavam provar que a colonização era rentável e, para tanto, escreviam qualquer lorota: omitiam fatos, inventavam histórias, exaltavam a si mesmos. Hernán Cortez e Francisco Pizarro, responsáveis pelos tombos dos impérios asteca e inca, respectivamente, foram especialmente beneficiados por tais relatos e elevados à categoria de heróis. Biógrafos, cronistas e religiosos que participaram das expedições ajudaram a construir esta imagem, por meio das cartas enviadas à coroa, chamadas de probanzas de mérito (ou “provas de mérito”).

Pelo menos num ponto, porém, os relatos tinham razão: a desvantagem numérica dos espanhóis – fato que os levou a derrotas freqüentemente ignoradas nas tais probanzas de mérito. Como, então, os conquistadores conseguiram expandir seus domínios e subjugar milhares de nativos? A resposta não está na genialidade militar de Cortez ou Pizarro. Em nenhum momento eles apresentaram novas táticas de guerra e, na maior parte do tempo o que fizeram foi seguir rotinas adotadas em conflitos anteriores ao descobrimento. Uma das mais importantes foi a aliança com os nativos (que veremos mais adiante). Mesmo assim, eles não abriram mão de procedimentos igualmente eficientes, mas que nada tinham de inventivos: o uso da violência indiscriminada para intimidar os resistentes. Nos casos extremos, pessoas eram decepadas ou queimadas vivas em praça pública, tinham braços e mãos amputados e suas famílias recebiam seus corpos, o que costumava garantir a submissão de outros nativos.

Nem pagos, nem forçados

O mito de que os espanhóis que desembarcaram na América eram todos militares

A esquadra de Colombo mal aportou na praia da ilha de Hispaniola, no Caribe, e um grupo de soldados já estava perfilado na areia. Vestiam armaduras reluzentes, carregavam as mais potentes armas da época e aguardavam apenas a ordem de seu capitão para marchar em direção às terras do Novo Mundo. Disciplinados, estavam prontos para enfrentar o inimigo. Faziam parte de uma grande operação militar. Afinal, eram soldados. Esta cena jamais aconteceu, mas passa a idéia, constantemente repetida em filmes, ilustrações e livros, de que os conquistadores eram militares enviados pelo rei e faziam parte de uma máquina de guerra.

Mas, então, quem eram eles? Nobres aventureiros ou plebeus em busca da terra prometida? A rigor, nem uma coisa, nem outra. Em sua maioria, os espanhóis eram artesãos, comerciantes e empreendedores de pequeno porte, com menos de 30 anos de idade, alguma experiência em viagens desse tipo e sem qualquer treinamento militar. Armavam-se como podiam e entravam na primeira companhia que pudesse lhes render a quantia necessária para investir em outras expedições. Assim, poderiam acumular riquezas até receber as chamadas encomiendas – ou seja, o direito de cobrar taxas e impostos sobre a produção de uma determinada área conquistada e faturar em cima do trabalho de um grupo de nativos.

A maioria dos conquistadores não recebia ajuda financeira da coroa. Em geral, viajava por sua conta e risco em busca de status e dinheiro. Ou, no máximo, tinha um vínculo com eventuais patrocinadores, em nome dos quais as terras recém-descobertas eram exploradas. De qualquer forma, eles não eram pagos, tampouco obrigados a viajar. E muito menos soldados aptos a lutar pelos interesses da Coroa.

Guerreiros invisíveis.

O mito de que poucos soldados brancos venceram milhares de guerreiros índios.


Quando o conquistador Bernal Díaz de Castillo viu a capital asteca pela primeira vez, não conseguiu descrever a visão que teve do alto do Vale do México. A metrópole pontilhada de pirâmides, irrigada por canais navegáveis, engenhosamente construída para ser a referência de outras grandes cidades do império, poderia ser comparada às maiores capitais européias. Uma pergunta talvez lhe tenha surgido: como poucos de nós poderemos subjugá-la? Seguindo o mesmo raciocínio, como apenas centenas de europeus poderiam vencer os milhões de índios espalhados pelo continente? Nem a “genialidade” de seus líderes, a pólvora ou o aço espanhol dariam conta. Há algumas respostas para essas questões.

