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sábado, 2 de abril de 2011

Os Navios Vikings

Por centenas de anos antes da era Viking, construtores de barcos escandinavos tinham desenvolvido um tipo de navio, que se mostrou superior à maioria dos modelos anteriores. E a arte de velejar tinha sido finalmente dominada. É provável que a vela não foi utilizado na região nórdica antes do século VII dC.

As naves Viking tinham entre 48-96 pés (15-30m) de comprimento. Elas foram construídos com uma técnica de shell, que é um forte quilha colocada em primeiro lugar, de preferência, como uma peça única que iria aumentar a estabilidade do navio. Um bloco de carvalho de grandes dimensões foi colocado na quilha, com um buraco para o mastro. As placas, geralmente de carvalho, mas, ocasionalmente eram construídas de tijolo, que é a placa de pranchas que eram parcialmente sobrepostas e se juntaram com rebites de ferro. As placas foram calafetadas com cordas de alcatrão encharcado de couro de gado, cabelo ou material têxteis. Em um do quadro superior haveria buracos para os remos. Do lado de dentro dos furos podem ser cobertas com pequenas velas de madeira como uma proteção contra a entrada de água desnecessariamente. Nervuras flexíveis eram adicionadas quando as placas já estavam no local fazendo com que a estrutura do navio fosse elástica. Uma vez que o projeto tinha sido aperfeiçoada, os navios rasos foram sendo projetados rápidamente, espaçoso e de grande navegabilidade. Um navio completamente carregado com apenas cerca de um metro, para uma carga de cerca de vinte a trinta toneladas. Na popa, a estibordo, o leme grande ou remo de direção era localizado. Ele era preso com correias para o interior do embarque. Havia também uma corda na parte inferior do barco para levantar o leme quando o navio entrasse em águas rasas. As velas eram de lã, ou talvez de linho, as folhas de cânhamo. Com base nos cálculos teóricos e experiências práticas, uma velocidade máxima de 12-14 nós, tem sido verificada, mas normalmente cerca de 8 Knots poderia ser alcançado com velas etufadas e um vento justo.
Sabemos pouco da técnica Viking de navegação, mas com toda a probabilidade que mantinham uma navegação proxima ao litoral na medida em que pudesse. Devido as formações naturais, possuiam uma grande variedade de pontos de referência. Em relação a naveção em mar aberto, sinais eram observados como a direção das ondas, o vôo dos pássaros e talvez até a altura ea localização dos astros acima do horizonte. Na saga islandesa do livro de Hauk, a história de uma viagem entre a Groenlândia e a Noruega é contada. Lá é narrada em por menores como você deve navegar para leste e norte das Shetland, que é apenas visível ao sul das Ilhas Faeroes, no sul da Islândia, você encontrará pássaros e baleias. A possibilidade dos Vikings usando uma placa de rolamento primitiva tem sido discutida. Em um assentamento Viking na Groenlândia, um disco de madeira foi encontrado, o que poderá eventualmente ter servido como uma placa de rolamento. Foi datado de cerca do ano 1100.
As ferramentas que foram utilizadas para construir os navios têm sido utilizados mais ou menos inalterada até os dias atuais.


O navio descoberto em 1860 na Gokstad em Sandefjord, na costa sul da Noruega foi um navio de carvalho com cerca de 75 pés (23 m) de comprimento destinados a viagens marítimas. Ele tinha sido usada como um navio de enterro de um homem idoso. O navio foi construído na primeira metade do século IX. O túmulo foi saqueada logo após o funeral, mas os arqueólogos encontraram entre outras coisas, os restos de um pavão, cujas penas eram ainda iridescente, um trenó e 32 escudos de alternância coloração preta e amarela, com fragmentos de tinta restante. Esta é a única ocasião em que os protetores da Era Viking foram encontrados em um estado de preservação tão completa.

A imagem mostra uma reconstrução de uma Pelorus após esboços de Carl V. Solver, que é baseado em um fragmento recuperado na Groenlândia. Com a ajuda da sombra da estaca no relógio de sol, foi possível elaborar o curso, e a horizontal estabelecendo o caminho correto a ser definido.

