quarta-feira, 5 de agosto de 2020

A VERDADE HISTÓRICA SOBRE O MITO DOS ANUNNAKIS

Representação do deus sumério Enki no texto sobre a criação dos homens.

Leandro Claudir Pedroso

            Muito se tem falado atualmente sobre os Anunnakis, e teorias das mais diversas são frequentes sobre o tema. Muitas teorias indo além do mito e levando ao extremo dos teóricos alternativos. Mas, realmente oque sabemos historicamente falando sobre esses seres mitológicos, tão importantes para os sumérios, seres que são colocados no mais alto escalão das divindades sumérias. Neste pequeno texto traremos um pouco de luz sobre os abusos escritos e documentários sensacionalistas que não prestam serviço ao conhecimento humano, mas servem unicamente para propósitos egoístas e gananciosos de seus escritores e produtores.

Os Anunnaki são um grupo de divindades sumérias, acádias e babilônicas. O nome é alternativamente escrito "a-nuna", "a-nuna-ke-ne, ou "a-nun-na", ou seja, algo no sentido de "aqueles de sangue real" ou "prole do príncipe". Sua relação com o grupo de deuses conhecido como Igigi não é clara - às vezes os nomes são usados como sinônimos, mas, no mito do dilúvio de Atrahasis, têm de trabalhar para os Anunnaki, rebelando-se após 40 dias e substituídos com a criação dos seres humanos. De acordo com um mito babilônico, os Anunnakis eram filhos de Anu, o céu. Anu, por sua vez, era o filho de Anshar (deus do céu), irmão de Kishar  (deus da terra), respectivamente. Portanto, Anu era neto de deuses lamacentas Lahm e Lahmu , guardiões do templo em Eridu , que teve lugar a criação . O que torna o Anunnaki nos bisnetos dos guardiões do Templo da Criação.

 

Breve genealogia:

Tiamati e Apsu

 

(Tiamati, era uma deusa serpente marinha e Apsu, era o deus das águas doces).

Lahm e Lahmu

 

(Senhores das terras abaixo dos oceanos ou “lodo marinho).

 

Anshar e Kishar

 

(Pais dos primeiros deuses. Anshar,  era o deus do horizonte celeste e Kishar era a deusa do horizonte terreno).

 

Anu e Ki

 

(Anu era o deus do céu e juiz dos homens, Ki era a deusa da terra)

 

Anunnakis

 

(Grupo de divindades dos quais o mais importante é Enlil, deus do ar. De acordo com as lendas, o céu e a terra eram inseparáveis, até o nascimento de Enlil, que dividiu o céu e a terra em dois).

 

 

Enlil , senhor do ar e Anu seu filho e sucessor como chefe do conselho Anunnaki iniciou uma disputa entre ele e seu irmão Enki , o senhor da terra, o deus da sabedoria e de água doce magia, considerado por muitos como um alquimista. Enlil (En = senhor | Lil = ar) vieram de Nippur , enquanto seu irmão Enki (En = senhor | Ki = Terra) fez de Eridu .

Os Igigi’s, os deuses menores, se recusaram a continuar a trabalhar para manter a harmonia do universo e Enki, no Shabat ou Shappatu, criou a humanidade para que esta assuma a responsabilidade para a realização de tarefas que os deuses menores tinham abandonado. Os Anunnaki, e o alto conselho dos deuses e de Anu, foram distribuídos pelo planeta Terra e pelo submundo. Alguns eram o próprio Enki, Asaru, Asarualim, Asarualimnunna, Asaruludu, Namru, Namtillaku ou Tut.

Na mitologia caldeia, os deuses Igigi’s eram deuses menores, mas também na literatura da antiga Mesopotâmia está palavra era usada para designar o conselho supremo dos deuses celestiais. Os Igigi, trabalhavam para os Anunnakis, cavando valas de drenagem e canais. Um dia, cansado, rebelaram-se como as lendas de épicos Enuma Elish e Atrahasis. Depois se tornaram uma espécie de demônios ou entidades do mal.

 Alguns significados mais minuciosos da palavra Anunnaki: 

ANUNNAKI

An = forma reduzida de "anachnu", que significa NÓS

Nu = também significa "céu"

Naki = limpo, puro

Significado: “Nós somos puros”

Ki = Terra

Ampliando o significado para: "Nós do céu, na Terra", ou ainda "Puros do Céu na Terra”.

