sábado, 10 de janeiro de 2015

Ética e a Filosofia da Educação

              


              O presente trabalho tem por objetivo analisar a ética segundo seu conceito e estudos relacionados com a Filosofia da Educação e sua importância para a sociedade como um todo, e igualmente para o individuo como membro dessa sociedade. Veremos sua influências e desse modo aprenderemos sua importância para a coexistência e crescimento do individuo humano consigo mesmo e com o outro.

              O que motiva os indivíduos como seres humanos diante do sofrimento de seus semelhantes, de modo a moverem-se e lutarem por seus direitos e do próximo? Porque sentimos indignação diante das injustiças cometidas pelo mais forte diante do mais fraco? Nessas situações entra em ação nosso senso moral e nossa consciência moral, pois são perguntas que necessitam de explicação para nós e para a sociedade, razões para que assumamos suas consequências.

              São os valores éticos que nos guiam como uma bússola oferecendo garantia de nossa condição de sujeitos e não objetos, pois como sujeitos os seres humanos tem capacidade de racionalizar, livre-arbítrio, capacidade comunicativa e a interação com outros de seu grupo. Um objeto é uma coisa sem expressão ou vontade própria que pode ser usado e manipulado a bel-prazer de alguém, e a ética é quem proíbe que humanos sejam tratados como objetos através da moralidade.

              O campo ético é composto pelos valores e obrigações do sujeito moral que é formado pelo conteúdo das condutas morais. Segundo a ética para que o sujeito moral exista é necessário que seja consciente, capaz de refletir e reconhecer sua existência, e a do próximo como semelhante. Deve possuir vontade, sendo capaz de controlar e escolher seus desejos e sentimentos conforme a consciência. O individuo deve ser responsável, ciente de seus direitos e deveres para com a sociedade e para com o próximo. Ele deve ser livre, não estar submetido à vontade de terceiros, ele deve ser possuidor de autodeterminação. Assim concluímos que o campo ético é composto pelo sujeito moral e os valores morais que se interacionam de modo que se completam.

              O sujeito moral vem a existir a partir do momento que começa a ser educado para os valores morais, uma educação que visa colocar-nos em harmonia com os valores de nossa sociedade.

              Para entendermos melhor as razões da existência da moral em sua cultura é necessário que exista a filosofia moral, pois ela é que fará as pessoas refletirem como seres críticos sobre os valores éticos, interpretando seus valores e os problematizando de forma que se houver discrepância entre o escrito ou dito e o praticado pela cultura em questão, seja motivo para a entrada da filosofia moral. A filosofia moral faz com que nossa ética não seja algo mecânico, como uma simples repetição daquilo que nos foi ensinado desde a infância, os costumes.

              Segundo Marilena Chaui, podemos resumir a ética dos antigos em três aspectos principais: “1. O racionalismo: a vida virtuosa é agir em conformidade com a razão, que conhece o bem, o deseja e guia nossa vontade até ele; 2. O naturalismo: a vida virtuosa é agir em conformidade com a Natureza (o cosmo) e com nossa natureza (nosso ethos), que é a parte do todo natural; 3. A inseparabilidade entre ética e política: isto é, entre a conduta do indivíduo e os valores da sociedade, pois somente na existência compartilhada com outros encontramos liberdade, justiça e felicidade.” (CHAUI, 2002. p. 342.).

              A ética cristã surge com um diferencial em relação as religiões da antiguidade que eram nacionais e políticas, pois ela prega a religião de indivíduos independente  de sua nacionalidade ou questões políticas. Considerando o ser humano por si só incapaz de realizar o bem, baseados nessa visão de mundo o cristianismo institui uma nova visão dentro da moral: o conceito de dever. Dever que vem por meio das Leis de Deus, e as Revelações dos Profetas. E a ética cristã não se resumia somente aos atos, mas também as intenções de realizar atos que contrariam a ética cristã, isto é intenções invisíveis.

              Rousseau, um filosofo que surge após o renascimento, afirmava que a consciência moral era parte da natureza humana, segundo ele quando o dever passa a se tornar obrigação é por que a bondade da natureza humana foi corrompida.  Já no mesmo período temos as ideias de Kant, que afirmava que nascemos com nossa natureza humana má e sem consciência moral e por isso necessitamos do dever para podermos nos tornar seres dotados de consciência moral.  Como afirma a autora: “Rousseau e Kant procuraram conciliar o dever e a ideia de uma natureza humana que precisa ser obrigada à moral.” (CHAUI, 2002. P. 347).