A parte superior da imagem nesta pedras de calcário muitas vezes tem um contorno típico em forma de cogumelo. As pedras podem ser de até cerca de 12 pés (3-5 m) de altura. Os números são representados em baixo relevo. Os motivos raramente têm sido interpretados de forma correta. Eles são considerados os fragmentos de sagas bem conhecidas dos deuses ou de sagas profana s contemporâneas. Arqueólogos de hoje têm as figuras pintadas na pedra em uma cor contrastante para torná-los mais facilmente visível. Na antiguidade, as pedras foram cromática e pintadas em diversas cores.

Você quer saber mais?

ORRLING, Carin. Vikings, Stockholm: Svenska Institutet, 1997.

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quinta-feira, 31 de março de 2011

Mumificação e Cirurgias no Antigo Egito.

Ramsés II

A mumificação

Um dos melhores exemplos da engenhosidade dos antigos egípcios é a mumificação, que ilustra o conhecimento profundo que tinham de inúmeras ciências, como a física, a química, a medicina e a cirurgia. Esse conhecimento era resultado do acúmulo de uma longa experiência. Por exemplo, à descoberta das propriedades químicas do natrão – encontrado em certas regiões do Egito, em particular no Uadi El-Natrum – seguiu-se a utilização das mesmas no cumprimento prático das exigências da crença na vida além-túmulo. Preservar o corpo humano era uma forma de dar realidade à crença. Análises recentes revelaram que o natrão se compõe de uma mistura de carbonato de sódio, bicarbonato de sódio, sal e sulfato de sódio. Os antigos egípcios conheciam portanto, as funções químicas dessas substâncias. No processo de mumificação, o corpo era embebido em natrão durante setenta dias. O cérebro era extraído pelas narinas, e os intestinos removidos através de uma incisão num dos lados do corpo. Operações desse tipo exigiam um acurado conhecimento de anatomia, queé e ilustrado pelo bom estado de conservação das múmias.

A Cirurgia

Foram sem dúvida os conhecimentos adquiridos com a prática da mumificação que permitiram aos egípcios o desenvolvimento de técnicas cirúrgicas desde os primeiros tempos de sua história. A cirurgia egípcia é, com efeito, bastante conhecida graças ao Papiro Smith, cópia de um original escrito durante o Antigo Império, entre – 2600 e – 2400, um verdadeiro tratado sobre cirurgia dos ossos e patologia externa. Quarenta e oito casos são examinados sistematicamente. Em cada um deles, o autor do tratado começa o estudo com um título geral: “Instruções acerca de {tal e tal caso}”. Segue-se então uma descrição clínica: “Se observares [tais sintomas]”. As descrições são invariavelmente precisas e incisivas, seguidas de um diagnostico: “Em relação a isso, dirás: um caso de [tal e tal lesão]”, e, dependendo do caso, “um caso que poderei tratar” ou “um caso que não tem remédio”. Se o cirurgião pode tratar o paciente,o tratamento a ser administrado é então explicado em detalhes; por exemplo: “no primeiro dia, deves usar um pedaço de carne como bandagem; depois, deves colocar duas tiras de tecido de modo a juntar os lábios da ferida...”

Ainda hoje são aplicados vários tratamentos indicados no Papiro Smith. Os cirurgiões egípcios sabiam suturar ferimentos e curar fraturas empregando talas de madeira ou de cartonagem. Algumas vezes, o cirurgião simplesmente recomendava que se permitisse à natureza seguir os seu próprio curso. Em dois exemplos, o Papiro Smith instrui o paciente a manter sua dieta normal.

Dos casos estudados pelo Papiro Smith, a maioria se refere a lacerações superficiais do crânio ou da face. Há também casos de lesão dos ossos ou das juntas, como contusões das vértebras cervicais ou espinhais, luxações, perfurações do crânio ou do esterno, e diversas fraturas que afetam o nariz, o maxilar, a clavícula, o úmero, as costelas, o crânio e as vértebras. Exames nas múmias revelaram vestígios de cirurgia, como é o caso do maxilar (datado do Antigo Império) em que foram praticados dois orifícios para drenar um abscesso, ou do crânio fraturado por golpe de machado ou espada e recomposto com sucesso. Existem também indícios de tratamentos dentários, como obturações feitas com um cimento mineral; há uma múmia que apresenta uma espécie de ponte feita de ouro ligando dois dentes pouco firmes.