Jeremy Black e Anthony Green oferecem uma perspectiva ligeiramente diferente sobre os Igigi e Anunnaki, escrevendo que "lgigu ou Igigi é um termo introduzido no período babilônico antigo como um nome para os (dez)"grandes deuses". Embora, por vezes, mantivesse esse sentido em períodos posteriores, desde o período Babilônio Médio é geralmente usado para se referir aos deuses do céu coletivamente, assim como o termo Anunnakku (Anúna) foi posteriormente usado para se referir aos deuses do submundo. No épico de criação, dizem que há 300 lgigu do céu".

Curiosamente, os sumérios tinham uma gradação para os seus deuses: Igigi era classe das divindades dos céus, ou do paraíso – compostos por dez seres, os “grandes deuses”; Anunnaki era o nome dado aos deuses terrestres, aqueles que supostamente viviam entre nós. Entretanto, vale a pena pontuar que na Antiguidade os governantes eram vistos como verdadeiros deuses na Terra. Os faraós do Egito Antigo eram deuses regendo os seres humanos. Os governantes da Pérsia, da Babilônia, da Suméria também tinham tais características entre seus plebeus. O mito cosmogônico dos babilônicos diz que os Anunnaki construíram as coisas da terra, como a organização social humana. Mas os historiadores apontam que esta é apenas uma versão das várias existentes da mesma mitologia. De acordo com um mito babilônico posterior, os Anunnaki eram filhos de Anu e Ki, irmão e irmã deuses.

É interessante conhecermos essas vertentes do conhecimento, uma vez que abrem nossa mente para questionamentos sobre como a humanidade fundamentou seu pensamento moral em cima da religião, e como o próprio homem inventou os deuses com suas semelhanças. Os Anunnaki aparecem no mito da criação babilônico, Enuma Elish. Na versão final ampliada, Marduque, após a criação da humanidade, divide o Anunnaki e atribui-os aos seus postos apropriados, trezentos no céu, trezentos sobre a terra. Em agradecimento, os Anunnaki, os "Grandes Deuses", construíram Esagila, a esplêndida: "Eles ergueram a cabeça de Esagila igualando-a a Apsu. Tendo construído um palco torre tão elevado quanto Apsu, puseram em cima dele uma morada para Marduque, Enlil e Ea." Então, eles construíram seus próprios santuários.

De acordo com o posterior mito babilônico, os Anunnaki eram filhos de Anu e Ki, irmão e irmã deuses, eles mesmos filhos de Anshar e Kishar (Eixo-do-Céu e Eixo-da-Terra, os pólos Celestiais), que por sua vez, foram os filhos de Lahamu e Lahmu ("os enlameados"), nomes dados aos guardiões do templo de Eridu Abzu, o local em que a criação foi pensada para ocorrer. Finalmente, Lahamu e Lahmu foram os filhos de Tiamat(Deusa do Oceano) e Abzu (apsû) (Deus das águas). Os Sumérios creditavam todo seu conhecimento aos Anunnaki.

 

 Você quer saber mais?

LEICK, Gwendolyn: A Dictionary of Ancient Near Eastern Mythology (NY: Routledge, 1998), p. 7. 

JEREMY and Green, Anthony: Gods, Demons and Symbols of Ancient Mesopotamia: An Illustrated Dictionary University of Texas Press (Aug 1992) p.34. 

GWENDOLYN: A Dictionary of Ancient Near Eastern Mythology (NY: Routledge, 1998), p. 85. 

JEREMY and Green, Anthony: Gods, Demons and Symbols of Ancient Mesopotamia: An Illustrated Dictionary University of Texas Press (Aug 1992) p.106.

 

 

 


terça-feira, 4 de agosto de 2020

A PIRÂMIDE PERDIDA DE DJEDEFRE

Reconstrução computadorizada da pirâmide de Djedefre.

D

urante uma escavação em um lugar afastado do platô de Gizé, uma equipe de arqueólogos encontrou evidências de uma quarta pirâmide. Construída pelo faraó Djedefré (Dyedefra), filho e sucessor de Quéops (Keops), ficou esquecida e soterrada pelas areias do deserto por mais de 5000 anos. 

