sábado, 19 de dezembro de 2015

Manipulações Ocultas


Quando queremos algo, o mais fácil é pedir o que queremos. A outra pessoa pode ou não nos proporcionar o que desejamos, porém a comunicação permanece limpa e visível. No entanto, há muitas pessoas que consideram que pedir algo diretamente vai contra os seus princípios, que não tem o direito de fazê-lo ou que é uma falta de educação; já outras acreditam que não se deva pedir, porque se a outra pessoa gosta dela, adivinhará suas necessidades. Nestes casos, o que geralmente se faz é manipular os outros.

1. Culpar e julgar. Há pessoas que se dedicam a culpar a quem não responde imediatamente a suas necessidades. Baseiam a sua estratégia em atacar o sentimento e o pensamento que as pessoas tem sobre eles. Sabem o seu ponto fraco e é ai onde atacam. Para isso utilizam diferentes estratégias, que vão das suaves, delicadas, irônicas e divertidas, passando por aquelas que giram ao redor de interrogações irracionais, e que depois de rejeitadas, aparecem de maneira “lógica”. A efetividade de ambas estratégias é temporal, já que uma vez que as pessoas envolvidas começam a percebe-las claramente, deixam de responder aos ataques.

2. Fomentar a culpa. Os que se utilizam desta estratégia fazem que os outros se sintam culpados por não ajuda-los, pois tratam de despertar esse sentimento que as pessoas tem de ser boas com os outros e serem úteis à sociedade. Desta forma, as pessoas que não respondem a essas necessidades se sentem culpadas por isso e em falta com os demais. O que eles buscam é que ainda se tenha uma certa atitude de rejeição interior com respeito a quem ele fomenta a culpabilidade, para que elas façam o que ele deseja.

3. Fomentar a pena. Mediante uma atitude de pena e abandono buscam chamar a atenção e a simpatia das pessoas; fazem isso com diferentes táticas, ainda que com o passar do tempo essa estratégia deixe de funcionar, já que para as pessoas que estão à sua volta, a situação começa a se tornar insuportável.

4. Chantagem. Utilizando diferentes estratégias de ameaça, o chantagista busca não liberar algo útil para os demais. Se as técnicas não são as corretas, pouco a pouco elas irão perdendo a efetividade e terminarão por não funcionar mais. Quem se utiliza desta técnica terá que levar em conta que ela pode ser prejudicial a ele mesmo, já que pode criar uma situação de rejeição nas pessoas que ele tenta chantagear.

5. Suborno. O manipulador que se utiliza desta técnica tem um falso interesse pela outra pessoa, somente porque deseja algo dela. O tempo de efetividade também é escasso, mas caso ela prossiga, pode acarretar uma situação de rejeição pelas demais pessoas.

6. Apaziguar. Quem se utiliza desta técnica tem uma atitude muito diferente das anteriores, já que busca conseguir uma atitude positiva dos demais com respeito a ele. Não gosta nada do conflito e por isso trata de evitá-lo de qualquer maneira. São pessoas agradáveis, com uma atitude positiva para o fato de ter que pedir desculpas e acreditam que devam fazê-lo, buscando com isso serem aprovados; com essas táticas conseguem dos outros o que querem, já que elas “devem” isso a ele, porque ele já fez algo semelhante anteriormente por eles. Com essa estratégia, buscam que os demais sejam como eles. O problema desta estratégia reside no fato de que em muitas ocasiões, depois de haver realizado coisas pelos demais, estes não respondem à altura, cumprindo sua parte no trato.

7. Ser frio. O manipulador que tem uma atitude fria com respeito aos demais, quer deixar claro que não conseguirão nada dele; trata de intimida-los; o que ele consegue no final das contas é que as pessoas não confiem nele.

8. Desenvolvendo doenças. Esta técnica é utilizada quando as estratégias mencionadas anteriormente não surtem os efeitos desejados, ou seja, conseguir o que se estava buscando.

sábado, 12 de dezembro de 2015

Uma discussão histórica acerca do filme Alexandre, o Grande de Oliver Stone.




Autor: *Contrutor CHH


É um drama biográfico e também considerado um épico, realizado em 2004, com base na biografia elaborada pelo escritor inglês Robin Lane Fox, no qual foi inspirado o roteiro do filme. O filme tem inicio em 323 a.C, na Babilônia. Com a morte precoce de Alexandre, o Grande com apenas 33 anos. Depois o filme passa os eventos para Alexandria no Egito, passados já mais de 40 anos da morte de Alexandre.

Seu ex- general Ptolomeu, que conhecia Alexandre intimamente, conta para um escriba as glórias e desventuras de Alexandre, bem como sobre sua morte precoce quando havia conquistado quase todo o mundo conhecido da época.  Triste Ptolomeu frisa que as grandes vitórias dos exércitos de Alexandre foram esquecidas.  Embora segundo a narrativa de Ptolomeu ele fosse chamado de tirano. Ptolomeu diz que antes de Alexandre, havia tribos e depois dele tudo passou a ser possível.