Por sua abordagem metódica, o Papiro Smith serve como testemunho da habilidade dos cirurgiões do antigo Egito, habilidade que, supõe-se, foi transmitida pouco a pouco à África, à Ásia e à Antiguidade clássica pelos médicos que acompanhavam as expedições egípcias aos países estrangeiros.

Além disso, sabe-se que soberanos estrangeiros, como o príncipe asiático de Baktan, Báctria, ou o próprio Cambises, mandavam chamar médicos egípcios, e que Hipócrates “tinha acesso à biblioteca do templo de Imhotep em Mênfis”. Posteriormente outros médicos gregos seguiram-lhe o exemplo.

Você quer saber mais?

MOKHTAR, G (Org). História Geral da África. Vol. II: A África Antiga, São Paulo: Ed. Ática/Unesco, 1983.

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terça-feira, 29 de março de 2011

A Vila Adriana em Tivoli.

A arte romana dos tempos do imperador Adriano, que reinou de 117 a 138, deixou monumentos imperecíveis como o Panteão (por ele reconstruído) e o Mausoléu de Adriano (hoje Castelo de Sant’Angelo), em Roma, e, perto dessa cidade, em Tivoli, a Vila Adriana, um dos mais belos conjuntos que nos legou a Antiguidade. Após as escavações, encontram-se ali ruínas de um complexo inigualável, para o estudo, meditação, lazer, tudo o que compõe uma vida refinada: Palácio, Palestra, Teatro Grego, Ninfeu, Biblioteca Latina, Biblioteca Grega, Sala dos Filósofos, Estádio, Academia, Termas, Praça de Ouro, Templo de Serape e o Canopo, que vemos na gravura, no qual se reproduziu um santuário egípcio.

Você quer saber mais?

“Grandes Monumentos da Humanidade”. In. Novíssima Enciclopédia Delta- Larousse. Rio de Janeiro: Ed. Delta S.A, 1981.

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A língua latina e sua formação histórica

Folha de rosto da primeira gramática portuguesa

“É de nossa convicção que o latim – aprendido como língua de cultura e através de textos com interesse atual – é indispensável para a formação de um tipo de homem empenhado em compreender-se a si e aos outros, por considerar como valores maiores os espirituais e os humanos.”

Maria Ana Almendra

O latim era a língua falada no Lácio (latium), região da Itália central, onde, em meados do século VIII a.C., foi fundada a cidade de Roma. Havia um estreito parentesco entre o latim e dois outros idiomas falados, antigamente, na Península Itálica: o osco, língua do Sâmnio (Samnium) e da Campânia (Campania), e o umbro, língua da úmbria (Umbria). A grande semelhança entre esses três idiomas fez supor a existênica de uma língua única, a qual se convencionou denominar “itálico” e que teria dado origem a eles.

Por outro lado, o confronto de raízes vocabulares existentes no latim com raízes de palavras pertencentes a algumas das antigas línguas faladas na Índia, na Pérsia, na Grécia, na Gália, na Germânia e em outras regiões, bem como certa semelhança entre as estruturas gramaticais de tais línguas, permitiram aos estudiosos formular a hipótese da existência de uma língua primitiva que teria gerado esses idiomas. Deu-se o nome de “indo-europeu” a essa hipotética língua-mãe.

Supõe-se que o indo-europeu foi falado por um povo que se dispersou, por razões até hoje desconhecidas, alguns milênios antes de Cristo, espalhando-se pela Europa e pela Ásia.