Junto ao Planalto de Gizé, uma equipe de arqueólogos descobre uma pirâmide gigante. À medida que escavam nas profundezas das câmaras da pirâmide, as provas mostram que esta é a quarta e última pirâmide de Gizé. A sua construção, há cinco mil anos, foi uma corrida contra o tempo. Em apenas sete anos, entre a sua subida ao poder e a sua morte, o envelhecido faraó Djedefré estava determinado em exceder os feitos do seu odiado pai, o grande Queops, o faraó mais poderoso que o Egipto alguma vez conheceu. Radjedef iria imprimir a sua supremacia neste mundo e no próximo fazendo erigir a mais alta pirâmide alguma vez construída, elevando-se 60 pés acima da Grande Pirâmide de Gizé, de Khufu.

Ao longo dos cinco milénios seguintes, a pirâmide de Radjedef foi esquecida e quase enterrada pelas invasivas areias do deserto numa ponta remota do planalto de Gizé e o seu significado para as três grandes pirâmides foi perdido. Actualmente, o topo da pirâmide desapareceu uma vez que lhe foram sendo retiradas e recicladas partes ao longo dos milénios para construir Cairo antiga; esta estava mais vulnerável à destruição às mãos do homem devido à sua localização mais remota. A areia também reivindicou algumas das partes mais baixas da pirâmide. Por estas razões, os arqueólogos e os egiptólogos só recentemente estabeleceram a ligação às pirâmides de Gizé. Hoje, apenas com uma reindentificação positiva é que os egiptólogos ingleses e norte-americanos, incluindo Michel Vallogia, da Universidade de Genebra, e Joanne Rowlands, da Universidade de Oxford, liderados pelo Director do Supremo Conselho para as Antiguidades do Egipto, Dr. Zahi Hawass, redescobriram a quarta e a maior das pirâmides.

O Canal de História terá direito exclusivo à própria escavação, à identificação positiva final e a todas as revelações científicas que estão a ser feitas sobre esta. Construindo um túnel por baixo da quarta pirâmide e utilizando avançada tecnologia, incluindo um radar que penetra no solo, os peritos irão pôr a nu a estrutura da pirâmide de Radjedef, identificar a sua planta e estabelecer as câmaras individuais. A equipa irá, igualmente, mostrar como é que a redescoberta e a atribuição da pirâmide a Radjedef podem fornecer as pistas que faltavam para construir uma planta do planalto de Gizé. Isto incluiu os elevados trilhos construídos para levar as pedras até ao local das pirâmides; gigantes canais para os barcos fúnebres ou solares de 47 pés que transportariam a múmia do faraó até à pirâmide; e que seriam então sepultados junto às pirâmides para transportarem os faraós até às estrelas e à vida no além. Irá mostrar o labirinto de túneis que ligavam as pirâmides e os palácios dos faraós.

Você quer saber mais?

http://www.canaldehistoria.pt/minisites/0808lostpyramid/

http://seuhistory.com/programas/a-piramide-perdida.html

 

 

 


segunda-feira, 3 de agosto de 2020

A Arte da Guerra de Sun Tzu

Exemplar em bambu de "A Arte da Guerra" da época do reino do Imperador Qianlong, século XVIII.

M

uito pouco se sabe sobre Sun Tzu. Especula-se que ele tenha nascido por volta de 544 a.C e falecido em 496 a.C. É considerado grande estrategista militar e é autor de A arte da guerra, uma obra clássica sobre táticas militares. O historiador Su-ma Ch’ien, a única fonte sobre Sun Tzu que restou, apresenta-o como tendo sido um general que viveu no Reio de Wu no século VI a.C.Apesar de muitos puristas admitirem que a única e legítima filosofia foi aquela que nasceu na Grécia por volta do século V a.C., ele é considerado por muitos como um dos pilares fundamentais da chamada filosofia oriental.

            Sun Tzu, também conhecido como Sun Zi ou Sun Wu, natural do estado de Ch'i, viveu durante o período histórico da China conhecido como o dos "Reinos Combatentes" (476-221 a.C.). O primeiro registro da obra foi feito pelo famoso historiador chinês Ssu-Ma Chien por volta do ano 100 a.C.  Obra seminal entre os "clássicos marciais", A Arte da Guerra foi estudada por centenas de oficiais chineses e japoneses durante séculos a fio. Os grandes generais tinham como costume incluir notas e comentários aos versículos do livro, que foram sendo acrescentados à cada nova versão, até consolidar a considerada padrão, datada do fim do século XVIII.

