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sexta-feira, 17 de junho de 2016

Inteligência musical com base nos estudos de Gardner



Será a inteligência inata e imutável ao longo da vida ou, pelo contrário, poderá ser desenvolvida? A investigação tem confirmado esta última hipótese. Gardner, um psicólogo americano, define inteligência como a capacidade para resolver problemas e criar produtos valorizados num contexto cultural específico. A sua teoria das inteligências múltiplas preconiza que:

- existem diferentes tipos de inteligência;

- a inteligência pode ser ensinada, treinada e desenvolvida;

- o desenvolvimento da inteligência depende de vários fatores, como por exemplo as oportunidades, as experiências, as influências e a escola;

- todas as pessoas podem aprender e desenvolver as suas inteligências, sendo as suas expectativas e a sua motivação fatores fundamentais.

Esta concessão de inteligência coloca grandes responsabilidades sobre os educadores, em geral, e os professores, em particular, a quem cabe um importante papel no desenvolvimento da inteligência das crianças e dos jovens, através da criação de oportunidades e de experiências de aprendizagem diversificadas no âmbito das múltiplas inteligências.

Gardner identificou e definiu sete inteligências: inteligência linguística, inteligência lógico-matemática, inteligência visual-espacial, inteligência quinestésica, inteligência musical, inteligência interpessoal e inteligência intrapessoal. Neste artigo vamos analisar a inteligência musical.

Inteligência musical

Características

Os jovens com inteligência musical gostam de estar rodeados de som. Gostam de estudar com música. Ouvem muita música e aprendem facilmente canções e ritmos. No seu pensamento surgem muitas vezes ritmos e melodias. Possivelmente cantam com frequência e/ou tocam/querem aprender a tocar um instrumento. Poderão também gostar de assobiar e de cantarolar. Gostam mais de contar histórias do que de as ler. Podem gostar de marcar ritmos com o corpo, por exemplo, com o pé, ou batendo com um lápis ou uma caneta.

Como podem os professores/educadores ajudar os alunos/crianças/jovens no desenvolvimento desta inteligência:

- Criando um ambiente musical.

- Dando-lhes oportunidade de aprenderem a tocar um instrumento.

- Utilizando canções adequadas na apresentação de matéria nova em diferentes disciplinas.

- Criando canções, raps, poemas ou mnemónicas para a aprendizagem dos conteúdos e ensinando-os a criarem eles próprios esses tipos de textos para o seu estudo autónomo.

- Levando-os a verbalizarem em voz alta diferentes atividades que realizam, por exemplo: leitura, pensamento durante a resolução de um problema, raciocínio acerca de informação nova.

- Sugerindo-lhes e proporcionando-lhes a audição de música como forma de relaxamento.

- Permitindo que ouçam música enquanto estudam.

Como vimos, Gardner definiu sete tipos de inteligência. Num artigo anterior falámos já sobre a inteligência linguística. Em artigos futuros, abordaremos as restantes inteligências.

Bibliografia:

Chapman, C. (1993). If the shoe fits... How to develop multiple intelligences in the classroom. Palatine, Illinois: IRI/Skylight, Inc.

Chapman, C. & Freeman, L. (1997). Multiple intelligences: Centers and projects.Palatine, Illinois: IRI/Skylight, Inc.

Gardner, H. (1993). Frames of Mind: The Theory of Multiple Intelligences. London: fontana Press.

Zenhas, A., Silva, C., Januário, C., Malafaya, C., & Portugal, I. (2002). Ensinar a estudar - Aprender a estudar (4.ª ed.). Porto: Porto Editora.

Inteligência visual-espacial com base dos estudos de Gardner



Ao longo de uma sequência de artigos, temos vindo a apresentar as sete inteligências definidas por Gardner: inteligência linguística, inteligência lógico-matemática, inteligência visual-espacial, inteligência corporal-quinestésica, inteligência musical, inteligência interpessoal e inteligência intrapessoal. Cabe agora a vez à inteligência visual-espacial.

À tradicional ideia de 'inteligência', contrapõe-se hoje em dia a ideia de inteligências múltiplas. Gardner, psicólogo norte-americano, refere que, havendo sete inteligências distintas, todos nascemos com todos esses tipos de inteligência. Estes desenvolvem-se ao longo da vida, através da aprendizagem, das experiências, da escolaridade, das oportunidades, das influências. Em função desse desenvolvimento, cada pessoa acaba por possuir áreas mais fortes e outras mais fracas.

Ao longo de uma sequência de artigos, temos vindo a apresentar as sete inteligências definidas por Gardner: inteligência linguística, inteligência lógico-matemática, inteligência visual-espacial, inteligência corporal-quinestésica, inteligência musical, inteligência interpessoal e inteligência intrapessoal. Cabe agora a vez à inteligência visual-espacial.

Inteligência visual-espacial

Características: Esta inteligência desenvolve-se a partir de um apuramento das perceções sensoriomotoras, que permitem uma boa discriminação das cores, das formas, das texturas, das dimensões e das relações espaciais. Os indivíduos com este tipo de inteligência têm também um bom domínio da coordenação óculo-manual e da coordenação motora, pelo que conseguem recriar as suas experiências visuais sob diferentes formas, incluindo vários tipos de arte. Trata-se de pessoas que frequentemente pensam com imagens e que se lembram facilmente das imagens visuais, dos pormenores do que observam e das relações entre as coisas no espaço.

Vários profissionais fazem grande uso deste tipo de inteligência. Entre eles contam-se os escultores, os pintores, os arquitetos e os jardineiros.

Como podem os professores/educadores ajudar os alunos/crianças/jovens no desenvolvimento desta inteligência:
- Mostrando filmes e outros materiais audiovisuais sobre as matérias abordadas nas aulas.