A dispersão do povo acarretou profundas modificações lingüísticas no idioma, inicialmente uno. O indo-europeu dividiu-se em numerosas línguas, cada uma das quais gerou posteriormente outros tantos idiomas. Essas línguas forma agrupadas, pela proximidade lingüística, em diversos ramos: itálico. Helênico, céltico, germânico, báltico, eslavo, indo-irânico e outros. Muitas dessas línguas acham-se extintas ou mortas. As remanescentes são faladas em grande parte do mundo e em algumas regiões do Oriente.

Regiões onde são faladas línguas de origem românicas

A origem latina da língua portuguesa

Português (galego-português até ao séc. XIV), espanhol e catalão, francês e provençal, reto-romano, italiano e sardo, romeno são línguas românicas, neolatinas ou novilatinas.

Todas elas resultaram da lenta trnasfomação do latim vulgar, ou antes, dos latins vulgares, já diferenciados porque introduzidos em épocas diferentes, falados nas várias regiões do império romano.

Em grande parte da Europa, durante séculos, os Romanos organizaram, administraram, construíram estradas e escolas, estimularam indústrias e trocas comerciais; e os mercadores, vendedores ambulantes, marinheiros, soldados, funcionários mantinham com os natruais um contato permanente. Estes acabaram por aprender a língua daqueles e também, por sua vez, a ensinaram.

Divisão do dia para os romanos

No séc. V, o império está decadente. Nas várias regiões, praticamente entregues a si próprias, e, por isso isoladas, as diferenças lingüísticas acentuam-se. Ao lado de fenômenos generalizados, surgem os fenômenos locais.

Dentro em pouco, os habitantes de regiões afastadas deixarão de usar o mesmo “código” e, portanto, de se compreender.

E assim se vão formando línguas diferentes, embora aparentadas.

É a língua falada que da origem a novas línguas

Divisão do Tempo para os romanos (clique na imagem para ampliar).

A par do latim A clássico – sermo eruditus – existia a língua falada pelo povo – sermo uulgaris. Era um língua mais simples, que usava frases curtas e termos populares e que era considerada “incorreta”, mas assegurava uma comunicação mais fácil. Na passagem para as línguas românicas, acentuam-se nela tendências que já vinham de longe.

Portugal Romano. Português.

A data romana (clique na imagem para ampliar)

Na Península Ibérica, a romanização começou cedo – séc. II a.C. – e foi pr4ofunda, em virtude da importância militar e econômica de que a Hispânica se revestia.

Teve um aspecto culto, pois foram seus agentes, além dos soldados e funcionários, famílias de origem romana, que vieram estabelecer-se em centros importantes.

Em Portugal, a presença romana está assinalada de norte a sul.

Cortado de estradas que ligavam Emerita (Mérida) – capital da Lusitânia – aos centros mais importantes como Olisipo, Scallabis, Bracara, Ebora, Pax Julia, são nele inúmeros os vestígios dessa presença – mosaicos, moedas, cerâmicas, restos de uillae, sinais do que ainda está por descobrir.

Você quer saber mais?

ALMEIDA, Napoleão Mendes de . Gramática Latina, São Paulo: Ed. Saraiva, 2000.

CARDOSO, Zelia de Almeida. Iniciação ao Latim. São Paulo: Ed. Ática, 1999.

WILLIAMS, Edwin B. Williams. Do Latim ao Português. Rio de Janeiro: Ed. Tempo Brasileiro, 2001.

ALMENDRA, Maria Ana; FIGUEIREDO, José Nunes de. Compêndio de Gramática Latina. Porto: Porto Editora, 1996.

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sábado, 26 de março de 2011

As armas Vikings

Mesmo depois de um milênio, algumas espadas vikings estão entre as melhores já produzidas. As lendárias armas, encontradas em sítios arqueológicos no norte da Europa, trazem gravado em alto relevo o nome de seu fabricante, Ulfberht.

A arma mais importante para os Vikings era a sua espada. As espadas possuíam aproximadamente 3 metros e tinham um prolongamento de cerca de 4 polegadas (10 cm) até ao final da empunhadura. As espadas Viking eram pesadas, mas possuíam uma lâmina que tornava um objeto de ​​equilibrado manejo. As melhores lâminas foram importadas das terras dos francos. Muitos delas vieram da forja de Ulfberth, que pode ter sido localizado na região do Ruhr. De volta para casa, as lâminas eram equipadas com punhos de decoração requintada. Outras armas típicas eram setas, arcos e lanças. Havia arcos de vários projetos para diversos fins. Alguns até 6 pés (2 m) de comprimento, e suas flechas tinham poder de penetração enorme. Os arcos eram muitas vezes feitos de teixo.