A primeira é que os espanhóis sempre foram minoria nos campos de batalha da América, mas jamais lutaram sozinhos. Os nativos nunca formaram uma unidade política, nem no caso de astecas e maias, que fosse imune às rivalidades e intrigas. E os conquistadores se aproveitaram, desde muito cedo, dessa desunião, conseguindo formar verdadeiros exércitos índios, dispostos a eliminar seus inimigos. Na primeira vez que Cortez chegou a Tenochtitlán, mais de 6 mil aliados davam cobertura aos espanhóis, que eram cerca de 200. Na batalha final, alguns meses depois, ele conseguiu reunir mais de 200 mil homens para tomar a capital asteca. “As pessoas tendem a imaginar que os povos americanos eram unidos em torno de uma identidade nativa. Na verdade, acontecia o contrário. Quando os espanhóis chegaram à América, encontraram várias tribos rivais, que não precisavam de mais que um empurrãozinho para entrar em conflito”, afirma Restall.

Além disso, no final do século 16, cerca de 100 mil africanos desembarcaram na América. A princípio, eles trabalhavam como serventes e auxiliares dos espanhóis, mas, sempre que necessário, recebiam armas para lutar contra os inimigos. Como recompensa, ganhavam a liberdade e logo eles também se tornavam conquistadores.

Sob a tutela do rei.

O mito de que, em pouco tempo, toda a América estava sob jugo espanhol
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Palavras de Cortez: “Deixei a província de Cempoala totalmente segura e pacificada, com 50 mil guerreiros e 50 cidades. Todos estes nativos têm sido e continuam sendo fiéis vassalos de Vossa Majestade. E acredito que eles sempre serão”. A carta de Cortez enviada ao rei da Espanha dá uma boa idéia de como funcionava a burocracia da conquista. Para o monarca, não bastava o conquistador encontrar uma terra e reivindicar o direito de explorá-la. Ele precisava convencê-lo de que aquela região era economicamente viável, de preferência com minas de ouro e prata, e contava com mão-de-obra para tirar dali tais riquezas. Como resultado, os líderes espanhóis não pensavam duas vezes antes de carregar seus pedidos com informações exageradas.

Essa combinação de fatores contribuiu para a criação do mito de que a conquista total dos povos americanos foi alcançada logo nos primeiros anos da presença espanhola. Muitas cidades, no entanto, resistiram à dominação durante décadas. No Peru, alguns estados independentes só foram dominados depois de 1570, após a morte de líderes como Túpac Amaru. Quando os espanhóis fundaram Mérida, em 1542, boa parte da península de Yucatán, na América Central, permaneceu sob a influência dos maias – e muitas políticas elaboradas por eles sobreviveram até 1880. A experiência espanhola na atual Flórida, nos Estados Unidos, foi ainda mais desastrosa. Pelo menos seis expedições foram enviadas para lá entre 1513 e 1560, quando a região finalmente foi controlada pelos europeus. Mas um dos exemplos mais curiosos vem da bacia do Prata, onde os fundadores de Buenos Aires, em 1520, viraram jantar de tribos canibais.

Outro aspecto que mostra que a conquista não foi total era a relativa autonomia que alguns nativos mantiveram em relação aos seus dominadores – condição sancionada pelos próprios oficiais espanhóis, que procuravam não intervir nas regras que vigoravam antes de eles chegarem. E não por acaso. Esta era mesmo a melhor forma de garantir a manutenção das fontes de trabalho e da produção agrícola. Além disso, membros da elite nativa participavam dos conselhos das cidades coloniais, onde eram tomadas as decisões mais importantes. Ou seja, além de continuar influenciando politicamente, eles mantiveram o status que tinham antes da descoberta.