- Utilizando posters,desenhos, pinturas, ilustrações e outras formas visuais de exploração de temas nas aulas.

- Ensinando técnicas de estudo visuais, como, por exemplo, a utilização de sublinhados coloridos ou a elaboração de mapas de ideias, gráficos ou esquemas.

- Propondo a criação de um dicionário ilustrado nas línguas estrangeiras, para as áreas vocabulares que vão sendo trabalhadas.

- Levando-os a analisarem o que rodeia um texto antes de iniciarem a sua leitura (título, subtítulos, imagens, gráficos, etc.) e a preverem o seu conteúdo, visualizando mentalmente imagens relativas a ele e aos conhecimentos prévios que têm sobre o assunto.

Com este artigo encerramos a sequência de textos sobre as sete inteligências. Tendo em conta que a inteligência pode ser ensinada, treinada e desenvolvida e que tal depende, entre outros fatores, da existência de oportunidades e de experiências, a responsabilidade da escola e de todos os educadores é grande. Considerando ainda a existência de diferentes tipos de inteligência, a eles cabe a promoção de experiências de aprendizagem diversificadas que proporcionem às crianças e aos jovens verdadeiras oportunidades para o desenvolvimento da(s) sua(s) inteligência(s). Esperamos ter contribuído para facilitar essa tarefa com as sugestões que demos nos artigos publicados.

Bibliografia:

Chapman, C. (1993). If the shoe fits...How to develop multiple intelligences in the classroom. Palatine, Illinois: IRI/Skylight, Inc.

Chapman, C. & Freeman, L. (1997). Multiple intelligences: Centers and projects.Palatine, Illinois: IRI/Skylight, Inc.

Gardner, H. (1993). Frames of Mind: The Theory of Multiple Intelligences.London: fontana Press.

Zenhas, A., Silva, C., Januário, C., Malafaya, C., & Portugal, I. (2002). Ensinar a estudar - Aprender a estudar (4.ª ed.). Porto: Porto Editora.

Inteligência lógico-matemática com base nos estudos de Gardner



A consciência de que existem formas diferentes de aprender e de ser inteligente é importante para que os professores possam adequar o ensino à diversidade dos seus alunos e para que estes se conheçam melhor e rentabilizem o seu trabalho adotando um método de estudo conveniente às suas características.

Já reparou que perante um mesmo problema há quem o resolva de forma lógica a partir de uma reflexão cuidadosa, enquanto outros procedem por tentativa e erro e outros ainda quase intuitivamente? Hoje em dia não se fala de inteligência mas sim de várias inteligências com características específicas. Gardner definiu sete inteligências: inteligência linguística, inteligência lógico-matemática inteligência visual-espacial, inteligência quinestésica, inteligência musical, inteligência interpessoal e inteligência intrapessoal. A consciência de que existem formas diferentes de aprender e de ser inteligente é importante para que os professores possam adequar o ensino à diversidade dos seus alunos e para que estes se conheçam melhor e rentabilizem o seu trabalho adotando um método de estudo conveniente às suas características. Neste artigo debruçar-nos-emos sobre a inteligência lógico-matemática.

Inteligência lógico-matemática

Características:

Números e raciocínio lógico são algo que agrada particularmente a quem possui uma inteligência lógico-matemática desenvolvida. São pessoas caracterizadas pelo gosto e pela competência na interpretação e na categorização dos factos e da informação, no cálculo, no raciocínio lógico e na busca de explicação para tudo. Sentem-se desafiadas perante problemas envolvendo raciocínio, que procuram resolver de forma metódica e persistente. Divertem-se a resolver os "quebra-cabeças" das revistas e dos jornais.

Como podem os professores/educadores ajudar os alunos/crianças/jovens no desenvolvimento desta inteligência:
Há vários recursos e atividades que estimulam a inteligência lógico-matemática e que, por conseguinte, os professores/educadores podem utilizar com os seus alunos/educandos (e também com eles próprios). Entre eles contam-se: puzzles, jogos, computador, materiais manipulativos, categorização de factos e de informação, analogias, pesquisa, experiências laboratoriais, mnemónicas, mapas de ideias.

Em vários artigos anteriores referimos algumas das atividades enunciadas, particularmente as mnemónicas e os mapas de ideias. As mnemónicas são palavras ou frases criadas com o objetivo de servirem de auxiliares de memória e podem ser criadas pelo próprio aluno (Quem não se lembra da célebre quadra: Trinta dias tem novembro/abril, junho e setembro/Com 28 só há um/Os restantes 31?). Os mapas de ideias são uma das várias formas possíveis de organizar graficamente a informação, articulando-a de forma lógica, constituindo preciosos auxiliares na compreensão da matéria que se estuda e em revisões posteriores.

A prática de diversos jogos é uma forma lúdica de desenvolver a inteligência lógico-matemática. A título de exemplo referiremos o Jogo do Galo, o Quatro em Linha, o Xadrez e o Su Doku. Trata-se de jogos diferentes, com graus de dificuldade variados.

Tarefas que envolvem abstração, tão do agrado de quem tem a inteligência lógico-matemática desenvolvida, podem mostrar-se mais difíceis e menos apelativas para quem tem dificuldades nessa área. Além das atividades já sugeridas para o seu desenvolvimento, o recurso a gravuras, movimento ou materiais manipulativos pode facilitar a resolução de problemas a essas crianças, favorecendo também o sentimento de competência pessoal necessário à criação/ao reforço da autoestima e ao gosto pela aprendizagem.

Se lhe parece que a inteligência lógico-matemática não é o seu 'forte' ou o do seu filho, não desespere. As várias sugestões dadas são apenas algumas atividades e recursos a que pode deitar mão para desenvolver essa área. Por outro lado, certamente terá, como predominante, um dos outros tipos de inteligência de que temos vimos a falar noutros artigos ou de que ainda viremos a falar. Sugerimos a sua consulta.