Somente em 1772, por intermédio da tradução para o francês do padre J. J. M. Amiot, o ocidente pode ter acesso ao texto integral de A Arte da Guerra e é bem possível que tal publicação tenha caído nas mãos de Napoleão. Hoje é impossível existir uma escola militar que ignore seu conteúdo. Era o "livro de cabeceira" de Mao Tse Tung. Se existe um propósito no qual toda a evolução tecnológica do homem é empregada com mais afinco, certamente é na criação de artefatos bélicos. É de espantar-se então que toda academia militar que se preze tenha como leitura obrigatória uma obra escrita quatrocentos anos antes de Cristo, quando os homens guerreavam com armas tão rústicas quanto espadas, flechas, paus e pedras.

Citação direta de Sun Tzu:

Quando nos empenhamos numa guerra verdadeira, se a vitória custa a chegar, as armas dos soldados tornam-se pesadas e o entusiasmo deles enfraquece. Se sitiarmos uma cidade, gastaremos nossa força e se a campanha se prolongar, os recursos do Estado não serão iguais ao esforço. Nunca esqueça, quando as armas ficarem pesadas, seu entusiasmo diminuído, a força exaurida e seus fundos gastos, outro comandante aparecerá para tirar vantagem da sua penúria. Então, nenhum homem, por mais sábio, será capaz de evitar as consequências que advirão.

 

Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você conhece a si mesmo, mas não o inimigo, para cada vitória conquistada, você também sofrerá uma derrota. A invencibilidade está na defesa; a possibilidade de vitória, no ataque. Quem se defende mostra que sua força é inadequada; quem ataca, mostra que ela é abundante. A estratégia sem tática é o caminho mais lento para a vitória. Tática sem estratégia é o ruído antes da derrota. Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas. Mantenha-os sob tensão e canse-os. A vitória é o principal objetivo na guerra. Se tardar a ser alcançada, as armas embotam-se e a moral baixa. Aquele que é prudente e espera por um inimigo imprudente será vitorioso. Se numericamente és mais fraco, procura a retirada.
É preferível capturar o exército inimigo a destruí-lo. Obter uma centena de batalhas não é o cúmulo da habilidade. Dominar o inimigo sem combater, isso sim é o cúmulo da habilidade. O principal objetivo da guerra é a paz.

 

Sun Tzu, por volta do ano 400 antes de Cristo, apresentou seu livro para Ho-lü, ou Wu Helu, rei do pequeno povo semibárbaro de Wu. O rei, após ler os treze capítulos, chamou Sun Tzu e elogiou seu trabalho. Perguntou se era possível utilizá-lo com suas tropas. Sun Tzu respondeu com alegria que sim. Depois perguntou o rei, em tom de zombaria, se poderia aplicá-lo às mulheres. O general, ressentido, disse sim. O rei imediatamente mandou reunir suas 180 concubinas no pátio do palácio e lhes deu armas. Sun Tzu dividiu-as em dois grupos, liderados pelas duas favoritas do rei, que a tudo assistia do púlpito. E então perguntou:


- Vocês conhecem as posições "frente", "esquerda", "direita" e "retaguarda"?
- Sim. Responderam as moças, que estavam dispersas e riam da situação.
- Ótimo, pois quando eu disser "frente" olhem para frente. Quando eu disser "esquerda", "direita" e "retaguarda" olhem nessas direções. Façam o que eu mandar. Está claro? 
Mas uma vez, as moças responderam que sim por entre os risinhos.
Sun Tzu sinalizou para a guarda e falou:
- Estejam prontos para punir quem me desobedecer. - Os guardas prontamente desembainharam suas espadas.
O general levantou sua bandeira e sinalizou, gritando a plenos pulmões:
- Frente!. - As concubinas desataram a rir, displicentes. Sun Tzu refletiu:
- A incapacidade de dar ordens claras é uma falha do comandante. Explicarei novamente. Quando eu disser "frente", "esquerda", "direita" e "retaguarda", olhem nessas direções.
Levantou novamente sua bandeira e apontando para o lado gritou: 
- Esquerda!
As moças desataram a gargalhar.
Sun Tzu falou:
- A incapacidade de dar ordens claras é uma falha do comandante. Mas quando elas são claras, a culpa é dos soldados. 
Assim, ordenou aos guardas:
- Matem quem me desobedeceu! Poupem as moças, mas não suas líderes!
As moças, acuadas, pediram piedade ao rei, que interveio:
- Sei agora que você é um bom comandante, mas não gostaria de perder minhas concubinas favoritas. Deixe-as ir, não as mate. - Pediu o rei, animado com a cena.
- Não. - Retrucou Sun Tzu - Como comandante, não posso aceitar interferências no comando das tropas.
Virou-se para os guardas e ordenou:
- Executem-nas em público! - E os soldados, sem o menor traço de piedade, obedeceram. O rei e as concubinas assistiram ao espetáculo aflitos.
Sun Tzu escolheu mais duas moças para liderar as tropas e orientou-as novamente. Desta vez nenhuma moça ousou rir e todas elas marcharam de acordo com o rufar dos tambores.
O general dirigiu-se ao rei e exortou:
- Elas agoras estão treinadas e prontas para a inspeção, majestade. Podereis usá-las como bem entender, estão prontas para realizar a tarefa mais difícil em vosso nome.

O rei, contrariado, retirou-se. Mas reconheceu o gênio de Sun Tzu e nomeou-o General de suas tropas. Neste período o pequeno estado Wu anexou os reinos ao norte e oeste, transformando-se numa grande potência graças aos feitos de Sun Tzu.


Você quer saber mais?

 
TZU, Sun. A Arte da Guerra. Coleção Leitura. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1996.


domingo, 2 de agosto de 2020

Coronavírus, arma biológica ou evento natural?

Saudações, mentes ávidas do amanhã!

Resisti um pouco a realizar algum trabalho com base em tudo que está acontecendo no mundo, mas vejo agora um cenário um pouco mais claro e capaz de organizar melhor alguns acontecimentos que segundo minha humilde opinião são importantíssimos para entendermos a situação como um todo. Trarei um pequeno apanhado histórico da gripe espanhola que foi um evento pandêmico muito semelhante, mas com algumas diferenças interessantes sobre a atuação do vírus, que nos leva a cogitar alguma origem além da natural, mas o que me interessa é expor ideias e permitir que os amigos possam avaliar e tirar suas próprias conclusões sobre tudo.

Gripe espanhola

Atingiu o mundo entre os anos de 1918-1919, afetava principalmente jovens e foi causada por uma cepa do vírus influenza A subtipo da H1N1. Recebeu este nome, pois a Espanha era um país neutro durante a Primeira Guerra Mundial e seus jornais divulgavam todas as informações ocorridas no país, enquanto os demais países envolvidos no conflito censuravam seus jornais. O primeiro caso conhecido foi no Estados Unidos, no Texas em 1918, chegou na Europa em abril no mesmo ano com a entrada dos Estados Unidos na Guerra,  sua primeira onda acabou em agosto do mesmo ano, iniciando-se a segunda onda que afetou a Ásia, a terceira onda foi de fevereiro de 1919 até maio. Sua virulência foi avassaladora, não se tem exatidão no número de mortos, pois as melhores matérias especificam que morreram entre 20 a 40 milhões de pessoas em todo o mundo, mais que o dobro que a Primeira Guerra Mundial que ceifou cerca de 15 milhões e vidas. O Brasil não ficou incólume ao problema, trazida por marinheiros que combatiam em Dacar no Senegal rapidamente se espalhou, levando em todo período pandêmico 35 mil pessoas a óbito em nossas terras (nossa população era de 28 milhões na época).

Sintomas da gripe espanhola

Dores musculares e nas articulações, intensa dor de cabeça, insônia, febre acima de 38º, cansaço excessivo, dificuldade para respirar, sensação de falta de ar, inflamação da laringe, faringe, traqueia e brônquios, pneumonia, dor abdominal, aumento ou diminuição dos batimentos cardíacos, proteinúria, que é o aumento da concentração de proteína na urina, nefrite. Podiam apresentar manchas marrons no rosto, pele azulada, tosse com sangue e sangramentos pelo nariz e orelhas, e em alguns casos afetava o sistema nervoso central.