              Uma questão atual que está presente na filosofia é a natureza e o respeito ao meio ambiente. A ética humana em relação ao respeito com o meio-ambiente como habitat da espécie humana. Essa nova ética que o autor Leonardo Boff define como novo ethos que ele defino assim: “[...] a casa humana, vale dizer, aquela porção do mundo que reservamos para organizar, cuidar e fazer o nosso habitat. Temos que reconstruir a casa humana comum – a Terra – para que nela todos possam caber. Urge modelá-la de tal forma que tenha sustentabilidade para alimentar um novo sonho civilizacional.” (BOFF, 2002.p. 27). Segundo o que temos observado essa ética visa proteger nosso planeta e tornar os seres humanos mais envolvidos com a coletividade, mais voltados para a espiritualidade, que surge da própria profundidade da natureza humana, e é onde se encontra esse novo ethos. Vemos que é no cuidado para com o próximo e a nossa casa, o planeta Terra e toda sua biodiversidade que iremos encontrar o ethos que precisamos para a civilização humana desenvolver-se de forma construtiva.

              Então podemos ver que na Filosofia da Educação, o filosofo é aquele que desestabiliza certezas e questiona o que é convencional. Usando a dúvida como desencadeadora desse processo crítico. Refletindo e tomando o próprio pensamento, pensado e voltar para si e coloca-lo em questão o que já se conhece, buscando as raízes das questões, explicando os fundamentos do pensar e do agir. E, por conseguinte ao questionarmos os fundamentos da educação pedagógica, fazemos filosofia da educação. Buscando dessa forma caminhos possíveis para aqueles que serão os futuros educadores e para que esses futuros educadores possam filosofar sobre a educação.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Miguel Reale – Cronologia


            Seguindo nossos estudos trago nesta postagem a cronologia de Miguel Reale, um brasileiro que contribuiu com suas ideias para o desenvolvimento de nossa sociedade. Foi poeta, jurista, filosofo e educador, reconhecido no Brasil e no exterior por suas obras e palestras. Recebeu dezenas de prêmios e condecorações nacionais e internacionais. Fundou ao lado de Plínio Salgado a Ação Integralista Brasileira, o primeiro partido político no Brasil que atingiu todos os territórios da nação.

1910 – Nasce Miguel Reale na cidade de São Bento de Sapucaí em 6 de novembro.

1930 - Ingressa no bacharelado em Direito pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco.

1932 - Adere à Revolução Constitucionalista de 1932, ingressando no Batalhão Ibrahim Nobre, junto com seus colegas de curso, participando das batalhas ocorridas no sul do estado.

1932 - Inaugura, ao lado de Plínio Salgado, a Ação Integralista Brasileira, movimento cultural a princípio, mas que se tornaria político, sendo um de seus principais dirigentes.

1933 – Escreve sua obra “O Estado Moderno”.

1934 – Escreve “A Política Burguesa”.

1934 – Formou-se em Direito na Universidade de São Paulo.

1935 – Escreve “O ABC do Integralismo”.

1941 – Tornou-se professor Catedrático de Direito da Universidade de São Paulo.

1942-1944 - Membro do Conselho Administrativo do Estado.

1947 - Secretário da Justiça do Estado de São Paulo. Cria a primeira Assessoria Técnico-Legislativa do Brasil.

1949 - Funda o Instituto Brasileiro de Filosofia, o qual presidiu até sua morte em 2006.

1954 - Funda a Sociedade Interamericana de Filosofia, da qual foi duas vezes presidente.

1975 – A partir desse ano ocupou a cadeira 14 da Academia Brasileira de Letras.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Santos Dumont – Cronologia


            Dando seguimento ao nosso estudo sobre os grandes brasileiros, Homens e mulheres que fizeram a diferença entre a realidade de suas épocas, uma diferença que ecoa até os dias de hoje por meio de suas ideias e invenções que ajudaram o Brasil a crescer e continuar crescendo.  Nas próximas postagens continuarei trazendo outros nomes, alguns bem conhecidos de todos nós, outros nem tanto. Mas isso não os diferencia no fato de terem sido grandes pessoas que não se importaram em ir contra aquilo que era considerado absoluto e correto, mas seguiram em frente para o bem do Brasil e de toda a civilização humana.