As palavras de La Malinche.

O mito de que a falta de comunicação levou ao massacre indígena
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Foi na praça central da cidade inca de Cajamarca que Pizarro e Atahualpa se viram pela primeira vez, em 1532, numa espécie de versão peruana do encontro entre Montezuma e Cortez. Ao lado do conquistador, menos de 200 homens armados pareciam não temer os mais de 5 mil nativos leais ao imperador. E, de fato, eles não tinham porque se intimidar: a maioria dos locais não possuía uma arma sequer. O primeiro espanhol a se aproximar de Atahualpa foi um frei dominicano que segurava uma pequena cruz numa das mãos e a Bíblia na outra. Em poucos minutos, a batalha havia começado. Mas, apesar da desvantagem numérica, os invasores conseguiram dizimar um terço dos nativos. Atahualpa foi capturado.

Há várias versões sobre os motivos que causaram a briga e sobre como a batalha de Cajamarca começou. Francisco de Jerez, presente no local, escreveu que o imperador atirou a Bíblia ao chão, porque não a entendia. A blasfêmia teria sido o motivo para Pizarro dar o sinal de ataque. Na versão inca, no entanto, a ofensa partiu dos espanhóis, que teriam se recusado a tomar uma bebida sagrada oferecida por Atahualpa.

É praticamente impossível saber o que aconteceu de fato naquele dia, mas o encontro sangrento entre incas e espanhóis é um bom exemplo de como as supostas falhas na comunicação serviram para justificar as ações dos europeus e, por conseqüência, a própria conquista. Mas estas falhas não eram tão freqüentes assim. O diálogo entre Montezuma e Cortez, por exemplo, apesar de ter gerado diferentes interpretações, mostra que os dois lados podiam se entender muito bem. Isso graças a uma figura central durante todo o processo de colonização: os intérpretes. O papel deles foi tão importante que um dos principais procedimentos de guerra era justamente encontrar e “formar” tradutores. Alguns destes tradutores se deram tão bem que alcançaram status inimagináveis para um nativo. Receberam encomiendas e chegaram a ser citados nas cartas enviadas ao rei. O exemplo mais famoso é o de La Malinche, a amante e intérprete que acompanhou Cortez durante anos e esteve presente no encontro com Montezuma.

O fim dos índios

O mito de que a conquista só trouxe desgraça para os nativos


A derrota de Cortez era inevitável. Havia horas que ele e seus guerreiros lutavam contra a união de três exércitos inimigos na grande praça central de Tlaxcala, uma comunidade nativa aliada aos espanhóis, e a derrocada do conquistador se aproximava a cada golpe. Finalmente ele seria vencido. E foi mesmo. Ainda no chão, Cortez pôde ouvir os aplausos efusivos da platéia. Aquela encenação do dia de Corpus Christi ficou conhecida como o evento teatral mais espetacular e sofisticado do ano de 1539. Numa curiosa inversão de papéis, o conquistador interpretou o Grande Sultão da Babilônia e Tetrarca de Jerusalém. O papel dos reis da Espanha, Hungria e França ficou com os nativos da comunidade.

O Corpus Christi de Tlaxcala não foi o único festival do século 16 no Novo Mundo. A imensa maioria das colônias da Mesoamérica e dos Andes encenou, dançou e até representou as batalhas contra os espanhóis. Muitas dessas manifestações culturais sobrevivem até hoje. Mas o curioso é que o objetivo não era reconstruir a conquista como algo traumático. Ao contrário. Para os nativos, os festivais significavam uma celebração de sua integridade e vitalidade cultural. “Eram eventos que transcendiam aquele momento histórico particular e não estavam associados à lembrança de algo ruim. Até porque o sentimento de derrota não era algo comum a todos os povos nativos”, afirma Restall.