SARS-CoV-2

            O primeiro caso constatado de Covid-19 foi na cidade de Wuhan na China em dezembro de 2019. A COVID-19 é uma doença causada pelo coronavírus, denominado SARS-CoV-2, que apresenta um espectro clínico variando de infecções assintomáticas a quadros graves. Os coronavírus são uma grande família de vírus comuns em muitas espécies diferentes de animais, mas é raro a transmissão interespécies.

Na maioria das vezes o vírus ataca o sistema respiratório, mas também pode afetar rins, fígado, coração e praticamente todos os sistemas do organismo, o que diferencia em muito de outros coronavírus. Um dado mais estranho é que está fazendo nossos cientistas pisarem em terreno desconhecido é o fato de  cerca de 50% das pessoas acometidas pela SARS-CoV-2 apresentam quadros de encefalopatia (doença neurológica), foram constatados em vários pacientes, normalmente acompanhados de sintomas como dores de cabeça, perda de olfato (anosmia) e sensações de formigamento, afasia (incapacidade de falar), derrames, convulsões,  confusão e delírios.

Outra característica peculiar do vírus é que em alguns casos ele causa hipóxia silenciosa o que é outro mistério. Nosso sangue normalmente apresenta níveis de saturação de oxigênio de cerca de 98%. Qualquer coisa abaixo de 85% pode nos fazer levar à perda de consciência, coma ou até morte. Mas um grande número de pacientes com Covid-19 apresentam níveis de saturação de oxigênio abaixo de 70%, mesmo abaixo de 60%, mas permanece totalmente consciente e cognitivamente funcional.

Alguns especialistas acreditam que o vírus possa invadir o sistema nervoso, mas outros acham que os sintomas neurológicos são consequências da hipóxia, pois a falta de oxigênio no sangue pode levar aos sintomas advindos de tal situação. Em alguns pacientes o vírus foi encontrado no líquido cefalorraquidiano o que indica que é possível que rompa a barreira hematoencefálica e invada o cérebro. Essa característica da Covid-19 se assemelha com a da gripe espanhola que deixou várias pessoas com problemas no sistema nervoso central.

Evento natural ou artificial?

            Por coincidência a cidade de Wuhan na China, possuí um instituto de virologia o WIV, cientistas deste laboratório alertaram os Estados Unidos em 2018  sobre o fato dos sistemas de segurança usados em seus laboratórios serem precários. O vírus pode ter sido solto acidentalmente e ter se espalhado no mercado  de Huanan na cidade de Wuhan.

            O vencedor do prêmio Nobel de medicina de 2008 pela descoberta do vírus HIV em 1980, o francês Luc Montagnier acredita com base em seus estudos que a SARS-CoV-2 foi criada em um laboratório de Wuhan como parte de pesquisas chinesas em busca da cura para a AIDS. O vírus causador da Covid-19 possuí sequências genéticas do vírus HIV, algo que segundo Luc Montagnier só pode acontecer em vírus manipulados por ferramentas de laboratório criadas pelo homem.

            Em nível de uma análise especulativa, podemos mostrar que os Estados Unidos possuem um longo histórico que terem usados armas biológicas em seus diversos conflitos ao longo da história, desde a Segunda Guerra mundial contra soldados japoneses, passando pela Guerra da Coreia ao Vietnã, e poderia ter sido usado na China para prejudicar a economia do pais, mas o problema teria saído do controle e afeto o próprio Estados Unidos. Do outro lado a própria China tem sido acusada de ter espalhado o vírus para prejudicar a economia mundial e alavancar sua própria. O epidemiologista estadunidense Larry Brilliant pede para que a China seja transparente e permita investigações internacionais para evitar as suspeitas fundamentadas de que o vírus foi criado em laboratório.

            Um outro estudo publicado na revista Nature Medicine, feito por pesquisadores do Reino Unido, Estados Unidos e Austrália constataram que o vírus se desenvolveu de forma natural como parte de um processo evolutivo, só não sabem ainda se a mutação que o tornou mais agressivo se deu ainda em animais ou somente quando passou para seres humanos. Mas saliento que este estudo não descarta o fato do mesmo poder ter sido acidentalmente liberado pelo péssimo sistema de contenção dos laboratórios em Wuhan.