Inteligência linguística com base nos estudos de Gardner.

Habilidade escrita.

Habilidade comunicativa.

A teoria das inteligências múltiplas de Gardner apresenta sete tipos de inteligências com características diferentes. A consciência da existência de vários tipos de inteligência, muitos dos quais tradicionalmente não valorizados pela escola, é importante para que os professores e educadores proporcionem experiências de aprendizagem diversificadas e adequadas aos seus educandos.
   
Certamente já teve necessidade de pedir ou de dar informações sobre a forma de chegar do local onde se encontra a um outro. Provavelmente já verificou que diferentes pessoas recorrem a processos diferentes para cumprirem essa tarefa:

- há quem descreva o trajeto utilizando uma linguagem clara e pormenorizada;

- há quem acompanhe a sua explicação com gestos, quase lembrando um sinaleiro;

- há quem desenhe um mapa ou um esquema.

Cada uma destas pessoas pensa e apreende a realidade de uma maneira particular.

A teoria das inteligências múltiplas de Gardner apresenta sete tipos de inteligências com características diferentes. A consciência da existência de vários tipos de inteligência, muitos dos quais tradicionalmente não valorizados pela escola, é importante para que os professores e educadores proporcionem experiências de aprendizagem diversificadas e adequadas aos seus educandos. Quais são então as inteligências definidas por Gardner?

- Inteligência linguística
- inteligência lógico-matemática
- inteligência visual-espacial
- inteligência quinestésica
- inteligência musical
- inteligência interpessoal
- inteligência intrapessoal.

Neste artigo, deter-nos-emos sobre a inteligência linguística. As restantes serão alvo de atenção mais pormenorizada nos próximos artigos.

Inteligência linguística

Características

Está relacionada com o uso da linguagem. Os estudantes com este tipo de inteligência têm muita sensibilidade para os sentidos das palavras e para a sua manipulação. Manifestam gosto pela leitura e pela escrita. Comunicam bem, oralmente e por escrito. São eficazes na ligação das ideias e têm facilidade na sua transmissão. Pensam utilizando palavras.

Como podem os professores/educadores ajudar os alunos/crianças/jovens no desenvolvimento desta inteligência:

- Modelando a utilização de uma linguagem correta.

- Motivando-os a escrever e apoiando o seu trabalho.

- Demonstrando formas eficazes de comunicação.

- Lendo alto para os alunos, com frequência.

- Criando/desenvolvendo o gosto pela leitura.

- Dando aos alunos oportunidades para, individualmente, lerem, escreverem, ouvirem e falarem.

- Promovendo debates sobre assuntos do programa de qualquer disciplina.

- Criando jornais de turma/escola.

- Promovendo correspondência em português com alunos de outras escolas/países lusófonos ou em língua estrangeira com jovens de outros países.

A língua materna é transversal a todo o currículo. Ela está presente em todas as disciplinas. Por conseguinte, as atividades sugeridas são pertinentes em qualquer disciplina. A língua materna está também presente em qualquer contexto da vida quotidiana. É na família que a criança começa a ter contacto com ela. As sugestões dadas são exequíveis igualmente em contexto familiar. Vários artigos anteriores se debruçaram sobre atividades que podem ser realizadas pelos pais com os seus filhos com vista ao desenvolvimento do gosto pela leitura e pela escrita e ao alargamento do vocabulário, fundamentais para o desenvolvimento da inteligência linguística.

A Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner




A teoria das inteligências múltiplas foi estudada pelo psicólogo Howard Gardner como um contrapeso para o paradigma da inteligência única. Ele propôs que a vida humana requer o desenvolvimento de vários tipos de inteligências. Portanto, Gardner não entra em conflito com a definição científica de inteligência como sendo “a capacidade de resolver problemas ou fazer coisas importantes”.

Howard Gardner e seus colegas da prestigiada Universidade de Harvard advertiram que a inteligência acadêmica (obtida através de qualificações e méritos educacionais) não pode ser o fator decisivo para determinar a inteligência de uma pessoa. Gardner e seus colegas poderiam dizer que Stephen Hawking não tem mais inteligência do que Leo Messi, mas cada um desenvolve um tipo diferente.

A pesquisa de Howard Gardner identificou e definiu oito tipos diferentes de inteligência. Vamos ver com mais detalhes cada uma das inteligências propostas pela Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner.

Inteligência linguística

A capacidade de dominar a linguagem e se comunicar com outros é importante em todas as culturas. Desde pequeno o ser humano aprende a usar a língua nativa para ser capaz de se comunicar de forma eficaz. A inteligência linguística não só se refere à capacidade de comunicação oral, mas a outras formas de comunicação como a escrita, gestual, etc. Quem domina melhor essa capacidade de comunicação possui uma inteligência linguística superior. Algumas profissões enfatizam esse tipo de inteligência como, por exemplo, os políticos, escritores, poetas, jornalistas…

Inteligência lógico-matemática

Durante décadas a inteligência lógico-matemática foi considerada um tipo de inteligência bruta. Ela assumiu o eixo principal do conceito de inteligência, e foi usada como um ponto de referência para detectar o quão inteligente era uma pessoa. Como o próprio nome indica, este tipo de inteligência está ligada à capacidade de raciocínio lógico e resolução de problemas matemáticos. A velocidade para resolver estes problemas é o indicador que determina quanta inteligência lógico-matemática a pessoa tem. O famoso teste de quociente de inteligência (QI) é baseado neste tipo de inteligência e, em menor proporção, na inteligência linguística. Cientistas, economistas, acadêmicos, engenheiros e matemáticos muitas vezes se destacam neste tipo de inteligência.

