Segundo as bases
teóricas analisadas, o conceito de didática surge com Comênio no séc. XVII,
através de sua obra Didática Magna, aonde ele elabora uma proposta de reforma
tanto do ensino como da escola. Seu trabalho lançou as bases da pedagogia que
colocava em primeiro lugar a “arte de ensinar”, ao qual ele mesmo denominou
‘Didática, opondo-se ao pensamentos conservadores da nobreza e do clero, pois
em oposição aos últimos ele desejava ensinar tudo a todos.
A origem da
Didática nos remete ao século XVII através de Iohannes Amos Comenius ou
mais conhecido como Comênio (1592-1670) que realizou uma obra chamada Didática
Magna (Didactica Magna) em 1657, que criava uma proposta de reformar
e escolar e educacional. Seu trabalho priorizava uma pedagogia baseada na ‘arte
de ensinar’, por ele denominada Didática, termo de origem grega que
significa ‘arte’ ou ‘técnica de ensinar’. Desse modo lançado oposição ao
pensamento pedagógico da nobreza e do clero. Em sua obra Comênio teorizava um
cenário pedagógico com ênfase nos meios e no processo e não em formar um homem
ideal como era o pensamento conservador dos nobres e clero, pois a maior
preocupação que apresenta em seu trabalho era fundamentada em ensinar tudo a todos. As teorias de Comênio foram
marcantes para sua época, pois o enfoque no ensino voltado às exigências do
mundo da produção e dos negócios, valorizando as capacidades dos interesses
individuais. As ideias revolucionárias de Comênio caracterizaram-se pelo início
do sistema de produção capitalista ao qual se servia de seu enfoque.
Numa perspectiva
atual, a didática propõe uma visão de
que somos cidadãos do mundo, e detentores do direito de possuir os instrumentos
para se apropriar dos instrumentos culturais de nossa realidade. Inclui em
sua visão o conhecimento produzido pelo sujeito, na sua relação com os outros e
com o objeto de conhecimento, é compreendido como um conhecimento em rede, em
que todas as teorias e todos os conceitos estão interconectados, num
crescimento contínuo.
No decorrer do
texto podemos ver que o autor nos apresenta dois tipos principais de
didática. A didática instrumental é
elaborada como uma bagagem de conhecimentos técnicos de como fazer pedagogia.
Apresentados de forma ampla desvinculam-se dos conteúdos específicos. Já a
didática fundamental possui um processo multidimensional de
ensino-aprendizagem. Ela não dissocia a competência técnica e o compromisso
político, mas se interpenetram. Os projetos pedagógicos devem ser pensados com
projetos éticos e político-social. A
didática deve ter por bases a ação educativa constituindo-se em ações sempre
voltadas para a realidade circunstancial, cada processo de ensino-aprendizagem
é singular e deve ser observado a partir de suas características.
Neste momento
abordarei de forma sucinta as Tendências
Pedagógicas 1 dos autores Paulo Freire e José Carlos Libâneo. Para Freire,
há duas concepções de educação: bancária, que serve à dominação (cunho mecânico
e voltada para a memorização, que unicamente interessa as elites dominantes) e
a problematizadora (possibilitando a construção de um de um conhecimento
crítico realizado através da vivencia), que serve à libertação. Como afirma: “Em
verdade, não seria possível à Educação Problematizadora, que rompe com os
esquemas verticais característicos da Educação Bancária, realizar-se como
prática da liberdade, sem superar a contradição entre o educador e os
educandos. Como também não lhe seria possível fazê-lo fora do diálogo. [...] O
Educador já não é apenas o que educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em
diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa.” (FREIRE, 1982,
p.78).
Para José Carlos
Libâneo, acredita nas condicionantes sociopolíticos da escola, que configuram
diferentes concepções de homem e de sociedade, de diferentes pressupostos sobre
o papel da escola, da aprendizagem, das relações professor-aluno e de técnicas
pedagógicas, classificou as tendências pedagógicas em: Tendência Pedagógica Liberal (classificada em: Tradicional,
Renovada progressivista, Renovada não-diretiva, Tecnicista.) e Tendência Pedagógica Progressista
(Libertadora, Libertária e Crítico-social dos conteúdos). O autor afirma sobre
a tendência pedagógica liberal: “A pedagogia liberal sustenta a ideia de que
a escola tem por função preparar os indivíduos para o desempenho de papéis
sociais, de acordo com as aptidões individuais. Para isso, os indivíduos
precisam aprender a adaptar-se aos valores e às normas vigentes na sociedade de
classes através do desenvolvimento da cultura individual. A ênfase no aspecto
cultural esconde a realidade das diferenças de classes, pois, embora difunda a
ideia de igualdade de oportunidades, não veva em conta a desigualdade de
condições [...].” (LIBÂNEO, 2002, p. 21-22).