            Quero deixar claro para meus amigos leitores que diversos sites com matérias que mostravam indícios que a SARS-CoV-2 teria sido criado em laboratório foram retirados do “ar” ou tiveram seus resultados de busca omitidos do Google e outros buscadores, o motivo seria evitar pânico ou ocultar a verdade?

            Lembrando ainda que por incrível que pareça armas biológicas são baratas se comparadas as armas convencionais e possuem ainda o horrendo benefício de eliminar somente pessoas deixando toda a estrutura física dos países intactas, além abalar as bases econômicas das nações deixando brechas para a dependências de outras mais poderosas ou menos afetadas pela pandemia. A verdade é que a origem da SARS-Cov-2 está longe de ser esclarecida principalmente por culpa das autoridades chinesas que estão obstruindo o acesso das demais nações a realizarem uma investigação no foco de origem que foi na cidade de Wuhan e abrir os arquivos de pesquisas realizados nos laboratórios de pesquisas presentes na região.

Segundo o médico sanitarista Luiz Jacintho da Silva  da Universidade Estadual de Campinas, qualquer agente biológico pode ser usado como arma. O B. anthracis, o vírus da varíola, a Yersinia pestis e a toxina do Clostridium botulinum podem ser considerados os "clássicos" das armas biológicas. Desses, dois já foram sérios problemas de saúde pública, o vírus da varíola e a Y. pestis (Anonymous, 2000; Osterholm, 2001). No século XX, a guerra biológica ganhou foros de ciência. Durante a I Guerra Mundial, os alemães desenvolveram e empregaram diversas armas biológicas, mas o impacto dessas não é conhecido (Christopher et al., 1997). Mais recentemente, durante a II Guerra Mundial, tanto os exércitos aliados como os do Eixo, empreenderam pesquisas com o intuito de desenvolver armas biológicas. Até onde é possível saber, apenas os japoneses, durante a ocupação da China, teriam empregado armas biológicas em maior extensão (Christopher et al., 1997, Osterholm, 2001). Na segunda metade do século XX, durante a guerra fria, os Estados Unidos e a então União Soviética, sem dúvida se valendo da experiência acumulada de japoneses e alemães, implantaram projetos para o desenvolvimento de armas biológicas, da mesma maneira que o Canadá e o Reino Unido. Em 1972, o tratado sobre armas biológicas e tóxicas foi assinado e ratificado por diversos países, mas não todos. Apesar da existência do tratado, pelo menos dez países teriam mantido e expandido seus programas de desenvolvimento de armas biológicas (Lancet, 2001; Osterholm, 2001).

Nossa história mostra que nada impede que a SARS-CoV-2 possa supostamente ter sido liberada acidentalmente, mas não o sendo, para gerar um caos global do qual o pais de origem tenha sido o menos afetado, algo muito estranho se levarmos em consideração que o foco original de uma doença normalmente é onde ela é mais avassaladora. Somente 4.634 chineses morreram da Covid-19, enquanto nos Estados Unidos uma nação de primeiro mundo com todo o preparo técnico e um povo esclarecido já perdeu 156.744 de seus cidadãos abatidos por este peculiar e danoso vírus. Deixo estas questões para apreciação de suas mentes ávidas do amanhã.

 

Você quer saber mais?

Scielo

https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2001000600023

Universidade Federal de Santa Maria

https://www.ufsm.br/midias/arco/mitometro-coronavirus-foi-criado-em-laboratorio-por-chineses/

Atlas FGV

https://atlas.fgv.br/verbetes/gripe-espanhola

Tua Saúde

https://www.tuasaude.com/gripe-espanhola/#:~:text=Ap%C3%B3s%20algumas%20horas%20de%20surgimento,sangramentos%20pelo%20nariz%20e%20orelhas.

Ministério da Saúde

https://coronavirus.saude.gov.br/sobre-a-doenca

BBC Brasil

https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-53173760

https://www.bbc.com/portuguese/geral-52506223

 

 

 


quarta-feira, 29 de julho de 2020

Conheça as origens da milenar civilização Maia.

