Lesson of the Evil.
Psicopatia
Psicopatia
é um construto psicológico que descreve um padrão de comportamento anti-social
crónico. A expressão é muitas vezes utilizada sem distinção com o termo
sociopatia.
A
psicopatia tem sido a perturbação de personalidade mas atualmente o termo pode
legitimamente ser utilizado no sentido jurídico, “transtorno de personalidade
psicopática” no âmbito da saúde mental.. Pode também sevir como um descritor de
transtorno de personalidade anti-social definido pela Psychopathy
Checklist-Revised (PCL-R).
A
psicopatia é frequentemente co-mórbida com outros distúrbios psicológicos
(especialmente transtorno de personalidade narcísico).
A
psicopatia é diferente da sociopatia. Embora quase todos os psicopatas tenham
transtorno de personalidade anti-social, apenas alguns indivíduos com
transtorno de personalidade anti-social são psicopatas. Muitos psicólogos
acreditam que a psicopatia recaia sobre um espectro de narcisismo patológico.
A Psicopatia
é frequentemente confundida com outros distúrbios de personalidade, tais como
transtorno de personalidade dissocial, narcísica e esquizóide (bem como
outros).
Também
é importante notar que “psicopatia” é uma síndrome ou um construto psicológico,
enquanto o transtorno de personalidade anti-social é um diagnóstico.
O
interesse em características de índole psicopática remonta a Teofrasto, um
estudante de Aristóteles, cuja descrição dos homens inescrupulosos personifica
as características do transtorno de personalidade anti-social.
O
interesse em características psicopáticas remonta à época colonial. Nesses
tempos, uma pessoa com esta doença mental seria considerada como algo
relacionado com posse demoníaca.
As
origens do TPaS, é significativamente semelhante ao daquelas pessoas com
Transtorno Narcísico da Personalidade. Assim como os pacientes narcísicos,
pacientes com TPaS, têm história de negligencia e abuso na infância por parte
de seus pais. Os psicopatas não alcançaram o nível evolutivo da constância
objetal (Mahler, 1975) e assim, eles não possuem uma introjeção materna
tranqüilizadora, como acontece com as pessoas comuns.
Lesson of the Evil.
Como
os pacientes com TNP, eles têm um self grandioso e patológico. Normalmente o
que se pode observar na história do paciente psicopata é que, segundo Kohut,
ele teve uma experiência de relacionamento inicial com uma mãe estranha, que
não merecia confiança talvez, por suas instabilidade, e nutria certa maldade em
relação à criança (característica comum às mães narcísicas). A falta de
confiança básica, associada à ausência de experiências amorosas com a figura
materna, apresentam graves implicações no desenvolvimento do psicopata. O
processo de amadurecimento do psicopata, é interrompido de maneira abrupta,
antes que se complete o processo de separação e individuação e de
desenvolver-se a constância objetal. Um movimento semelhante ocorre com o
paciente narcísico.
Os
psicopatas têm um Ego grandioso e patológico e seu Super Ego que é a instância
moral parece completamente ausente ou então, está frouxa. O Super Ego é um
poderoso agente da realidade e que vai formar-se, não à imagem dos pais, mas à
imagem do Super Ego deles de forma que os valores morais de nossos pais passam
a ser os nossos valores morais. Pensando assim, temos que concluir que o
psicopata teve pais que não tinham nenhum valor moral ou, foram tão
insidiosamente ruins que impediram qualquer tentativa de identificação por
parte criança. Não havendo tal identificação, não há Super Ego e assim, temos
indivíduos que parecem destituídos de qualquer humanidade. Seu único sistema de
valores é o exercício do poder e da agressão condições que caracterizam o
narcisismo patológico.
Sociopatia
As
características dos sociopatas englobam, principalmente, o desprezo pelas
obrigações sociais e a falta de consideração com os sentimentos dos outros.
Eles possuem um egocentrismo exageradamente patológico, emoções superficiais,
teatrais e falsas, pouco ou nenhum controle da impulsividade, baixa tolerância
à frustração, baixo limiar para a descarga de agressão; irresponsabilidade,
falta de empatia com outros seres humanos, ausência de sentimentos de remorso e
de culpa em relação ao seu comportamento. Essas pessoas geralmente são cínicas,
incapazes de manter uma relação leal e duradoura, manipuladoras e incapazes de
amar.