Inteligência Espacial

A capacidade de observar o mundo e os objetos em diferentes perspectivas está relacionada a este tipo de inteligência, em que se destacam os profissionais de xadrez e artes visuais (pintores, designers, escultores…). Pessoas que se destacam nessa inteligência, geralmente têm habilidades que lhes permitem criar imagens mentais, desenhar e identificar detalhes, além de um sentimento pessoal de estética. Com essa inteligência desenvolvida, encontramos pintores, fotógrafos, designers, publicitários, arquitetos,  e outras profissões que exigem criatividade…

Inteligência Musical

A música é uma arte universal. Todas as culturas têm alguma forma de música, mais ou menos elaborada, levando Gardner e seus colegas a entenderem que há uma inteligência musical latente em todos. Algumas áreas do cérebro executam funções relacionadas ao desempenho e à composição da música. Como qualquer outro tipo de inteligência, você pode treinar e melhorar. Os mais favorecidos neste tipo de inteligência são aqueles capazes de tocar instrumentos, ler e compor peças musicais com facilidade.

Inteligência corporal e sinestésica


As habilidades motoras do corpo são necessárias para utilizar ferramentas ou para expressar certas emoções, é essencial para o desenvolvimento em qualquer cultura. A capacidade de usar ferramentas é considerada uma inteligência sinestésica corporal. Além disso, a capacidade intuitiva da inteligência corporal é utilizada para expressar sentimentos através do corpo. São particularmente brilhantes neste tipo de inteligência: dançarinos, atores, atletas e até mesmo cirurgiões e artistas plásticos, porque todos eles precisam usar racionalmente as suas capacidades físicas.

Inteligência intrapessoal

A inteligência intrapessoal se refere à inteligência que nos permite compreender e se controlar internamente. As pessoas que se destacam neste tipo de inteligência são capazes de acessar seus sentimentos e refletir sobre eles. Essa inteligência também lhes possibilita aprofundar a visão e compreender as razões sobre o porquê de uma pessoa ser do jeito que é.

Inteligência Interpessoal

A inteligência interpessoal nos permite ficar conscientes de coisas que os nossos sentidos não conseguem captar. É uma inteligência que nos possibilita interpretar palavras, gestos, objetivos e metas subentendidos em cada discurso. A inteligência interpessoal aprimora a nossa capacidade de empatia. É uma inteligência muito valiosa para as pessoas que trabalham com grandes grupos. Sua capacidade de detectar e compreender as circunstâncias e problemas dos outros será maior com a inteligência interpessoal. Professores, psicólogos, terapeutas, advogados e educadores são perfis que têm uma pontuação muito elevada neste tipo de inteligência descrita na teoria das inteligências múltiplas.

Inteligência naturalista

A inteligência naturalista detecta, diferencia e categoriza as questões relacionadas com a natureza, como espécies animais e vegetais ou fenômenos relacionados ao clima, geografia ou fenômenos naturais. Este tipo de inteligência foi adicionado mais tarde ao estudo original de Inteligências múltiplas de Gardner, em 1995. Gardner achou necessário incluir nesta categoria porque é uma das inteligências essenciais para a sobrevivência do ser humano e de outras espécies.

Inteligência Existencial ou Espiritual

Howard Gardner não acrescentou a Inteligência Existencial ou Espiritual a lista até o momento, mas ele trabalha nesse aspecto por acreditar ser de extrema importância como todas as outras.

Investigada no terreno ainda do "possível", carece de maiores evidências. Abrange a capacidade de refletir e ponderar sobre questões fundamentais da existência. Seria característica de líderes espirituais e de pensadores filosóficos

Contextualizando

Gardner afirma que todas as pessoas possuem cada um dos oito tipos de inteligência, embora cada tipo seja mais desenvolvido em algumas pessoas do que em outras, todos os oito tipos tem a mesma importância e não há uma mais valiosa que a outra. Em geral, precisamos utilizá-las para enfrentar a vida, independentemente da ocupação realizada. Afinal, a maioria dos trabalhos requer o uso da maioria dos tipos de inteligência. A educação ensinada na sala de aula é um procedimento destinado a avaliar os dois primeiros tipos de inteligência: linguística e lógica matemática. No entanto, esta educação é totalmente inadequada para educar os alunos na plenitude do seu potencial. A necessidade de mudança no paradigma educacional foi trazida à discussão pela Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

O computador mais antigo do mundo: um dispositivo de 2.100 anos de idade usado como um "Guia Galáctico".



Os pesquisadores foram capazes de concluir que o Mecanismo de Antikythera foi usado a mais de 2.000 anos atrás como um calendário informatizado do sol e da lua. O dispositivo também ilustrou as fases da lua, a posição do sol e da lua no zodíaco, bem como a posição dos planetas e eclipses.

Nova pesquisa tem ajudado os cientistas a desvendar o mistério por trás do Mecanismo de Antikythera, computador mais antigo do mundo, que pode ter sido usado para "prever o futuro" dos eventos astronômicos.

O dispositivo enigmático tem sido estudado há cem anos desde que foi descoberto. Segundo os pesquisadores, o dispositivo de 2100 anos de idade foi o computador mais antigo do mundo.

Este artefato sofisticado e engenhoso, é completamente a frente do seu tempo de origem, foi descoberto em um velho navio naufragado na costa da Grécia a cem anos. Por mais de um século, a função exata do dispositivo permaneceu um mistério profundo desde que os pesquisadores não foram capazes de decifrá-lo devido à falta de textos que o descrevem. A pequena quantidade de textos que sobreviveram no dispositivo em si não ajudou em nada os pesquisadores.


No entanto, novos estudos têm ajudado a compreender mais sobre o mais antigo computador mecânico do mundo. Graças às poucas palavras impressas nos fragmentos corroídos em engrenagens e placas, os pesquisadores teorizaram que o Mecanismo de Antikythera era usado como um dispositivo astronômico.