1873 – Julho, 20. Nasce Alberto Santos Dumont, no lugar denominado Cabangu, cuja cabeça de comarca se chmava João Gomes, mudando depois para Palmira, Minas Gerais. Seu pai era o engenheiro Henrique Dumont e a mãe, d. Francisca Santos Dumont.

1874/79 – Vai morar com a família em Casal, fazenda de café do avô materno, que o pai administra, e que fica perto de Valença, Estado do Rio de Janeiro.

1879 – Muda-se, com a família, para Arinvdeúva, fazenda de café que o pai adquire, próxima a Ribeirão Preto, São Paulo.

1888 – Vê, pela primeira vez, um balão cativo na capital de São Paulo. O balão devia fazer parte de alguma exposição, ou possivelmente pertencia a algum aeronauta, profissional de parque de diversão.

1890 – O pai torna-se hemiplégico e vende a fazenda, que possuía cerca de 5 milhões de cafeeiros.

1891 – Aos 18 anos, viaja com a família para a França, a bordo do ‘Elbe’, onde o pai pretende curar-se da hemiplegia frequentando as termas de Lamalou-les-Bains. Visitando com o pai, em Paris, uma exposição de máquinas no Palácio da Indústria, descobre um motor a petróleo. Novembro, pelo ‘Portugal’, regressa com a família ao Brasil e vai residir uma casa da rua Helvetia, em São Paulo.

1892 – É emancipado pelo pai, que também lhe entrega uma fortuna em títulos. Acompanhado dos pais, volta à Europa, onde pretende estudar em Paris. Mas Henrique Dumont, chegando a Portugal, sente-se pior de saúde e volta ao Brasil. Agosto, 30. O pai falece no Rio de Janeiro. Promove, no velódromo de Parc des Princes uma corrida de mototriciclos.

1897 – Descobre, numa livraria do Rio, o livro de Lachambre e Machuron: André au Pôle Nord em Ballon. Volta a Paris e pela primeira vez sobe em balão esférico, pertencente à firma Lachambre et Machuron.

1898 – Em Vaugirard sobe com passageiros em balão esférico. Torna-se um voluntário piloto de balão, para a firma Lachambre et Machuron. Encomenda à mesma firma um pequeno balão para seu próprio uso, a que dá o nome de ‘Brasil’. Descobre o motor do triciclo a petróleo. Participa da corrida de automóveis Paris-Amsterdã, em carro adaptado com motores de triciclo. Constrói  o seu primeiro balão dirigível, o ‘Santos Dumont n.°1’. Setembro, 18. Experiência mal sucedida com o ‘Santos Dumont n.°1’.Setembro, 20. Navega pela primeira vez no ‘Santos Dumont n.°1’, tendo descida acidentada em Bagatelle, com ameaça do balão dobrar-se ao meio.

1899 – Maio, 11. Ensaio fracassado com o ‘Santos Dumont n.°2’ que se dobra ao meio no momento da elevação. Novembro, 13. No ‘Santos Dumont n.°3’ faz uma feliz ascensão, partindo do Campo de Marte, contornando a torre Eiffel, descendo no Parc des Princes. Manda construir em Saint-Cloud um hangar para os seus balões.

1900 – Agosto, 1.°. Termina a feitura do ‘Santos Dumont n.°4’. A comissão Científica do Aeroclube concede-lhe o ‘prêmio de Encorajamento’, de 4 mil francos. Com o dinheiro do prêmio, instituiu o ‘Prêmio Santos Dumont’, como incentivo aos pesquisadores da aerostação de dirigíveis.

1901 – Julho, 12. No ‘n.°5’ voa sobre Longchamps e contorna a torre Eiffel. Julho, 13. Concorrendo ao Prêmio Deutsch, de 100 mil francos, ao contornar a torre Eiffel um golpe de vento violento o atira contra as árvores do parque Rothschild. Agosto, 8. Insistindo na prova Deutsch, o balão perde gás e vai cair, explodindo sobre as paredes de um edifício do Trocadero. Preso às cordas e à quilha do balão, é retirado, ileso, pelos bombeiros. Outubro, 19. No ‘Santos Dumont n.°6’ ganha o Prêmio Deutsch, partindo de Saint-Cloud, contornando a torre Eiffel e voltando ao ponto de partida no espaço de 29 minutos e 30 segundos (30 minutos era o tempo estimado para a prova).