Conforme Libâneo, a
Tendência Pedagógica Liberal está
classificada em:
1- Liberal:
a.
Tradicional
(transmissão de conteúdos / professor);
b.
Renovada
Progressivista e Renovada Não-Diretiva (Escola Nova: enfoque no aluno);
c.
Tecnicista
(transmissão de conteúdos / técnicas).
2- Tendência Pedagogia Progressista: o referido
autor esclarece que esta, por meio de suas diferentes tendências pedagógicas,
parte da análise das realidades sociais e sustenta implicitamente as finalidades
sociopolíticas da educação. Segundo Libâneo, a tendência pedagógica
progressista está classificada em:
a. Libertadora (fundamentada nos estudos de
Paulo Freire).
b. Libertária (Fundamentada nos estudos do
espanho. Ferrer y Guardiã. Partem do principio que deve haver uma autogestão
pedagógica que deve resistir à burocracia com instrumento de ação dominadora do
Estado.)
c. Crítico-social dos conteúdos (fundamenta-se
nos estudos de Carlos Libâneo e Dermeval Saviane. Sua principal característica
é a difusão dos conteúdos. São conteúdos culturais, universais que se
constituíram em domínios de conhecimento relativamente autônomos.)
Estudaremos agora as Tendências Pedagógicas 2: Baseadas no
posicionamento dos educadores e pensadores brasileiros: Fernando Becker
Maria da Graça Nicoletti Mizukami. O professor Fernando Becker, defende que
existem três diferentes formas de representar a relação ensino-aprendizagem.
Denomina essas formas de modelos pedagógicos e epistemológicos: pedagogia diretiva, pedagogia não-diretiva
e pedagogia relacional.
Pedagogia
Diretiva: conforme
Fernando Becker, o aluno é uma tabula rasa, sobre a qual é gravado o
conhecimento. No perfil da classe o enfileiramento, não oportunizando a relação
entre os alunos. Palavra monopolizada ao professor, onde este acredita no
ensino onde o aluno apenas escuta e absorve os conhecimentos, aprendendo pelo
meio da fixação e repetição. O aluno devesse mantêm em silêncio recebendo
passivamente as informações.
“O
professor (P), representante do meio social, determina o aluno (A) que é tábua
rasa a cada novo conteúdo. [...] É o modelo, por excelência, do fixismo, da
reprodução, da repetição”. (BECKER, 2000, p.19).
Pedagogia
não-diretiva: o
professor assume a função de
facilitador, de auxiliar do aluno. “O aluno já traz um saber que ele precisa,
apenas, trazer à consciência, organizar, ou, ainda, rechear de conteúdo”.
(BECKER, 2000, p.19). Nesse
modelo pedagógico há a negação do pólo ensino, atribuindo-se valor absoluto à
aprendizagem, o que significa abdicação do professor na sua atuação fundamental
docente: a intervenção no processo de aprendizagem do aluno.
Pedagogia
relacional: o aluno já
tem um conhecimento construído e que isso serve de base para construção de
novos conhecimentos.
A metodologia utilizada é aquela que possibilita ao aluno
pensar, refletir e interagir. Como lemos: “[...] aprendizagem é, por excelência,
construção [...]” (BECKER, 2000, p.24).
Modelo
da Metodologia
Abordaremos agora o
processo de ensino-aprendizagem, segundo a
perspectiva de Maria da Graça
Nicoletti Mizukami. Classifica o processo de ensino em cinco
abordagens.
Abordagem
tradicional: centrada no
professor; Alunos recebem tarefas majoritariamente individuais, maiores
interesse na fixação da informação do que no pensamento reflexivo. Relação
professor-aluno é vertical, avaliação por meio de provas, exames e chamadas
orais.
Abordagem comportamentalista: O conteúdo transmitido visa objetivo
e habilidades que levem à competência. O aluno é considerado como um recipiente
de informações e reflexões. Assim, o ensino é composto por padrões de
comportamento que podem ser mudados por meio de treinamento. O ensinar consiste
num planejamento de reforço sob as quais os alunos aprendem, sendo de
responsabilidade do professor, assegurar a aquisição do comportamento.