Era um império não de terras e de ouro, mas da mente, uma civilização helênica aberta a todos. No oriente, o vasto império persa dominava quase todo o mundo conhecido. No ocidente, as outrora cidades-estados gregas, Tebas, Atenas, Esparta, haviam perdido o orgulho. Reis persas pagavam aos gregos com ouro, para usá-los como mercenários. Felipe II da Macedônia, o pai de Alexandre, começou a mudar tudo, uniu as tribos de pastores da Macedônia. Criou um exército profissional macedônio, que subjugou os traiçoeiros gregos. Então se voltou para a Pérsia, onde se dizia que o rei Dario, em seu trono na Babilônia, temia Felipe. Alexandre era filho da rainha Olímpia, e nasceu em Pela na Macedônia no ano de 356 a.C.

Quando Felipe II da Macedônia, também conhecido como Felipe, o Caolho foi assassinado 336 a.C. O assassinato se deu durante os festivais de outubro em Aigai era nesses festivais que se celebravam aos casamentos e Filipe pretendia casar sua filha, mas ao entra Filipe sozinho no teatro para o casamento de sua filha, usando um manto branco, e ficou no centro da orquestra, recebendo as aclamações dos espectadores. Foi quando Pausânias atacou Filipe porque este não fez nada ao saber que Pausânias havia sido atacado e ferido por inimigos. Mas o motivo pessoal de Pausânias não excluía uma conspiração da qual ele seria apenas uma peça. Alexandre o sucedeu ao trono aos 20 anos de idade sob a alcunha de Alexandre III, mas ficou mesmo conhecido por Alexandre, o Grande. A vida de Alexandre como rei foi marcada por conquistas seguidas, não perdeu nunca nenhuma batalha. Em 335 é aclamado, no Congresso Pan-Helênico de Corinto, general de todas as forças gregas.

Tornou-se o mais famoso general da Antiguidade, comandando os gregos na conquista do Império Persa. Com um exército de 35.000 infantes, 5.000 cavaleiros e uma frota de 169 trirremes, atingiu o Helesponto em 334. Venceu o exército persa às margens do Rio Granico. Ocupou rapidamente várias cidades, assim como a região litorânea e a Frígia, com sua capital, Górdio. Nesta cidade, cortou um nó complicado que, segundo a tradição, daria o Império da Ásia a quem o desembaraçasse.

Em 333, na Planície de Isso, que dá acesso à Síria, venceu novamente os persas. Passa às cidades da Fenícia, arrasando Tiro (332), por lhe ter oferecido resistência. Gaza é vencida. Atinge o Egito onde é recebido como descendente dos faraós. Recebe o titulo de filho de Amon, o que aumentou sua popularidade, funda no delta do Nilo a cidade de Alexandria, que será um dos centros mais ricos do mundo antigo, e vence o rei, Dario III, em Arbela e Gaugamela (331). Conduz seus exércitos vitoriosos em direção da Índia; atinge o Indus, derrota o Rei Porus e ocupa a região. Ao chegar ao delta rio, a expedição dividiu-se em duas partes: uma embarcou na frota e, navegando pelo Índico e pelo Golfo Pérsico, atingiu a Mesopotâmia; a outra regressou por terra, dirigida pelo próprio Alexandre.

Chegará a Babilônia em 324. Em dois lustros, a extraordinária campanha de Alexandre havia transformado a situação do mundo civilizado. Em seu regresso procurou organizar o império que conquistara. Sua finalidade era realizar a união entre vencedores e vencidos. Fundou na Ásia muitas cidades, sobretudo na Pérsia, garantindo assim as estradas que ligam a Pérsia à bacia Indus. Adotou ante os orientais uma política de tolerância, quanto a religião, às leis, aos costumes. Escolheu muitos persas como colaboradores de confiança, dando-lhes postos importantes no exército e no governo de territórios.

A morte cortou seus projetos ambiciosos. Faleceu atacado por febre violenta em 323, quando contava apenas 33 anos.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Um desconstrucionista, desconstruindo a História.


Alun Munslow
            Alun Munslow é professor, dedicado a publicar textos inseridos nas discussões a respeito das condições cognitivas do saber histórico a partir de perspectivas pós-modernas. Sua obra Desconstruindo a história insere-se nesse debate. 
Aonde Muslow não se reduz à defesa de uma perspectiva teórica sobre o conhecimento historiográfico. O autor identifica e descreve três abordagens: reconstrucionismo, construcionismo e desconstrucionismo. Toda estrutura do Desconstruindo a história gira em torno de uma estratégia: colocar quatro questões a cada uma das três abordagens. 
1º O empirismo pode constituir-se como uma epistemologia? 
 2º Qual o caráter e a função da evidencia? 
3º Qual o papel do historiador e como ele usa as teorias sociais para compreender e explicar a história? 
4º Qual a importância da forma narrativa para a explanação histórica? 
 No capítulo três, Munslow caracteriza a abordagem da qual é adepto, o desconstrucionismo. E o faz marcando as diferenças entre este, o reconstrucionismo e o construcionismo. Nega o pressuposto teórico que atribui à historiografia condições de conhecer o passado como realmente aconteceu, seja pela análise empírica, seja por meio de uso de teorias sociais. Sendo o Desconstrucionismo uma narrativa historiográfica não é apenas um meio de apresentação dos resultados de pesquisa. Não havendo uma relação precisa de correspondência entre o passado e sua representação narrativa.
É o historiador, no presente, organiza as informações de uma determinada maneira a fim de que a narrativa tenha um dado significado, impondo ao passado um enredo de um tipo específico. Embora Munslow seja adepto do deconstrucionismo, ele não reduziu totalmente as outras duas abordagens (rescontrucionismo e construcionismo). Desconstruindo a história, pode ser considerado um livro que introduz o leitor em um ambiente intelectual bem delimitado.