Eles
mentem exageradamente sem constrangimento ou vergonha, subestimam a insensatez
das mentiras, roubam, abusam, trapaceiam, manipulam dolosamente seus familiares
e parentes, colocam em risco a vida de outras pessoas e, decididamente, nunca
são capazes de se corrigirem. Esse conjunto de caracteres faz com que os
sociopatas sejam incapazes de aprender com a punição ou incapazes de modificar
suas atitudes.
Quando
os sociopatas descobrem que seu teatro já está descoberto, eles são capazes de
darem a falsa impressão de arrependimento, falseiam que mudarão "daqui
para frente", mas nunca serão capazes de suprimir sua índole maldosa. Não
obstante eles são artistas na capacidade de disfarçar de forma inteligente suas
características de personalidade. Na vida social, o sociopata costuma ter um
charme convincente e simpático para as outras pessoas e, não raramente, ele tem
uma inteligência normal ou acima da média.
O Cérebro Psicopata
Recentes
resultados de pesquisas em neurociências começam a lançar algumas luzes no que
se refere à psicopatia. A falta de empatia, a falta da culpa, as emoções
superficiais, a mentira compulsória e manipuladora, a crueldade e o sangue frio
são características de todos os psicopatas.
Em
alguns estudos os psicopatas, diferente das pessoas que não têm esse Transtorno
de Personalidade, respondiam à estímulos carregados emocionalmente da mesma
forma que respondiam a estímulos neutros. Isso demonstra que os psicopatas são
destituídos de afetos, em várias áreas. Em outros estudos, se observou que os
psicopatas não reagem com alterações fisiológicas a mudanças surpreendentes no
ambiente. Pessoas normais reagem fisiologicamente diante de um fato
surpreendente podendo piscar, por exemplo. Tais resultados podem sugerir que os
psicopatas causam dor sem sentirem-se incômodos ou constrangidos, ao contrário,
parecem fazê-lo de boa vontade e até mesmo com certo prazer. Geralmente eles
sabem que estão ferindo por causa de um sentimento intelectual abstrato
(intenção), já que lhes falta a empatia para compreender o efeito do que causam
naqueles a quem agridem.
Um
exemplo bem claro desse comportamento sádico, pode ser observado no caso Jason,
publicado no ano de 2000 (veja seção Arquivo/Narcisismo). Recentes estudos
feitos com imagens do cérebro, através de aparelhos modernos como Ressonância
Magnética, sugerem, segundo Hare, uma possível base neurofisiológica para o
fracasso da significação emocional nos indivíduos com esse tipo de transtorno.
No cérebro dos psicopatas, os mecanismos que normalmente afetam os processos
cognitivos podem ser ineficientes ou inoperantes.
A
neurociência tem demonstrado que a relação emocional da mãe com o bebê, podem
causar danos neurológicos importantes e talvez, a psicopatia, seja um desses
danos. Da mesma forma que uma alteração física causa modificações no
comportamento, uma modificação de comportamento, pode causar alterações
fisiológicas importantes. Esse é outro aspecto sob observação e parece muito
promissor.
Tipos de Psicopatas
O
Psicopata Social
Dentre
as variações da Psicopatia, o Psicopata Social é aquele que causa sofrimento a
um grupo de pessoa, uma comunidade ou até mesmo a sociedade como um todo, sem
esboçar qualquer arrependimento. Nada deixa esses indivíduos com peso na
consciência. Não existe ramo de atuação humana onde se encontra mais esse tipo
do que na política(com honradas exceções é claro). Estes manipuladores sociais
roubam, mentem, trapaceiam, caluniam, e nunca acham que faz alguma coisa de
errado; não estão nem aí para o sofrimento alheio. Geralmente possuem uma
esperteza superior, uma inteligência acima da média e habilidade para manipular
quem está a sua volta. Não são Sábios, são inteligentes, porque o sábio usa o
seu raciocínio e o seu saber para a resolução dos problemas dele e de todos,
pensando sempre no crescimento e na felicidade coletiva.
Justamente
por achar que não faz nada de errado, o Psicopata Social repete seus erros e
não conhece emoções e sentimentos nobres tais como o arrependimento, a
solidariedade, o amor ao próximo e a compaixão. O país que se dane, a cidade
que se dane, o povo que se dane! É assim que ele pensa no seu íntimo. A
habilidade de mentir e manipular despudoradamente, muitas vezes sem levantar
suspeitas, de hipinotizar platéias com sua lábia, seu dom de oratória, faz com
que ele se saia bem na política e na liderança de grupos. Vide: Mussolini,
Hitler, Nero, Átila, Collor, etc. são tecnicamente incapazes de frear seus
impulsos sacanas e se munem de desculpas para justificar seu comportamento
quando necessário, com a destreza e o talento de um brilhante ator.