No entanto, grande parte da história do antigo dispositivo permaneceu um mistério para os pesquisadores.

Mas a tecnologia tem seus caminhos, e graças aos seus esforços e a utilização de dispositivos de digitalização de ponta, um grupo internacional de pesquisadores conseguiu ler 3.500 caracteres de texto "explicativo", que se acredita ser um quarto do texto original, nas "entranhas" do computador antigo.



Segundo os pesquisadores, ele foi usado como uma espécie de "guia da galáxia" (leia-se astronômia).

"Agora temos os textos que vocês podem realmente ler como um "grego antigo", o que tínhamos antes era algo no rádio com um monte de estática", disse o membro da equipe Professor Alexander Jones, professor de história da ciência antiga da Universidade de Nova Iorque.

"É muito detalhe para nós, porque se trata de um período da qual sabemos muito pouco sobre astronomia grega e, essencialmente, nada sobre a tecnologia, exceto o que nós recolhemos a partir daqui", disse ele. 'Então, esses pequenos textos são uma coisa muito grande para nós. '

Os pesquisadores foram capazes de concluir que o Mecanismo de Antikythera foi usada a mais de 2.000 anos atrás como um calendário informatizado do sol e da lua. O dispositivo também ilustrou as fases da lua, a posição do sol e da lua no zodíaco, bem como a posição dos planetas e eclipses.

O dispositivo tem fascinado pesquisadores por décadas, já que nada do tipo era conhecido  feito pela humanidade há milhares de anos. Isso era único, e indescritível!

"Não foi uma ferramenta de pesquisa, algo que um astrônomo usaria para fazer cálculos, ou mesmo um astrólogo para fazer prognósticos, mas algo que você usaria para ensinar sobre o cosmos e nosso lugar no cosmos", disse o professor Jones.

"É como um livro de astronomia, como era entendida então, que ligava os movimentos do céu e os planetas com a vida dos antigos gregos e seu meio ambiente."

Os fragmentos do Mecanismo Antikythera foram levantadas a partir de um naufrágio em meados do século, na costa da Grécia. Era quase impossível de decifrar o mecanismo desde que os pesquisadores não sabiam ler mais do que algumas centenas de cartas que foram enterrados dentro do instrumento.

A busca para decifrar o mecanismo começou há cerca de 12 anos atrás, quando pesquisadores usaram varredura de raios-x e tecnologia de imagem para analisar 82 peças espalhadas do dispositivo.

"O inquérito inicial foi destinado para ver como o mecanismo funciona, e que foi muito bem sucedida", disse o professor Edmunds.

"O que nós não havíamos percebido era que as técnicas modernas que estavam sendo usados nos permitia ler os textos melhor do que se havia imaginado, tanto na parte externa do mecanismo e no interior dele também."

Segundo os pesquisadores, com base no estilo do texto, que foi muito formal e detalhado, o computador antigo não foi usado como um dispositivo comum.

Os cientistas especulam que o Mecanismo de Antikythera foi inventado na Grécia em algum momento entre 200 e 70 aC.  No entanto, isso não pode ser confirmado como não há textos que mencionam isso, porem é o mais provável.

domingo, 12 de junho de 2016

Do Lobo ao Cão, uma história de 12 mil anos.



A disputa é antiga e já teve momentos belicosos: o cachorro foi domesticado na Europa ou no Extremo Oriente? Ao menos uma vez a resposta satisfez todo mundo, porque o cachorro foi domesticado nos dois lugares de forma independente. E ninguém chegou antes do que o outro, já que as duas domesticações ocorreram há mais de 12.000 anos, e a partir de duas populações de lobos diferentes.

Os orientalistas, entretanto, têm o direito de ficar mais suscetíveis do que seus oponentes europeístas sobre a composição atual dos cachorros de todo o mundo. Porque, enquanto as atuais raças caninas orientais costumam ser herdeiras genuínas das primeiras domesticadas nessa região, os modernos cachorros europeus são mesclados com as raças de origem oriental. É uma consequência das migrações de leste a oeste que aconteceram na pré-história, e também o motivo do assunto ter sido tão difícil de se resolver até hoje.

A pesquisa é o maior estudo de DNA canino já realizado, e inclui até mesmo o primeiro genoma antigo de um cachorro, extraído de um osso (do ouvido interno) de 4.800 anos atrás que estava muito bem preservado em uma tumba de Newgrange, no complexo de Brú na Bóinne, o sítio arqueológico mais famoso da Irlanda.

Os cientistas também analisaram o DNA mitocondrial de outros 59 ossos de todo o continente (datados entre 14.000 e 3.000 anos atrás), e compararam tudo isso com os dados preexistentes de 2.500 cachorros e lobos modernos. Uma equipe internacional coordenada por Greger Larson, da Universidade de Oxford, apresentou os resultados na revista Science.

A domesticação animal é um raro fenômeno e precisamos de muitas evidências para desbancar a suposição de que aconteceu somente uma vez por cada espécie.

O cachorro foi o primeiro animal domesticado, e o único antes do surgimento das primeiras plantas de cultivo e o aparecimento dos assentamentos agrícolas que iniciaram o Neolítico. Alguns estudiosos chegaram a afirmar que os primeiros cachorros foram domesticados a partir do lobo há 30.000 anos, em pleno Paleolítico. Os primeiros restos de cachorros que não permitem controvérsia, entretanto, datam de 15.000 anos atrás na Europa, e de 12.500 anos atrás na Ásia oriental.

