Local onde eram realizados rituais religiosos pelo povo Rapa Nui. As pedras no centro possuem propriedades magnéticas.
Outra civilização que desapareceu misteriosamente foram os Rapa Nui, os antigos habitantes da Ilha de Páscoa. Além de ninguém saber ao certo como os enormes moais as esculturas de pedra que se espalham por toda a ilha foram construídos e transportados, outras questões que continuam sem resposta é como esse povo chegou até ali e o que exatamente levou ao seu desaparecimento. Atualmente se sabe que os Rapa Nui eram de origem polinésia. Alguns estudiosos acreditam ainda que esse povo teve contato com a América do Sul, introduzindo algumas plantas como a batata doce nativas da ilha.
Outra civilização que desapareceu misteriosamente foram os Rapa Nui, os antigos habitantes da Ilha de Páscoa. Além de ninguém saber ao certo como os enormes moais as esculturas de pedra que se espalham por toda a ilha foram construídos e transportados, outras questões que continuam sem resposta é como esse povo chegou até ali e o que exatamente levou ao seu desaparecimento. Atualmente se sabe que os Rapa Nui eram de origem polinésia. Alguns estudiosos acreditam ainda que esse povo teve contato com a América do Sul, introduzindo algumas plantas como a batata doce nativas da ilha.
Caverna Ana Kai Tangata, a Leste da Ilha que servia como ancoradouro de barcos pesqueiros dos Rapa Nui.
Rapa Nui é o nome polinésio que recebeu a Ilha de Páscoa que os cientistas acreditam ter sido colonizada por volta de 900 d.C. por polinésios vindos das ilhas Marquesas e Pitcairn. Na própria tradição dos rapanui remanescentes, a ilha teria sido colonizada por uma família e seu patriarca se tornado o primeiro rei rapanui.
Mapa da Ilha de Páscoa.
Com um tamanho de cerca e 170km² (metade da capital mineira, Belo Horizonte) e uma elevação de no máximo 510m (Cerro Terevaka), a Ilha de Páscoa chegou ao seu apogeu com aproximadamente 15 mil habitantes que se alimentavam das culturas ali plantadas, aves selvagens e golfinhos que eram pescados em alto mar.
Caverna no Setor Ana Kai Tangata.
Quando o navegador holandês Jacob Roggeveen chegou a esse remoto ponto do Pacífico, em 1722, encontrou uma terra escassamente povoada, cuja “aparência desgastada não daria outra impressão que não fosse a de uma singular aridez e pobreza”. A partir dos relatos dos habitantes locais, encadeou-se uma série de eventos que explicava como a ilha chegara àquela condição: degradação ambiental, superpopulação, disputas entre clãs, surtos de fome que degeneraram inclusive em canibalismo. O biólogo norte-americano Jared Diamond abordou o caso detalhadamente em seu livro Colapso, de 2005, citando-o como amostra do que os homens podem gerar ao destruir o ambiente que os abriga.
Os relatos tradicionais da derrocada da Ilha de Páscoa estão sendo revistos. N ão há, por exemplo, muitas evidências que confirmem uma onda de fome.
"Janela" de uma caverna no complexo de Ana Te Pahu.
O antropólogo Terry Hunt, da Universidade do Havaí, e o arqueólogo Carl Lipo, da Universidade Estadual da Califórnia, Long Beach, têm reparos a fazer em relação a esse roteiro. Segundo seus estudos, divulgados em 2006, o desflorestamento, por exemplo, foi causado não apenas pelo corte para a produção de embarcações, mas também pela ação de ratos que vieram nos barcos dos primeiros ocupantes da ilha. Os dados disponíveis sobre a erosão do solo foram extrapolados de um único ponto da ilha para todo seu território. E as severas ondas de fome produzidas enquanto Páscoa era desmatada têm poucas evidências comprobatórias. Pesquisas mais recentes, aliás, apontam na direção contrária: a população pascoana cresceu durante o processo de desflorestamento.