Os
Psiquiatras defendem que, apesar desta mentalidade doentia, eles devem ser
responsabilizados pelos seus erros, porque possuem plena consciência de que
seus atos não são corretos. E se cometem crimes, devem ir para cadeia como os outros criminosos por ameaçar
a convivência sadia, justa e harmônica da sociedade.
O Psicopata Carente de Princípios
Este
tipo de psicopata se apresenta freqüentemente associado às personalidades
narcisistas e histéricas. Podem até conseguir manter-se com êxito nos limites
do legal. Estes psicopatas exibem com arrogância um forte sentimento de
autovalorização, indiferença para com o bem estar dos outros e um estilo social
continuamente fraudulento. Existe neles sempre a expectativa de explorar os
demais (esse traço pode corresponder ao estilo dominante dos Psicopatas
Primário e Secundário de Blackburn).
Há
neles uma consciência social bastante deficiente e se faz notória uma grande
inclinação para a violação das regras, sem se importarem com os direitos
alheios. A irresponsabilidade social se percebe através de fantasias expansivas
e de grosseiras, contumazes e persistentes mentiras.
Falta,
nesses Psicopatas Carentes de Princípios, o Superego. Essa falta é responsável
pelos seus relacionamentos inescrupulosos, amorais, desleais e exploradores.
Podem estar presentes entre sociedades de artistas e de charlatões, muitos dos
quais são vingativos e desdenhosos com suas vítimas.
O
psicopata sem princípios mostra sempre um desejo de correr riscos, sem
experimentar temor de enfrentar ameaças ou ações punitivas. São buscadores de
novas sensações. Suas tendências maliciosas resultam em freqüentes dificuldades
pessoais e familiares, assim como complicações legais.
Estes
psicopatas narcisistas funcionam como se não tivessem outro objetivo na vida,
senão explorar os demais para obter benefícios pessoais. Eles são completamente
carentes de sentimentos de culpa e de consciência social. Normalmente sua
relação com os demais dura tempo suficiente em que acredita ter algo a ganhar.
Os
Psicopatas Carentes de Princípios exibem uma total indiferença pela verdade, e
se são descobertos ou desmascarados, podem continuar demonstrando total
indiferença. Uma de suas maiores habilidades é a facilidade que têm em
influenciar pessoas, ora adotando um ar de inocência, ora de vítima, de líder,
enfim, assumindo um papel social mais indicado para a circunstância. Podem
enganar a outros com encanto e eloqüência. Quando castigados por seus erros, ao
invés de corrigirem-se, podem avaliar a situação e melhorar suas técnicas em
continuar a conduta exploradora.
Carentes
de qualquer sentimento de lealdade, juntamente com uma extrema competência em
desempenhar papéis, os psicopatas normalmente ocultam suas intenções debaixo de
uma aparência de amabilidade e cortesia.
O Psicopata Malévolo
Os
Psicopatas Malévolos são particularmente vingativos e hostis. Seus impulsos são
descarregados num desafio maligno e destrutivo da vida social convencional.
Eles têm algo de paranóico na medida em que desconfiam exageradamente dos
outros e, antecipando traições e castigos, exercem uma crueldade fria e um
intenso desejo de vingança.
Além
desses psicopatas repudiarem emoções ternas, há neles uma profunda suspeita de
que os bons sentimentos dos demais são sempre destinados a enganá-los. Adotam
uma atitude de ressentimento e de propensão a buscar revanche em tudo, tendendo
a dirigir a todos seus impulsos vingativos. Alguns traços desses psicopatas se
parecem com os sádicos e/ou paranóides, com características beligerantes,
mordazes, rancorosos, viciosos, malignos, frios, brutais, truculentos e
vingativos, fazendo, dessa forma, com que muitos deles se revelem assassinos e
assassinos seriais.
Quando
os Psicopatas Malévolos enfrentam à lei e sofrem sanções judiciais, ao invés de
se corrigirem, aumentam ainda mais seu desejo de vingança. Quando se situam em
alguma posição de poder, eles atuam brutalmente para confirmar sua imagem de
força.