Restos de um palácio Maia em Palenque.

Povo da América Central, distribuído numa área partilhada entre a América Central e o México. Esse território foi dividido em três zonas: meridional (Costa do Pacífico e terras altas da Guatemala e do Chiapas), central (do Estado do Tabasco a Honduras), setentrional ( Península de Iucatan). As descobertas arqueológicas nas terras altas do Chiapas revelaram a instalação, por volta  der meados do III milênio a.C., de populações que estiveram na origem da civilização maia. No período pré-clássico (1500 a.C. - 250 d.C.) eram agricultores, fabricavam cera (ornamentação de cordões) e usavam pedras de moer - o que supõe a cultura do milho. Agrupavavam-se em aldeias (Kaminalaljuyú, ou, nas terras baixas, Altar de Sacrifícios e Seibal). Uaxactún Tikal têm camadas inferiores que remontam ao séc. V., e desde o ano 300 a.C. percebem-se as características fundamentais  da civilização maia:  arquitetura com uma espécie de abóbada em balanço, inscrições hieroglíficos, uso de um calendário "a longo prazo", e ereção de estelas comemorativas.

 O período clássico (250-950) corresponde ao florescimento dessa civilização; os grandes centros cerimoniais (Tikal, Uaxactún e Seibal, na Guuatemala; Copán em Honduras, Palenque, Uxmal, Bonampak e Chichén Itzán, no México, etc) multiplicaram-se. As grandes metrópoles religiosas compreendiam edifícios típicos, templos construídos sobre uma plataforma piramidal, cobertos por uma espécie de abóbada em balanço e encimados por  uma crista com cumeeira; palácios (residências principescas ou lugar de reunião, dotados de numerosas galerias) cuja disposição - em grupos distintos ligados por calçadas elevadas - em torno de amplas pra;as atesta certo sendo de urbanismo;  e conjunto monumental monolítico, composto de um altar com estela ornada de uma decoração esculpida. Nunca reunidos sob a hegemonia de um poder central, cada centro conservou um estilo individual. A escrita hieroglífica não foi inteiramente decifrada. Depois do auto-de-fé dos conquistadores cristãos, apenas três manuscritos (Codex) subsistem e são datados do pós-clássico. O primeiro refere-se a rituais religiosos; o segundo, à adivinhação; e o último, à astronomia, que, sem usar nenhum instrumento óptico, era , de uma precisão espantosa. Em seu apogeu, essa civilização - que ignorava a roda e o animal de tração, e só conhecia instrumentos de madeira e de pedra - foi, por razões obscuras, brutalmente interrompida, por volta do séc. IX, zona central, que contudo não foi totalmente abandonada. O pós-clássico (do séc. IX, na zona central, que contudo não foi  totalmente abandonada. O pós-clássico (do séc. X à conquista espanhola) testemunha certo renascimento devido aos toltecas, vindos de Tula. Quando chegaram, por volta do séc. X, supõe-se que algumas graandes cidades de Iucatán existissem ainda. A associação das duas tradições originou um novo estilo artístico "maia-tolteca", caracterizado por uma arquitetura mais  ampla e arejada (colunatas, grandes jogos de bolas) e pelo amálgama dos panteões e dos motivos decorativos (Chac, o deus  maia da chuva, representado alternadamente com Quetzalcoatl, a serpente  emplumada, transformada em Kukulkan). Chichén Itzá foi logo substituído por Mayapán, que foi cercada por uma muralha defensiva. Daí em diante, a influência mexicana dominou uma produção artística muito decadente. 

A Literatura maia é ainda bastante obscura em razão da diversidade de línguas e e de uma escrita pictográfica cujo sistema não é em conhecido. Alguns códices se conservaram até nossos dias, bem como numerosas inscrições de caráter, histórico, mitológico e profético. A literatura maia-guichê é mais conhecida graças ao Popol-Vuh e ao drama Rabinal Achi, e a literatura maia-iucateque, graças ao livro ChiamaBalam. Da literatura maia-cakchiqueles restam os Annales de los cakchiqueles ou Memorial de Sololá.

Você quer saber mais? 

Grande Enciclopédia Larousse Cultural. São Paulo: Enciclopédia Larousse, 1999. Vol. 14.

 


terça-feira, 28 de julho de 2020

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