No final da Era Viking, o machado tornou-se uma arma importante. Para a defesa, escudos redondos, foram usados ​​com um escudo central de ferro. Nenhum tipo de elmo ou capacete foram encotrados que datam dos tempos Viking. Um capacete em boas condições foi encontrado em um túmulo norueguês datado de cerca do ano 950. Foi provavelmente um artigo fúnebre, quando foi colocado no Viking morto em sua sepultura. Os capacetes com chifres queridos das histórias em quadrinhos e publicidade estão totalmente ausentes do material arqueológico disponível para nós a partir da Era Viking.

A estratégia Viking era atacar de surpresa, apreender algo de valor e voltar a desaparecer tão rapidamente. Era pouco provável que a maioria dos ataques foram particularmente bem planejado, apesar de alguns dos ataques indicam bem desenvolvidas habilidades organizacionais e militares.

Uma espada típica da Era Viking embutidos com metais de várias cores.


Um rosto de homem, em bronze encontradas em Helgo não muito longe de Birka. O bigode bem cuidado é claramente retratado, mas a barba mais parece uma palha moderna.

Pontas de lança de ferro variavam entre 8 e 24 polegadas (20 e 60 cm) de comprimento.


Nesta imagem de pedra representando Odin, montado em seu corcel de oito patas, Slepner, com quem Odin atravessa sobre a terra e as água com a velocidade do vento.
Os Viking, eram hábeis cavaleiros, mas muitas vezes essa habilidade é eclipsada pela sua habilidade de construção e proezas de navegação. Sabemos da importância dos cavalos para os Vikings, em parte porque, em alguns casos, os cavalos têm acompanhado os seus proprietários para a sepultura. As sagas Vikings e mitos também dão eloqüente testemunho da importância que assume a cavalo.

Nessa imagem podemos ver as armas usadas por um cavaleiro Viking. A espada, lâminas de machado e estribo são originais, o escudo e a bainha são reconstruções.

Esta escultura pouco representa a cabeça de um homem, mas é talvez o retrato mais amplamente reproduzido de um Viking. Ela está no topo de uma alça de elkhorn e que parece nunca ter sido usada. O objeto foi encontrado em uma escavação em Sigtuna. Este homem muito distinto tem o cabelo cortado em pequenos pontos até o pescoço. O bigode parece ser torcido bem como o pescoço. O bigode parece ser torcido e encerado. Sua barba é meticulosa e cortada uniformemente. Seu capacete ponto é um capacete de forma afunilada.

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ORRLING, Carin. Vikings, Stockholm: Svenska Institutet, 1997.

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sexta-feira, 25 de março de 2011

Índia, História e Arte.

Templo Chenakesvar, Belur. Séc. XII. Estilo arquitetônico Mysore criado pela dinastia Hoysala. Projetos de temas geométricos dos quais a estrela é o mais original. Telhados planos, talvez inacabados ou intencionalmente rústicos; paredes cobertas com esculturas de valor apenas ornamental.

A Índia é um país de condições climáticas variadas, pela sua extensão – pois vai do paralelo 37 até o 8 – e pelo contraste entre as neves eternas do Himalaia e as selvas tórridas, o calor escaldante no verão e a umidade excessiva nas estações chuvosas. As regiões montanhosas do norte possuem os mais altos picos do mundo e alimentam os grandes rios Indus e Ganges, assim como seus afluentes, que por sua irregularidade provocam inundações súbitas e catastróficas.