História Contemporânea do século XIX e o filme “Os Miseráveis”.


Cena do filme "Os Miseráveis" de 2012.

Ao fazermos a leitura do livro de Contemporânea do século XIX e realizarmos uma discussão sobre a problemática presente, vemos uma França de uma população infeliz com sua situação de regresso a monarquia, quando um jovem lamenta enquanto corre pela cidade e divaga em palavras sobre a luta popular e perda de tudo que haviam conseguido com a Revolução.

Podemos ver uma Paris cheia de pessoas, muitos desempregados outros indo e vindo de seus empregos em fábricas que seus soldos mal conseguem comprar o pão para a família comer por uma semana. Todos em comum formam um grande grupo de populares privados de sua dignidade, doentes, famintos.

A prostituição toma conta das ruas, pois os estômagos das mães e dos filhos sofrem mais que a honra perdida. Como vemos no filme quando Fantine é demitida da fabrica de costuras pelo gerente sem que o senhor Madeleine (na realidade Jean Valjean) saiba e acaba tendo que procurar um meio de sustentar sua única filha que trabalha como doméstica em uma pousada mesmo sendo criança. Vemos que Fantine, tenta vender um pingente, e é enganada pelos larápios  vender seu cabelo, depois os dentes e por último seu próprio corpo.

Ela perde sua honra pois teme que a filha passe fome ou frio.  Mas no filme Madeleine resgata Fantine das ruas e a leva para um hospital, mas ela não resiste as doenças adquiridas nas ruas estreitas, sujas e que exalam um cheiro nauseante como lemos no livro da disciplina. Madeleine jura cuidar de sua filha Cosette. Paris é um labirinto de túneis que servem de esgoto, que podemos ver nas cenas aonde Jean Valjean, salva a vida de Marius um dos rebeldes que luta contra a monarquia. Jean Valjean arrasta Marius até os esgotos e foge pelos tuneis com o rapaz desacordado. O êxodo rural foi algo que contribuiu para criar uma grande massa de trabalhadores desempregados nas cidades de Paris e Londres principalmente.

Uma verdadeira degeneração urbana em meio ao crescimento industrial. Cidadãos comuns são presos por roubarem um pão para alimentar sua família e as penas não são leves como vemos no filme “Os Miseráveis” a onde Jean Valjean ficou 20 anos preso por roubar um pão. Nem mesmo as crianças são poupadas do trabalho duro nas fábricas que de longe excedem há qualquer respeito à dignidade humana.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Movimento de 1848, a Primavera dos Povos.


A “Primavera dos Povos” é como chamamos a série de movimentos revolucionários liberais que ocorreram por toda a Europa durante todo o ano de 1848. A partir Revolução Francesa de 1789, os ideais libertários chegaram a todos os lugares da Europa, deixando temerosos os monarcas absolutistas europeus.

Diante desses acontecimentos institui-se o Congresso de Viena, em 1815, após a derrota de Napoleão Bonaparte, os reacionários governos europeus que procurava restaurar a antiga ordem vigente anterior a Revolução Francesa de 1789, e dar uma nova feição à Europa. Monarquias que haviam sido abolidas foram restauradas, e políticas repressoras voltaram a ser aplicadas à população.

Como ocorreu com a subida do rei Luís Filipe da França em 1830, denominado "rei burguês", havia esperança entre a classe burguesa que seus interesses seriam devidamente representados, sendo o próprio monarca oriundo daquela classe.

As revoluções liberais se espalharam por toda Europa. Essas revoluções conhecidas como “Primavera dos Povos” chegou até o Brasil durante a Revolução Praieira, ocorrida em Pernambuco também em 1848. Predominante em todos esses movimentos foi à ideologia do socialismo utópico com a concepção do famoso ‘Manifesto Comunista’ de Karl Marx e Friedrich Engels em 1848.

Mas como nem a primavera dura, em dezoito meses todos os regimes derrubados foram restaurados com exceção da República da França. A primeira onda revolucionária assinalou a derrota da aristocracia em 1830 e a segunda onda marcou a derrota do proletariado em 1848. Tendo assim atingido a burguesia os seus dois alvos concretos: de um lado a aristocracia do Antigo Regime e do outro o proletariado.