Os dados do estudo coordenado em Oxford revelam agora uma divisão nítida entre os cachorros europeus (como o golden retriever e o cachorro da tumba irlandesa, entre diversas outras espécies) e o asiático, como o husky siberiano, o mastim tibetano e várias amostras analisadas entre os cachorros de rua atuais do Tibete e dos povoados do sul da China. O caráter muito parcial dos estudos de DNA anteriores havia lançado dúvidas nessa divisória. A separação entre leste e oeste foi datada provisoriamente entre 6.000 e 14.000 atrás. O relógio genético canino ainda está longe de estar completamente desenvolvido e acertado.

“A domesticação animal é um fenômeno raro”, diz Larson, o coordenador do estudo, “e precisamos de diversas evidências para desbancar a suposição de que aconteceu somente uma vez por cada espécie; nossos resultados de DNA antigo, junto com o registro arqueológico dos cachorros primitivos, indicam que precisaremos reconsiderar o número de vezes em que os cachorros foram domesticados de maneira independente”.

A diferença entre um e dois é às vezes mais eloquente do que parece. Uma domesticação que só ocorreu uma vez pode refletir um fenômeno extremamente improvável, mesmo sendo tão útil que depois acaba por se propagar a todas as culturas. Mas se ocorre duas vezes, pode indicar um processo fácil, algo que está tão próximo de acontecer na natureza que basta um empurrão para fazê-lo ocorrer.

“Reconstruir o passado a partir do DNA moderno”, diz o primeiro autor, Laurent Frantz, de Oxford, “é um pouco como ler um livro de história, em que você não sabe quais são as partes cruciais que foram apagadas”. Demonstra assim a enorme vantagem de se contar com um genoma canino antigo. O mesmo aconteceu com o estudo da evolução humana a partir do primeiro genoma neandertal. Logo veremos mais genomas fósseis das demais espécies domésticas.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

História da Enfermagem



Período colonial

A organização da Enfermagem na Sociedade Brasileira – compreende desde o período colonial até o final do século XIX e analisa a organização da Enfermagem no contexto da sociedade brasileira em formação. Desde o princípio da colonização foi incluída a abertura das Casas de Misericórdia, que tiveram origem em Portugal.

A primeira Casa de Misericórdia foi fundada na Vila de Santos, em 1543. Em seguida, ainda no século XVI, surgiram as do Rio de Janeiro, Vitória, Olinda e Ilhéus. Mais tarde Porto Alegre e Curitiba, esta inaurgurada em 1880, com a presença de D.Pedro II e Dona Tereza Cristina. No que diz respeito à saúde do nosso povo, merece destaque o Padre José de Anchieta. Ele não se limitou ao ensino de ciências e catequeses; foi além: atendia aos necessitados do povo, exercendo atividades de médico e enfermeiro. Em seus escritos encontramos estudos de valor sobre o Brasil, seus primitivos habitantes, clima e as doenças mais comuns.

A terapêutica empregada era à base de ervas medicinais minuciosamente descritas. Supõe-se que os Jesuítas faziam a supervisão do serviço que era prestado por pessoas treinadas por eles. Não há registro a respeito. Outra figura de destaque é Frei Fabiano de Cristo, que durante 40 anos exerceu atividades de enfermeiro no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, (Séc. XVIII). Os escravos tiveram papel relevante, pois auxiliavam os religiosos no cuidado aos doentes. Em 1738, Romão de Matos Duarte consegue fundar no Rio de Janeiro a Casa dos Expostos. Somente em 1822, o Brasil tomou as primeiras medidas de proteção à maternidade que se conhecem na legislação mundial, graças a atuação de José Bonifácio Andrada e Silva.

A primeira sala de partos funcionava na Casa dos Expostos em 1822. Em 1832 organizou-se o ensino médico e foi criada a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. A escola de parteiras da Faculdade de Medicina diplomou no ano seguinte a célebre Madame Durocher, a primeira parteira formada no Brasil. No começo do século XX, grande número de teses médicas foram apresentadas sobre Higiene Infantil e Escolar, demonstrando os resultados obtidos e abrindo horizontes a novas realizações. Esse progresso da medicina, entretanto, não teve influência imediata sobre a Enfermagem.

Assim sendo, na enfermagem brasileira do tempo do Império, raros nomes de destaque e, entre eles, merece especial menção o de Ana Neri.

Ana Neri


  
Aos 13 de dezembro de 1814, nasceu Ana Justina Ferreira, na Cidade de Cachoeira, na Província da Bahia. Casou-se com Isidoro Antonio Neri, enviuvando aos 30 anos. Seus dois filhos, um médico militar e um oficial do exército, são convocados a servir a Pátria durante a Guerra do Paraguai (1864-1870), sob a presidência de Solano Lopes.

O mais jovem, aluno do 6º ano de Medicina, oferece seus serviços médicos em prol dos brasileiros. Ana Neri não resiste à separação da família e escreve ao Presidente da Província, colocando-se à disposição de sua Pátria. Em 15 de agosto parte para os campos de batalha, onde dois de seus irmãos também lutavam. Improvisa hospitais e não mede esforços no atendimento aos feridos. Após cinco anos, retorna ao Brasil, é acolhida com carinho e louvor, recebe uma coroa de louros e Victor Meireles pinta sua imagem, que é colocada no Edifício do Paço Municipal.

O governo Imperial lhe concede uma pensão, além de medalhas humanitárias e de campanha. Faleceu no Rio de Janeiro a 20 de maio de 1880. A primeira Escola de Enfermagem fundada no Brasil recebeu o seu nome.

Ana Neri como Florence Nightingale, rompeu com os preconceitos da época que faziam da mulher prisioneira do lar.