Pictogramas representando homens-pássaros na Caverna do Setor Ana Kai Tangata.
Mas e a descrição de Roggeveen? Hunt e Lipo não a explicam, mas contrapõem a ela o relato de um membro de uma expedição francesa à ilha em 1789: “Em vez de encontrar homens exaustos pela fome (...), deparei, ao contrário, com uma população considerável, com mais beleza e graça do que os que encontrei depois em qualquer outra ilha; e um solo que, com muito pouco trabalho, oferecia excelentes provisões.”
Puna Pau, lugar onde era estraida a argila para fazer os pukao, o chapéus dos moais.
As únicas evidências mais nítidas de um colapso populacional, segundo Hunt e Lipo, surgiram apenas depois da chegada de navegadores ocidentais à ilha. Entre 1722 e 1862, cerca de 50 navios europeus aportaram ali. Há relatos da difusão de doenças transmitidas sexualmente nos anos 1830, e a varíola se espalhou após a passagem de navios escravos com bandeiras do Peru e da Espanha, nos anos 1860. Em 1877, as doenças e as expedições em busca de escravos reduziram a população pascoana a cerca de 100 pessoas.
Interior de uma caverna do complexo Ana Te Pahu.
Em suma: foi a presença europeia, e não a devastação ambiental, a principal responsável pelo desastre pascoano, afirmam Hunt e Lipo. “As coisas funcionaram bem para os antigos ilhéus por séculos antes de os forasteiros chegarem”, diz Hunt. “Os visitantes europeus viram um estado patético e quiseram saber sobre um passado mais glorioso. O que eles não reconheceram foi que as doenças que haviam introduzido explicavam o triste estado que testemunharam.”
Petróglifos no Setor Papa Vaka.
A misteriosa escrita pictográfica Rongorongo.
E será nessa mesma Ilha de Páscoa que iremos encontrar estranhas inscrições, elaboradas em um alfabeto desconhecido.
O Rongorongo é uma escrita pictográfica, registrada em entalhes feitos em tabuletas de madeira e em outros artefatos da ilha. O sistema não é conhecido nas ilhas vizinhas.
Neste processo, o Rongorongo quase desapareceu. Os colonizadores-missionários (cristãos) decidiram que a escrita fazia parte do paganismo popular e devia ser banida junto com outras tradições "heréticas". Os nativos foram incentivados e brigados a destruir a tábuas de Rapanui.
Em 1864, o padre Joseph Eyraud tornou-se o primeiro não-ilhéu a registrar o Rongorongo. Ele escreveu antes do último declínio da sociedade da ilha: "Em todas as casas pode-se encontrar tabuletas de madeira e outros objetos com a escrita hieroglífica." Eyraud não pôde encontrar ninguém que pudesse traduzir os textos; o povo tinha medo de tratar do assunto por causa das proibições dos missionários.
Um close das inscrições do Tablete Pequeno de Santiago, mostrando partes das linhas.
Em 1886, William Thompson, do navio americano USS Mohican, em viagem na ilha, coletando objetos para o National Museum, de Washington, se interessou pela escrita dos nativos. Ele obteve duas raras tabuletas e conseguiu que um ilhéu traduzisse o texto. A transcrição obtida é um dos poucos documentos que podem servir de parâmetro para decifrar o Rongorongo.
As semelhanças entre os signos rongo-rongo, da ilha da Páscoa e a antiga escrita hindu foram observadas por Wilhelm de Hevesy, em 1932.
Os estudos continuaram nas décadas seguintes. Em 1932, Wilhelm de Hevesy tentou encontrar uma conexão entre o Rongorongo e a escrita hindu. Ele havia encontrado correlação entre as duas escritas em 40 exemplos de símbolos mas suas conclusões não foram adiante.
Em 1950, Thomas Barthel foi o primeiro lingüista contemporâneo a se interessar pelo Rongorongo. Barthel estabeleceu que o sistema era composto de 120 elementos básicos que, combinados, formavam mil e quinhentos diferentes signos que representam objetos e idéias.