A vasta planície do Indu-Ganges, com seu solo aluvial extremamente fértil, foi o berço da civilização indiana, essencialmente rural – e, ao longo da história, tem provocado a inveja e ambição de invasores . Embora, à primeira vista, a Índia pareça de difícil acesso e sua costa um tanto inóspita, os invasores podiam penetrá-la passando através da fronteira noroeste onde, apesar de sua altitude, havia desfiladeiros transitáveis. Estas invasões eram esporádicas e sempre se expandiam para o nordeste e centro do país e, de certo modo, empurravam os habitantes naturais na direção sul.

Os primeiros invasores, os arianos, vieram do planalto iraniano. Penetraram na Índia pelo nordeste, estabelecendo-se inicialmente no Punjab. Foram eles os responsáveis pela destruição, em 1500 a.C., aproximadamente, das cidades do vale do Indus – cidades que evidenciavam uma civilização altamente desenvolvida. No terceiro e segundo milênios a.C., acompanharam o curso do rio Indus até o seu estuário – que então ocupava uma latitude mais elevada do que a atual – e se estabeleceram na região entre o Indus e o Ganges enquanto iam, progressivamente, avançando para o leste ao longo do fértil vale do Ganges. Esta invasão viria trazer conseqüências inimagináveis à Índia já que introduziria ali o idioma sânscrito, a religião védica e os elementos essenciais à formação de sua cultura histórica.

Templo de Surya, Konarak. Séc. XIII. O imenso templo do nordeste indiano, construído no reinado de Narashima-Deva (1238-1264. Dedicado ao deus-sol Surya, tem a forma de gigantesca carruagem puxada por sete cavalos do sol. A base é decorada com doze rodas de 3 m de diâmetro e a entrada com sete equíferos.

Brihadisvara, Tanjore. Sécs. Xe XI. Templo com torres duplas, talvez o mais imponente exemplo em formato de pirâmide. Cada telhado compreende inúmeros pavimentos individuais, formando cornijas onde há edifícios em miniaturas. A cúpula, colocada em tão grande altura, já assume a posição de elemento ornamental.

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AUBOYER, Jeannine. O Mundo da Arte: O Mundo Oriental. Rio de Janeiro: Editora Expressão e Cultura, 1966.

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quinta-feira, 24 de março de 2011

Deuses e demônios na mitologia dos povos da Mesopotâmia

Figura de bronze que representa o demônio do vento Pazuzu, que costumava aparecer com uma cara grotesca, quatro asas, patas de ave, patas dianteiras de animal e cauda de escorpião. Tem a seguinte inscrição:"Sou Pazuzu, filho de Hanbi rei dos demônios do vento do ma". Embora rei dos demônios do mal, Pazuzu considerava-se benévolo. Os amuletos de bronze com a cabeça de Pazuzu, usados pelas mulheres no parto para se protegerem contra os ataques do demônio feminino Lamashtu, tiveram grande êxito durante os períodos Assírio Final e Neobabilônico.

Na antiguidade, no Médio Oriente adoravam-se centenas de deuses: cada grupo étnico e inclusive cada cidade tinha os seus próprios deuses. Em geral havia uma grande tolerância religiosa e os deuses de uma região assimilavam os da outra. Os panteões sumério e acadiano fundiram-se em épocas antigas e já não é possível distinguir as suas divindades. Muitas vezes, o prestígio dos deuses dependia da maior ou menor fortuna da cidade de origem. Marduque e Ashur, por exemplo, chegaram a ser muito importantes devido à prosperidade crescente da Babilônia e da Assíria.

Figura alada do Palácio do Noroeste de Assurbanipal II (883-859 a.C) em Kalhu,com uma coroa com cornos que simbolizavam a divindade na antiga Mesopotâmia a partir do primeiro período dinástico. Nas paredes do palácio existiam muitas figuras similares talhadas, algumas com quatro asas, ou com cabeça de águia e outras com mantos de escamas de peixe, que tinham também objetos diversos – plantas, animais, cubos e cones. E stes seres sobrenaturais relacionavam-se com os apkallu ou sete sábios, cujas figurinhas se enterravam no solo dos palácios para os proteger do mal assim como os seus ocupantes.