Florence Nightingale



Nascida a 12 de maio de 1820, em Florença, Itália, era filha de ingleses. Possuía inteligência incomum, tenacidade de propósitos, determinação e perseverança – o que lhe permitia dialogar com políticos e oficiais do Exército, fazendo prevalecer suas idéias. Dominava com facilidade o inglês, o francês, o alemão, o italiano além do grego e latim. No desejo de realizar-se como enfermeira, passa o inverno de 1844 em Roma, estudando as atividades das Irmandades Católicas. Em 1849 faz uma viagem ao Egito e decide-se a servir a Deus, trabalhando em Kaiserswert, Alemanha, entre as diaconisas. Decidida a seguir sua vocação, procura completar seus conhecimentos que julga ainda insuficientes. Visita o Hospital de Dublin dirigido pelas Irmãs de Misericórdia, Ordem Católica de Enfermeiras, fundada 20 anos antes. Conhece as Irmãs de Caridade de São Vicente de Paulo, na Maison de la Providence em Paris.

Aos poucos vai se preparando para a sua grande missão. Em 1854, a Inglaterra, a França e a Turquia declaram guerra à Russia: é a Guerra da Criméia. Os soldados ingleses acham-se no maior abandono. A mortalidade entre os hospitalizados é de 40%.Florence partiu para Scutari com 38 voluntárias entre religiosas e leigas vindas de diferentes hospitais. Algumas das enfermeiras foram despedidas por incapacidade de adaptação e principalmente por indisciplina. Florence é incomparável: estende sua atuação desde a organização do trabalho, até os mais simples serviços como a limpeza do chão. Aos poucos, os soldados e oficiais um a um começam a curvar-se e a enaltecer esta incomum Miss Nightingale. A mortalidade decresce de 40% para 2%. Os soldados fazem dela o seu anjo da guarda e ela será imortalizada como a “Dama da Lâmpada” porque, de lanterna na mão, percorre as enfermarias, atendendo os doentes. Durante a guerra contrai tifo e ao retornar da Criméia, em 1856, leva uma vida de inválida.

Dedica-se, porém, com ardor, a trabalhos intelectuais.

Pelos trabalhos na Criméia, recebe um prêmio do Governo Inglês e, graças a este prêmio, consegue iniciar o que para ela é a única maneira de mudar os destinos da Enfermagem – uma Escola de Enfermagem em 1859.

Após a guerra, Florence fundou uma escola de Enfermagem no Hospital Saint Thomas, que passou a servir de modelo para as demais escolas que foram fundadas posteriormente. A disciplina rigorosa, do tipo militar, era uma das características da escola nightingaleana, bem como a exigência de qualidades morais das candidatas. O curso, de um ano de duração, consistia em aulas diárias ministradas por médicos.

Nas primeiras escolas de Enfermagem o médico foi, de fato, a única pessoa qualificada para ensinar. A ele cabia então decidir quais das suas funções poderia colocar nas mãos das enfermeiras Florence morre a 13 de agosto de 1910, deixando florescente o ensino de Enfermagem. Assim a Enfermagem surge não mais como uma atividade empírica, desvinculada do saber especializado, mas como uma ocupação assalariada que vem atender a necessidade de mão-de-obra nos hospitais, constituindo-se como uma prática social institucionalizada e específica.

Juramento da Florence

“Juro, livre e solenemente, dedicar minha vida profissional a serviço da pessoa humana, exercendo a enfermagem com consciência e dedicação; guardar sem desfalecimento os segredos que me forem confiados, respeitando a vida desde a concepção até a morte; não participar voluntariamente de atos que coloquem em risco a integridade física ou psíquica do ser humano; manter e elevar os ideais de minha profissão, obedecendo aos preceitos da ética e da moral, preservando sua honra, seu prestígio e suas tradições.”

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Psicologia Cognitiva



Segundo (STENBERG, 2000, p.22) a psicologia cognitiva trata do modo como as pessoas percebem, aprendem, recordam e pensam sobre a informação. Por exemplo, o que é estudado em um livro didático sobre psicologia cognitiva?

a) Cognição - As pessoas pensam;

b) Psicologia cognitiva - Os cientistas pensam a respeito de como as pessoas pensam;

c) Estudantes de psicologia cognitiva- As pessoas pensam sobre a maneira como os cientistas pensam a respeito de como as pessoas pensam;

d) Professores que ensinam psicologia cognitiva aos estudantes - Você capta a ideia.

Para a Gestalt, o elemento fundamental estrutura do processo cognitivo é o insight (percepção de relações), base de toda a aprendizagem.

Um dos principais representantes desta linha é Piaget, que não elaborou uma teoria da aprendizagem, mas sim uma teoria do desenvolvimento mental. Para ele a aprendizagem é "aumento do conhecimento"- só há aprendizagem quando o esquema de assimilação sofre acomodação. Ou seja: uma reestruturação da estrutura cognitiva (esquemas de assimilação existentes) do indivíduo, o que resulta em novos esquemas de assimilação mental.

Para Ausubel, a aprendizagem significa organização e integração do material na estrutura cognitiva. Admite a existência de uma estrutura na qual a organização e a integração de ideias se processam. A experiência cognitiva é caracterizada por um processo de integração no qual os conceitos novos se interagem com os já existentes na estrutura cognitiva, integrando o novo material e, ao mesmo tempo, modificando-se.

Condição importante para haja aprendizagem, o aprendiz deve manifestar disposição para relacionar de forma substantiva o novo material à sua estrutura cognitiva.

Bruner parte do conceito de que aprendizagem é modificação do comportamento resultante da experiência.