Abordagem
humanista: O professor, em
si não transmite o conteúdo, mas sim dá assistência ao aluno, sendo um
facilitador da aprendizagem.
O conteúdo advém das próprias experiências dos alunos, e o professor não
ensina, apenas cria condições para que os alunos aprendam. Dessa forma, a
responsabilidade da educação é fundamentalmente do próprio aluno – o ensino é
centrado no aluno.
Abordagem
cognitivista: Aqui a
inteligência é o instrumento mais importante para a aprendizagem. A educação
consiste no que o aluno aprende por si próprio sem a intervenção do professor.
Valorização do trabalho em grupo.
Abordagem
sócio-cultural: Historicidade,
processo de conscientização, valorização da linguagem e da cultura do aluno, a
verdadeira educação consiste na Educação Problematizadora.
Cooperação,
união, organização e solução comum de problemas.
A avaliação é realizada
por meio da auto-avaliação e/ou avaliação mútua da prática educativa por
professor e alunos.
Professor
Reflexivo e Pesquisador:
Neste momento do presente trabalho procurarei construir a importância da
relação entre trabalho pedagógico e pesquisa, de modo a enfatizar o professor o
professor como sujeito reflexivo e pesquisar. “[...] o educador nunca estará
definitivamente ‘pronto’, formado, pois que sua preparação, sua maturação se
faz no dia-adia, na mediação teórica sobre sua prática. A sua constante
atualização se fará pela reflexão diurna sobre
os dados de sua prática. Os âmbitos do conhecimento que lhe servem de
base não deverão ser facetadas, estanques e isoladas de tratamento do seu
objeto de ação: a educação. Mas serão, sim, formas de ver e compreender
globalmente, na totalidade, o seu objeto de ação.” (CANDAU, 2000b, p.89).
Nesse sentido, obtemos
a necessidade do professor repensar sua prática pedagógica, abrindo-se agora
para uma nova premissa em educação que é a de construção de conhecimento,
problematização de hipóteses, isto é, um novo pensamento – o de tornar-se
reflexivo, pesquisador. Como? Através de
uma constante atualização teórica, para que a prática pedagógica possa
transformar-se, modificar-se.
Pesquisa
Qualitativa em Educação:
Os autores esclareceram que: “[...] um
campo que era anteriormente dominado pelas questões da mensuração, definições
operacionais, variáveis, testes de hipóteses e estatística alargou-se para
contemplar uma metodologia de investigação que enfatiza a descrição, a indução,
a teoria fundamentada e o estudo das percepções pessoais.” (BOGDAN; BIKLEN,
1994, p.11). Eles designaram essa abordagem por Investigação Qualitativa,
onde a caracterizaram como significado da importância vital na abordagem
qualitativa.
Estruturação de uma Pesquisa: para se construir um plano de
investigação, ou seja, umas propostas de pesquisa qualitativa deveram ter em
mente alguns elementos que devem ser considerados na estruturação do projeto de
pesquisa, os quais estão descritos a
seguir. A escolha do estudo ou tema da investigação: temas instigantes,
inovadores, com os quais a possibilite de investigar torne-se presente. As
pesquisas podem ser estruturadas utilizando-se os estudos de caso: que consiste
na observação detalhada de um contexto ou indivíduo, de uma única fonte de
documentos ou um acontecimento específico. Observação inicial: é o tratamento
histórico do ambiente, para compreensão da situação atual. Trabalho de campo: é
a inserção do pesquisador no espaço a ser pesquisado. Métodos da coleta de
dados: A observação: que são propósitos específicos do estudo, é um registro
detalhado do que está sendo observado. O registro: pós a realização da
observação, é o registro do dia, hora e local do trabalho de pesquisa a ser
efetivado. Entrevistas: São questões elaboradas
pelo pesquisador e outras formuladas no momento da sua execução conforme as
respostas dos entrevistados. Análise documental: é qualquer material escrito
que pode ser usado como fonte de informação.
Análise dos dados: É um processo de busca e de organização do material
obtido, que reduz os dados e criam as seguintes etapas: delimitação do foco de
estudo; formulação de questões analíticas; - aprofundamento da revisão da
leitura sobre a temática. E a última etapa do projeto de pesquisa seria a
redação para futura publicação. Que deve ter um: tema, título, introdução,
desenvolvimento, conclusão, referências bibliográficos, e anexos.