Neste ornamento com enfeites de marfim de tipo fenício, encontrado em Kalhu, uma mulher nau sustenta leões e flores de lótus. As deusas nuas costumam identificar-se com a deusa do amor e da guerra, que os Sumérios chamavam Inanna, os Acadianos Istar, e no Levante Astarte, (Altura: 16, 1 cm).

A parte posterior desta placa de bronze em relevo (por volta de 700 a.C.) representa o demônio Pazuzu cuja cabeça e mãos se vêem na parte superior. É provável que servisse de proteção contra Lamashtu, que atacava as mulheres grávidas e os recém-nascidos. Na placa figuram os símbolos dos deuses, uma fila de demônios, um doente atendido por sacerdotes com um manto de escamas de peixe, além dos demônios Pazuzu e Lamashtu, o da cabeça de leão, em baixo. (Altura: 13,3 cm; largura: 8,4 cm)

Esta placa de argila cozida de Tutub (Tell Khafajeh) mostra um deus guerreiro que apunhla uma divindade solar de um só olho. Não se conhece a identidade das figuras. A cena pode ter origem num mito que se perdeu. No período Paleobabilônico (2000 a.C. -1600 a.C) as placas modeladas que apresentam deuses eram muito freqüentes e encontravam se tanto em templos com em casas. É provável que fossem oferendas votivas ou objetos de devoção. (Altura: 11 cm.)

Um kudurru (marco fronteiriço) de Nabucondonosor I (1124-1103 a.C.) gravado com os símbolos dos deuses. Na fila superior está a estrela de Istar, a meia-lua de Sin e o disco solar de Shamash. As três coroas com cornos sobre pedestais, em baixo, podem representar Anu, Enlil e Ea. (Altura: cerca de 60 cm.)

Figura de deus com quatro caras, não foi encontrada numa escavação, mas poderia proceder de Neribtum (Tell Ischchali) e data de princípios do 2° milênio a.C. Não se conhece a identidade do deus. (Altura: 17 cm.)

Impressão de um selo cilíndrico de nefrite do período Acadiano (por volta de 2200 a. C.) que mostra o deus Ea com o seu vizir Usmu de duas caras. Em frente dele, o deus do sol Shamash surge entre as montanhas com Istar à sua esquerda. (Altura: 3,9 cm.)

Uma das formas mais divulgadas de adivinhação era o exame das entranhas dos animais sacrificados. Esta placa babilônica de argila cozida, de Sippar, que data de 700 a. C., aproximadamente, representa este exame. No outro lado está talhada a interpretação do augúrio. A cara foi identificada como pertencente ao deus Humbaba, que foi assassinado pelo herói épico Gilgamesh. (Altura 8 cm).

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ROAF, Michael. Grandes Impérios e Civilizações: Mesopotâmia. Madrid: Edições del Prado S.A, 1996.


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quarta-feira, 23 de março de 2011

Os Eclipses nas mentes primitivas

Na Antiguidade, as mais desconcertantes lendas, quase todas cheias de afirmativas e simpatias supersticiosas, foram difundidas com o objetivo de explicar a origem dos eclipses. Os mágicos e os feiticeiros jogavam seus votos com a finalidade de fazer desaparecer os encantamentos. Os chineses e os hindus gritavam e batiam nos gongos. Os mexicanos se flagelavam, faziam sacrifícios ou se refugiavam nos cursos da água. Os romanos elevavam suas tochas pra o céu, como se suplicassem ao astro eclipsado por suas vidas.

Na Antiguidade, o medo maior sempre foi causado pelos dramáticos eclipses totais do Sol, em virtude do enorme impacto que provocava o escurecimento do céu durante o dia. As mentes primitivos temiam que o dia se transformasse numa noite eterna com a destruição do Sol por entes devoradores. O mesmo ocorria durante os eclipses da Lua – que , apesar de serem muito menos espetaculares, eram capazes de provocar também terror e pânico.