Irritados
pelo freqüente repúdio social que despertam, esses Psicopatas Malévolos estão
continuamente experimentando uma necessidade de retribuição agressiva, a qual
pode, eventualmente, expressar-se abertamente em atentados coletivos ou
atitudes anti-sociais (a luta sociedade versus eu). De qualquer forma, nunca
demonstram o mínimo sentimento de culpa ou arrependimento por seus atos
violentos. Ao invés disso, mostram uma arrogante depreciação pelos direitos dos
outros.
É
curioso o fato de esses psicopatas serem capazes de dar uma explicação racional
aos conceitos éticos, capazes de conhecerem a diferença entre o que é certo e
errado, mas, não obstante, são incapazes de experimentar tais sentimentos.
A
noção ética faz com que o Psicopata Malévolo defina melhor os limites de seus
próprios interesses e não perca o controle de suas ações. Esse tipo de
psicopata se encontra entre os mais ameaçadores e cruéis. Ele é invariavelmente
destrutivo, sem misericórdia e desumano.
A
noção de certo-errado faz com que esses psicopatas sejam oportunistas e
dissimulem suas atitudes ao sabor das circunstâncias, ou seja, diante da
autoridade jamais atuam sociopaticamente. Portanto, eles são seletivos na
eleição de suas vítimas, identificando sujeitos mais vulneráveis a sua
sociopatia ou que mais provavelmente se submetam aos seus caprichos. Mais que
qualquer outro bandido, este psicopata desfruta prazer em proporcionar sofrimento
e ver seus efeitos danosos em suas vítimas.
O Psicopata Dissimulado (CID-10. Cód. F60.2. [R.L.S])
Seu comportamento se
caracteriza por um forte disfarce de amizade e sociabilidade. Apesar dessa
agradável aparência, ele oculta falta de confiabilidade, tendências impulsivas
e profundo ressentimento e mau humor para com os membros de sua família e
pessoas próximas.
Na
realidade, poderíamos comparar o Psicopata Dissimulado como uma mistura
bastante piorada dos transtornos Borderline e Histérico da Personalidade. Isso
significa que ele pleiteia um estilo de vida socialmente teatral, com
persistente busca de atenção e excitação, permeada por um comportamento muito
sedutor.
O
Psicopata Dissimulado é considerado como uma variante da Personalidade
Histriônica, continuamente tentando satisfazer sua forte necessidade de atenção
e aprovação. Essas características não estão presentes no Psicopata Carente de
Princípios ou no Malévolo, os quais centram em si mesmo sua preocupação e são
indiferentes às atitudes e reações dos outros.
Esse
subtipo dissimulado costuma exibir entusiasmo de curta duração pelas coisas da
vida, comportamentos imaturos de contínua busca de sensações. Seguindo as
características básicas e comuns a todos os psicopatas, o dissimulado também tende a conspirar,
mentir, a ter um enfoque astuto para com a vida social, a ser calculista,
insincero e falso. Muito provavelmente ele não admite a existência de qualquer
dificuldade pessoal ou familiar, e exibe um engenhoso sistema de negações. As
dificuldades interpessoais são racionalizadas e a culpa é sempre projetada
sobre terceiros.
A
contundente falsidade é a característica principal deste subtipo. O Psicopata
Dissimulado age com premeditação e falsidade em todas suas relações, fazendo
tudo o que for necessário para obter exatamente o que quer dos outros. Por outro lado,
diferentemente do Psicopata Carente de Princípios ou do Psicopata Malévolo,
parece desfrutar prazerosamente do jogo da sedução, obtendo excitação nas
conquistas.
Mesmo aparentando intenções de
proteger certas pessoas, o Psicopata Dissimulado é frio, calculista e falso,
caracterizando mais ainda um estilo fortemente manipulador. Essa
característica pode ser consequência da convicção íntima de que ninguém poderá
amá-lo ou protegê-lo, a menos que consiga manipular a todos. Apesar
de reconhecer que está manipulando seu entorno social, tenta convencer aos
outros de que suas intenções são boas e que suas atitudes são, no mínimo, bem
intencionadas.
Quando as pessoas
com esse tipo de psicopatia são pressionadas ou confrontadas,
sentem-se muito encabuladas e suas reações oscilam entre a explosão agressiva e
vingança
calculista. A característica afabilidade dos Psicopatas Dissimulados é
superficial e extremamente precária, estando sempre predispostos a depreciarem
imediatamente a qualquer um que represente alguma ameaça à sua hegemonia, chegando
mesmo a perderem o controle e explodirem em cólera.
O Psicopata Ambicioso