A Pesquisa em sala de aula: Como podemos trabalhar com a
pesquisa em sala de aula? Seremos pesquisadores ou utilizaremos algumas idéias,
afim de contribuir com a nossa prática educativa? Será que podemos nos tornar
professores-pesquisadores na contribuição acadêmica? Segundo Ludke e Boing
(2004, p.56). “[...] Em suma, advogamos a ideia de que a pesquisa do professor da
escola básica é diferente daquela da academia, mas isso não significa que seja
hierarquicamente inferior. O desenvolvimento de uma pesquisa própria, que não se restringe apenas à sua prática ,
mas aos conhecimentos específicos de sua identidade disciplinar e aos saberes
docentes próprios do campo, contribuirá decisivamente para que o professor encontre os próprios rumos de sua
profissionalização.”
Mas o que pesquisar?
Como construirmos uma proposta de pesquisa em sala de aula? São indicadas
propostas associadas a releitura e leitura crítica da cultura, a partir das
ideias do multiculturalismo compreendido como “a representação de raça de
classe e gênero como o resultado de lutas sociais mais amplas, a tarefa central
de transformar as relações sociais, culturais e institucionais nas quais os significados
são gerados”. Pesquisas em sala de aula que evidenciam a busca pela ousadia
criatividade e problematização de nossos próprios conceitos, verdades e teorias
são fundamentais.
O
Professor como mediador nas relações entre o aluno e a realidade: Neste trabalho apontaremos o papel do
professor junto do seu aluno no processo educacional. Devido a constante transformação em que se encontra o
mundo, os educadores vem se dando conta de que suas relações mediadoras
anteriormente praticadas alienava e desumanizava as capacidades e interesses por parte da
sociedade. O professor além de ser educador e transmissor de conhecimento, deve
atuar ao mesmo tempo como mediador. Ou seja, o professor deve se colocar como
ponte entre o estudante e o conhecimento para que dessa forma o aluno aprenda a
“pensar” e a questionar por si mesmo e não mais receba passivamente as
informações como se fosse um depósito do professor. No âmbito de uma sala de
aula são existentes diferentes níveis sociais e emocionais para que o professor
consiga atingir um ensino e aprendizagem de qualidade, é preciso que sua forma
pedagógica seja objetiva, afetiva e também profissional. Por fim pretendemos
através de um trabalho que se ampara em pesquisa bibliográfica e artigos da
internet, de mostrar que nós postulantes professores, temos de estar
conscientes de que iremos nos deparar com turmas de altos níveis de dispersão,
conflitos familiares e pessoais e até comportamentos agressivos na escola hoje
em dia, com todos esses problemas é preciso muita dedicação e afeto do
professor para com o aluno para que se obtenha êxito na arte de educar.
Para que haja uma
mudança, segundo autor, “[...] essa relação professor-aluno tem que ser
estimulada, com respeito à primeira intervenção, relacionada à preocupação com
o conhecimento das estruturas cognitivas e para que isso ocorra devemos
esclarecer da importância da afetividade com o envolvimento com o aluno. O
local onde o aluno possa se sentir valorizado implica no seu prévio
reconhecimento, independente das suas verdades se aproximarem dos seus erros ou
acertos. E nele deve reinar a valorização e o respeito ao aluno, ao professor e
entre os alunos, assim é possível manifestar o pensamento, tanto para
complementar ou questionar sobre as dúvidas que surjam. Não há ação cuja causa
é puramente lógico-matemática, nem mesmo as ações mais complexas dos físicos,
matemáticos e lógicos. Ela sempre tem um componente afetivo que a faz
acontecer.” (BECKER, 2003, p. 20). Existem alguns aspectos que Becker
salienta como importantes como: o professor e a sua docência no encontro com o
aluno; o gerenciamento do processo de ensino-aprendizagem
(ação-reflexão-construção da ação) rigor intelectual; aprendizagem e
conhecimento.
Professor e sua docência no encontro com e aluno: Filosofia:
“que
todo conhecimento começa com experiência, mas a experiência sozinha não nos dá
o conhecimento”. Kant.
Como romper com o dogma
do erro enquanto "falha moral" e substituí-lo pelo dogma de
"erro cognitivo"? Postura de "múltiplas e competentes"
(BECKER, 2003); Pedagogia construtivista; Professor mediador; Saberes do aluno;
Avaliação resultante; Interação de qualidade; Necessidade de reorganização.