Era hábito, na velha China, preparar com antecedência uma série de rituais que consistia em atirara setas, bater tambores, com o propósito de libertar o Sol do dragão que tentava devorá-lo durante os eclipses . considerando a importância dos eclipses na organização e disciplina do seu governo, resolveu Chun Káng, quarto imperador da dinastia dos Hsai, condenar à morte os astrônomos Hsi e Ho pelo fato de não terem previsto o eclipse do Sol que se seguiu ao equinócio do outorno, em 11 de outubro de 2155 a.C., responsabilizando-os pela azáfama que se registrou. De fato, um exlipse total deve ter sido visível na China na manhã de 11 de outubro daquele ano (-2154).

A algazarra provocada por ocasião dos eclipses tinha por finalidade assustar, colocando em fuga, o monstro que procurava devorar o Sol ou a Lua. Tal costume está em toda cultura primitiva. Assim, na China, na Índia, na Malásia, na África, na América do Norte e do Sul, registraram-se lendas análogas com a crença de que o eclipse se devia ao ataque de um monstro.

Ao fazer a análise estrutural dos mitos dos povos primitivos, o etnólogo francês de origem belga Claude Lévi-Strauss (1918- ) procurou associar o charivari da tradição européia á assuada que as sociedades primitivas realizavam durante os eclipses do Sol e da Lua. O charivari é o costume de provocar arruaça por ocasião de casamentos que violem os modelos aceitos como normais por uma sociedade.

Com efeito, tal associação é realmente válida, pois, se o charivari caracteriza as uniões condenáveis, o eclipse é também uma conjunção perigosa entre um monstro devorador e um corpo celeste que lhe serve de presa. Assim, se no caso do eclipse a balbúrdia tem por finalidade colocar em fuga o monstro cosmológico que devora o Sol ou a Lua, no outro, ela tem por fim afastar o monstro sociológico que devora a inocente presa.

Apesar do naturalista romano Plínio, o Velho, em latim Caius Plinius Secundus (27-79), ter homenageado, em sua História Natural, os astrônomos por terem liberado o espírito humano do terror e do medo que os eclipses inspiravam, ainda durante séculos os homens continuaram temendo a morte do Sol, e outros acreditando que acabariam vítimas de algum malefício provocado pelo eclipse. Julgavam que só um enorme alarido poderia liberá-los daquelas ameaças. Na realidade, a origem deste procedimento, habitual no Oriente e no Ocidente, estava associado à crença de que um enorme monstro ou animal estava devorando a Lua e o Sol, respectivamente, nos eclipses lunar e solar. Até uma época recente fazer uma enorme algazarra era o melhor processo para afastar o monstro devorador, cuja identidade variava segundo as civilizações, povos e regiões. O animal ameaçador poderia ser um dragão, um leão, um lobo ou uma serpente, que se encontrasse nas intersecções das órbitas destes dois astros, ou seja, dos nodos, nas vizinhas dos quais os eclipses ocorrem.


Durante o eclipse total do Sol de 12 de agosto de 1654, relata o escritor francês Bernard Le Bovier de Fontenelle ( 1657-1757), muitos parisienses se refugiaram na adegas. Um século mais tarde, o anúncio do eclipse anular do Sol de 01 de abril de 1764 provocou a publicação na La Gazete de France de 19 de março do curioso texto:

“Os padres são convidados a iniciar mais cedo as missas do quarto domingo da Quaresma, pois um eclipse do Sol, às 10 horas da manhã, levará às trevas da noite. Os padres devem advertir o povo que os eclipses não têm nenhuma influência nem moral, nem física; não pressagiam e nem produzem nem esterilidade, contágio, guerra, acidentes funestos. Os eclipses são conseqüências necessárias do movimento dos corpos celestes, tão naturais como o nascer e o pôr do Sol e da Lua."

Acreditem ou não, isto aconteceu na capital do Pará, em 23 de agosto de 1887: durante um eclipse da Lua, o povo saiu às ruas em enorme algazarra, disposto a assustar o monstro com o ruído de latas velhas, foguetes e até tiros de revólver e espingarda. Mas este costume não foi exclusivo do folclore brasileiro, nessa época o mesmo ocorria em algumas cidades européias.

Você quer saber mais?

MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas. Os Eclipses: Da superstição à previsão matemática. São Leopoldo: Editora Unisinos, 1993.

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