Abaixo serão apresentados os resumos das teorias de aprendizagem apresentadas no texto:


Epistemologia Genética (J. Piaget)

O conceito de estrutura cognitiva é central para a teoria de Piaget. Estruturas cognitivas são padrões de ação física e mental subjacentes a atos específicos de inteligência e correspondem a estágios do desenvolvimento infantil. Existem quatro estruturas cognitivas primárias - estágios de desenvolvimento - de acordo com Piaget: sensorial-motor, pré-operações, operações concretas e operações formais. No estágio sensorial-motor (0-2 anos), a inteligência assume a forma de ações motoras. A inteligência no período pré-operação (3-7 anos) é de natureza intuitiva. A estrutura cognitiva durante o estágio de operações concretas (8-11 anos) é lógica, mas depende de referências concretas. No estágio final de operações formais (12-15 anos), pensar envolve abstrações.

As estruturas cognitivas mudam através dos processos de adaptação: assimilação e acomodação. A assimilação envolve a interpretação de eventos em termos de estruturas cognitivas existentes, enquanto que a acomodação se refere à mudança da estrutura cognitiva para compreender o meio. O desenvolvimento cognitivo consiste de um esforço constante para se adaptar ao meio em termos de assimilação e acomodação. Nesse sentido, a teoria de Piaget é similar a outras teorias de aprendizagem construtivistas como as Bruner e Vygotsky.

Embora os estágios de desenvolvimento cognitivo identificados por Piaget estejam associados a faixas de idade, eles variam para cada indivíduo. Além disso, cada estágio tem diversas formas estruturais detalhadas. Basta observar que o período operacional concreto tem mais de quarenta estruturas distintas, cobrindo classificação e relações, relações espaciais, tempo, movimento, oportunidade, número, conservação e medida. Uma análise detalhada similar das funções intelectuais é fornecida por teorias de inteligência, como Guilford, Gardner e Sternberg.

Piaget explorou as implicações de sua teoria em todos os aspectos do desenvolvimento da cognição, inteligência e moral. Muitos dos experimentos de Piaget foram focalizados no desenvolvimento de conceitos matemáticos e lógicos. A teoria foi bastante aplicada no modelo de prática de ensino e de currículo na educação elementar (Bybee & Sund, 1982; Wadsworth, 1978).

O desenvolvimento cognitivo tem como facilitador atividades ou situações que envolvam os aprendizes e que requeiram adaptação destes. Os materiais de aprendizado e atividades devem envolver um nível apropriado de operações motoras ou mentais para uma criança de uma dada idade. É preciso evitar o pedido para que os aprendizes realizem tarefas que estejam além de suas capacidades cognitivas atuais.

Teoria Construtivista (J. Bruner)

Bruner afirma que o aprendizado é um processo ativo, no qual o aprendiz constrói novas idéias ou conceitos, baseado em seus conhecimentos prévios e os que estão sendo estudados, baseado em sua estrutura mental inata. O aprendiz filtra e transforma a nova informação, infere hipóteses e toma decisões, utilizando uma estrutura cognitiva. Essa estrutura cognitiva - esquemas e modelos mentais - fornece significado e organização para as novas experiências, permitindo ao aprendiz enriquecer seu conhecimento além do conceito estudado, através do relacionamento das novas informações com seus conhecimentos prévios.

O papel do instrutor é o de incentivador dos alunos no sentido de descobrirem por si mesmos os princípios do conteúdo a ser aprendido. O instrutor e o aluno devem manter um diálogo ativo, através do qual o instrutor traduz a informação a ser aprendida em um formato adequado à compreensão do aluno. O currículo deve ser organizado em espiral, para que o aluno construa continuamente sobre o que já aprendeu. O aluno vai descobrir aquilo que já existe em sua estrutura cognitiva. O professor não é apenas um passador de informação.

Teoria da Inclusão (D. Ausubel)

Ausubel preocupa-se com a aprendizagem que ocorre na sala de aula da escola. O fator mais importante de aprendizagem é o que o aluno já sabe. Para que ocorra a aprendizagem, conceitos relevantes e inclusivos devem estar claros e disponíveis na estrutura cognitiva do indivíduo, funcionando como ponto de ancoragem. Ausubel está interessado em saber como os indivíduos aprendem grandes quantidades de material significativo por meio de apresentações verbais/textuais em um quadro escolar. Um processo primário em aprendizado é a inclusão, na qual o conhecimento novo é relacionado com as idéias relevantes da estrutura cognitiva existente em uma base substantiva. As estruturas cognitivas representam o resíduo de todas as experiências de aprendizado. A aprendizagem ocorre quando uma nova informação ancora-se em conceitos ou proposições relevantes preexistentes na estrutura cognitiva do indivíduo. O armazenamento de informações no cérebro é altamente organizado formando uma hierarquia na qual elementos mais específicos de conhecimentos são ligados ( = assimilados) a conceitos mais gerais, mais inclusivos.

Ausubel recomenda o uso de organizadores prévios que sirvam de âncora para a nova aprendizagem e levem ao desenvolvimento de conceitos classificadores que facilitem a aprendizagem subseqüente .

Organizadores prévios são materiais introdutórios apresentados antes do material a ser aprendido em si. Sua principal função é de servir de ponte entre o que o aprendiz já sabe e o que ele deve saber a fim de que o material possa ser aprendido de forma significativa. Facilitam a aprendizagem na medida em que funcionam como "pontes cognitivas".

"A essência do processo de aprendizagem significativa é que idéias simbolicamente expressas sejam relacionadas de maneira substantiva (não literal) e não arbitrária ao que o aprendiz já sabe, ou seja, a algum aspecto de sua estrutura cognitiva especificamente relevante para a aprendizagem dessas idéias. Este aspecto especificamente relevante pode ser, por exemplo, uma imagem , um símbolo, um conceito, uma proposição, já significativo".

Ausubel (1978,p.41): "As idéias mais gerais de um assunto devem ser apresentadas primeiro e, depois, progressivamente diferenciadas em termos de detalhe e especificidade. Os materiais de instrução devem tentar integrar o material novo com a informação anteriormente apresentada por meio de comparações e referências cruzadas de idéias novas e antigas."