1902 – Janeiro, 29. Sobe no ‘n.°6’ em Monte Carlo, onde passa uma temporada naquela cidade. A convite do príncipe Dino, que mandou construir no blulevar de La Condamine um aeródromo e hangar para os seus balões. Fevereiro, 14. Acidente com o ‘n.°6’, que soçobra nas águas da baia de Mônaco. Primavera-verão. Visita Londres, Nova York e São Luis. Falece, em Portugal, sua mãe, d. Francisca Santos Dumont. Constrói neste ano os dirigíveis n.°s 7, 9 e 10.

1903 – Julho, 14. No dirigível ‘n.°7’, chamado de La Balladeuse, toma parte na grande parada militar de 14 de Julho.

1904 – Escreve Dans l’Air (Os Meus Balões). Recebe do governo francês a comenda de Cavaleiro da Legião de Honra.

1905 – Escreve artigo para a revista Je Sais Tout. Projeto do Santos Dumont n.°11. Agosto. Ascensão, em Trouville, do ‘Santos Dumont n.º14. numa corrida de lanchas na Côte d’Azur, toma conhecimento do motor ‘Antoinette’, e seu fabricante, Levavasseur.

1906 – ‘Santos Dumont n.°12, helicóptero, 2 hélices. ‘Santos Dumont n.°14’. Constrói um tipo de aeroplano aquático com asas do tipo de  ‘papagaio celular de Hargrave’. Experimenta o aparelho como planador, conseguindo, para isso, prendê-lo a uma corda e esta a um barco-automóvel, que o impulsiona. Constrói novo aparelho – um biplano – e para testar seu equilíbrio e direção, prende-o sob o dirigível ‘n.°14, desprendendo, depois, deste. Mas o biplano fica conhecido por ’14-Bis”. Setembro, 7. Campo de Bagatelle. Consegue elevar-se no biplano por um segundo. Setembro, 13. Campo de Bagatelle. Faz no biplano (’14-Bis’) um pequeno voo de 8 metros. Setembro, 30. Participa da Taça Gordon Bennet para balões livres, mas ferindo o braço numa transmissão teve que aterrissar perto de Bernay. Outubro, 23. Campo de Bagatelle. Consegue elevar-se do solo a uma altura de cerca de um metro e a uma distância de 60 metros, ganhando a Taça Archdeacon, ofertada ao piloto que em sua máquina, e por seus próprios recursos, conseguisse voar através de um percurso de 25 metros. Novembro, 12. Campo de Bagatelle. Novamente pilotando o seu ’14-Bis’ consegue voar 220 metros.

1907 – Março, 21. Sobe no ‘n.º 15, biplano do tipo celular. Abril, 4. O ’14-Bis’ é inutilizado em desastre. Agosto, 10. Sobe no balão ‘Aigle’ com pilotos do Aeroclube de França e os amigos brasileiros Antônio Prado Júnior e senhora, d. Eglantina. Constrói o monoplano ‘n.°19’. Constrói o monoplano, ‘n.°20’, conhecido por ‘Demoiselle’.

1908 – Exposição da ‘Emoiselle’ no Salão da Aeronáutica.

1909 – Passeia com sua ‘Demoiselle’ pelos céus da França.

1910 – Abandona a aeronáutica. Deixa de voar.

1913 – É erguido em Saint-Cloud monumento em sua homenagem.

1914/15 – Passa-o entre Brasil, Europa e novamente Brasil. A convite dos Estados Unidos viaja para Washington, para participar de um congresso científico.

1916 – Parte para o Chile a fim de participar de Conferência Pan-Americana a realizar-se em Santiago. Julho. Vai à Argentina, para o centenário da Assembleia de Tucuman.

1917 – Em Petrópolis constrói a casa ‘Encantada’.

1918 – O sítio de Cabangu, em Minas Gerais, lhe é doado pelo governo brasileiro. Na ‘Encantada’. Na ‘Encantanda’ escreve o livro ‘O que Vi, o que nó Veremos’.
1920 – Volta a Paris.
1922 – Manda erguer um túmulo para seus pais e para si mesmo, no Cemitério de São João Batista, do Rio de Janeiro. O túmulo é uma réplica do ícaro de Saint-Cloud.