O professor deverá
considerar o processo de assimilação, acomodação e equilibrar vivenciado pelo
aluno rumo as construções cognitivas, para, se necessário, reorganizá-las em
uma nova assimilação, nova acomodação e, finalmente, um novo equilíbrio.
Trata-se: do rompimento do senso comum, das verdades supremas dos professores.
Apropriação dos "conhecimentos científicos para interpretar o mundo em que
vivem" (BECKER, 2003, p. 33).
Romper com o dogma da
"falha moral" para incentivar o "erro cognitivo" implica:
Articular as respostas às 3 perguntas que nortearam este texto Relação do aluno
com a realidade em que vive. A diversidade é inevitável na escola, portanto,
nos cabe respeitar e valorizar essas diferenças. Valorizar a condição de
aprendizagem do aluno, desafiá-lo e fazer da avaliação um processo em que o
erro se torne pedagógico faz com que a docência seja comprometida. Devemos
trabalhar para que a “falha moral” (professor apontar e julgar o erro) torne-se
“erro cognitivo” (professor adquirir nova visão no erro do aluno e fazer deste
erro aprendizado). “Essa é a nova base democrática da educação obrigatória sob o
pensamento moderno. Se não acreditamos que todos podem “crescer” no sentido de
acrescentar suas habilidades e capacidades, a universalidade da educação obrigatória
perde seu fundamento mais digno” (SACRISTAN,2001, p. 59).
Função
social do ensino e suas implicações Didático-pedagógicas: Tem como objetivo
possibilitar aos alunos a compreensão de como a escola deve e pode dar
respostas à sociedade na qual se insere, além de garantir o acesso de todos os
alunos ao conhecimento sistematizado, desenvolver as competências básicas para
a plena participação social e o exercício da cidadania, partindo de uma visão
macro e micro-social. . Tudo que está expresso na linha político
cultural e pedagógica da escola constitui-se num legado de contestação
histórica que perpassa o processo de escolarização, onde os alunos participam
ou não do processo de transformação social na escola ou na comunidade em que
vivem. Os conhecimentos se formam a partir das contestações vividas na escola,
dentro das práticas escolares, pois existe pedagogia em qualquer lugar em que o
conhecimento é produzido, porém de diferentes formas, sendo que as pedagogias
que se enquadram no lugar comum certamente levarão a produzir o significado já
posto na cultura da sociedade. “Uma coisa é a organização dos saberes a
partir de uma perspectiva científica e outra, bastante distinta, é como devem
ser apresentados e ensinados os conteúdos de saberes para que sejam aprendidos
em maior grau de profundidade.” (ZABALA, 2002, p. 18).
Hoje nas escolas
temos uma seleção de conteúdos de aprendizagem a partir de critérios
disciplinares, com currículos que apresentam um somatório de disciplinas
selecionadas sobre critérios organizados disciplinarmente, contrariando a
interdisciplinaridade. A função social consiste num processo de socialização
dos conhecimentos a fim de se inserirem ou não no meio em que vivem. Na nova escola, o protagonista passa a ser o
aluno, tendo como ponto de partida uma visão global, onde o professor deverá
contextualizar o ensino, buscando com e no aluno os conhecimentos prévios que
tem sobre o tema apresentado
(contextualização/ problematização) do
conteúdo. É na escola que o aluno vê a oportunidade de crescer através de ações
sociais, econômicas, culturais e políticas, oportunizando uma preparação para o
futuro desses alunos, através de professores que busquem um olhar para a
contextualização, a partir da visão global, partindo da síncrese/ análise/
síntese, sem esquecer o meio, a circunstância da comunidade em que vivem esses
alunos. Conhecer as expectativas da comunidade, bem como suas necessidades,
formas de sobrevivência, valores, costumes e manifestações culturais. Ver a
escola como polo cultural, onde o conhecimento já sistematizado pela humanidade
é socializado e trabalhado de forma não fragmentada, vinculada a realidade,
proporcionando a ampliação das possibilidades culturais dos alunos e da
comunidade, através do debate das principais questões locais, regionais e
nacionais. Inserir o aluno no mundo em
que vive, numa visão crítica cultural e social, auxiliando-o a ver e pensar a
realidade como um todo, com um certo distanciamento, de forma autônoma, única
possibilidade de transformá-la.