Manifestações desse tipo eram apenas uma das formas pelas quais os nativos mostravam que o impacto da conquista não foi tão traumático quanto sugere boa parte da retórica comum. Muitas comunidades mantiveram seu estilo de vida e outras tantas evoluíram rapidamente com a necessidade de se adaptar às novas tecnologias e demandas trazidas pelos espanhóis. Aprenderam novas formas de contar, construir casas, planejar cidades e, sobretudo, guerrear. Assim, houve nativos que enriqueceram com o comércio de alimentos e com o aluguel de mulas. O povo Nahua, por exemplo, depois de lutar ao lado dos espanhóis por anos, organizaram campanhas militares próprias e expandiram seus domínios para além das terras onde hoje estão Guatemala, Honduras e parte do México.

Macacos e homens.

O mito da superioridade e da predestinação dos europeus
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“Os espanhóis têm a governar estes bárbaros do Novo Mundo. Eles são em prudência, ingenuidade, virtude e humanidade tão inferiores aos espanhóis quanto as crianças são para os adultos, e as mulheres, para os homens”, escreveu o filósofo Juan Ginés de Sepúlveda, em 1547. O mito da superioridade espanhola é visto em todos os relatos do período colonial. Para Restall, ele vem desde as primeiras expedições e está ligado à justificativa de que os europeus tinham a aprovação divina para conquistar novas terras. Eles acreditavam que eram os escolhidos de Deus, os encarregados de levar o cristianismo a outros povos.

Existem outros fatores, no entanto, que ajudaram a perpetuar este mito. Um deles combina a crença de que os nativos seriam incapazes de evitar a invasão dos europeus porque eles (os nativos) também acreditavam que os espanhóis eram deuses. De fato, os povos americanos enxergavam os conquistadores como seres poderosos, mas em nenhum momento – nem mesmo nos relatos dos cronistas do período colonial – os nativos comparam os espanhóis a seres supremos, ou deidades. Além disso, a diferença brutal entre as armas dos dois grupos também ajudou a construir a idéia da superioridade espanhola.

Mas Deus não foi o principal aliado dos espanhóis. A expansão dos europeus só foi possível graças a três fatores. O primeiro e mais determinante foram as doenças que os estrangeiros trouxeram. Sem oferecer nenhuma resistência para varíola, sarampo e gripe, os nativos morreram tão rápido que em poucas décadas tribos inteiras foram extintas. O impacto das epidemias foi tão devastador que, um século e meio após a chegada de Colombo, a população de nativos havia caído mais de 90%. Os astecas sentiram o poder desses males. “As ruas estavam tão cheias de gente morta e doente que nossos homens caminhavam sobre corpos”, escreveu o padre Bernardino de Sahagún, quando os conquistadores tomaram Tenochtitlán.

O segundo aliado foi a desunião dos nativos. A rivalidade entre diferentes grupos étnicos e intrigas entre vizinhos levou dezenas de milhares de pessoas a lutarem ao lado dos espanhóis. As armas que os conquistadores trouxeram para estas batalhas são o terceiro fator mais importante. Nas primeiras expedições, várias delas fizeram diferença. Cavalos e até cachorros acabaram entrando nos campos de batalha. Mas a mais eficiente foi mesmo a espada, mais longa e resistente que os machados dos nativos. No campo da guerra, Matthew Restall considera ainda um outro fator. Os nativos lutavam em sua própria terra. Precisavam, portanto, proteger a família, defender suas casas, pensar no plantio, calcular a colheita e fazer o possível para não deixar que a guerra prejudicasse e interferisse no seu dia-a-dia. Por isso, eles sempre estiveram mais dispostos a negociar e a protelar os confrontos com os conquistadores. Já os espanhóis não tinham muito a perder. Basicamente, precisavam se preocupar apenas com suas próprias vidas. E com o que teriam de fazer para continuar conquistando novas cidades e acumulando mais riquezas.

Você quer saber mais?

Restall, Matthew. Seven Myths of Spanish Conquest, Oxford University Press, 2004 - O autor, professor da Universidade da Pensilvânia, é um dos maiores especialistas mundiais em culturas pré-colombianas.

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